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Futebol é “coisa de menina”: possibilidades para a educação física escolar

Nos nossos textos anteriores apresentamos algumas das dificuldades vivenciadas pelas mulheres em relação ao futebol tanto no esporte de alto rendimento quanto nas possibilidades relacionadas às práticas de lazer. Nessas discussões, consideramos os elementos culturais presentes em nossa sociedade e a historicidade destas práticas para compor o panorama do futebol feminino atual.

Baseadas na importância desses aspectos para a ampliação da participação das mulheres na modalidade, em nossa última coluna iremos envolver os espaços escolares como uma possibilidade de garantir estas transformações sociais.

Ao pensarmos no contexto escolar, podemos considerar ingenuamente que a prática do futebol é feita prioritariamente pelos meninos por uma questão de preferência – os meninos escolhem o futebol e as meninas outras atividades, como a corda ou o vôlei. Entretanto, uma análise um pouco mais profunda nos permite entender que não se trata de um gosto pessoal, mas sim de um quadro que tem contribuição cultural e histórica, e que a escola insiste em perpetuar, ao invés de tentar modificá-lo.

A educação física na escola deveria ter como função apresentar e discutir práticas corporais como a dança, a ginástica, a luta, o jogo e o esporte, levando em conta diversos aspectos associados à estas práticas. Assim, o futebol não deve ser apenas “jogado” na escola, sem uma mediação pedagógica, mas, sim, estudado em seu contexto social e a partir das diferenças de gênero estabelecidas entre seus praticantes.

O papel dos professores de educação física e dos demais educadores presentes no espaço escolar não deve ser só a promoção do futebol para as meninas, sugerindo uma falsa igualdade. A questão é que enquanto os meninos têm diversas oportunidades de praticar este esporte tanto na escola quanto em seus momentos de lazer, as meninas precisam de estímulos para que o futebol ganhe novos contornos e significados, dentro e fora do espaço escolar. Assim, é preciso dar um trato pedagógico às manifestações culturais relacionadas ao futebol, construindo novos saberes.

Este trato pedagógico é capaz de alterar essa relação “naturalizada” das meninas com o futebol, como evidenciado em uma pesquisa realizada em um colégio que oferecia aulas extracurriculares de futsal aos meninos e as meninas. Esta oferta originou um novo gosto em relação ao esporte, que foi considerado por mais de 70% delas como o esporte preferido de praticar, tanto na escola quanto em espaços destinados ao lazer.

Além disso, outros tempos escolares, como a entrada e o recreio, também poderiam ser aproveitados para diminuir as diferenças de gênero. Vemos que nesses espaços as atividades esportivas “espontâneas” são dominadas pelos meninos. Embora o professor de educação física possa “controlar” o uso da quadra em suas aulas, deixar que essas atividades aconteçam “naturalmente” serve apenas para perpetuar esse descompasso.

Concluímos nossa série de futebol feminino no Outubro Rosa da Universidade do Futebol apresentando o grande potencial da escola em transformar o panorama existente em relação ao futebol feminino no Brasil. É lá que nascem as possibilidades das meninas construírem novas relações de pertencimento e novos conhecimentos com relação à modalidade, seja na torcida, na análise, nas práticas de lazer ou profissionalmente.

Há uma tênue relação entre todos os aspectos que foram tratados nas colunas, seja no âmbito da seleção nacional, no âmbito das equipes de futebol feminino que insistem em se fazer existir no país, no bojo dos times que surgem a todo o momento nas praças e campinhos, seja nas escolas.

Em todos estes locais, basta um simples incentivo para que poucas interessadas se tornem uma grande equipe; basta um simples direcionamento para que pequenas ideias se tornem grandes projetos; basta um simples apoio para que pequenas crianças se tornem grandes atletas. O desejo das colunistas é que este nosso singelo incentivo às discussões sobre o futebol feminino, iniciadas no especial “Outubro Rosa”, sejam, quem sabe, um pequeno passo para grandes transformações no cenário do futebol feminino nacional.

** Esta coluna é dedicada às nossas alunas, que transformam escolas em espaços cotidianos de resistência.

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“FLA-FLU” ANULADO?

