Categorias
Conteúdo Udof>Colunas|Sem categoria

Um “Bola da Vez” especial – Tiago Nunes

Quem viu o programa da ESPN, ainda que sem olhos e ouvidos muito apurados, teve orgulho da Escola Brasileira de Futebol tão bem representada que foi por um de seus protagonistas. A vez era do treinador athleticano Tiago Nunes no “Bola da Vez”! Um profissional que passou por todos ou quase todos os estágios da formação até chegar ao alto nível e deu show de competência na narração da sua trajetória.

Olha que eu, consciente do tamanho da minha ignorância, sei apreciar qualidade quando o assunto é futebol.

Tiago Nunes discorreu sobre várias nuances do futebol, brasileiro e internacional, do Athletico em particular e da vida, enfim foram minutos de muito prazer, orgulho e aprendizado.

O ambiente do futebol brasileiro – gestão, calendário, êxodo de jogadores, estrutura de clubes, politicagem, dentre outros – é tão perverso que não consegue refletir mais naturalmente a competência dos seus profissionais que andam ali “perdidos”. São sempre julgados pelos resultados de campo e responsabilizados com exclusividades absurdas pelas mazelas do nosso futebol.

Se tudo fosse “redondo” no futebol brasileiro escancararíamos muita coisa boa para o mercado interno e internacional. Não tenho dúvidas.

– Estar na final da Copa do Brasil não tinha nada de absurdo para mim, pois chegar onde estou hoje como profissional do futebol já é o maior dos absurdos!

Foram mais ou menos estas as palavras do Tiago, quando perguntado sobre os seus sentimentos nos momentos que precederam a final.

Genial! Humildade dos grandes homens!

Não quero citar outros nomes brasileiros para confirmar minha certeza sobre a qualidade profissional da nossa escola de futebol. Vou acabar cometendo injustiça me esquecendo deste ou daquele. Quero ficar apenas no Tiago Nunes, até porque ele levantou taças importantes nos últimos dois anos e quero dar destaque a isso.

O Athletico, no entanto, não pode passar despercebido neste contexto. Citado várias vezes pelo próprio treinador, o “gigante paranaense” é um grande exemplo de estrutura clubista com “gestão esportiva” de alto nível.

Este clube está repleto de excelentes profissionais respaldados por aparatos científicos de ponta que dão importante suporte ao ambiente que todo treinador construtor de jogo precisa e gostaria de ter.

O presidente Mário Celso Petraglia é um mestre na valorização da modernidade científica do esporte, dentre outras coisas. Se me perguntassem qual é o diferencial do presidente athleticano em relação aos seus pares brasileiros, eu responderia:

 Gere o seu Athletico com “foco no clube e no jogo da sua equipe”! Ou seja, o seu modelo de gestão está totalmente apontado para o futebol!

Que novidade!!

Muita novidade sim! Por incrível que pareça, nós, futebol brasileiro, estamos sem foco esportivo em nossas ideias e atitudes, desrespeitando às instituições, aos profissionais, às ciências do esporte, etc.  Além disso, tudo e todos são mais importantes que o clube há muitos anos. E nisso o Mário Celso Petraglia não fraqueja: O crescimento do seu Athletico é prioridade sempre!

Voltando à competência dos nossos treinadores, outra demonstração de amor e respeito ao futebol brasileiro foi quando Thiago Nunes respondeu sobre a possibilidade de trabalhar no Continente Europeu:

– Quero um dia morar na Europa sim, mas muito por questões culturais. Conhecer e viver costumes e línguas diferentes. Acho que isso será enriquecedor para mim e minha família.

Totalmente na contramão do que se espera de qualquer profissional brasileiro em várias áreas do mercado de trabalho. Até compreensível porque nosso país está marchando, marchando e saindo pouco do lugar, o que estimula o êxodo em geral.

Personificado no que estamos vendo do grande trabalho do Thiago Nunes e do Athletico e ao contrário do que está no imaginário dos brasileiros, o nosso futebol não precisa de treinadores “donos de clubes”, como o passado e parte do presente produziu. Acho até que isso sempre foi efeito colateral da ausência de gestão esportiva competente. Muitos treinadores se sobressaíram ao longo da história porque souberam e/ou tiveram que ocupar o vazio de gestão técnica que sempre teve e continua tendo em muitos clubes de futebol no Brasil.

Thiago Nunes tem sido o treinador do Athletico e o Athletico um clube de futebol que oferece as condições necessárias ao trabalho do Tiago Nunes. Posso dizer isso sem medo de errar porque também estive no Athletico por três ótimos anos da minha vida profissional.

Tiago Nunes é um técnico raiz do futebol brasileiro, já que passou por duas dezenas de clubes pequenos até chegar a este ponto. Obrigado por ter sido campeão brasileiro e sul-americano como foi. Você fortalece e se faz referência da nossa escola que tem vários outros profissionais do seu nível em condições de aparecer.

