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As regras certas e a dinâmica do jogo: favoreça um treinar (jogar) de qualidade! – parte II

Após a coluna da semana anterior alguns leitores me perguntaram sobre o modelo de periodização que defendo. Como o futebol, em sua essência, é um jogo, qualquer planejamento de treinamentos que não periodize o jogar complexo e sim fragmentos da modalidade estará minimizando resultados, pois dedicará horas cruciais das sessões de treino para o desenvolvimento de capacidades isoladas e, portanto, distantes das situações-problema impostas pelo jogo.

Posto isso, evidencio que sou adepto de uma periodização com fundamentação sistêmica, que não é a tática, dada as diferenças que vejo em minha atuação, e também não é a complexa de jogo, devido às minhas limitações/poucas informações acerca deste modelo.

São por motivos como estes que expus minhas dúvidas e questionamentos num dos ambientes mais favoráveis para se discutir futebol no Brasil. As dúvidas e questionamentos se limitaram à vertente física do jogo. Afirmo, porém, que inquietações também existem para as demais vertentes…

Dúvidas à parte (que sempre existirão numa busca constante por conhecimento), é momento de pensar a sessão de treino. E para criar jogos em que as situações-problema sejam semelhantes as que irão ocorrer nas competições, estejam certos (e para isso, obviamente, não há dúvidas) que as soluções não estão nos intervelados de corrida, nos treinos pliométricos, na sala de musculação, nas caixas de areia, nas trações, nos tático-sobra, nos coletivos sem bola, na repetição de fundamentos ou em quaisquer outros treinos analíticos.

A solução está nos jogos bem criados e corretamente orientados.

Acertar na criação de um jogo parece simples, porém, ao longo de minha jornada profissional como atleta ou gestor de campo vivenciei inúmeras situações que foram jogo, mas, mesmo assim, estavam distantes (ainda que melhor do que os treinos analíticos) do jogar desejado.

Já joguei o conhecido “futebol alemão” durante incontáveis semanas seguidas com as mesmas regras e as mesmas intervenções do treinador. Semana após semana, nossos problemas e adversários não eram os mesmos, porém, os treinos sim. Também já presenciei discussões que o mesmo jogo pode ter objetivos diferentes, inclusive opostos. Por exemplo, trabalhar o igualmente conhecido “passa 10” para objetivos como a posse de bola e para a recuperação da posse de bola.

Penso que para jogos iguais, objetivos iguais (no máximo, semelhantes). Lembrando, é claro, que se houve a adição de uma regra sequer, já não é mais o mesmo jogo.

Enfim, inúmeras situações de treino vivenciadas poderiam ter maior eficácia e contribuição na construção de um jogar coletivo de qualidade. O desconhecimento, gerado pela incompetência inconsciente, e até mesmo a preguiça de pensar o treino são fatores limitantes na criação de jogos.

Algumas ações podem ser suficientes para impedir a ocorrência destes erros. Entre elas:

• Saiba exatamente o nível em que se encontra sua equipe para cada um dos momentos do jogo;

• Saiba exatamente o nível que você pretende atingir em cada um dos momentos do jogo;

• Decida quais são os objetivos do jogo que será criado;

• Defina as regras do jogo.

É justamente ao definir as regras do jogo que muitos se perdem. Definem um objetivo, mas criam regras que se desencontram; estabelecem regras vagas, distantes do que se quer construir; são incoerentes com as pontuações, privilegiando ações de fácil execução; definem muitas regras, deixando o jogo confuso, definem poucas regras, deixando o jogo pouco complexo. Ou seja, erros que podem ser fatais na rodada seguinte.

Para criar regras convergentes para o objetivo de desmarcações, por exemplo, é possível privilegiar o passe recebido em um espaço vazio no campo ofensivo. Para trabalhar recuperação da posse de bola, punir a equipe que não recuperar a posse a partir de um setor delimitado em um curto espaço de tempo é uma opção. Para trabalhar progressão com passes curtos, a obrigatoriedade de passes pra frente até a intermediária ofensiva pode ser uma boa ideia.

Em relação às pontuações, deve se atentar ao fato de nenhuma ação ter maior pontuação que o gol, pois para cumprir a lógica do futebol formal (é para isso que se treina) gols precisarão ser feitos. Exemplificando: dar maior pontuação para a posse do que para o gol pode criar o mau-hábito em uma equipe querer fazer mais a posse do que o gol.

Pode ser interessante pensar na seguinte combinação: posse no ataque por 15 segundos = 1 ponto; gol = 2 pontos; posse + gol = 5 pontos.

Já sobre a quantidade de regras, insira mais ou menos de acordo com os objetivos pretendidos e respeitando o já mencionado nível de sua equipe e o princípio da progressão complexa.