O Flamengo venceu o Fluminense, está a um ponto do Palmeiras e esquentou a briga pelo título. A vitória rubro-negra veio após polêmica anulação de gol do tricolor carioca. O árbitro teria “voltado atrás” na decisão por ter recebido informações (influência externa).

Se, de fato, tiver havido influência externa, o Fluminense pode pedir a anulação da partida ao STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), com base no art. 84, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva.


O fundamento da demanda seria o fato do árbitro ter tomado a decisão com ajuda eletrônica externa para dar a informação de que o gol deveria teria sido inválido.


Pelas regras do futebol e da International Board, somente o árbitro e seus auxiliares podem participar da decisão.

Assim, ocorrendo algum tipo de interferência externa, há ilegalidade. A aplicação das regras do futebol com base nessa “prova externa”, fere o microssistema [formado por árbitros e auxiliares] e traz irregularidade a ensejar a anulação da partida.

Trata-se de caso a ser analisado com bastante prudência, pois, se essa moda pega, os clubes poderiam criar pequenos postos de TV nos quatro cantos do campo. E, havendo, lances polêmicos a seu favor, eles avisariam os outros árbitros.


A grande dificuldade do sucesso de eventual pedido de anulação por parte do Fluminense está na prova, já que é muito difícil comprovar a influência externa na decisão do árbitro.

De toda forma, por mais difícil que possa ser a ocorrência da anulação da partida, o pedido do Fluminense encontra respaldo nas normativas FIFA e no CBJD.

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Executar ou pensar? (um dos “Erros de Descartes”?)

A questão não é quando eles vão parar, mas sim, quem vai para-los.

Futebol é um jogo de cognição e não de execução. Não devemos cair na ilusão do “basta saber fazer” para termos sucesso nos diversos e distintos confrontos que ocorrem durante os 90 minutos. Necessita-se pensar sobre o que estamos fazendo, mesmo quando não há tempo para pensar. E aqui falo de subconsciente! Sim, o treinamento atua no subconsciente. O movimento individual e coletivo foi trabalhado de uma forma tão qualitativa, que ficou naquele lugar da caixa craniana onde fica guardada as memórias de longo prazo.

Neste caso, preciso pedir para que relembremos daquele conhecimento que já vigora no campo da ciência há algum tempo. ⅔ do tempo total de realização do movimento é gasto em tomada de consciência e decisão, e apenas ⅓ é gasto em execução do movimento em si. Se executar representa ⅓ de todo o tempo gasto no jogo, por qual motivo devemos apenas nos preocupar com o executar?

Assim, fica inviável nos preocupar somente em aumentar a velocidade/frequência/plasticidade do gesto, temos que ter uma atenção maior com relação ao “pensar rápido”, ao raciocínio e ao poder de decisão que um atleta pode vir a alcançar, sendo essa característica que diferencia um atleta de alto nível dos demais jogadores de futebol. É necessário captar e selecionar a informação relevante de forma rápida; é preciso conscientizar e decidir rápido para que os mecanismos de tomada de decisão e execução sejam também rápidos, eficazes e eficientes. Claro que de uma forma simplista, ofereço um vídeo para tentar exemplificar o que quero dizer.

 

Não podemos dissociar corpo de mente; os dois interagem unidos e em mesma intensidade com o ambiente. O que foi o “Erro de Descartes” (filósofo francês) no ponto de vista de Antonio Damásio (Neurocientista), que escreveu um livro com este título. Neste livro ele fala da importância das emoções nos processos de memória. Conforme o mesmo, as emoções são conjuntos de reações químicas e neurais, visando sempre a sobrevivência de um organismo. Damásio demonstrou que razão e emoção não “jogam em campos diferentes”, contrariando a perspectiva amplamente difundida de que “decisões sensatas provêm de uma cabeça fria e de que emoções e razão se misturam tanto quanto água e azeite”. Hoje devemos reconhecer que as emoções estão implicadas nas percepções que fazemos do mundo, nas tomadas de decisões, nos raciocínios, na aprendizagem, nos processos de memorização, nas ações, na concentração, etc. E, quanto mais treinamos com “qualidade”, mais percebemos que as emoções são os pilares para um aprendizado concreto e duradouro (subconsciente).