Que continuemos ganhando com o respaldo das competências aqui citadas e outras que irão surgir.

Que o “complexo vira-latas” não nos tire a visão dos verdadeiros problemas e virtudes do nosso futebol! Lições para todos nós que fazemos o futebol brasileiro.

Parabéns à ESPN que produziu momento especial na televisão brasileira.

Até a próxima!

Categorias
Conteúdo Udof>Colunas|Sem categoria

A ‘retranca’ de Carille no Corinthians

Simplificar e resumir a complexidade do futebol é algo inevitável. Mas não necessariamente justo. Assim como condicionar a análise apenas pelo resultado. Claro que a vitória é o objetivo máximo de qualquer competição. Mas não é só quem fica campeão que trabalha bem. Reconhecer bons processos contextualizando qualidade do elenco, condições do clube, orçamento e etc é quase que uma obrigação.

A situação de Fábio Carille no Corinthians é a que mais me intriga neste momento. Ficou estampado na cara de todos recentemente que vale o resultado. E só. Se ganha, é exaltado o trabalho de continuidade, da linha de trabalho que vem desde Mano Menezes, passando por Tite em que a consistência defensiva é o que baliza todo o modelo. Se perde, a palavra retranca e tudo de pejorativo que ela carrega vem a tona.

O Corinthians tem a melhor defesa do Campeonato Brasileiro e isso não é fruto do acaso. Tem muito trabalho por trás dos poucos gols sofridos. A linha defensiva de quatro, nos moldes da escola italiana como o Corinthians faz, com coberturas em diagonais dificultando a chegada dos adversários, não aparece em campo da noite para o dia. Além de muito treino de campo é necessário fazer os jogadores entenderem e comprarem a ideia.

É claro que Fábio Carille tem dificuldades em organizações ofensivas e isso ficou gritante neste ano. No título Brasileiro de 2017, as presenças de Jô e Guilherme Arana geravam opções que a equipe atual não tem. É nítido como a coordenação entre os meias e atacantes não está no seu potencial máximo e que o lado esquerdo é muito inoperante ofensivamente. Marcando a direita corintiana com Fágner e Pedinho o ataque do time perde a maior parte de sua força.

Não há trabalho perfeito e nem time imbatível. Mas não podemos condicionar uma linha de análise a cada vitória e/ou a cada derrota. A consistência defensiva do Corinthians deve ser exaltada. Como as falhas ofensivas apontadas. Mas há uma intenção e uma ideia prévia no trabalho de Fábio Carille. Gostando ou não ele entrega o que promete. O resultado em campo vai sair do equilíbrio entre os pontos fortes e os pontos fracos do trabalho.

 

Categorias
Conteúdo Udof>Colunas|Sem categoria

Não é simples fazer o São Paulo ‘mudar de patamar’

Me causa calafrio ouvir que determinado jogador vai fazer com que um time ‘mude de patamar’. Quando uma contratação de peso é feita, há uma euforia coletiva pintada sobre o lema ‘agora vai’. Foi assim com Daniel Alves no São Paulo. E de quebra veio o espanhol Juanfran também. ‘Agora não tem como não ir’, pensaram alguns são-paulinos. E eis que o time ‘não está indo’. Não vence há quatro rodadas. Está dez pontos atrás do líder Flamengo. Juanfran foi reserva contra o CSA no Morumbi. Daniel Alves esteve na seleção brasileira e mal treinou com o grupo tricolor. Não há um encaixe entre os bons jogadores do elenco tricolor. As coisas não são tão simples…

Não quero entrar na profunda discussão que temos – ou que não temos, mas deveríamos ter – que o jogo é coletivo e não devemos individualiza-lo, como prega a escola brasileira de futebol. Mas ter bons jogadores não é garantia de nada no futebol. A dobradinha ‘planejamento-execução’ ainda é a ferramenta mais valiosa e que traz mais sucesso.

Por exemplo: quando o São Paulo recontratou Hernanes e Alexandre Pato houve uma análise profunda de como eles conseguiriam contribuir de maneira eficaz com as ideias de jogo? Ops, não havia ideia de jogo quando eles vieram…de janeiro a abril deste ano, o São Paulo teve como treinador André Jardine, Vágner Mancini e Cuca…o mesmo podemos dizer das contratações de Daniel Alves, Juanfran, Tche Tche, Vitor Bueno, Raniel e tantos outros jogadores que vieram com a alegação de uma ‘boa oportunidade de mercado’, mas sem nenhuma base técnico-tática por trás.

Cuca deve sim ser cobrado. Ele também é causa e consequência dessa falta de diretriz do futebol são-paulino, mas poderia apresentar mais consistência de jogo, fortificando as relações entre as peças. É possível argumentar que o departamento médico tricolor esteve cheio até outro dia. Ou que as seleções principal e olímpica desfalcaram o elenco por muitos dias. Porém, enquanto o clube de maneira institucional não definir de verdade o que quer dentro de campo, tendo um conceito, acreditando e trabalhando nele, continuará havendo muita desculpa e pouco resultado.

