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Como a linguiça é feita

Estamos às vésperas das eleições majoritárias no Brasil.
Iremos votar e escolher nosso presidente, governador, senador, deputados federais e estaduais.

Como consequência, os mandatários de cargos executivos irão montar suas equipes de trabalho, ocupando cargos de confiança com pessoas de confiança, além de contar com o corpo técnico de funcionários de carreira.

É certo que a corrida eleitoral, em todo o país, terá como sombra o triste episódio do falecimento do candidato Eduardo Campos, cuja tragédia, rapidamente, fez com que todos prestassem mais atenção às eleições do que de costume.

Pois bem. Utilizei os termos “corrida” e “tragédia” para reforçar a necessidade de reflexão que devemos ter em momentos de definir o futuro de nossas instituições, públicas ou privadas, no que tange aos processos eleitorais democráticos e ou participativos.

Como bem sabemos, no fim do ano, muitos clubes de futebol elegerão seus presidentes ou os reconduzirão para mais alguns anos de gestão.

A pressa ou desatenção (corrida) na escolha dos candidatos, somada a elementos dramáticos, como um rebaixamento ou desclassificação (tragédia), são os combustíveis preferidos da velha política, acostumada a vender o discurso de que “vamos mudar tudo, não mudando nada…”

Nesse viés negativista, não há espaço para discussões estratégicas, programáticas, objetivas e técnicas.

Prefere-se, apenas, o subjetivismo, a passionalidade, as relações pessoais, “de confiança”.

Governança corporativa, então, passa longe dos debates.

O passado costuma prevalecer sobre o presente e o olhar para o futuro.

Afinal, para alguns, “somos pentacampeões mundiais” e isso já nos bastaria.

Eu diria “fomos”. Mudar a conjugação verbal faz muita diferença para quem quer sempre buscar a evolução da sociedade.

Por outro lado, a representatividade política deve ser exercitada frequentemente por quem tem interesse nessa evolução.

Votar e ser votado. Acompanhar as realizações do seu candidato ao longo do mandato. Articular e participar de grupos, partidos e redes políticos.

Os sistemas sociais complexos exigem mudanças desde dentro. Não adianta, simplesmente, negar sua existência ou, simplesmente, tentar destruí-lo desde fora.

Mas, o primeiro passo é conhecer seu funcionamento.

Por isso, uma das ideias inspiradoras que, nesta semana, em tempos de eleição, conheci, é a Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (RAPS), movimento apartidário (www.raps.org.br)

Sua missão: Contribuir para a melhoria do processo político e da qualidade da democracia brasileira através da formação de líderes políticos comprometidos com os valores e princípios da ética, transparência e sustentabilidade.

O desinteresse do povo pela política vem, fundamentalmente, do desconhecimento sobre como ela funciona.

O futebol brasileiro está, há muito tempo, à mercê de oligarcas conservadores, que se acostumaram a comandá-lo sem boas práticas de gestão e à sombra.

Nos últimos anos, com a luz do sol incidindo no cenário, fica mais fácil entendermos “como a linguiça é feita” e seremos enganados apenas se quisermos.

Capacitação política e participação ativa são as chaves do progresso das instituições.  

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A Globo acordou

Principal parceria do futebol nacional, a TV Globo está preocupada. A emissora carioca agendou reuniões com os maiores times do Brasil para pedir sugestões e discutir por que o esporte não funciona como produto. Nos últimos anos, as transmissões ludopédicas no canal tem perdido média de 10% de espectadores a cada temporada.

É sintomático que a Globo tenha decidido se mexer nessa direção. O futebol não é um problema comercial para a emissora, ainda que a operação tenha alto custo. No entanto, é flagrante a preocupação com a queda de audiência em horários cuja relação custo / benefício poderia ser mais simples com outras apostas.

A Globo paga muito para transmitir o futebol, mas tem menos resultado e mais custo com isso do que com outros produtos. Portanto, empurra a faixa esportiva para mais tarde, numa faixa em que anúncios são mais baratos e há menos concorrência por audiência.

Importante dizer que também há pesquisa nisso: as pessoas que veem futebol pela TV preferem jogos às 22h de quarta-feira. O horário é ruim para quem frequenta os estádios, mas o interesse da TV sempre vai ser sobreposto enquanto o esporte não tiver poder de barganha.

Atualmente, por exemplo, a Globo responde por quase um terço da arrecadação do Corinthians, time que mais fatura no Brasil. Se o time não desenvolve outras fontes de receita e tem grande dependência desse dinheiro, perde influxo. E se o time não tem influxo, qualquer negociação penderá para o lado da TV.

Entender essa relação de causa e efeito é fundamental como preâmbulo para discutir o que significa a ação da Globo. A emissora está preocupada com o produto futebol no Brasil a despeito de o produto ser moldado em muitos aspectos pelos interesses da TV.