Por isso treino é tudo. Na teoria dos sistemas dinâmicos, entende-se que os comportamentos e as destrezas motoras se adaptam de forma intencional aos constrangimentos impostos pelo envolvimento, durante a realização de uma tarefa. Ou seja, quanto mais a alto rendimento estamos ou pretendemos estar, mais precisamos entender que o treino deve ser considerado o principal meio a se chegar em níveis mais elevados de futebol. Mais precisamos ter um treino de “qualidade”.

Executar é uma parte do processo. Um processo que depende de outras partes. Um processo que pode ser melhorado e aperfeiçoado. Todavia, não basta executar. Aliás, se pensarmos assim, estaremos pensando de uma forma analítica um problema complexo, o que não parece de todo certo. Deixando de pensar o futebol de uma forma sistêmica. E em outros casos, quando optamos a se predispor em seguir (ou entender, ou copiar, etc) determinada “forma de pensar/metodologia”, se contradizer (principalmente na relação palavras x ação) não facilita a um “possível” aprendiz, a aprender com o mentor.

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Futebol também tem seus “Lochtes”

Durante a Olimpíada, os noticiários foram tomados pela notícia de que quatro nadadores dos Estados Unidos teriam sido abordados por criminosos que se identificaram como policiais aos saírem de uma festa na zona sul do Rio. Dentre os atletas estava o medalhista olímpico Ryan Lochte.

Entretanto, ao investigar o caso, a polícia carioca encontrou contradições que levaram à conclusão de que os nadadores poderiam não ter falado a verdade.

Situação semelhante já se deu no futebol. Em 2011, o atacante Somália do Botafogo forjou sequestro relâmpago para justificar atraso para o treino.

No mesmo ano, o atacante peruano Reimond Manco, do Atlante-México, foi expulso da equipe mexicana após chegar alcoolizado a um treino e inventar um sequestro. O atleta foi demitido.

Nesses casos, configura-se crime de falsa comunicação, previsto no art. 340 do Código Penal que assim dispõe: “provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado” e cuja pena é de detenção de um a seis meses ou multa.

Além disso, eventuais danos e violência também podem configurar crime.

Vale destacar que os crimes de detenção são aqueles que as penas iniciam nos regimes aberto ou semiaberto.

As autoridades devem atuar com agilidade, presteza e eficiência em todos os casos semelhantes a fim de que, não fique a sensação, que as investigações e punições se deram por se tratarem de atletas conhecidos.

Independentemente de classe social, nacionalidade e fama todo e qualquer crime deve ser investigado e os culpados punidos. Tais medidas são indispensáveis para que a sensação de segurança impere.

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“Seja mais político”

Esta é uma expressão/conselho que provavelmente você já ouviu (direcionada ou não a você) no ambiente do futebol. Para dar sequência ao texto solicito, primeiramente, um breve exercício:

Registre, como e onde quiser, 10 palavras ou expressões associadas à política e/ou aos políticos brasileiros.

Peço, em seguida, uma reflexão:

Como você se sentiria se a imagem que o mercado do futebol tem sobre você fosse composta por todas essas palavras/expressões ou, ao menos, por boa parte delas?

O mesmo exercício proposto a você foi feito também com alguns companheiros de profissão. Corrupção, injustiça, desonestidade e malandragem foram termos comuns mencionados por eles.

A coluna desta semana pretende trazer alguns apontamentos sobre a conduta e a convivência no complexo ambiente do futebol, repletas de relações e interações humanas em todos os seus níveis.

Da comunicação com a comissão técnica e jogadores, ao posicionamento perante à diretoria, o profissional do futebol está sujeito à situações que deve expor sua opinião e/ou tomar decisões que evidenciam sua personalidade e a forma com que lida com os problemas do cotidiano.

Para tentar deixar mais tangíveis as reflexões, proponho, agora, mais um exercício. Peço que imagine, de acordo com a sua função (exercida ou almejada) qual seria sua conduta em cada um dos problemas hipotéticos listados a seguir:

  • Um dos principais jogadores do time, vinculado a um grande empresário, tem apresentado um comportamento individualista e egoísta
  • A diretoria quer intervir no seu programa de treinamento
  • Um membro da sua comissão técnica tem se dedicado menos do que o ideal em sua opinião
  • No clube, tem surgido algumas fofocas/conversas em relação a sua pessoa e as suas atitudes
  • Você discorda de um posicionamento da diretoria
  • Lhe oferecem uma boa quantia em dinheiro para a aprovação de um jogador no elenco
  • Você quer se manter no cargo e percebe que para isso precisa bajular algumas pessoas

Para quem está no dia-a-dia do futebol, seguramente, já deve ter vivenciado situações semelhantes ou, inclusive, mais complexas que as supracitadas. Também seguramente, suas respostas a estes problemas devem ter seguido seus princípios e valores. É momento, então, para outra reflexão: sua conduta segue o ritmo/status quo das pessoas e do ambiente que você está inserido ou você tenta, de alguma forma, transformá-los?