Com o jogo elaborado, o último detalhe, mas não menos importante, compreende a correta intervenção do treinador. É dele a missão de construir referências coletivas comuns que no jogo formal se manifestarão adequadamente em ações correspondentes à auto-organização do jogo.

Na próxima coluna que tratar deste tema, será iniciada a discussão de regras favoráveis à aquisição de determinados comportamentos coletivos referentes à organização ofensiva.

Para quem tiver interesse, disponibilizo por e-mail uma planilha orientadora para treinamentos. Nela, será possível atentar-se para elementos centrais na elaboração de uma sessão de treino e estabelecer as inter-relações e combinações do jogo criado com os objetivos propostos.

Abraços e até a próxima semana!

Para interagir com o autor: eduardo@universidadedofutebol.com.br 

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As regras certas e a dinâmica do jogo: favoreça um treinar (jogar) de qualidade – parte I

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Tribunal de Justiça de Minas Gerais exclui responsabilidade de clube e de federação por morte de torcedor

A 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) negou o recurso de um casal em ação de indenização pela morte do filho, resultante de uma briga entre torcidas em abril de 2004. Na decisão, a Federação Mineira de Futebol e o Cruzeiro Esporte Clube foram retirados do processo por serem considerados isentos da responsabilidade pelo ocorrido.

A referida decisão é atinente a um aspecto preliminar do processo; o mérito, se haverá ou não indenização, ainda está pendente de julgamento.

O torcedor foi morto durante briga entre membros das torcidas do Clube Atlético Mineiro e do Cruzeiro Esporte Clube, no terminal rodoviário “BH Bus” na região de Venda Nova, cerca de 10 quilômetros do estádio, em 11 de abril de 2004, dia em que foi disputada a final do Campeonato Mineiro daquele ano no Mineirão.

Os pais da vítima ajuizaram ação de indenização por danos materiais e morais contra o Estado de Minas Gerais, a BHTrans, sociedade de economia mista municipal responsável pelo trânsito, a Federação Mineira de Futebol, o Cruzeiro e alguns torcedores do Atlético.

Em 1ª instância, o Magistrado considerou que a Federação e o Cruzeiro não podiam ser responsabilizados pelo incidente, pois “as atribuições legais dessas instituições se limitam às circunscrições do local onde ocorre o evento esportivo”.

No recurso, o casal solicitou que a Federação Mineira de Futebol e o Cruzeiro também fossem responsabilizados pela morte de seu filho.

O Desembargador relator entendeu que a situação foge da responsabilidade da entidade organizadora da competição e da entidade da prática desportiva, pois os fatos não se deram no lugar do evento ou nas imediações de sua realização e, portanto, manteve a decisão de primeira instância.

“A alegação recursal de que o Estatuto do Torcedor não impõe limite de distância entre o palco do evento e os locais utilizados para transporte dos torcedores não supera, primeiro, a previsão daquele quanto a aspectos e definição de segurança e, segundo, a imposição de aplicação do princípio da razoabilidade”.

O Estatuto do Torcedor estabelece a responsabilidade objetiva do clube mandante, da entidade organizadora e seus dirigentes pelos danos sofridos pelos torcedores em razão do evento esportivo, sendo-lhes garantida a segurança antes e depois da partida.

Ademais, é direito do torcedor ter a segurança nas imediações do estádio em que será disputada a partida, bem como suas entradas e saídas, de modo a viabilizar, sempre que possível, o acesso seguro e rápido ao evento, na entrada, e aos meios de transporte, na saída.

Destarte, considerando-se que as estações de ônibus constituem sistema de transporte público indispensável para o acesso ao evento esportivo e que o dano somente ocorreu em virtude dele. Considerando-se, ainda, que é dever das entidades envolvidas garantir a segurança do torcedor, a federação e o clube possuem, sim, legitimidade para figurarem como réus na ação.

Além deles, nos termos do artigo 39-B, do Estatuto do Torcedor, a torcida organizada responde civilmente, de forma objetiva e solidária, pelos danos causados por qualquer dos seus associados ou membros no local do evento esportivo, em suas imediações ou no trajeto de ida e volta para o evento; ou seja, tendo havido participação de componentes de torcida organizada, a entidade também poderia constar no pólo passivo.

De toda sorte, medidas judiciais como esta são de extrema valia para a efetivação dos direitos do torcedor, uma vez que somente com seu uso reiterado será possível aplicar corretamente e em sua plenitude o Estatuto do Torcedor.

Para interagir com o autor: gustavo@universidadedofutebol.com.br
 

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Cidade-sede: Belo Horizonte

A reforma está bem projetada sem descaracterizar o famoso estádio mineiro, o Mineirão. Em suas principais características de fachada, mantém o símbolo do futebol local, mas, desta vez , revitalizado e atualizado. A arquitetura é de Gustavo Penna, arquiteto mineiro.