 

Categorias
Conteúdo Udof>Colunas|Sem categoria

O “futebol moderno” e o “futebol raiz”

É muito comum observarmos as discussões sobre o futuro do futebol, sobre os caminhos que a modalidade mais popular deste país trilha, não apenas por aqui mas também no mundo todo. Sobre as diferenças entre como o jogo é disputado na Europa e como é por estas bandas. Por lá – referência na indústria deste esporte – o caminho tem sido através do futebol total, a formação multidisciplinar e a maximização do espetáculo. O profissionalismo, o estabelecimento de metas e cumprimento de resultados dentro e fora de campo. Em outras palavras, especialistas nomeiam este fenômeno como sendo o “futebol moderno”.

Por outro lado, lembra-se (este colunista, inclusive) do jogo como era antigamente: do amor à camisa, do campo com lama, das quedas de energia, da torcida em pé sob sol e sob chuva. Dos dirigentes que não “largavam o osso” e todos os fatores que constituem outro fenômeno cujos mesmos especialistas batizam-no de: “futebol raiz”.

Lamento dizer, o “futebol raiz” no universo da indústria do esporte de rendimento ficará na lembrança. No máximo pontualmente haverá alguma coisa em um clube ou outro. Nos últimos anos a indústria das telecomunicações e do entretenimento cresceram muito, assim como o mercado publicitário. Foi processo natural que o esporte e especificamente o futebol (de competição) -, manancial de ídolos e referências que estabelecem conexão afetiva com o ser humano -, fosse envolvido por esta indústria. Ora, o que querem entretenimento e publicidade? Justamente esta conexão afetiva.

Esta transformação tem sido a tônica e tudo tem se caminhado para isso. É processo natural, consequência de uma série de fatores que envolvem a nossa sociedade, práticas do mercado e políticas de Estado. Noutros tempos, por exemplo há algumas décadas, especialistas da bola explicavam e discutiam sobre as causas e consequências de futebolistas estarem sendo pagos para jogar. Naquele mesmo tempo, torcedores mais saudosistas diziam que o futebol do passado era o “de verdade”, ou seja, enquanto era amador. Era o “futebol raiz” contra o “futebol moderno” daqueles tempos. Assim era.

Qual então, portanto, será a discussão análoga ao moderno versus raiz, no futebol, daqui a 30 ou 35 anos?

Apresentação de Maradona como treinador do Gimnasia y Esgrima de La Plata/ARG. (Foto: Paula Avila, Reuters, Foto Baires)

 

Diante disso, é difícil haver meio termo entre o passado e o presente. No entanto, é preciso respeitar os dois principais elementos do esporte: o atleta e o torcedor. Ademais, há uma cultura apaixonada que deve ser preservada e respeitada construída através da identidade, conexão afetiva que o esporte consegue estabelecer de maneira única. É seguir em frente, sem perder a ternura.

——-

Em tempo mais uma citação que se relaciona com o tema da coluna:

“A única constante da vida é a mudança.”
ditado popular

 

Categorias
Conteúdo Udof>Colunas|Sem categoria

Debater o ‘tátiquês’ é perda de tempo. Para todo mundo

Debater ideias é sempre interessante. Procuro aprender e crescer com pontos de vista diferentes dos que tenho. Críticas também são bem-vindas. Não aquela que diz que você é uma porcaria. Assim como aquele elogio que diz que você é o melhor do mundo também não ajuda muito. Mas apontar aquele errinho específico, aquela falha no detalhe é fundamental para o crescimento.

Só que acima de qualquer debate e crítica está a relevância do seu conteúdo. Vamos debater para ver quem é mais ‘inteligente’ ou para criar algo melhor juntos? Medir forças não nos tira do lugar, porque aí vamos tentar empurrar ‘goela’ abaixo nossa opinião um para o outro. Porém, criar algo juntos, sim, compensa. Refletir sobre a prática e teorizar em cima de um futuro desejado com a contribuição de todos é algo que me fascina.

Dediquei os dois parágrafos iniciais deste texto justamente para contextualizar de maneira pormenorizada o que vem a seguir, que é mais uma vez a famigerada discussão entre debater tática ou não no noticiário esportivo. Não tem certo ou errado. Não tem melhor e nem pior. O que existe é opinião, maneira de ver o que funciona e o que não funciona para a boa comunicação.

