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Discutindo Treino – 2

Olá, caro leitor!

Peço licença para que, antes de iniciar a discussão desta coluna, possa realizar uma breve atualização em minha situação profissional. No último mês recebi o convite para participar de um processo seletivo do Clube Atlético Paranaense, o clube buscava um profissional para ser seu novo Auxiliar Técnico da Categoria Sub-17, ao final do processo o clube entendeu que meu perfil se enquadrava no que procuravam e então fui o escolhido para ocupar o cargo. Fico extremamente honrado, feliz e motivado com a oportunidade e confiança depositada em mim para participar do grandioso (e bem estruturado) projeto de futebol do clube.

Feito isto, vamos retornar ao tema da coluna, retomando as discussões sobre atividades de treino. Certa vez, ouvi a seguinte frase de um vitorioso jogador profissional em atividade (ao qual irei preservar a identidade): “Não tem muito segredo… Treinou direitinho, as coisas acontecem no jogo. Não é mais como antigamente, quando se resolvia na hora do jogo…Hoje em dia, se não treinar direito, depois as coisas não acontecem…”

Quis compartilhar esta frase para reforçar a importância dos processos de treino, e mais ainda a importância de bons processos de treino. Processos estes que, na maioria das vezes, são reconhecidos pelos jogadores (mesmo que de forma intuitiva), e tem papel determinante na qualidade do jogo que a equipe irá apresentar. Sendo assim, mãos à obra!

Trago hoje um jogo conceitual (termo já discutido aqui) com objetivos principais de “Passes de ruptura” e “Linha de 4 defensiva”:

treino

treino1

treino2

  • Conteúdos Primários: Buscar realizar passes para romper a linha de marcação adversária; Estruturar linha de 4 defensiva.
  • Conteúdos Secundários: Quebras de linha; Coberturas; Equilíbrio; Flutuação; Passe; Domínio orientado.
  • Desenvolvimento: equipes de 8 x 8; Dois blocos de 6×2’/1’ com 5’ de pausa entre eles; Cada equipe busca trocar o máximo possível de passes para romper a linha de marcação adversária (passes de ruptura); após 2’, a equipe que tiver trocado mais passes de ruptura vence a rodada; os passes podem ser em qualquer direção ou altura, mas só são contabilizados os passes de ruptura; 1 jogador de cada equipe pode invadir o espaço do adversário, afim de recuperar a bola ou facilitar um passe de ruptura; cada quarteto tem até 10’’ para realizar um passe de ruptura, do contrário, a equipe perde a posse da bola; quando uma equipe recupera a bola, instantaneamente passa a buscar trocar passes de ruptura; A cada 2’ se troca os quartetos de posição.
  • Feedbacks: Para quem ataca, são realizados com o intuito de que os jogadores busquem gerar desequilíbrios na linha defensiva adversária através de passes, movimentações e domínios orientados. Enquanto que aos defensores, se ajustam questões de distâncias entre os companheiros na linha de 4 (equilíbrio), rápida flutuação de acordo com a posição da bola, fechamento de espaços para impedir passes de ruptura, momento certo de quebra de linha com as coberturas dos demais jogadores e ajustes para melhor posição do corpo. Rápida mudança de comportamento (ofe/def) e tomada de decisão para todos.

Agora é com você leitor! O que pensa a respeito desta atividade? Que alterações/adaptações sugere? Que atividades realizaria para trabalhar os mesmos objetivos?

Traga suas ideias e sugestões! Treinos de qualidade, irão favorecer que a equipe apresente um jogo com cada vez mais qualidade nas partidas.

Até a próxima!

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Pioneiro: Bahia adere ao programa “Jogue Limpo, Jogue Bem” do UNICEF e Universidade do Futebol

O presidente do Bahia, Marcelo Sant’Ana, participou na manhã desta sexta, 28, na Arena Fonte Nova, de um evento no qual oficializou a adesão do Bahia no programa “Jogue Limpo, Jogue Bem”, que pertence ao UNICEF/Universidade do Futebol. O clube é o primeiro a fazer parte da ação.

“Mais uma iniciativa do nosso clube referente à responsabilidade social. Demos o primeiro passo em outubro de 2015 com as Obras Sociais Irmã Dulce, que tem nos dado muitas alegrias de retribuir o carinho dos baianos. Com o programa “Jogue Limpo, Jogue Bem”, daremos uma atenção aos nossos garotos da divisão de base, melhorar a formação enquanto cidadão. É a minoria desses jogadores que vão chegar na equipe profissional”, disse o presidente.