A transformação (propósito da Universidade do Futebol) é uma palavra com imenso significado para os contextos político e futebolístico atuais. Ela não vem, no entanto, sem estar somada às altas doses de debates, divergências, conflitos, trocas de conhecimento e opiniões.

Por isso, mais do que direcionarmos o foco das mudanças nas coisas (nos métodos, nas estruturas, nas competições ou nas instituições), deveríamos direcioná-lo às pessoas, principais responsáveis pela transformação da política, do futebol ou de qualquer outro produto da sociedade.

E quando a imagem predominante da política brasileira for marcada por expressões como transparência, revolução, oportunidade, competência, honestidade, crescimento, desenvolvimento, coragem, igualdade e justiça, indubitavelmente será prudente, para sua conduta no futebol (e na vida), seguir o conselho como o do título do texto.

Abraços e até a próxima!

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“A sua melhor versão te leva além”

Dias atrás, esteve em Curitiba a jovem Bel Pesce, 27. A visita de uma das 100 pessoas mais influentes do Brasil, segundo a revista Época, fez parte do tour de divulgação de seu último livro, intitulado “A sua melhor versão te leva além”, que está sendo lançado em todas as capitais do país. Formada em Engenharia Elétrica, Ciência da Computação, Administração, Matemática e Economia, Bel Pesce tem marcante atuação empreendedora e educacional. Sua palestra, composta por uma breve síntese dos capítulos do livro, foi uma aula de como podemos refletir melhor e mais frequentemente sobre nós mesmos e o quanto nossas atitudes nos aproximam (ou não) de nossos objetivos.

Antes de apresentar as dicas de desenvolvimento pessoal apresentadas na palestra, que apesar de não “falarem” de futebol em nenhum momento, “falam” sobre futebol o tempo todo; será contextualizado o mercado de capacitação dos profissionais do futebol brasileiro. Tal mercado já entende que a qualificação profissional é um caminho sem volta para o desenvolvimento do nosso jogo, da base ao profissional, muitas vezes estagnado e preso a paradigmas ultrapassados.

Está cada vez mais comum, a participação em Fóruns, Debates, Congressos e Cursos que oferecem temas variados de capacitação profissional. Análise de desempenho, elementos técnico-táticos do jogo e preparação física são conteúdos disponíveis permanentemente em diversas regiões do país e, inclusive, no formato on-line.

Para ter certeza desta afirmação, é bem provável que nesta altura da temporada você, caro leitor, já tenha realizado ao menos uma capacitação técnica. Mais do que isso, faça um breve exercício e liste ao menos 5 companheiros de profissão que tiveram a mesma iniciativa. É fato: os profissionais do futebol estão cada vez se preparando mais!

No entanto, no tocante à preparação profissional, precisamos ampliar a reflexão sobre o seu real significado.

Quando fazemos um curso de preparação física, tática, análise de desempenho, ou qualquer outro da área técnica, estamos adquirindo conhecimentos que permitirão uma maior capacidade de desenvolvimento dos atletas. Porém, e o seu próprio desenvolvimento? Caso você saiba mais hoje sobre tática do que sabia ontem significa que, necessariamente, você se desenvolveu profissionalmente? A capacitação técnica é a única forma de desenvolvimento profissional? Será que, além de buscarmos formas de melhorar o outro, também não temos de buscar maneiras de melhorar  a si mesmo?

Vamos, então, as dicas de autoconhecimento da Bel Pesce. Para cada uma delas, será deixada uma reflexão que compreende uma breve interpretação sobre o tópico abordado.