Primeiramente, vamos combinar que o mundo mudou, ok!? Antes eu usava orelhão para falar com a minha então namorada. Hoje consigo fazer chamada de vídeo com a minha atual esposa através de um aparelho celular. Acompanhando essa evolução estão o futebol e a imprensa. E aqui é o ponto que pega muitos que atacam alguns novos termos: a preguiça de estudar as tendências do jogo. Dá trabalho. Não é fácil. Exige leitura, estudo, assistir muito jogo com um outro olhar. E também tem que gostar. E isso é importante: tem gente que não gosta de tática. Acha chato. Ok, tudo bem, respeito. Eu amo tática. Já fiz quase dez cursos na Universidade do Futebol. Já li livros sobre o tema e estudo filosofias de jogo de técnicos do mundo inteiro. Mas, repito, tudo isso porque esse assunto me atrai. Eu amo!

Porém, tem o outro lado da moeda. Quanto mais eu estudo tática mais eu entendo que ela é meio e não fim. A tática serve o jogo de futebol e não o contrário. Ficar preso só ao que acontece taticamente dentro de uma partida é muito pobre. Não representa a totalidade da prática. Até porque o jogo é tático, mas é também técnico, físico, emocional, espiritual e etc e etc. Posso absorver princípios e sub-princípios ofensivos e defensivos de uma equipe, comportamentos de transição ofensiva e defensiva dela, revelar que eles estão sendo muito bem cumpridos, mas mesmo assim esse time pode perder o jogo por 1 a 0. Ou seja, a tática não explica tudo.

O fundamento básico da comunicação é se fazer entender. Se a sua mensagem não for bem compreendida a culpa não é de quem não a entendeu e sim sua que não soube se expressar de acordo com o modelo de mundo e repertório de conhecimento do outro. Em uma comunicação de massa temos de tudo. O bom comunicador é aquele que se faz entender. Por mais estudo que se tenha se quem te acompanha não te entende você não cumpriu sua missão de comunicar. Traduzir o ‘tatiquês’ é a chave. Porque o público entende de futebol, sim senhor. Talvez com outros termos. Mas ele sabe, por exemplo, o que é alargar o campo, conhecido também como amplitude.

Uma imprensa mais competente ajuda a formar um futebol melhor. Todos perdemos de 7 a 1 para a Alemanha, em 2014. Inclusive nós, jornalistas. Elevar o debate é fundamental. Necessário para ontem. Mas sempre se fazendo compreender.

 

Categorias
Conteúdo Udof>Colunas|Sem categoria

Frases Infelizes & Presenças Incômodas

Não é novidade a polêmica em que o já antigo Diretor de Marketing do Corinthians, Luís Paulo Rosenberg, se envolveu, ao mencionar a aids ao tentar explicar a situação do clube em relação a patrocinadores, em emissora de televisão. Uma infeliz declaração, sem dúvida. Talvez em outros tempos isso pudesse ser observado de uma outra maneira, deixando isso passar. No entanto, este tipo de fala desde sempre é incorreta e percebe-se que não há mais espaços para deslizes. O público cobra, questiona. Rejeita.

É a imagem de uma centenária instituição em jogo. Colocada em cheque pelo departamento de marketing, um dos principais – senão o principal – responsáveis por ela. Incoerente, no mínimo. Sobretudo em um clube amplamente lembrado pela sua “Democracia”, cuja palavra está diretamente associada aos conceitos de inclusão e respeito.

O antigo Diretor de Marketing do Corinthians, Luís Paulo Rosenberg. Em segundo plano, o Presidente do clube paulista, Andrés Sanchez. (Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press)

 

No Palmeiras, a presença de Marco Polo del Nero (ex-Presidente da CBF) no conselho deliberativo do clube pode trazer problemas em breve. A FIFA o baniu de quaisquer atividades do futebol em função das investigações que levaram à prisão de José Maria Marin (ex-Presidente da CBF) e outros dirigentes do futebol da América do Sul. Por mais que del Nero tenha pedido licença, ele ainda é conselheiro e a entidade máxima da modalidade prevê rigorosas sanções, tais como perda de pontos no campeonato nacional e, consequentemente, rebaixamento para divisão inferior.

Neste caso, a imagem do Palmeiras também é colocada em cheque. Uma também centenária instituição, reconhecida pela saúde financeira e capacidade de gerar receitas, e que faz pouco lobby em comparação com seus rivais, manter o antigo dirigente – mesmo licenciado – no conselho é, de alguma maneira, estar conivente com velhas e irregulares práticas na gestão do futebol. Acredito que o clube – arrisco-me a dizer que todos eles – queira(m) romper com elas.

Não há mais espaço na sociedade para declarações exclusivas e desrespeitosas. É vergonhoso reconhecer que em outros tempos elas não foram reprovadas publicamente e, com isso, dirigentes esportivos, juristas, ministros de Estado e outras pessoas públicas mantiveram-se no poder ou tiveram reconhecimento positivo ao longo de suas carreiras. No alvinegro, Rosenberg demitiu-se. Claro, deve ter havido alguma questão política, mas a declaração foi a gota d’água. Resta saber o que acontecerá no alviverde.