De acordo com o presidente, o objetivo do programa ultrapassa o limite do campo, indo para o lado humano e social. “É ter esse trabalho para nos desenvolver como clube e instituição. Não adianta apenas se preocupar com o time profissional, que são os onze que entram em campo. Temos que nos preocupar com o clube e o clube envolve todos os jogadores que a gente sabe que na formação não vão chegar. No elenco profissional do Bahia, hoje temos Jean, Rodrigo, Eder, Feijão, Juninho, Douglas e Júnior Brumado. Nenhum desses chegou ao Bahia com 14 anos, talvez Feijão. Esses são os que chegaram ao profissional. E, os outros? Como preparamos para uma vida fora do futebol? É essa preocupação que a gente tem”, comentou.

Captura de Tela 2017-08-04 às 16.00.42

Fonte: www.bahianoar.com

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Pioneiro: Bahia adere ao programa "Jogue Limpo, Jogue Bem" do UNICEF e Universidade do Futebol

O presidente do Bahia, Marcelo Sant’Ana, participou na manhã desta sexta, 28, na Arena Fonte Nova, de um evento no qual oficializou a adesão do Bahia no programa “Jogue Limpo, Jogue Bem”, que pertence ao UNICEF/Universidade do Futebol. O clube é o primeiro a fazer parte da ação.

“Mais uma iniciativa do nosso clube referente à responsabilidade social. Demos o primeiro passo em outubro de 2015 com as Obras Sociais Irmã Dulce, que tem nos dado muitas alegrias de retribuir o carinho dos baianos. Com o programa “Jogue Limpo, Jogue Bem”, daremos uma atenção aos nossos garotos da divisão de base, melhorar a formação enquanto cidadão. É a minoria desses jogadores que vão chegar na equipe profissional”, disse o presidente.

De acordo com o presidente, o objetivo do programa ultrapassa o limite do campo, indo para o lado humano e social. “É ter esse trabalho para nos desenvolver como clube e instituição. Não adianta apenas se preocupar com o time profissional, que são os onze que entram em campo. Temos que nos preocupar com o clube e o clube envolve todos os jogadores que a gente sabe que na formação não vão chegar. No elenco profissional do Bahia, hoje temos Jean, Rodrigo, Eder, Feijão, Juninho, Douglas e Júnior Brumado. Nenhum desses chegou ao Bahia com 14 anos, talvez Feijão. Esses são os que chegaram ao profissional. E, os outros? Como preparamos para uma vida fora do futebol? É essa preocupação que a gente tem”, comentou.

Captura de Tela 2017-08-04 às 16.00.42

Fonte: www.bahianoar.com

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Mais que um clube: uma nação contra Neymar

Com pouco mais de 32 mil km², idioma próprio e cerca de 7,5 milhão de habitantes, a Catalunha é uma comunidade autônoma espanhola cuja capital é Barcelona. É governada pelo separatista Carlos Puigdemont, do Partido Democrático Europeu Catalão (PDeCAT), e a sua assembleia possui uma maioria esmagadora de deputados que apoia o movimento separatista.

A comunidade autônoma é a mais rica da Espanha e conta com um PIB de mais de 200 bilhões de euros.

Sob o slogan “mais que um clube”, o Barcelona, um dos maiores times do mundo, não representa apenas os títulos conquistados, mas a identidade catalã, que vive o sonho separatista e um conflito diplomático antigo com o governo espanhol. Mais que um clube porque o Barcelona representa a cultura e os sentimentos da nação catalã, tanto que em 1921 redigiu seus estatutos em catalão.

Por tudo isso, ao trocar voluntariamente o clube catalão pelo PSG, o sentimento do povo da Catalunha não é de ter havido uma simples opção profissional (e financeira), mas, de ter virado as costas para tudo o que o clube simboliza.

É algo como se amanhã Neymar trocasse a Seleção Brasileira pela Uruguaia. A sensação é de traição, de menoscabo. Por isso um dos maiores jornais de Barcelona, o “Sport” entabulou a manchete “Hasta Nunca” (até nunca mais).

A transferência que promete fazer girar os polos geográficos do futebol colocando Paris no centro, deve fazer de Neymar um “vilão” do povo catalão.

Independente do desenrolar político, o mundo dos negócios do futebol se dividirá em antes e depois da transferência Neymar/PSG.

Parabéns, Marcelo Bechler pelo mega furo, e sorte ao Neymar.

Que venha o hexa, na Rússia, com mais um brasileiro “camisa 10 no PSG”.