Um dos projetos em que a circulação externa foi bem pensada, este apresenta uma grande esplanada que garante a dissipação do público e que fica localizada sobre os estacionamentos, que, por sua vez, aproveita a inclinação do terreno. O desenho de piso é baseado na distribuição da massa em sentido radial e, de quebra, ainda enfatiza a arquitetura do estádio, destacando-o.


 

A grande praça tem a função de ligar o estádio ao Mineirinho (à extrema esquerda na foto acima), valorizando o complexo para o futuro. Sob as lajes, além dos estacionamentos, estão os espaços para suporte do evento, com pé direito duplo, o que amplia o leque de atividades que possam ser realizadas no local após a Copa do Mundo 2014.

Sua cobertura, por responsabilidade também da GMP arkitekten, famosa pela vasta experiência em estádios e cobertura dos mesmos, é metálica, leve, presa por tirantes, e deveria, inicialmente, receber policarbonato, o que poderia amarelar com o tempo, pois o material não é mais adequado. Felizmente, foi divulgada a informação de que a cobertura será em uma membrana de dióxido de titânio, mais econômica que o policarbonato, e com funções mais interessantes.

Segundo o site Ciclo Vivo, “este elemento, em contato com a umidade do ar e as gotas da chuva, se comporta como se fosse um teflon (revestimento de panela) – nele a sujeira não gruda nem se acumula. Mas, a reação química entre as moléculas de água e o CO2 da atmosfera na presença do dióxido de titânio gera CO3, nitrogênio. É como se o revestimento fizesse uma espécie de fotossíntese, retirando o gás carbônico da atmosfera.”

Ainda na mesma matéria, de acordo com uma empresa do material, “esta limpeza é garantida durante o dia pelo estímulo dos raios ultravioletas e à noite são alimentados por células fotovoltaicas. O revestimento evita danos à superfície e, consequentemente, diminui o custo de manutenção”.

A DuPont é uma das fabricantes do chamado Ti-Pure R-105 e apresenta como uma das principais características a cor branco-azulada, que favorece uma cobertura térmica. Foi declarado em 2011 que o Mineirão produzirá energia solar para residências das proximidades, a qual surge da união deste material à uma planta geradora de energia. Com uma segunda planta destas, a capacidade de alimentar mais residências aumenta, e a perspectiva é que beneficie 1.500 casas.

A cobertura ainda facilita a insolação do campo (rebaixado em 3,5m em relação ao original), protegendo contra o desenvolvimento de pragas no gramado. Dessa forma, a manutenção do mesmo é mais econômica. A cobertura, hoje, já recebe suas peças metálicas, garantindo o bom andamento do cronograma da construção.

Com estas informações, podemos classificar o estádio como um que está um pouco a frente ao restante já que tem, de fato, características sustentáveis. Seria função de todos tentar conseguir o selo verde de construção, o que provavelmente não vai ocorrer, mas o máximo que puder ser feito, a sociedade apoia.

Parte da compensação pela construção desta área impermeável, que é a esplanada, é registrada pela distribuição a artesãos mineiros da madeira do estádio, podendo ser reciclada. Além disso, o governo pretende plantar cerca de 3.500 árvores próximo à Pampulha.

Espero que seja realmente cobrado pela sociedade tal postura, e que seja feito antes da Copa, pois, depois do evento, poucas vezes aparece alguma preocupação.

Sinto que falta um pouco de ideia de quais eventos podem ser realizados, o que não é função do arquiteto – o mesmo somente se encarregou de elaborar um projeto que pudesse abrigar eventos genéricos, ainda não definidos. Minas, há algum tempo, esteve pesquisando muito sobre os eventos, inclusive na África do Sul, durante a Copa 2010, e deve apresentar cada vez mais novas soluções para um evento mais saudável na capital Belo Horizonte.

Atualmente, a obra segue com vários trechos em execução além da cobertura, como o sistema de elétrica, hidráulica, drenagem e também do piso da esplanada. Minas é uma das cidades mais organizadas e mais transparentes, que cedem mais informações. Um site, inclusive, foi lançado. Nele, todos podem saber um pouco mais sobre a preparação da cidade, do estádio e demais notícias.

Para interagir com o autor: lilian@universidadedofutebol.com.br

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Cidade-sede: Cuiabá
Cidade-sede: Salvador
 

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Velocidade da inovação

A leitura de alguns textos e livros que retratam o desenvolvimento do esporte no Brasil e no mundo são sempre apaixonantes. Acompanhados de histórias curiosas e inovações de suas épocas, que parecem banais nos dias de hoje, eles tiveram contribuições significativas para a transformação da indústria do esporte como negócio tal e qual conhecemos atualmente.