Termino esta coluna do jeito como encerrei a anterior: o Brasil que se quer – justo, de paz, tolerante, eficiente e produtivo – passa obrigatoriamente também pelo futebol. Se queremos mudar pra melhor, é preciso romper com o passado de velhas práticas e costumes que vão na contramão dos valores mencionados no início deste parágrafo. A pressão exercida para o pedido de demissão do antigo Diretor de Marketing do Corinthians é ainda sensível sinal desta mudança.

Ainda há muito para ser feito.

 

Categorias
Conteúdo Udof>Colunas|Sem categoria

Neymar embalado e embolado pelo “cai-cai”

Motivo de piada. Infelizmente é como o gesto de dissimulação do Neymar durante esta Copa do Mundo. O rolamento no chão sem motivos aparentes de lesão ou falta de condições no jogo, a fim de confundir a arbitragem e o adversário, faz com que os torcedores de futebol pelo mundo encarem a atitude como antijogo e, assim, reagem com ironia, a tratar isso como piada. Consequentemente, o futebolista acaba sendo assim reconhecido e tem sua credibilidade colocada em xeque.

Um dos atributos mais importantes para um profissional, independente do ramo de atividade, é o estabelecimento de uma relação de confiança. Obtê-la leva tempo e reconquistá-la, muito mais. O repetido gesto, popularmente conhecido como “cai-cai” e a teatralização do fato, muitas vezes por motivos nulos, acaba por irritar o torcedor, que considera-se enganado pelo “cai-cai”. Ou seja, ele não pagou para ser trapaceado e, portanto, não quer a trapaça (enganar o árbitro e potencializar uma falta aparentemente inofensiva). A lembrar que os elementos mais importantes do esporte são: o atleta e o torcedor. O torcedor não quer ser enganado: por isso as campanhas contra a dopagem, o firme trabalho contra as apostas ilegais e manipulação de resultados, contra a violência nos estádios, manifestações de racismo, e, também, de valorização do “fair-play”. Por “fair-play”, em tradução literal, entende-se como sendo “jogo limpo”. Dentro deste jogo limpo, consideramos: a ética, a honradez, a probidade, a disciplina, o respeito e o caráter.

Em todos estes pontos supracitados a dissimulação vai contra.

São milhões de “memes” alusivos a Neymar e o gesto de queda e rolamento. Muitos de vocês leitores já devem ter recebido vários. Torcedores do mundo todo simulam cair e rolar ao ouvirem falar o nome dele ou simplesmente ao encontrarem um brasileiro qualquer na rua. Por associação, o futebol brasileiro também fica assim associado, pela tentativa de dissimulação, pela trapaça (prática comum no futebol do Brasil) e incoerência (ser campeão tentando enganar). O mundo não perdoa.

É preciso um trabalho de comunicação incansável para melhorar a imagem de Neymar. Simultaneamente, o atleta também precisa mudar de atitude. Os olhos do mundo estarão ainda mais atentos a partir de agora quando ele tocar na bola. Ele não vai poder mais cair, literalmente. Terá que tomar atitudes mais profissionais, em respeito às instituições que lhe proporcionam as condições que permitem com que ele faça o que sabe de melhor fazer e para isso é pago: jogar futebol e, num esforço coletivo com toda a equipe, proporcionar um bom jogo a fim de satisfazer seus torcedores, que são consumidores e pagam por todos os produtos relacionados ao clube. E isso é parte do soldo de um futebolista.

Neymar em jogo da seleção brasileira em jogo do Mundial da Rússia 2018. (Foto: AP)

 

Com tudo isso, é importantíssimo neste momento que haja este tipo de trabalho para melhorar a imagem dele, desde que sua postura também mude. Este esforço ganhará mais fundamento assim que títulos de expressão apareçam, quer seja pelo clube e pela seleção brasileira. Tratado com todos os mimos no Brasil e aparentemente por onde passa, é preciso humildade para reconhecer o que acontece e encarar a realidade. No seu tempo, o mundo vai reconhecer e irá aplaudi-lo.

Em tempo: este é o meu texto número 50 nesta coluna da Universidade do Futebol. Obrigado a esta casa pela confiança nos artigos e a vocês, leitores, pelas visitas e leituras. Mais uma vez, o meu muito obrigado!

Categorias
Conteúdo Udof>Colunas|Sem categoria

Copa da Primeira Liga: falta “marketing”?

Semana passada Abel Braga, treinador do Fluminense, disse em entrevista coletiva que a ausência de clubes de São Paulo na Copa da Primeira Liga era ruim para o “marketing” do torneio. Independente da presença ou não deles, é preciso perguntar qual o objetivo do torneio, qual o público-alvo e qual a sua vantagem competitiva em relação às demais competições. É este o produto que vai ser colocado no mercado (e concorrer com outros torneios de futebol e outras opções de lazer que as pessoas têm) e estará disponível para as televisões e o público torcedor.