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O “problema” da posse

Ter a bola vem se tornando um problema para muitas equipes. Em alguns jogos, prioritariamente do Campeonato Brasileiro, observa-se (frequentemente) equipes com menos posse de bola e com larga vantagem no placar. Como o contrário também é verdade, equipes com larga vantagem na posse de bola e com ineficiência ofensiva, consequentemente, com derrota no resultado. Somando a isto, temos equipes onde a grande maioria dos gols feitos se dá na forma de transição ofensiva (contra-ataque). De fato, existem equipes que não sabem ter a bola ou não sabem o que fazer com ela, contudo, precisamos entender e aceitar, que o problema é mais complexo do que parece.

Muitos podem pensar que se não sabemos (ou não sei) o que fazer com a bola, vamos apenas atacar de forma rápida e/ou em transição (contra-ataque). Uma forma simples de resolver um problema complexo? Pode ser! Mas será a ideal? Talvez, não! Sei que o ideal no futebol brasileiro é algo momentâneo, por isso, o ideal muda a todo momento. Mas penso que existe um problema que o próprio jogo te oferece. Em alguns momentos (vários) tua equipe vai ter a bola. Em alguns momentos (vários) tua equipe vai ter tempo e espaço para construir o jogo ofensivo que tu pretende. E, se torna condição fundamental para equipes e treinadores saberem responder estes problemas quando surgirem, se quiserem chegar e ter alto rendimento (constante). Saber (coletivamente) o que fazer para responder o problema que o jogo oferece e manter a tua qualidade (teu ideal) enquanto equipe/atleta/treinador.

Contudo, o problema não se esgota em ter ou não ter a bola. Passa necessariamente pela intencionalidade quando se tem ou não se tem a bola. E, aqui não adianta dar e inventar soluções para este problema (a famosa receita de “bolo”). Como falei, a complexidade do problema requer um estudo de cada caso, de cada contexto e ambiente.

Ter ou não ter a bola pode ser uma ideia de jogo da equipe/atleta/treinador ou uma cultura de jogo do clube. E, quando falamos de cultura falamos de hábitos. Esta ideia de ter ou não ter a bola precisa estar correlacionada aos hábitos da equipe/hábitos dos atletas. E, o processo de ensino-treino precisa fielmente respeitar estes aspectos. Hábitos (comportamentos) que se adquire na prática, vivenciar as devidas ideias (sistematicamente/frequentemente) de jogo para que se possa obter aquilo que se pretende. E, é exatamente por isso que o modelo de jogo (que vem também das ideias de jogo), mesmo quando não existindo, pode contrariar aquilo que quero modelar.

Enquanto um único querer não prevalecer, em algum momento a equipe vai confundir (ou vai demorar para se encontrar) o caminho que se quer percorrer quando se tem a bola. Assim, o percurso que se pretende seguir não será claro, demorando a se chegar no destino final, se chegar.

Video reflexão

 

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Por que não fabricamos 5 como Redondo e Busquets?

As estruturas e as posições de jogo ao longo dos anos foram passando por várias revoluções que delinearam características diversas para o jogo. Estrutura de jogo pode ser definida “como a opção escolhida para dispor os jogadores no terreno de campo por um viés numérico-espacial”.

A estrutura é o pontapé inicial e, sozinha, analogicamente, seria como dispor 11 árvores dentro de campo. Sem dinâmica, domínio posicional, domínio espacial, progressão espacial e a funcionalidade pretendida, advindos das características individuais e relacionais dos jogadores, a estrutura nasceria morta. E várias são as estruturas montadas que geram diferentes posições. Muitas perderam um pouco sua essência e outras ganharam uma hipervalorização.

Esse panorama arrasta consigo aspectos positivos e ao mesmo tempo exageros, distorções e propriamente invenções que desvirtuam algumas posições.

O grande problema é que o gerenciamento dessas posições distorcem em alguns momentos as características dos jogadores por ideias fixas de jogo. Evidente que cada ideia de jogo vai arrastar repercussões diferentes e cada jogo também, mas gerar chavões únicos e eternos é algo que descura muita coisa.

Atualmente, vejo uma visão muito simplista para a posição 5. Parece que só existe um perfil único de 5. O famoso perfil “tranca ataque”. É impressionante o imaginário comum para essa posição. E, nesse perfil traçado trago algumas perguntas para refletirmos:

Essa posição só serve para marcar?

O jogador deve inibir o adversário para jogar nessa posição?

Para jogar nessa posição o jogador tem que ser Pit Bull?