 

Dica 1 – “Cada um é cada um, mas todos podem aprender com todos”

Transforme todos os momentos  de relacionamento pessoal como uma oportunidade de aprender com o outro. Acontecimentos e opiniões aparentemente simples podem trazer lições para a vida toda.

 

Dica 2 – “Dois de você”

Anote coisas sobre você, como pensa, como reage, o que sente. Além disso, converse com você mesmo. Problemas se repetem no cotidiano e quanto melhor você souber sobre si, melhores serão as suas soluções.

 

Dica 3 – “Esqueça o melhor e as médias”

Muitas vezes, nos preocupamos em nos comparar com o outro ou nos contentamos em fazer parte da média. A sua trajetória pessoal é única e não deve ser comparada a de ninguém. O seu caminho não é melhor que o do outro assim como o do outro não é melhor que o seu. Dê os seus passos aprendendo com o próximo, mas sem compará-lo a você. Quer um caminho sem obstáculo? Não existe!

 

Dica 4 – “100% fiel aos seus valores”

Quais são os seus valores? Quanto mais você se conhecer, maior a possibilidade de descobrir o que te move. Dos valores que tem, quais são inegociáveis? Siga-os e estará no seu caminho para ir além.

 

Dica 5 – “Parâmetros claros para as decisões”

Decidimos a vida toda. Quais os parâmetros norteiam as suas decisões? Sucesso, status, satisfação profissional, realização pessoal, ajudar o próximo, zona de conforto? Ao conhecer as suas motivações, você terá um cenário mais aberto para as permanentes escolhas as quais nos deparamos em nossa trajetória.

 

Dica 6 – “Saber bem como você é”

Quais são os seus padrões? Para todos os seus problemas, quais são as suas reações? Conheça-se. É um grande desafio conhecer, aceitar e adaptar a sua natureza.

 

Dica 7 – “Saber bem onde quer chegar”

Anote os seus planos de curto, médio e longo prazo. Ter registrado onde quer chegar pode impulsioná-lo a traçar o caminho. Você se encontra hoje onde gostaria de estar? Se não, está fazendo o seu melhor para tal? As vezes deixamos de pensar no futuro pois estamos atarefados com demandas urgentes. A dica da Bel é a seguinte: “faça o urgente, mas não esqueça o importante!”

 

Dica 8 – “Sua meta nº 1”

Segundo dados divulgados pela Bel Pesce, somente 1 em cada 100 pessoas tem a sua principal meta de vida registrada. Você faz parte de qual grupo?

 

Dica 9 – “Interesses crescem e evoluem”

Reflita sobre seus 5 últimos anos e projete os próximos 5. Quais interesses permanecem? Quais perderam força? Quais ganharam força? Surgiram novos interesses? Muitas vezes, deixamos de fazer algo que nos atrai pela incompetência de dar o primeiro passo. Conheça-se e descubra quais motivos limitam algum primeiro passo seu.

 

Dica 10 – “Foco: sonhos conectados”

Os seus projetos de curto, médio e longo prazo devem estar conectados aos seus sonhos. Se não houver conexões, você não estará no caminho para ir além. Qualquer, repito, qualquer sonho é legítimo!

 

Dica 11 – “Pensando em camadas”

Precisamos entender que todas as nossas ações estão, de alguma forma, conectadas. Por exemplo, a realização de um projeto de médio prazo será mais tangível se, no curto prazo, alguma ação for feita para concretizá-lo no futuro.   Quando pensamos em camadas estabelecemos relações. A nossa vida (e nosso caminho) é uma teia de relações que se reconfiguram permanentemente.

 

Dica 12 – “Novos desafios para ampliar a sua missão”

Você já parou pra pensar que sua missão pode inspirar a missão de outras pessoas? Após ler esta coluna, leia mais sobre o “Meu Código Aberto”, de Bel Pesce.

 

Dica 13 – “Grandes transformações são ok”

É comum interpretarmos como “loucura” mudanças profissionais e/ou pessoais significativas. Definir e estabelecer planejamentos não  exclui o fato de iniciarmos grandes transformações, afinal, o exercício de desenvolvimento pessoal e autoconhecimento, para encontrar a sua melhor versão, não se resolve da noite para o dia. Caso a mudança te conecte com o seu melhor, siga em frente!