No futebol, as chuteiras, com transformações graduais em seu formato e leveza; as camisetas, que foram se moldando para facilitar a transpiração dos atletas; e os patrocínios, que marcaram os primeiros passos para a construção do esporte como negócio.

Em todos os casos, as mudanças foram tratadas como devaneios ou afronte de quem os propunha perante a sociedade da época. É interessante pensar que Adidas e Nike, entre as décadas de 1940 e 1970, se desenvolveram em um mesmo período por caminhos distintos, em diferentes territórios, sem que nenhuma soubesse da existência da outra até se encontrarem na luta pela liderança do mercado global esportivo a partir da década de 1980-1990.

Em um mundo globalizado, como este em que vivemos, isso é de fato impensável. As inovações custavam a ser aplicadas na íntegra, levando algumas vezes décadas até o seu efetivo reconhecimento.

E é no cerne desta questão, de mundo globalizado em relação à gestão do esporte, que queria levantar algumas reflexões, especialmente relacionadas à velocidade da mudança em termos de modernidade e inovação aplicada às organizações esportivas.

Será que temos que esperar tanto para ver algumas inovações que, uma vez aplicadas com sucesso no exterior, poderiam ser reproduzidas na realidade local? Desde a gestão de patrocínios até as arenas, passando pela relação entre atletas e a mídia. Muitas destas coisas, principalmente no ambiente do futebol, possuem uma forte raiz amadora, que não combina com a projeção, a movimentação financeira e a amplitude da modalidade praticada no Brasil.

Se desconhecêssemos outros exemplos, até entenderia o percurso por outros rumos. Mas sabendo como o mundo trata a gestão e os negócios do esporte, percebemos o quanto é possível mudar e inovar com mais velocidade e inteligência, melhorando inclusive estas inovações.

Por incrível que pareça, em pleno século XXI, ainda tomamos decisões e lidamos com as mudanças no âmbito da gestão aplicada ao esporte como se a distância entre o Brasil e os grandes centros do esporte mundial estivessem a vários quilômetros de distância ou separados por um oceano, quando na verdade estamos a pouco menos de um clique.

Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br

 

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Precisamos falar do legado

O Brasil precisa se acostumar mais a discutir os temas que lhe são caros.

Também aqueles assuntos que não são tão fáceis.

Não apenas aceitar ou negar aquilo que acontece ao nosso redor.

A inquietação aguça a criatividade e, como consequência, a evolução das coisas.

À exceção das histórias de alguns poucos ídolos da vez dentro das quatro linhas, contadas por programas de televisão com todas as tintas dramáticas do menino que virou homem e atinge o estrelato, fama, dinheiro e cia., o futebol brasileiro não sabe debater o verdadeiro potencial de transformação social que esse esporte pode ter.

Ou não quer tratar do assunto.

Aliás, no mundo, fala-se pouco a respeito. Faz-se menos ainda.

Mesmo assim, muito à frente do Brasil.

Esse elefante branco na sala do futebol mundial deve ser enxergado sem constrangimento.

Mais ainda em tempos de Copa do Mundo 2014 e o incessantemente invocado legado que o evento deixará ao país.

Ao contrário, aproveitar a energia positiva do esporte e fazer com que sua disseminação organizada se constitua num legado social permanente.

Na Europa e nos EUA – pelo menos até onde chego com minhas investigações – os clubes, as ligas e as associações nacionais constituem institutos, fundações, ou até mesmo programas permanentes que integram a sociedade ao futebol, ou levam o futebol onde a sociedade está (normalmente em situações desfavorecidas).

Fifa e ONU, cada uma a sua maneira, têm em seus quadros mandatários designados para cuidar da responsabilidade social corporativa no esporte.

A Unicef inclusive possui acordos com clubes de futebol, dentre os quais o Flamengo no Brasil.

É pouco. É quase nada de efetiva mobilização e engajamento da cadeia.

Basta que se visite os sites oficiais de Uefa, Premier League, Federação Irlandesa de Futebol, Chelsea, Arsenal, Liverpool, Manchester United e City, Tottenham, Real Madrid, Barcelona, Milan, Bundesliga, Bayern Munich, Major League Soccer, para se constatar a diferença de tratamento ao tema e os programas – mais do que ações – que são executados.

Até mesmo Boca Juniors e River Plate, para invocar a comparação aos latinoamericanos, têm atuação contundente.

E no Brasil? Internacional, Grêmio e Vasco têm atuação organizada e louvável.

Ok, falta dinheiro e não é a atividade principal.

Ok. E qual ONG tem a capacidade de mobilização que os clubes de futebol têm em suas comunidades?

Belíssimas e organizadas iniciativas vemos na Fundação Gol de Letra, Fundação Cafu, Instituto Bola pra Frente, Instituto Deco, Instituto Paulo André, Atletas pela Cidadania, Instituto Bom de Bola.