Para jogar nessa posição o jogador deve ser lutador de MMA?

Essa posição só serve para correr atrás dos adversários?

Não enxergamos essa posição como o primeiro jogador para armar a equipe?

O jogador dessa posição deve entrar a todo momento no meio dos zagueiros?

Jogador técnico não pode jogar nessa posição?

Criamos cenários nas categorias de base para desenvolver que perfil de jogador nessa posição?

Por que os jogos nas categorias de base ficam muito de bolas longas e dificultam quem joga nessa posição?

Jogadores leves e baixos não podem jogar de 5?

Por que algumas equipes colocam um duplo 5 com pouca intenção de jogar?

Não podemos ajudar um jogador menos técnico a dominar o espaço dessa posição?

Jogadores como Redondo e Busquets jogariam no Brasil?

Muitas perguntas para refletirmos. Penso que para jogar nessa posição o jogador precisa muito mais que a famigerada dimensão física. Ele precisa de inteligência, ou seja, opções e decisões variadas para dominar o espaço posicional, estar bem situado, bem posicionado e ordenar a equipe em todos os momentos e instantes do jogo. O perfil dessa posição deve desenvolver futebolistas que o jogo bem jogado deve interessar a todo momento.

Redondo e Busquets clarificam um pouco esse perfil, e deixam claro algumas possibilidades para jogar nessa posição com algumas ideias abaixo:

Redondo

“Para jogar nessa posição o jogador deve jogar com sentido de orientação, de espaço e ouvir os ruídos. Não se pode jogar futebol sem ouvir ou falar. Há que escutar para eleger. Fico com raiva quando um companheiro pede a bola a gritos e logo não está só e está com um rival próximo. Quero me matar. A posição 5 é muito importante para que a equipe jogue bem. Pela posição que ocupa em campo, sempre está vendo as costas de seus companheiros e é o jogador que tem maior panorama para ordenar o jogo”. 

Busquets

“Trato de estar bem colocado. Basicamente, meu jogo depende de manter a posição, devo dar equilíbrio à defesa e ao centro do campo. Minha posição fica no meio de todo sistema. Meu jogo é uma questão de ordem. Se a equipe está ordenada, eu jogo mais rápido. Trato de saber o que fazer com a bola antes que ela chegue. Por isso, necessito saber onde estão meus companheiros, é uma questão posicional, de automatismos. Se não perdermos as posições, é mais fácil que a bola corra”.

Não existe um perfil único posicional, até por que todos os jogadores são singulares, mas criar dogmas e automaticamente arrastar um panorama funcional em cima, pode gerar uma cultura única para uma posição. E a posição 5 precisa fugir dessa cultura unanime. Para mim, é estar ordenado para dominar a situação sendo o vértice para progredir, retirar da pressão, variar o centro do jogo e trocar o ritmo do que simplesmente uma posição que o jogador lute para brigar alucinadamente com o rival.

Abraços e até a próxima quarta!

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Até logo e continuemos a luta por um futebol melhor em nosso país

Escrevo semanalmente essa coluna desde novembro do ano passado e me despeço no dia de hoje por conta de um grande desafio profissional. Além de agradecer aos leitores com quem dividi as minhas visões sobre gestão e marketing esportivo, gostaria de fazer um agradecimento especial a toda equipe da Universidade do Futebol, que realiza um trabalho incrível e incansável pela melhoria dessa nossa paixão nacional.

A mensagem que gostaria de deixar é que temos um trabalho enorme pela frente, mas que com seriedade, transparência e profissionalismo, conseguiremos subir um degrau de cada vez. Vemos algumas boas práticas ocorrendo pelo país afora e essas devem ser exaltadas para que se tornem mais comuns.

Vivemos um momento conturbado e de reflexão sobre o que queremos para o nosso país. Pela expressão que o futebol representa aos brasileiros, devemos aproveitar esse momento para construir algo realmente novo e eficaz. Que o futebol, e o esporte em geral, seja um modelo para essa transformação.

Na minha primeira coluna, escrevi sobre o fã, a razão de tudo efetivamente existir. O fã é o nosso povo, que merece o carinho, respeito e esforço para que o seu amor pelo futebol seja retribuído da forma que merece.

A partir da próxima semana, quem passa a escrever essa coluna é o Virgílio Franceschi Neto. Além de um grande amigo, trata-se de um excelente profissional, íntegro, altamente capacitado e apaixonado por esportes. Desejo todo sucesso nessa nova prazerosa atribuição.

Muito obrigado a todos novamente. Deixo um grande abraço.

Carlos Pereira