Jogos são realizados às 22h de quarta-feira porque esse é o horário preferido pela TV. (Também) por causa disso, estádios ficam vazios. Com estádios vazios, clubes têm menos receita de bilheteria e exploração da arena. Além disso, se aproximam menos dos torcedores / consumidores. No médio e no longo prazo, esse público menos vinculado às equipes é o que vai deixar de acompanhar as partidas na TV. E sem eles, a audiência vai cair e obrigar a televisão a fazer jogos ainda mais tarde. É um ciclo de morte para o futebol brasileiro.

É claro que esse é um raciocínio extremamente simplista, que ignora outros pontos como gestão (de clubes e do “produto” futebol) e fontes diferentes de receita. Mas o modelo de venda de patrocínio no Brasil também é extremamente vinculado à exposição, por exemplo – mais uma vez, portanto, a receita dos clubes depende de eles estarem na TV.

A TV é diretamente responsável pelo atual momento do futebol brasileiro. Clubes e federações também – até por criarem modelos que se apoiam demais na receita oriunda da televisão. Por isso, as reuniões da Globo com as equipes são um marco.

Ao mostrar preocupação com a queda de desempenho do futebol, a emissora joga na cara dos clubes a existência do tal ciclo. Agora, depende de ação conjunta uma mudança nesse cenário.

A primeira reunião foi realizada no dia 12 de agosto, no Rio de Janeiro, com representantes de Atlético-MG, Cruzeiro, Flamengo e Fluminense. Mais do que apresentar dados ou falar sobre números, os executivos da Globo quiseram ouvir.

A primeira resposta de Alexandre Kalil, presidente do Atlético-MG, foi uma crítica à programação da Globo, que não tem transmissões específicas para todas as praças – normalmente, o sinal da emissora é dividido entre São Paulo e rede.

A crítica de Kalil tem a ver com discussão que ganha corpo entre os clubes. As equipes brasileiras estão preocupadas com a falta de exposição em TV aberta, o que dificulta a venda de contratos e aumenta a distância de faturamento estabelecida pelas negociações com a televisão.

Também é sintomático que clubes questionem agora os contratos com a televisão – divisão de cotas e exposição em TV aberta. A Globo tem contrato assinado com 18 dessas equipes até 2018. Muitas já até começaram a receber cotas dos próximos anos.

Agora, com o mercado de patrocínios em baixa e atrasos de contas se avolumando, clubes perceberam que é necessário rever a comercialização de direitos de mídia. A TV é cerne de qualquer discussão sobre o futebol brasileiro, sim. O problema é fazer isso em plena vigência de contratos tão longevos.

Ao avaliar desempenho, fazer cobranças e pedir sugestões, a Globo mostrou preocupação com o futuro do futebol brasileiro. A emissora falou até sobre estrutura de categorias de base e mecanismos para manter jogadores por mais tempo no país – a lógica é que mais ídolos aumentariam o vínculo do público com as equipes e diminuiriam a queda de audiência.

Ao questionar contratos vigentes e tão longos, os clubes mostraram preocupação com o presente. Ninguém está realmente preocupado com os efeitos que esses negócios terão no futuro das equipes. O interesse é apenas pagar as contas do mês.

A Globo pode estar ligada a muitos problemas do futebol brasileiro. Nesse caso, porém, tem postura muito mais lúcida do que a maioria dos clubes. 

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A ilegal definição dos classificados para a Copa Sul-Americana

No meio da semana São Paulo, Fluminense e Internacional foram eliminados da Copa do Brasil por equipes da Série B, mas ganharam a vaga na Copa Sul-Americana, o que gerou rumores de “entrega de resultado”.

O critério de classificação para a Copa Sul-Americana é bastante complicado. Em primeiro ligar, deve-se buscar os eliminados na Copa do Brasil até a fase oitavas de final.

Na sequência, entre os eliminados, avalia-se os seis clubes irão disputar o torneio, de acordo com a classificação no Campeonato Brasileiro do ano anterior.

A última vaga este é reservada ao campeão da Copa do Nordeste e, a partir de 2015, o Campeão da Copa Verde disputada por Clubes do Norte, Centro-Oeste e Espírito Santo também terá uma vaga.

A justificativa para esse sistema de classificação é o fato de que as datas que em que a Copa Sul-Americana é disputa coincidem com a Copa do Brasil, desde que os Clubes participantes da Libertadores voltaram à Copa do Brasil.

Devido a este regulamento, Internacional, eliminado pelo Ceará, Fluminense, eliminado pelo América-RN e São Paulo, eliminado pelo Bragantino, se classificaram para a Copa Sul-Americana, ao lado de Bahia (eliminado pelo Corinthians), Vitória (eliminado pelo J. Malucelli), Criciúma (eliminado pelo Londrina), Goiás (eliminado pelo Botafogo-PB) e Sport (eliminado pelo Paysandu e campeão da Copa do Nordeste).

A forma esdrúxula de classificar times à Copa Sul-Americana além de refletir o sofrível calendário brasileiro e sul-americano viola o Estatuto do Torcedor.

O Estatuto do Torcedor elevou toda pessoa que acompanhe qualquer modalidade esportiva à qualidade de consumidor e, com isso, assegurou-lhe uma série de direitos, inclusive, ligados ao regulamento das competições.

