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Clube-empresa solução para o futebol do interior

Terminar o mês ou o ano “no azul” dentro da indústria do futebol é desafio cada vez mais difícil. Mesmo aqueles clubes e federações com recursos disponíveis, em função dos desafios e imprevisibilidade do mercado, obedecem cada vez mais critérios a fim de que estas organizações não fujam da estratégia e do planejamento de toda uma temporada. Equipes com numerosa base de torcedores são capazes de se planejar financeiramente de maneira mais confortável do que a grande maioria dos clubes brasileiros. Afinal, nos tempos de hoje torcedor é consumidor e, assim, fonte de receitas.
Mas esta não é a realidade. Nem todas as instituições do futebol brasileiro possuem tantos torcedores e potencializam este poder de consumo. Para seguirem existindo ficam refém de “aventureiros” no futebol e, em muitos casos, mecenas que não os conduzem com boas práticas de gestão e levam o clube para um caminho insustentável. Como resultado, muitos deles deixam de existir, simplesmente.
A indústria do futebol caracteriza-se também pela baixa regulamentação. Não há controle financeiro, punição para quem não cumpre normativas ou a existência de um teto salarial para que os gastos sejam moderados. Estes são apenas alguns fatores que tornam este mercado bastante instável.
A regulamentação das atividades de um clube-empresa é capaz de dar uma alternativa ao futebol de clubes do Brasil a fim de levantar recursos e potencializar receitas. Para existir e seguir, a empresa precisa ser lucrativa e terá que obedecer uma série de regulamentações externas e internas se quiser operar no mercado. Uma delas, por exemplo, é o próprio limite salarial. A coluna não diz que ele tem que ser baixo, mas por exemplo aumentar conforme melhorar o desempenho do clube.
O futebol de clubes do interior do Brasil, repleto de história mas também de exemplos de má gestão, e em meio à crescente capitalização do esporte e às mudanças do mercado pode receber um fôlego ao atrair investidores, que levarão em consideração as instalações, a localização o palmarés e interferência nula de conselheiros ou torcedores no cotidiano da instituição. Ao mesmo tempo, algumas cidades e regiões também poderão captar investimentos de grupos interessados a começar um novo clube, desde o que conhecemos como sendo o “zero”.

O então Clube Atlético Bragantino fez a “Final Caipira” do Paulistão de 1990 contra o Novorizontino. (Foto: Divulgação/Reprodução)

 
Com tudo isso, a regulamentação do mercado, a regularização do clube-empresa é sem dúvida uma sobrevida para o futebol de clubes do interior do Brasil e a sua sustentabilidade dependerá das boas práticas de gestão.

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Em tempo mais uma citação que se relaciona com o tema da coluna:

“Qualquer um pode saber. Mas nem todos podem entender”.
Albert Einstein