O primeiro passo para mudar esse cenário e, sim, copiar o que é feito lá fora, nesse caso, é começar a falar sobre o elefante na sala.

Incluir na pauta de eventos do terceiro setor e até do poder público.

Bom, antes disso, deve-se querer enxergar o elefante na sala.

Empurrar pra baixo do tapete não dá, é muito grande…

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br
 

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Chelsea e Sauber: futebol e Fórmula 1

Na ultima semana, em nota oficial, a escuderia de Fórmula 1 Sauber e a equipe de futebol inglesa Chelsea anunciaram uma parceria.

À primeira vista, um negócio que causou certo estranhamento no mundo esportivo, um pouco pela fama dos envolvidos e um pouco pela forma inusitada de se vincular futebol e F1.

No site oficial da equipe inglesa, o presidente-executivo Ron Gourlay disse: “Esta parceria vai beneficiar ambos, com o potencial de criar oportunidades comerciais únicas”.

O dirigente destacou ainda o foco na troca de conhecimentos, no desempenho de negócios, intercâmbio em ciência do esporte e proposta de captação conjunta de investidores no mercado. Uma troca de know-how, poderíamos chamar assim.

Pelo lado da Sauber quem se manifestou foi o CEO da escuderia, Monisha Kaltenborn:

“Existem numerosos pontos em comum e sinergias possíveis. Em ambos os casos estamos falando do desporto no mais alto nível, tanto no automobilismo como no futebol. A Sauber F1 Team e o Chelsea FC investem pesado em muitos aspectos comerciais e esportivos, assim queremos reforçarmo-nos mutuamente nessas áreas. Estamos ansiosos para explorar essas oportunidades”.

Nitidamente, esta parceria denota uma troca de experiências e oportunidades de atrair novos investidores, mas um ponto chama a atenção – e este até poderia passar despercebido, pois para alguns colegas com quem discutimos tal notícia o item parece não ter força dentro do pacote de ações que serão desenvolvidas. Trata-se da troca com ênfase na formação de talento, algo assinalado nas palavras do diretor do Chelsea.

O termo “ciência do esporte” foi mencionado por ambos os dirigentes, e pelo lado do clube ainda foi citado que um dos pontos de sinergia é justamente a capacidade da equipe Sauber com seu programa de desenvolvimento de talentos de formar novos e bem sucedidos pilotos, coisa que agrada aos Blues.

Precisamos esperar para ver o que de fato será feito da parceira nesse segmento, mas que a proposta é interessante, sem dúvida nenhuma é. Sabemos que a Fórmula 1 utiliza de tecnologia de ponta e investe forte no desenvolvimento do carro, mas também na formação de pilotos.

E neste aspecto acho que o futebol tem muito a ganhar, pois na formação das competências e habilidades de um piloto encontramos por inúmeras vezes estímulos para lidar com variáveis diversas e interpretação de informações para a tomada de decisão.

Essas tecnologias (recurso e processo) que podem ser intercambiadas entre as partes pode ajudar e muito na formação de futuros jogadores, à medida que, seja pelo aspecto mental, seja pela leitura diferenciada das informações, ou por outro elemento qualquer, agregam-se elementos diferenciais.

Agora, é esperar pra ver. A largada foi dada. Vamos aguardar a bandeirada final.

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br
 

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Uma história do jogo

Peço licença aos leitores, mas nesta semana gostaria de trazer uma coluna um pouco diferente da usual, porém com total relação com os nossos assuntos de campo (complexidade!).

Era uma vez um garoto que sonhava em ser jogador de futebol…

Todos os dias o mesmo ia para a escola e no intervalo desafiava seus colegas em um confronto “1×1”, em que a bola era uma latinha e o gol era marcado entre duas árvores.

Depois da escola e do dever, o garoto corria para o campinho de terra com seus amigos para o “clássico”.

Antes de começar a partida, dois eram incumbidos de assumir o papel de dirigentes da equipe. Logo após o par ou ímpar, os mesmos iniciavam as “contratações” alternadamente.

Formadaz as equipes, os uniformes eram definidos em “com camisa” e “sem camisa”.

Os juízes (os próprios jogadores) definiam a regra e qualquer discussão era inaceitável com pena de expulsão para o infrator: “pediu parou, parou” e ponto!

No desenrolar da partida, as referências eram circunstanciais: cada um fazia aquilo que achava melhor para si e para o grupo e se a decisão fosse errada, logo os técnicos (os próprios jogadores) chamavam a atenção do mesmo, pois ninguém ali queria perder, ainda mais se tivesse algum time de fora!

Por horas os “atletas” ficavam imersos no jogo, “treinando” jogadas de efeito, de classe, simples, complexas, criando novas, etc.