Inicialmente, qualquer regulamento deve ser norteado pelo princípio da transparência e o torcedor deve ter amplo acesso a um Ouvidor da competição, responsável por recolher as sugestões, propostas e reclamações que receber dos torcedores, examiná-las e propor à respectiva entidade medidas necessárias ao aperfeiçoamento da competição e ao benefício do torcedor.

Nos termos do artigo 10 do Estatuto do Torcedor, é direito do torcedor que a participação das entidades de prática desportiva em competições organizadas pelas entidades de que trata o art. 5o seja exclusivamente em virtude de critério técnico previamente definido, vedando-se a adoção de qualquer outro. Vale destacar que critério técnico corresponde à habilitação de entidade de prática desportiva em razão de colocação obtida em competição anterior.

Enfim, o Estatuto do Torcedor teve por objetivo proteger o consumidor de critérios bizarros de classificação.

No caso em questão, tem-se de um lado, a Copa Sul-Americana, segunda competição mais importante do continente, “Liga Europa” da América do Sul, disputada pelas equipes do continente que não galgaram vaga na Copa Libertadores.

Do outro lado, tem-se a Copa do Brasil, segunda competição do Brasil, disputada por clubes das Séries A, B, C, D e até por equipes que não classificadas para as divisões nacionais.

Ora, parece-me óbvio e razoável que a competição continental seja mais importante que a Copa nacional.

Não obstante isso, os clubes brasileiros que se classificam para a Sul-Americana são aqueles que não tiveram índice técnico para disputas as oitavas de final de uma competição disputada por clubes de segunda, terceira e quarta divisão.

Dessa forma, os regulamentos do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil violam o Estatuto do Torcedor e demonstram total falta de zelo dos dirigentes para com os consumidores dos eventos esportes já que, além de ser bizarra, a forma de classificação para a Copa Sul-Americana permite dúvidas quanto à veracidade dos resultados desportivos, já que pode premiar o clube eliminado com vaga em competição intercontinental.

Aliás, a falta de atenção ao torcedor é bastante comum. A função de Ouvidor criada pelo Estatuto do Torcedor para aproximar o consumidor do Organizador e permitir que exista uma “autoridade” independente e com responsabilidade por zelar pela lisura das competições e pelos direitos do torcedor é comumente ocupada por funcionários das Federações que acumulam funções sem apresentar qualquer proposta e acabam por, apenas, formalizar a exigência legal.

Isso sem falar na falta da divulgação dos nomes dos Ouvidores, bem como de suas funções.

Destarte, todo torcedor tem o direito de informar ao Ouvidor as insatisfações e ilegalidades das competições esportivas e exigir o cumprimento de seus direitos.

Nesse sentido, o momento pede que todos os consumidores de eventos desportivos do Brasil encham as caixas de email dos Ouvidores do Campeonato Brasileiro (Dr. José Sardinha – ouvidoriacompeticoes.sardinha@cbf.com.br) e da Copa do Brasil (não localizado no site) exigindo o cumprimento do Estatuto do Torcedor na elaboração dos regulamentos.

Urge destacar que as entidades que administram o futebol brasileiro devem ver no torcedor e na figura do Ouvidor um parceiro com interesse comum no sucesso da competição e não um adversário para juntos resgatarem o público e a credibilidade de nosso futebol.

Talvez essa seja uma de nossas tantas diferenças com o vitorioso e invejado futebol alemão.

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Conhecendo a mente inconsciente

Podemos compreender o inconsciente como qualquer coisa que não existe em nossa consciência num determinado momento.

Mas o que é a mente inconsciente? Ela é composta de todos os processos mentais que permanecem em funcionando sem nosso conhecimento, na verdade o inconsciente é um processo! Ele se relaciona com os demais processos do pensamento e aparecem em nossa mente consciente como lampejos de luz num céu nublado. O que chamamos de mente consciente é o que temos em nossa consciência. Se compararmos os dois a um oceano, o mar que vemos seria o consciente e as suas profundezas ocultas que o sustentam, seria o inconsciente.

Atualmente muitas pessoas, inclusive atletas, acreditam que o pensamento é totalmente consciente, mas ao contrário do que achamos se ele fosse realmente inteiramente consciente nós conseguiríamos interrompe-lo quando desejássemos, porém isso não é possível. Sabem por quê? O processo de pensamento é inconsciente e nós apenas percebemos os resultados deste processo de forma consciente; daí a nossa falsa percepção que ele é inteiramente consciente.

A nossa mente inconsciente contém nossos pensamentos, sonhos e aspirações, dos mais valorizados até os mais desprezados. É nela que residem nossas habilidades, já que na mente consciente praticamente não possuímos habilidades e aí que começamos a compreender mais plenamente o benefício que o treino, no esporte ou em qualquer outra área de vida, nos oferece, pois toda mudança que desejamos realizar ocorre no nível inconsciente e a repetição faz com que façamos coisas em modo automático sem que percebamos.