 

E, a última: Dica 14 – “Sendo honesto consigo mesmo”

Quais sãos as suas características das quais sente orgulho? Identifique-as, anote-as e carregue-as consigo. Por vezes, falhamos por querer agir de acordo com aquilo que não somos. Para a Bel, “não ser você, é desperdiçar quem você é”. É distanciar-se do caminho que te leva além.

 

O autoconhecimento aumenta a produtividade. Exercitá-lo é uma tarefa difícil num cotidiano que se desenrola, cada vez mais, num contexto de “piloto automático”.

Bel Pesce, obrigado por ministrar uma das melhores aulas de futebol que já tive! E assim, segue o jogo da vida…

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A (necessária) profissionalização da arbitragem

O futebol movimenta bilhões de dólares anualmente. Alguns jogadores possuem salários milionários e se tornam celebridades. Centenas de profissionais entre comerciantes, jornalistas, empresários, publicitários, dentre outros vivem do futebol.

Entretanto, uma categoria essencial para o bom andamento dos jogos de futebol carece de profissionalização: a arbitragem.

Em um meio em que muitos profissionais conquistam a independência financeira, os árbitros tornam-se dependentes de escalas para sorteios e ao menor sinal de desagrado, são colocados na “geladeira”.

A dependencia doa arbitros deve-se ao fato de que eles somente são remunerados pelas partidas que atuam, logo, caso sua decisão desagrade clube ou dirigente influente, poderão ficar sem escalas e, consequentemente, ter sua subsistência comprometida.

Alem disso, enquanto os jogadores são pagos para treinar e possuem toda a estrutura dos clubes à sua disposição, os árbitros são responsáveis pelo seu preparo fisico, médico e nutricional, bem como se veem impedidos de exercer outra profissão, ja que as escalas saem em cima da hora e eles ficam ausentes de sua cidade por 3 dias.

Assim, os árbitros de futebol, como os juízes nos tribunais, precisam de independência e estabilidade.

Ato contínuo, enquanto os árbitros dependerem de escala para sorteio e correrem risco de “geladeira”, na duvida, sempre, errarão em favor dos mais fortes e influentes.

Ora, os árbitros são imprescindíveis para o sucesso das competições, eis que qualquer dúvida quanto à sua imparcialidade afasta a torcida e patrocinadores.

Portanto, federações devem conferir autonomia financeira aos árbitros garantindo um salário mensal fixo independente de escalas, bem como oferecendo-lhes toda estrutura de treinamento e tratamento médico. Ademais, deveriam possuir um contrato especial de trabalho semelhante ao dos atletas que permita-lhes atuar de forma tranquila e isenta de pressões. 

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Vale patrocinar diferente

A ótima entrevista do blog Mkt Esportivo com Rony Meisler, CEO da grife “Reserva”, que está dando nome ao “Banco de Reservas” do Estádio Maracanã (entrevista completa aqui: http://www.mktesportivo.com/2015/09/entrevista-rony-meisler-ceo-da-reserva/), é mais um alento e um indicador importante de que estamos evoluindo na abordagem ao patrocínio esportivo no Brasil.

Eis mais uma bela amostra de que o patrocínio pode ir muito além do que placas na beirada do campo ou estampada feita um outdoor na camisa dos clubes. Novamente, não que este tipo de estratégia não seja boa. Muito pelo contrário! O fato é que são propriedades caras e, quando utilizadas de forma intempestiva ou abusiva, pode resultar em uma multiplicação de um número grande por zero, ou seja, nada. Ou melhor, uma altíssima exposição combinada com uma baixíssima afinidade e engajamento do consumidor.

Por exemplos como esse é possível notar que podemos ser muito mais inteligentes na hora de fechar contratos de patrocínio. E existe ainda um mar de oportunidades para concebê-lo e aplicá-lo. Geralmente, a associação de atributos da marca patrocinadora com o perfil da propriedade a ser adquirida é o que garante os melhores resultados.

No patrocínio esportivo, estamos diante de um enorme quebra-cabeça. Precisamos organizar as peças primeiro para então encaixá-las da forma mais adequada possível. É a única maneira de colhermos bons resultados em comunicação e que seja bom para todos: o patrocinador e o patrocinado! O que temos visto mais recentemente nas camisas de Santos e Cruzeiro não parece benéfico para ninguém (apenas para ficarmos com exemplos mais recentes).