Os mais velhos marcavam de perto os mais novos, principalmente os mais habilidosos; estes, por sua vez, tentavam ajudar os ainda mais novos, tocando a bola para eles, mas logo a pediam ou até tomavam-na de volta.

 

 

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O senhor do jogo tomava conta de muita coisa.

E o jogo continuava…

…Até o apito final, que geralmente era dado pela noite.

Os dias seguiam assim e, por algum motivo, os garotos evoluíam, e com o tempo o sonho de criança ia batendo às suas portas, e os garotos iam buscar espaço em categorias de base em escolas de futebol, etc.

Mas, nesse momento, alguns “jogadores” paravam de evoluir e o prazer do jogo lhes era retirado e muitas vezes o sonho se tornava pesadelo…

Não havia mais brincadeira.

O jogo era destruído em partes que precisavam ser entendidas a qualquer custo!

Agora, cinquenta minutos parece uma eternidade!

Agora eles não têm controle sobre nada do jogo.

E tudo parece chato…

A história parava por aqui.

Mas hoje somos responsáveis pela revolução do processo de ensino e aprendizagem!

Somos responsáveis por trazer o jogo para nossos atletas e sistematizar não aquilo que é fragmentado e destituído de sentido, mas sim a essência do jogo.

Nossos jogadores estão ávidos por isso, ainda mais agora que os espaços de prática do futebol de rua estão cada vez mais escassos.

Somos responsáveis pelos sonhos de muitos, então precisamos saber muito bem qual caminho seguir e guiar nossos “atletas”, pois todas histórias começam com “era uma vez”, mas nem todas têm um “final feliz”.

Até a próxima!

Para interagir com o colunista: bruno@universidadedofutebol.com.br
 

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Aos preparadores físicos (e aos demais profissionais também) – parte II

Os acontecimentos das últimas semanas movimentaram o universo do futebol. No âmbito mundial, ocorreu a saída de Pep Guardiola do comando da equipe que deixa um legado de um bom e belo jogo. Com a mudança, além da expectativa criada sobre como será o desempenho do treinador em um novo clube, todos estão ansiosos para saber se o promovido auxiliar Tito Villanova conseguirá manter a média de conquistas do clube catalão nos últimos anos.

Já em nosso país, onde o futebol apresentado não tem deixado legado nenhum, finalistas e os primeiros campeões estaduais foram conhecidos. E, para estes times, a fórmula (divulgada através de reportagens, vídeos, conversas e outras informações) para se chegar à final é bem conhecida: muito treinamento tradicional.

Como a expressão treinamento tradicional (que compõe as periodizações físicas e a periodização integrada) já foi amplamente discutida neste portal, são desnecessárias maiores explanações.
Juntamente com esses modelos de periodização, farão parte desta discussão a Periodização Tática, criada por Vítor Frade e a qual profissionais do futebol lentamente têm buscado acesso, e também a Periodização Complexa de Jogo, idealizada por Rodrigo Leitão e com a qualainda não tive maior contato que não a leitura de sua tese de doutorado.

Somente para lembrá-los, o objetivo desta coluna, que teve a parte I publicada semanas atrás, é promover uma troca de conhecimento que leve à resolução da seguinte questão-problema: “ao longo de um microciclo de treinamento no planejamento de atividades na preparação de uma equipe, o quanto é possível ser realizado em total especificidade, portanto, jogando futebol?”.

Se a última coluna do tema continha somente algumas perguntas e, de certa forma, bastante gerais, nesta publicação acontecerá um breve “brainstorming de questionamentos e dúvidas” específicos da vertente física do jogo que, se solucionados, podem elevar e alinhar a discussão entre todos os profissionais do futebol e, consequentemente, interferir positivamente no treinamento das equipes de futebol.

O brainstorming será elaborado em função do conhecimento que tenho sobre os diferentes tipos de periodização que, obviamente, pode ser limitado diante da minha interpretação de tudo que aprendi sobre cada um dos modelos de preparação.

Na sequência, grande parte daquilo que questiono das periodizações ou que procuro respostas (e acredito que outros treinadores também):

•Por que os preparadores físicos adeptos do treinamento tradicional insistem em querer melhorar cada uma das capacidades físicas isoladamente (principalmente a força) sendo que toda e qualquer ação realizada num jogo é imprevisível e absolutamente variável? Se um dos princípios do treinamento esportivo é a especificidade, ao prescrever um treino físico “fechado” (dividido em séries, repetições, cargas, distâncias, etc.) vocês concordam que estão se distanciando do que será a realidade do jogo?

•Para estes mesmos preparadores, estes modelos de periodização preconizam poucos picos de forma física no decorrer de uma temporada. Como vocês solucionam esta questão quando, no calendário do futebol, é preciso ter pico de forma (global e, portanto, também física) até duas vezes por semana, durante várias semanas?