Quer um exemplo? Dirigir! Você já deve ter percebido algumas vezes dirigindo um automóvel praticamente de maneira automática e inconsciente e neste caso a habilidade instalou-se no inconsciente, pois se de outra forma fosse ninguém conseguiria dirigir sem estar 100% conscientes do que se estaria fazendo.

Mas existem formas de acessar de maneira intencional os recursos do inconsciente? A resposta é sim através do transe, por exemplo, que pode ser definido como um estado de consciência com um foco interno de atenção. O Transe é um estado alterado de consciência e constitui um dos objetivos a serem atingidos pela hipnose. Trata-se de um estado de consciência onde podem ocorrer diversos eventos neurofisiológicos. A hipnose por sua vez é um estado mental ou um tipo de comportamento usualmente induzidos por um procedimento conhecido como indução hipnótica, que quando aplicada com propósitos terapêuticos é conhecido como “hipnoterapia”.

Na realidade o transe e a hipnose ajudam os atletas de uma forma geral a aprenderem mais sobre si mesmas e a se expressarem melhor!

No esporte, a hipnose pode ser aplicada para tratar diversos problemas de ordem psicológica, como ansiedade, depressão, estresse, insônia, fobias e já foi utilizada por atletas famosos como Tiger Woods, Michael Jordan e Ayrton Senna.

Atualmente, por meio de estudos e pesquisas avançadas, pudemos compreender que a hipnose é um fenômeno neurológico que provoca modificações profundas no funcionamento do cérebro e é capaz de alterar padrões de comportamento pela atuação no inconsciente.

Sendo assim, atletas de futebol podem e devem estar atentos às suas mentes conscientes com ajuda de profissionais que possam leva-los promoverem mudanças em seu inconsciente que elevem seu desempenho profissional dentro do campo.

Até a próxima! 

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Ainda as competições

Há 20 dias escrevi aqui neste espaço sobre as movimentações em torno da estruturação das competições do futebol brasileiro, indicando que o crescimento projetado deve ser orgânico ao longo do tempo.

Ontem (terça, 12-ago-2014) me deparo com a notícia de que o CRAC, de Goiás, irá desistir da Série C do Campeonato Brasileiro após a disputa de dez jogos, metade do torneio (http://globoesporte.globo.com/go/noticia/2014/08/crac-anuncia-desistencia-e-abandona-serie-c-por-problemas-financeiros.html).

O caso é mais um alerta para compreendermos o estágio de maturidade das disputas de Campeonato Brasileiro além das Séries A e B. As principais divisões estão consolidadas, necessitando, naturalmente, de ajustes para se tornar um produto melhor e economicamente rentável, além, é claro, da melhoria da gestão da grande maioria dos clubes que disputam tais competições.

As propostas para melhoria do calendário são salutares e necessárias. Mas não podem desconsiderar o impacto financeiro que pode causar na estrutura do futebol nacional. São poucas cidades no país capazes de sustentar uma equipe de alto rendimento, com salários competitivos, ao longo do ano. A questão não é somente esportiva. É gestão, economia e matemática.

Para ser aplicável, este debate deve passar a ser racional!!! Sem mais… 

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Vontade de mudar

Um mês é tempo suficiente para muitas mudanças. Desde que a necessidade de mudar seja assimilada, é claro. Na última sexta-feira (08), a maior goleada que a seleção brasileira de futebol sofreu em todos os tempos completou um mês. Infelizmente, contudo, episódios isolados dão a ideia de que o resultado, que podia ter sido causa, vai continuar apenas como consequência.

No último domingo (10), Luiz Felipe Scolari fez sua reestreia oficial como técnico do Grêmio. Comandou a equipe tricolor em derrota por 2 a 0 para o Internacional e mudou muito a escalação. Questionado sobre o porquê de ter feito isso, o treinador que dirigiu a seleção brasileira nos 7 a 1 para a Alemanha usou explicação parecida com a que ele tinha escolhido um mês antes.

“Pensamos em colocar uma equipe diferente da que vinha jogando, com algumas modificações, com jogadores que precisavam de oportunidade para mostrar se podiam permanecer. O resultado não é o que vai me fazer entender que está tudo errado”, disse o técnico do Grêmio.

Na goleada sofrida diante da Alemanha, Scolari não pôde contar com Neymar, que havia sofrido uma fratura em uma vértebra na partida contra a Colômbia. Treinou com Willian entre os titulares na maior parte do tempo, mas acabou escalando Bernard.

A explicação de Scolari para isso foi exatamente a chance de usar um time menos conhecido pela Alemanha. O treinador atribuiu à cobertura da imprensa o mistério e a falta de treinos com a equipe que ele escalou na semifinal da Copa do Mundo.

Um mês e uma goleada depois, Scolari segue pensando que mistério ganha jogo. E segue achando que o adversário não ter conhecimento sobre o time dele é mais relevante do que o próprio time dele.

Scolari é o maior exemplo do quanto a goleada sofrida pelo Brasil mudou pouco, mas ele não é o único. Outro vem da coluna do jornalista Paulo Vinicius Coelho no jornal “Folha de S.Paulo”. Publicado no último domingo, o texto fala sobre a seleção sub-20 convocada por Alexandre Gallo para o torneio de Cotif, na Espanha.