Em uma análise superficial, a Copa do Nordeste tem tudo isso e em relativamente pouco tempo conseguiu construir um produto excepcional, muito disputado e com estádios repletos. Dentre outros motivos, está muito claro para o torneio Nordestino o que foi citado no parágrafo anterior. A Copa da Primeira Liga por sua vez já mostra publicamente que nos bastidores os clubes divergem bastante, muito antes de a competição começar. Ademais, dentro de um produto, a frequência e regularidade de uma competição também são aspectos a serem bastante considerados. Nesse sentido, um torneio ficar meses sem um jogo cria um enorme vazio institucional cuja recuperação é possível, mas é um esforço que pode ser evitado.

Esses questionamentos devem ter sido feitos, mas é preciso deixar claro o que quer a Copa da Primeira Liga e qual o diferencial em relação aos outros torneios com que concorre, nomeadamente a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro. A Copa do Nordeste tem isso muito claro. A Copa do Brasil, quando criada no final dos anos 80, passou a proporcionar aos médios e pequenos clubes uma oportunidade para se projetarem nacional e internacionalmente, haja vista o Criciúma Esporte Clube do início da década de 90.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

 

Portanto, falta sim “marketing” para a Copa da Primeira Liga. Falta conceber melhor este produto para que ele seja interessante aos torcedores. Se for preciso, levar em consideração o formato, a periodicidade, os clubes participantes e suas categorias utilizadas. Se é uma liga, há espaço para inovação no uso da tecnologia, por exemplo. Tudo isso lado a lado com os objetivos do torneio, em respeito aos dois elementos mais importantes do esporte: o atleta e o torcedor.

Categorias
Conteúdo Udof>Colunas|Sem categoria

“El Clásico” de sucesso

O último domingo foi marcado por grandes clássicos, como Corinthians x São Paulo pela semifinal do Paulistão, Flamengo x Botafogo pela semifinal do Carioca e, principalmente, Real Madrid x Barcelona pelo Campeonato Espanhol.

Esse último ultrapassa cada dia mais as fronteiras espanholas e se consolida como uma grande atração global. Em comparação com o que vemos hoje no Brasil, há um grande abismo entre a qualidade do produto oferecido aos fãs.

Além da constelação de craques remunerados a peso de ouro, incluindo os dois maiores jogadores do futebol mundial desse início de século, a atmosfera construída com extrema organização faz com que o espetáculo futebol alcance um outro patamar. Estádio completamente lotado, transmissão ao vivo para mais de 150 países com audiência estimada em 650 milhões de telespectadores, patrocinadores satisfeitos e uma partida fantástica e emocionante são parâmetros que comprovam o quanto o resultado dentro e fora de campo está totalmente relacionado ao seu planejamento.

elclassico
Lionel Messi e Cristiano Ronaldo antes do clássico entre Barcelona e Real Madrid, pelo Campeonato Espanhol| Crédito: Alex Gallardo

Enquanto o jogo entre Real e Barcelona teve mais de 80 mil torcedores presentes no Estádio Santiago Bernabéu, o clássico carioca entre Flamengo e Botafogo obteve apenas um quarto disso, ou seja, 20 mil torcedores. Enquanto as camisas de Real Madrid e Barcelona expunham de forma limpa os seus principais patrocinadores, coincidentemente duas das maiores companhias aéreas do mundo como Emirates e Qatar Airways, o clássico paulista entre Corinthians e São Paulo mostrava uma falta de padronização. Por um lado, o Corinthians, clube com a maior torcida e potencial de consumo no Estado, jogou sem patrocinador máster após o término de contrato com a Caixa. Pelo lado tricolor, o uniforme expunha o exagero de 5 marcas patrocinadoras, sem contar a marca de material esportivo.

Não considero que lá fora tudo é feito com maestria e que aqui está tudo errado. Vemos polêmicas importantes também por lá. Tanto Real Madrid como Barcelona, apesar de ostentarem orçamentos bilionários, possuem também enormes dívidas. A arbitragem é amplamente discutida, ao ponto de jogadores dos dois clubes tornarem a discussão pública via redes sociais. O abismo dos dois clubes para os demais clubes espanhóis é exorbitante, tornando o campeonato uma disputa polarizada entre Real Madrid e Barcelona, com a participação ocasional de um ou outro entrante.

Ao mesmo tempo, é inegável que temos melhorias por aqui. Os estádios e campos de jogo são melhores do que eram há 10 anos atrás. A organização dos campeonatos, mesmo que em passos lentos, tem avançado. Parte dos clubes já adotam uma gestão profissionalizada e capacitada.

Os exemplos citados dos clássicos entre Flamengo e Botafogo e Corinthians e São Paulo não faz referência a uma crítica direta aos modelos específicos desses clubes, mas sim de uma constatação geral que o produto em si precisa ser melhor valorizado e construído entre todas as partes interessadas, trazendo clubes, federações, mídia e patrocinadores para a mesa.