•Para quem aplica a periodização integrada e inicia os trabalhos com jogos reduzidos, por que a preocupação ainda se incide nos aspectos exclusivamente físicos da modalidade? Ao fazer o atleta treinar com “intensidade”, porém, correndo muitas vezes “errado” não estou criando hábitos que se manifestarão no jogo formal?

•Já existem diversas publicações científicas que apontam melhoras das capacidades condicionantes a partir do método integrado; então, existe a possibilidade de quem o aplica dar um passo à frente e ao invés de partirem da necessidade física que sua equipe precisa evoluir para elaborar o treino, partirem da necessidade coletiva de acordo com os diferentes momentos do jogo e de acordo com o Modelo de Jogo pretendido e então identificarem qual (e como) o metabolismo será exigido?

•Diversos exercícios observados em materiais de quem aplica a Periodização Tática, por mais que tenham relação com o Modelo de Jogo, consistem na execução de estímulos realizados com grau inexistente de imprevisibilidade. Estes exercícios, realizados com regimes de tensão, duração e velocidade de contração ajustados ao morfociclo padrão também não podem ser considerados distantes do jogo de futebol?

•O morfociclo padrão da Periodização Tática preconiza predominância distinta de contrações musculares nos diferentes dias aquisitivos no decorrer da semana para descansar as estruturas estimuladas no dia anterior. Existe a possibilidade de ser comprovado em algum estudo (ou já existe algum) que estimular as mesmas estruturas em dias consecutivos é prejudicial?

•Quem aplica a Periodização Tática poderia buscar um meio de controlar a carga de treino de modo que ela tenha maior aceitação da ciência objetiva?

•A Periodização Tática e a Periodização Complexa de Jogo desconsideram a musculação na preparação do futebolista. Para a segunda, exercícios de preventivos de fortalecimento e proprioceptivos são necessários. Qual é a opinião de quem aplica a Periodização Tática?

•Como a Periodização Complexa de Jogo define o seu microciclo (que vi publicado até então somente no Resumo Inteligente da Universidade do Futebol), e mais especificamente, em relação a vertente física do jogo?

•Para a Periodização Complexa de Jogo, atletas com diferenças significativas de massa magra devem treinar musculação visando aumento de volume muscular?

•Para a Periodização Complexa de Jogo, é possível aplicar estímulos com caráter físico semelhante em dias consecutivos?

•Como a Periodização Complexa de Jogo avalia e controla a evolução da vertente física da sua equipe?

Algumas questões são bem repetitivas, porém, pelo que se observa na prática, precisam ser instigadas constantemente. Já alguns outros pontos são mais atuais e vão de encontro ao que deve ser a tendência no treinamento em futebol. Quanto mais pessoas forem atingidas com as questões acima e estiverem dispostas a discutir e buscar soluções, mais rapidamente observaremos a evolução do futebol brasileiro.

Como pode ser observado, o preparador físico jamais será extinto do futebol. Como mencionado em outra ocasião, terá nova função carregada de complexidade.

Nesta coluna deixo mais perguntas do que respostas. No entanto, para a pergunta feita inúmeras vezes pela imprensa esportiva nos últimos dias sobre a vinda do ex-técnico do Barça ao Brasil para melhorar nosso futebol, a resposta é clara: Guardiola está longe de poder solucionar nossos problemas.

Conto com a sua ajuda, leitor. Obrigado!

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Leia mais:
Aos preparadores físicos (e aos demais profissionais também) – parte I

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O Habeas Corpus de Oscar

Na semana passada, novamente, o caso Oscar foi manchete em todos os jornais. Eis que uma liminar concedida em Habeas Corpus garantiu que o jogador tenha o direito de jogar no clube que quiser, retirando o vínculo empregatício com o São Paulo Futebol Clube.

Segundo o Ministro do Tribunal Superior Trabalho Caputo Bastos, a Justiça “jamais poderá impor ao trabalhador o dever de empregar sua mão de obra a empregador ou em local que não deseje”.

Destarte, conforme já asseverado em outra coluna, a decisão judicial anterior, do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, determinou que o atleta mantivesse seu vínculo empregatício com o São Paulo.

A referida decisão tem gerado discussões no seio da comunidade jurídico desportiva. Ora, segundo o art. 28, da Lei Pelé, o atleta é livre para jogar onde quiser, desde que respeite as cláusulas estabelecidas no contrato.

Em nenhum momento houve ato que impedisse o atleta de trabalhar, mas, tão somente, de impor que ele arcasse com a Cláusula Penal pactuada entre Oscar e o São Paulo.