“A lista de 22 convocados por Gallo indica a manutenção de vícios antigos da base. Treze têm mais de 1,80m e dezoito nasceram antes de setembro”, escreveu. “Dos convocados para Valência, o volante Eduardo, do Atlético-MG, é bom. Nasceu em maio de 1995 e tem 1,84m. Também é excelente o volante Lucas Otávio, emprestado pelo Santos ao Paraná Clube, nascido em outubro de 1994, de 1,64m. Mas ele não foi convocado”, continuou.

Resultados estão longe de ser um parâmetro importante no processo de formação de atletas. As seleções de base não precisam de jogadores altos e mais velhos (portanto, com processo de maturação mais avançado). Elas precisam de um projeto que priorize o talento e que seja realmente focado na criação de atletas com capacidade para integrar o time profissional.

Também não é por causa do resultado que foi decepcionante a participação do Brasil na Copa das Nações sub-16, encerrada na semana passada. O time do técnico Caio Zanardi foi eliminado pelo Paraguai em cobranças de pênaltis, nas semifinais, depois de empate por 1 a 1 no tempo normal.

O que chamou atenção negativamente foi a proposta de jogo da seleção brasileira. Antes das semifinais, o time bateu Coreia do Sul, Costa Rica, Canadá e México. Em todos esses jogos, apelou a lançamentos longos e bolas alçadas. Em vez da técnica, venceu pela superioridade física.

A maior goleada sofrida pela seleção brasileira em todos os tempos podia ter sido um marco. O resultado podia ser aquele ponto na história a ser citado no futuro como “o momento em que tudo mudou”. Agora pense nas histórias citadas neste texto. Algo mudou, afinal?

Em julho deste ano, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) fez reuniões com times das quatro divisões do Campeonato Brasileiro. Os encontros foram realizados na sede da entidade, no Rio de Janeiro, e pouco se falou sobre a questão técnica. Os principais assuntos em pauta foram a lei de responsabilidade fiscal do esporte (LRFE) e a divisão de cotas de direitos de transmissão.

Nesses encontros, CBF e clubes montaram até estratégia para fazer lobby em âmbito nacional e aprovar a LRFE, lei que refinancia dívidas dos clubes brasileiros mediante a algumas contrapartidas de gestão. O dispositivo tem forte resistência de grupos como o Bom Senso FC, que questiona a debilidade do retorno exigido e a falta de um ente regulador para controlar o cumprimento desses itens.

Espanta ver que CBF e clubes podem organizar lobby político em todo o país, mas sequer pensam em uma estratégia nacional para mudar parâmetros do futebol profissional ou melhorar o trabalho na base.

A TV Globo também marcou reuniões com times brasileiros. Os encontros serão feitos em fóruns menores, com quatro ou cinco equipes, ainda neste mês. A ideia da emissora é falar sobre o atual momento do futebol brasileiro, que perde 10% de espectadores a cada ano, e cobrar mudanças na gestão.

A Globo é apenas uma consumidora do produto futebol. No entanto, chama atenção que a TV é a única a demonstrar preocupação aberta com o tipo de jogo que o Brasil pratica atualmente.

Enquanto isso, os times brasileiros brincam com o torcedor. O presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, admitiu que deixou de pagar impostos porque espera a aprovação da LRFE. O Corinthians está envolvido em denúncia do Ministério Público sobre desvio de impostos. Paulo Nobre já injetou mais de R$ 100 milhões do próprio bolso para reforçar o Palmeiras, que não vence um jogo sequer há oito rodadas no Campeonato Brasileiro. Como diz um amigo, o fundo do poço não tem mola. 

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A atualização específica do treinador de futebol

Nas últimas semanas um tema tem gerado bastante repercussão no ambiente futebolístico: a atualização dos treinadores de futebol brasileiros.

Motivado pela distância observada entre o nosso jogo e o futebol alemão na última Copa do Mundo e também pelo equilíbrio atingido por seleções de pouca tradição no futebol mundial, o tema foi discutido na contratação do novo técnico da seleção brasileira; na repetição dos treinadores em algumas das principais equipes do país após quase vinte anos; no treino de finalização aplicado recentemente por um destes treinadores; e até no Modelo de Jogo do Fluminense, comandado por Cristóvão Borges e que tem impressionado pelo elevado índice de passes certos no Campeonato Brasileiro.

Dunga, em entrevista coletiva, afirmou estar mais preparado para assumir a seleção brasileira. Assistiu a muitos jogos, viajou e conversou com pessoas do meio sobre alguns elementos que conotam a evolução do jogo de futebol. É fato, porém, que após a Copa do Mundo de 2010 ficou um longo período em inatividade.

Wanderley Luxemburgo (Flamengo-RJ), Levir Culpi (Atlético-MG), Muricy Ramalho (São Paulo-SP), Abel Braga (Internacional-RS) e Felipão (Grêmio-RS), em 1995, eram os treinadores das mesmas equipes que estão à frente em 2014.