O pequeno público entre Flamengo e Botafogo não é culpa isolada dos dois clubes. É um problema de segurança pública, de falta de renda dos torcedores para comprar ingresso, de um calendário extremamente desorganizado e confuso.

O excesso ou falta de patrocinadores citados de Corinthians e São Paulo, não é apenas um problema criado por essas instituições, mas sim da pressão e do modelo existente em todo o cenário nacional. Há profissionais capacitados nesses dois e em outros clubes, mas que não conseguem desenvolver algo com resultado mais imediato pelo fato do sistema predominante ser ainda amador e muito político.

O avanço de cada clube depende, portanto, da união entre todas as partes para que o produto se desenvolva. Não adianta um clube adotar uma política isolada de modernização e profissionalização. O máximo que vai acontecer é fazer com que esse clube obtenha destaque e melhores resultados dentro do cenário atual, mas com um produto defasado. Para alcançar novos patamares, é dever desses clubes puxar a corda para que os outros também cresçam e tornem o espetáculo mais atrativo para seus fãs, potencializando todas as oportunidades existentes.

Categorias
Conteúdo Udof>Colunas|Sem categoria

Periodizar taticamente não é Periodização Tática

Perceber com propriedade o que realmente é a Periodização Tática na sua profundidade, não é tarefa fácil como parece. Antes de qualquer coisa, essa metodologia precisa de investigação, dedicação e entendimento do núcleo duro do processo, o morfociclo padrão. Isso implica na compreensão relacional dos princípios metodológicos, no dinamismo interativo entre a ideia de jogo, processo, operacionalização e suas propriedades emergentes e na transferência qualitativa com outras áreas da ciência que dão suporte e vigor especial. Compreendendo essa questão, fica mais límpida a perspectiva sistêmica, cujo cerne reside na complexidade. E o mistério tem a ver com isso, com dinâmicas, isto é, está nas inter-intenções e inter-decisões, nas interações, nas conexões, nos (re)ajustamentos e nos padrões de organização.1

Sua expansão nessa década, por diversos meios, tem gerado adeptos, críticos, diferentes perfis e formas de enxergar, estudar e pesquisar. Mas como em qualquer área de conhecimento, muitas precipitações podem ocorrer, até um entendimento maior e concreto surgir. E desvios conceituais vêm sendo vistos ao longo dos anos, muitos desconexos do fio condutor que é alma do processo e está em constante desenvolvimento. Panoramicamente, o que se enxerga, são algumas pessoas tentando transmitir, na essência, o conteúdo “sem fim” da metodologia e outras vagando em superficialismos e predicados soltos. Nesse caso, acende uma classe de miscelânea conceitual, que foge da raiz, mas ratifica inicialmente uma curiosidade, ocasionando a frente um nível de aprofundamento maior, estagnação ou desistência de sua clareza. Algo normal quando algum fenômeno vira febril e atraente.

Imagem1
Imagem Criada

É próprio da percepção humana desenvolvida ou desmedrada que ideias vão se tornando mais ou menos fidedignas. Nota-se, com o crescimento da Periodização Tática, que a grande diferença entre os “curiosos”, “modistas”, “investigadores céticos”, ”radicais extremistas”, “tecnocratas” e os “buscadores sinceros”, reside na visão da sensibilidade criativa, aberta, transformadora e dinâmica com que Vitor Frade, diariamente, geria suas aulas da Universidade do Porto, nas suas conversas e nos seus textos e apontamentos atualmente.

Essa diferença do perfil dos buscadores, o entendimento da complexidade (complexidade não é dificuldade), não é algo inacessível, de outro planeta, como muitos pensam, mas como tudo na vida, necessita de esforço profundo. Quando este não for profundo, sincero e aberto o suficiente, fica mais difícil entender que a Periodização Tática não é uma lógica estacionada, mas uma lógica com sentido. A teia de conexões dessa metodologia é uma extensão da teia da vida, do organismo humano, da inteireza do jogo, das relações humanas, das relações da produção de um jogar em todos os seus níveis e dos princípios balizadores (Alternância Horizontal, Progressão Complexa e Propensões) que firmam o núcleo duro do processo (Morfociclo).

Imagem2
Imagem Criada

Claro que para encontrar esse “esforço profundo”, ninguém precisa passar dias e noites como carrapato ao lado do Prof. Vitor Frade ou se teletransportar quanticamente para Porto. A correta busca por seus referenciais e outros, advindo de pessoas que continuam modelando, dinamizando e propagando o profundo conhecimento, também ajuda no entendimento desta metodologia. Então, a Periodização Tática não é uma questão ideológica radicalista restringida apenas para pessoas que fazem parte de uma facção fundamentalista, como muitos pensam. Ela é um incentivo a propagação do conhecimento adequado, a criatividade individual, balizados por princípios particulares, que levam em consideração um contexto-prático por convicções concepto-metodológicas-operacionais e um contexto-ambiente por visualizações culturais. Nessa intra-relação e inter-relação mora o pote de ouro.