Destaca-se, mais uma vez, que o atleta não está sendo impedido de trabalhar, mesmo porque ele possui contrato de trabalho com o São Paulo Futebol Clube e poderia, portanto, trabalhar neste clube. Agora, se o atleta pretende se transferir para outro clube, o único caminho é o pagamento da Cláusula Penal ou, em alguns casos, o descumprimento do contrato de trabalho por parte do clube, o que parece não se aplicar no presente caso.

A referida decisão pode trazer repercussões perigosas, pois a autorização legal para que um jogador de futebol possa rescindir o seu contrato sem o pagamento de uma multa prejudica o clube que o empregava pode abrir precedentes para que outros atletas descumpram seus contratos sem qualquer ônus, causando uma perigosa instabilidade jurídica.

Para interagir com o autor: gustavo@universidadedofutebol.com.br
 

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Cidade-sede: Salvador

A cidade baiana é a que tem um projeto que, de fora, é o mais coerente de todos. Respeita-se a leveza da fachada em um entorno importante e tombado: o Dique de Tororó. Inicialmente, foi muito contestado por não valorizar este entorno e o previsto inicialmente, mas, agora, segue o plano e inicia a colocação da arquitetura em uma proposta não espetacular, mas bastante interessante.

Respeitando a forma em “U” do estádio, com cena marcada pela tristeza do acidente onde a arquibancada do estádio ruiu, em 2007, matando quatro torcedores, a nova Fonte Nova se modela livrando-se da antiga imagem precária lembrando um pouco o estádio Moses Mabhida (abaixo), de Durban, sede da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Essa forma da arquitetura pode privilegiar muito uma visibilidade marcante de um acesso principal ao estádio, como acontece com o palco sul-africano.

Por este motivo, a cobertura do estádio poderia ser mais marcante, mais trabalhada. No entanto, desde que construída com materiais de qualidade que não depreciem muito com o tempo ou que exijam grande manutenção, a cobertura não apresenta grandes problemas. A maioria dos projetos não apresenta muitos detalhes, mais uma satisfação para a sociedade, geralmente querendo conquistar olhares sem fornecer o necessário para a compreensão.

Ainda sobre a cobertura, nada é mostrado em relação ao trabalho de transparência para que não haja obstrução da incidência de luz solar no campo, mantendo a saúde do gramado e garantindo sua durabilidade – ainda mais com o intenso uso para shows que a cidade pretende realizar, já estando fechado um show de grande porte, festa de réveillon 2013 e a comemoração da lavagem de Bonfim.

Com estrutura leve, baseada em um anel central que “trava” a estrutura, ela é facilmente resolvida e bastante utilizada em estádios fora do Brasil. A visibilidade parece ser considerada boa, embora não haja locais muito próximos ao campo como alguns estádios tentam fazer – isso diminui a chance da visibilidade ser obstruída por placas de publicidade ao longo do campo, perdendo, assim, a venda das fileiras mais próximas.

Salvador não pensa como o Corinthians e quer, sim, realizar estes eventos e shows de grande porte em seu estádio. Ao mesmo tempo em que isto interfere na qualidade e cuidados com o gramado, é uma forma de enxergar a sustentabilidade financeira do equipamento, o que, para o Corinthians, deve ter cuidado redobrado.

Com estacionamentos subterrâneos, o estádio diminui seus usos, por isso talvez pense em utilizar tanto o gramado, mas nos poupa de imensos estacionamentos ao redor da praça esportiva, localizada em uma região de proteção histórica e já bem consolidada. É por este motivo que o transporte urbano deve ser muito bem resolvido, englobando diferentes modalidades de transporte, seja trem, ônibus, metrô, bicicleta, pedestre e, por último, automóveis.

Embora a Fifa exija um número grande para estacionamento, é de benefício para a capital que o transporte funcione, tanto para o evento, quanto para evitar transtornos viários a cada evento futebolístico na cidade.

A diferença dos níveis externos do estádio, como vemos no corte acima, pode facilitar muito a acessibilidade diretamente ao anel marcado no ingresso, distribuindo bem o público; além disso, seria interessante que o acesso principal fosse pela parte aberta ao Dique, como acontece no exemplo da África do Sul que mencionei.

Sempre saliento a importância em se marcar arquitetura deste porte com simbologia, e, sendo um estádio que representará a Bahia, Estado cheio de história, tradições e cultura, não vejo muito disso. Ao menos não no que nos é fornecido.

Ainda há tempo de fazer algo neste sentido, nem que seja nas arquibancadas. Falta cor para uma cidade na qual uma das religiões mais tradicionais é fortemente relacionada às cores. E falta corresponder à personalidade colorida da cidade do carnaval, do Olodum e de tanta alegria e tradição.
 

*Imagens do Portal 2014 – www.portal2014.org.br.

Para interagir com o autor: lilian@universidadedofutebol.com.br

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