Um questionamento natural oriundo desta notícia diz respeito ao avanço esperado na atuação prática destes profissionais após dezenove anos. A julgar pelos treinamentos realizados tanto pela seleção brasileira durante a Copa como pela equipe paulista, com finalizações sem adversários, previsíveis, com bolas marcadas e num “ambiente fechado”, a esperada atualização de alguns deles não apresenta evidências tangíveis.

Já em relação a Cristóvão Borges, há poucos meses no comando da equipe carioca e elogiado sobre a qualidade de jogo apresentado por sua equipe, o mesmo assumiu a necessidade de capacitação, mencionou as fontes que pesquisou/estudou futebol e afirmou que hoje se sente um treinador melhor preparado.

Em declaração recente apontou que enfatiza nos treinamentos a assertividade dos passes e a qualidade técnica do futebol brasileiro simulando as situações semelhantes àquelas que acontecerão nos jogos.

De que forma ele tem aplicado, não sabemos. Sabemos, no entanto, que tem dado resultado.

E em sua opinião, caro leitor, como se dá a atualização específica de um treinador de futebol?

Fazer cursos é suficiente para melhorar a atualização profissional?

Assistir jogos do futebol europeu credenciam nossos treinadores para trabalhar em alto nível?

Conversas informais sobre treinamentos possibilitam uma intervenção precisa no sistema caótico que é uma equipe de futebol?

Repetir treinos que deram certo no passado é a fórmula atual para conquistar resultados?

Nós, profissionais da modalidade das mais diferentes áreas de atuação, tendemos a simplificar os problemas (e as soluções) para as questões que têm refletido nosso atraso.

Sob este viés, consideramos a atualização profissional como uma condição que se adquire com atitudes isoladas, desconectadas da prática.

Em hipótese alguma devemos negá-la, pois cada reflexão e aprendizagem diária pode nos moldar na direção de uma melhor atuação profissional.

E para uma prática atualizada do ponto de vista da complexidade e especificidade, podemos remeter à corrente dos treinadores que preparam suas equipes para o jogo, jogando (com os devidos ajustes técnico-físico-tático-emocionais de cada atividade).

Pode ser que estes treinadores tenham chegado à conclusão de que a melhor maneira de aperfeiçoar o treino (ambiente predominante de intervenção do treinador e construção da equipe) é operacionalizando-o, com os constantes ajustes do nosso crescimento diário e respaldado pela interdisciplinaridade que, nos dias de hoje, compõe uma equipe de futebol.

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A atualização específica do treinador de futebol

Nas últimas semanas um tema tem gerado bastante repercussão no ambiente futebolístico: a atualização dos treinadores de futebol brasileiros. Motivado pela distância observada entre o nosso jogo e o futebol alemão na última Copa do Mundo e também pelo equilíbrio atingido por seleções de pouca tradição no futebol mundial, o tema foi discutido na contratação do novo técnico da seleção brasileira; na repetição dos treinadores em algumas das principais equipes do país após quase vinte anos; no treino de finalização aplicado recentemente por um destes treinadores; e até no Modelo de Jogo do Fluminense, comandado por Cristóvão Borges e que tem impressionado pelo elevado índice de passes certos no Campeonato Brasileiro.

Dunga, em entrevista coletiva, afirmou estar mais preparado para assumir a seleção brasileira. Assistiu a muitos jogos, viajou e conversou com pessoas do meio sobre alguns elementos que conotam a evolução do jogo de futebol. É fato, porém, que após a Copa do Mundo de 2010 ficou um longo período em inatividade.
Wanderley Luxemburgo (Flamengo-RJ), Levir Culpi (Atlético-MG), Muricy Ramalho (São Paulo-SP), Abel Braga (Internacional-RS) e Felipão (Grêmio-RS), em 1995, eram os treinadores das mesmas equipes que estão à frente em 2014. Um questionamento natural oriundo desta notícia diz respeito ao avanço esperado na atuação prática destes profissionais após dezenove anos. A julgar pelos treinamentos realizados tanto pela seleção brasileira durante a Copa como pela equipe paulista, com finalizações sem adversários, previsíveis, com bolas marcadas e num “ambiente fechado”, a esperada atualização de alguns deles não apresenta evidências tangíveis.

Já em relação a Cristóvão Borges, há poucos meses no comando da equipe carioca e elogiado sobre a qualidade de jogo apresentado por sua equipe, o mesmo assumiu a necessidade de capacitação, mencionou as fontes que pesquisou/estudou futebol e afirmou que hoje se sente um treinador melhor preparado. Em declaração recente apontou que enfatiza nos treinamentos a assertividade dos passes e a qualidade técnica do futebol brasileiro simulando as situações semelhantes àquelas que acontecerão nos jogos. De que forma ele tem aplicado, não sabemos. Sabemos, no entanto, que tem dado resultado.

E em sua opinião, caro leitor, como se dá a atualização específica de um treinador de futebol?