E o mais sensível de tudo isso, é saber como propor transformações, sem romper a ideia de equilíbrio-desequilíbrio, sem desvirtuar e deixar incoerente sua essência transgressora. Algo que demanda muita sensibilidade e, sem dúvida, gera dilemas contextuais, operacionais e fundamentais.

Imagem4

E é deste hiato entre o modo como o treinador pretende que a sua equipe jogue e o modo como ela vai jogar regularmente, que emerge a pertinência da questão de COMO TREINAR UMA IDEIA DE JOGO.2 E a Periodização Tática atenua isso, pois estabelece ligação permanente entre os dois lados da equação: a ideia e a operacionalização.2 Assim, ela se serve de uma lógica processual ou um padrão matricial (Morfociclo), com o propósito fundamental de permitir a aquisição de um jogar específico, uma concepção de jogo, respeitando os princípios metodológicos.

Na Periodização Tática, as equipes não estão em forma, mas têm forma. Assume uma forma dinâmica (especificidade) plural, com várias formas (especificidades) que são vivenciadas regularmente obedecendo os princípios metodológicos distintos do tradicional.3 Daí o Morfociclo, um ciclo com conteúdo concreto a cada jogar, preenchido com forma nos diferentes dias, com a devida alternância de desempenho entre as sessões de treino.3 O entendimento do que é o Morfociclo, o porquê de ter um padrão, é uma condição fundamental para que se consiga mergulhar a fundo num enquadramento conceitual e metodológico que rompe claramente com o convecional.2

Imagem retirada dos textos do Prof. Frade
Imagem retirada dos textos do Prof. Frade

Com quase 50 anos de inquietudes do Prof. Vitor Frade, essa forma de viver o treinamento está em constante enriquecimento, pois tem uma legitimidade e um alicerce teórico singular, vigoroso, significativo e peculiar. Logo, a Periodização Tática é algo que se crê ou não se crê. Ou está com ela ou é contrário a ela. Não se pode dizer: sim, creio nela, mas…então deixa de ser Periodização Tática”4. Mas ela não é algo mecânico-linear, é puramente um mecanismo não linear ou um organismo dinâmico de construção que quer que cada equipe chegue ao seu futebol, ao futebol de cada um. Apenas é preciso respeitar ideias evitando incongruência processual-operacional-contextual.

Então, carece do “esforço profundo” para não ser confundida com uma coleção de fatos, conceitos desconexos, exercícios soltos ou outros aspectos. Ela quer fugir disso, de chavões como: “periodizar taticamente meu modelo”, “um microciclo que respeita força, resistência e velocidade”, “contração assim, assada”, “o físico não existe”, “os jogadores não trabalham fisicamente”, “espaços pequenos, médios e grandes”, “jogos reduzidos”, “exercícios com bola”, exercícios analíticos”, “utilização de exercícios mais simples ou mais sofisticados”, “exercícios sem bola”, “excessos de regras nos exercícios” e “desenvolvimento dos grandes princípios o tempo todo”. Evidente que algumas dessas possibilidades acima estão presentes no dia-dia, mas não de forma genérica e especulativa.

Longe do que se pensa, esta metodologia de treinamento não está acorrentada na cidade de Porto-Portugal. Também não está escondida nos muros reservados do Centro de Treinamento do Olival, na Escola de Formação Dragon Force, nem na Universidade do Porto. Ela nasceu aí, mas está viva, em movimento, onde tiver organismo vivo, seja no futebol, esportes coletivos e outros esportes, ela pode ser aplicada com sua estrutura particular tornando um contexto peculiar. Logo, para ela viver realmente, não se pode negligenciar que sua essência matriz tem uma origem e uma direção que levam a diferentes destinos ímpares. Ela, além de ser uma grande questão de convicção, não existe em lugar algum sem contexto. Por isso, a Periodização Tática é uma ideia para operacionalizar uma ideia, não sendo uma ciência do abstrato, in vitro, mas antes uma ciência in vivo.5

Abraços a todos e até a próxima quarta!

1 – FRADE, VITOR. Notas das aulas de metodologia II – Futebol. Porto: FADE-UP, 2010.
2 – AMIEIRO, NUNO. Os exercícios de treino aos Olhos do Enquadramento Conceptual e Metodológico da Periodização Táctica. Textos Professor Vitor Frade, 2017.
3 – MACIEL, JORGE. À volta e às voltas com a noção de Modelo de Jogo…Complexo e em Complexidade. Curso UEFA A: Tese Final, 2016.
4 – FARIA, RUI. Prefácio do livro Periodización Táctica vs Periodización Táctica. Vítor Frade Aclara de Xavier Tamatrit. (1ra Edición). Madrid: MB, 2013.
5 – MACIEL, JORGE. Periodização Tática: o “patinho feio” que se tornou num “cisne negro”. Texto do Instituto Águia, 2016.