Vamos em frente. Trabalhando para que tenhamos mais projetos com uma visão equilibrada de negócios no patrocínio esportivo! 

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MP pode barrar bebidas nos estádios de futebol?

Na última quinta-feira, foi publicada a Lei Mineira que autoriza e regulamenta a venda de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol.

Em Minas Gerais, a Lei Estadual 21.737/2015 libera expressamente a venda de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol do estado de Minas Gerais até o final do intervalo do jogo, bem como proíbe a comercialização e o consumo nas arquibancadas.

O estado de Minas Gerais segui o caminho pioneiro da Bahia e do Rio Grande do Norte que já haviam liberado a venda e o consumo de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol valendo ressaltar que as leis nordestinas não proibiram a venda ou o consumo nas arquibancadas.

Para ler a coluna na íntegra, basta clicar aqui.

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Índice de qualidade de jogo

As discussões sobre o cenário atual do futebol brasileiro são constantes. Em fóruns, congressos, redes sociais, imprensa e, inclusive, na própria CBF, tem sido possível observar debates que apresentam como núcleo central os questionamentos sobre o que deve ser feito para que o Brasil, país do futebol, retome a hegemonia de outrora.

As soluções, apontadas nestes debates, passam pela melhor gestão empresarial dos clubes de futebol, que devem ser mais responsáveis e sustentáveis, nas condições estruturais de trabalho, no investimento nas categorias de base, na capacitação permanente dos treinadores, na retomada da essência do futebol brasileiro (ofensivo, criativo, técnico e imprevisível) e na série de desdobramentos que cada um destes tópicos proporciona.

Um elemento que tem provocado bastante discussão e, para muitos, comprova o quanto estamos atrasados em comparação a outros centros diz respeito à qualidade de jogo apresentado por nossas equipes e, até então, a nossa incapacidade em revertermos este quadro.

Quando ouvimos a expressão qualidade de jogo e a associamos ao futebol brasileiro, é inegável que remetemos a um jogar de elevados atributos técnicos. É inegável também que, a cada dia que se passa, estamos mais distantes deste nível de jogo.

Em sua opinião, quais elementos podem definir a qualidade de jogo de uma equipe brasileira?

A coluna desta semana traz, abaixo, uma proposta de análise quantitativa que tem como objetivo a identificação do desenvolvimento de um jogo dominante, de imposição ao adversário e que, consequentemente, pode apontar para um jogo qualificado.

Os dados, que devem ser analisados a partir de um jogo da equipe, são os seguintes:

• Número de recuperações da posse de bola no campo de ataque;

• Número de chutões após a recuperação da posse;

• Número de chutões com a equipe em organização ofensiva;

• Número de passes horizontais ou para trás no campo de ataque;

• Número de passes verticais no campo de ataque;

• Número de dribles que geram desequilíbrio no terço final;

• Número de finalizações certas;

• Tempo médio de recuperação da posse de bola;

Para encontrarmos valores de referência, é possível escolhermos equipes e seleções que tentam praticar um jogo dominante e fazermos tal análise que dispensa recursos tecnológicos mais avançados.

Além disso, é possível estabelecer os valores de referência da própria equipe que, teoricamente, devem aumentar com o decorrer da temporada.

Argumentos não faltam para que nos diferentes contextos/ambientes nossos treinadores abram mão de um jogar dominante: gramados ruins, jogadores com pouca qualidade, instabilidade no cargo, pouco tempo para treinar ou até o risco de se expor querendo ser o “dono” das ações do jogo.

Enquanto espectador (que é aquilo que somos quando não medimos palavras para criticar o futebol praticado pelo país afora), como seria assistir a uma partida com grande número de recuperações da posse de bola no campo de ataque, sem chutões, com trocas de passes e dribles constantes no campo ofensivo e sem abrir mão da busca mais rápida possível pelo gol adversário?

Enquanto agente do meio talvez seja momento de, ao invés de encontrarmos argumentos para não praticarmos um jogo dominante, encontrarmos para praticá-lo. A situação atual do nosso futebol deveria um grande e bom motivo.

Que não sejamos espectadores, ou repetidores do atual círculo vicioso do futebol brasileiro. Precisamos de transformadores! Você pode ser um deles!