Fazer cursos é suficiente para melhorar a atualização profissional? Assistir jogos do futebol europeu credenciam nossos treinadores para trabalhar em alto nível? Conversas informais sobre treinamentos possibilitam uma intervenção precisa no sistema caótico que é uma equipe de futebol? Repetir treinos que deram certo no passado é a fórmula atual para conquistar resultados?

Nós, profissionais da modalidade das mais diferentes áreas de atuação, tendemos a simplificar os problemas (e as soluções) para as questões que têm refletido nosso atraso.

Sob este viés, consideramos a atualização profissional como uma condição que se adquire com atitudes isoladas, desconectadas da prática. Em hipótese alguma devemos negá-la, pois cada reflexão e aprendizagem diária pode nos moldar na direção de uma melhor atuação profissional.

E para uma prática atualizada do ponto de vista da complexidade e especificidade, podemos remeter à corrente dos treinadores que preparam suas equipes para o jogo, jogando (com os devidos ajustes técnico-físico-tático-emocionais de cada atividade). Pode ser que estes treinadores tenham chegado à conclusão de que a melhor maneira de aperfeiçoar o treino (ambiente predominante de intervenção do treinador e construção da equipe) é operacionalizando-o, com os constantes ajustes do nosso crescimento diário e respaldado pela multidisciplinaridade que, nos dias de hoje, compõe uma equipe de futebol. 

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Valor de transferência dos atletas poderá ser obrigatório pagamento de dívidas

A mudança nos rumos do futebol brasileiro permanecem na pauta. A preocupação com a queda do nível desportivo e da audiência levaram a Globo, principal detentora dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, a se reunir com os clubes e até aventar a volta da fórmula com “mata-mata”.

No rumos dos novos ares, tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei 6683/2013, do Senado Federal, que tem por objetivo conferir maior transparência ao contrato especial de trabalho desportivo.

A proposta é que, ao registrar um contrato, a entidade de prática desportiva deverá registrar também a lista de investidores com que tenham negociado parcelas de eventual pagamento valor referente a cláusula indenizatória, na hipótese da rescisão por vontade do atleta antes do término de seu contrato. Seria a regulamentação e formalização dos direito econômicos.

Atualmente, segundo a Lei Pelé, eventual pagamento referente à cláusula indenizatória é devido exclusivamente ao clube, já que ela não faz menção às questões econômicas atinentes aos terceiros investidores.

Importante esclarecer que os direitos federativos pertencem à entidade com a qual o atleta firma seu contrato de trabalho, enquanto os direitos econômicos correspondem aos valores recebidos em virtude de transferência por rescisão antecipada.

Outra alteração prevista no Projeto de Lei diz respeito à exigência de que o percentual de 10% da cláusula indenizatória desportiva seja utilizado para a quitação de débitos fiscais, previdenciários e trabalhistas.

Interessante perceber o quão o futebol brasileiro é dependente dos investidores, já que a alteração proposta está na contramão do que pretende a UEFA e a FIFA, que trabalham no sentido de dificultar e/ou impedir que terceiros detenham percentuais nas transferências dos atletas.

Outrossim, constata-se, também, a preocupação com o crescente endividamento dos clubes, já que eles seriam obrigados a abater suas dívidas com 10% dos valores recebidos a cada transferência.

A ideia é boa e bem intencionada, entretanto, a obrigatoriedade de se pagar dívidas com percentual das transferências em uma análise perfunctória parece afrontar o artigo 217, da Constituição, eis que interfere na administração financeira das entidades desportiva e, consequentemente, mitigando sua autonomia.

Ademais, na prática, a tendência é que ocorra um inflacionamento das cláusulas indenizatórias ou que os clubes passem a formalizar no contrato de trabalho valores menores com a consequente feitura de “contratos de gaveta” a fim de impedir o decote de 10%.

De toda sorte, a busca por soluções para o endividamento dos clubes e a manutenção saudável do esporte brasileiro é sempre bem vida. Basta saber se a vontade política, dos clubes, dirigentes e Federações será uníssona e se conseguirá se adequar à normalização constitucional. 

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Altos e Baixos

A nossa vida, quando olhamos ao longo de um período, é uma sucessão de altos e baixos. Essas variações ocorrem desde o primeiro sinal de vida, mesmo antes do nosso nascimento, e só terminam quando a vida chega ao fim, refletida por uma linha contínua, sem nenhuma oscilação.

Portanto, se essas variações são tão comuns, se fazem parte de nossas vidas desde antes do nascimento e se acontecem a todo instante, deveríamos estar acostumados e preparados para lidar muito bem com elas. Certo? Infelizmente não!

Por mais estranho que seja, essa afirmação está longe de ser verdadeira para a maioria das pessoas, empresas e até países. Podemos dizer que é mais comum do que se imagina não estar preparado para lidar com as oscilações.

Por outro lado, por incrível que pareça, nos momentos altos é que existem as maiores falhas e essas falhas se tornam as grandes responsáveis e potencializadoras dos momentos de baixa.

Darei alguns exemplos que mostram esta realidade, mas acredite que além desses existem inúmeros outros. Tenho certeza que ao parar e refletir sobre o assunto, você também identificará imediatamente vários deles, seja na sua vida pessoal, no seu circulo de amizade ou no seu trabalho. E digo mais, hoje mesmo, você pode estar passando por situações típicas de altos e baixos. Afinal, estas oscilações fazem parte de nossas vidas, concorda?

Vamos ao exemplo no esporte, pois é mais fácil de avaliar e pesquisar. Esse final de semana aconteceu o GP do Canadá de Formula1 e o Emerson Fittipaldi marcou presença no evento, me dando a inspiração para falar de altos e baixos, pois esse cara é um grande exemplo do título deste artigo.

Em 1974 Fittipaldi, grande responsável por abrir as portas da Formula 1 para outros pilotos brasileiros, já era Bicampeão mundial na categoria mais importante do automobilismo. Mesmo em alta, quando poderia simplesmente ficar onde estava, resolveu fundar uma equipe brasileira.

A equipe teve bons momentos. Fittipaldi, mesmo sem vencer, continuou em alta por um tempo, mas o que era para ser um grande sucesso, acabou em um grande momento de baixa. A equipe faliu no final de 1982, quando Fittipaldi já tinha abandonado as pistas e era chefe da equipe. Nessa época ele viveu, talvez, sua maior baixa. Foi duramente criticado, viu seu talento ser questionado por várias pessoas e seus bons momentos foram esquecidos. O grande Emerson Fittipaldi retirou-se em silêncio da Formula 1 e foi construir uma nova vida nos Estados Unidos.

Nem imagino o quão difícil foi esse momento de transição. Mas, a fase de baixa foi superada com maestria quando Fittipaldi, já com 38 anos, iniciou uma nova e bem sucedida carreira na Formula Indy (Cart), onde foi campeão em 1989, vencendo a tradicional prova das 500 Milhas de Indianápolis em 1989 e 1993. Não só voltou a brilhar mais uma vez como, novamente, abriu portas para pilotos nas terras do Tio Sam. Hoje, novamente em seu momento de alta, é um homem de negócios respeitado e referência para os norte-americanos, que o chamam carinhosamente de Emmo.

Não tenho detalhes dessa história, mas acredito que essa virada, na forma e na magnitude que em que ela se deu, só foi possível porque, mesmo nos momentos de alta, Fittipaldi nunca foi soberbo, sempre respeitou pessoas e instituições, sempre foi muito cortês com quem esteve acima, abaixo e ao seu lado.

Ao contrário, nas empresas, já vi executivos sucumbirem e não se levantarem mais depois de um momento de baixa, depois de uma demissão. É óbvio que esses executivos não passam dificuldades extremas, mas não atingiram mais o patamar de sucesso e de alta onde se encontravam no passado. Entre os vários motivos que levam a essa baixa permanente, observo que um comportamento está sempre presente – a soberba.

São dois exemplos extremos, um de sucesso, em que a pessoa volta a atingir o patamar de alta e outro onde a pessoa não chega mais ao patamar que alcançou um dia. Entre esses dois estão os casos mais comuns, onde as variações são mais tênues, então vejamos:

– Hoje um Time é campeão, no campeonato seguinte fica em posições intermediárias, depois volta a vencer.
– Hoje um profissional gerencia uma área importante de uma empresa, perde o emprego e em um curto período de tempo se recoloca e exerce essa mesma função em uma nova empresa.
– Ontem o melhor piloto de F1 era o Vettel, hoje já falam em Daniel Ricciardo, Hamilton, Alonso, assim como foi com Senna, Piquet, Mansel e Prost.

Como essas oscilações são na maioria das vezes inevitáveis pensei em algumas dicas para compartilhar com você para serem visitadas nos dois momentos:

Cinco dicas para quando estiver em alta na carreira:

1. Evite a soberba
2. Trabalhe forte mas saiba equilibrar todos os "pratos"
3. Honestidade em todas as realizações
4. Respeite seus pares, subordinados e superiores
5. Conheça seu potencial e invista em sua capacitação profissional.

Cinco dicas para quando estiver em baixa:

1. Nunca perca a esperança, acredite em você e em seu potencial
2. Insista e persista, siga em frente e busque atingir seus objetivos
3. Não desanime use as dificuldades para aprender e se fortalecer
4. Fique atento às oportunidades, elas podem vir de onde menos se espera
5. Tenha uma certeza, essa fase não durará para sempre

Para os que estão vivendo seu momento de baixa, deixo como mensagem a frase que faz parte da música inspiradora do técnico da seleção brasileira Felipão "Tá escrito" e que tem uma ótima ligação com o assunto que estamos tratando aqui:

“Erga essa cabeça, mete o pé e vai na fé
Manda essa tristeza embora
Basta acreditar que um novo dia vai raiar
Sua hora vai chegar!”

Abraços a todos!


*Cezar Antonio Tegon é graduado em Estudos Sociais, Administração de Empresas e Direito. É Presidente da Elancers, Sócio Diretor da Consultants Group by Tegon e Presidente do conselho de administração do ClickGestão. Com experiência de 30 anos na área de RH, é pioneiro no Brasil em construção e implementação de soluções informatizadas para RH