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Novamente a especialidade

Novamente o tema em voga está respaldado pela Copa São Paulo de Futebol Junior. E desta feita guarda relação com a especialidade e o conhecimento de causa a respeito do processo de formação de atletas e os resultados esportivos precoces.

O fato: um grande clube do futebol brasileiro foi eliminado precocemente da “Copinha” e seu presidente veio a público afirmar que “alguém pagará por isso”.

Lembro de ter feito uma pesquisa científica neste clube no passado e de ter conversado informalmente com algumas pessoas, estudiosas estas da gestão e das necessidades que um atleta possui para crescer e se desenvolver, por etapas, ao longo da sua formação.

Os mesmos explicaram que não gostavam de participar de torneios de curta duração ao longo de determinadas etapas de formação dos atletas, pois, entendiam eles, que a elevada intensidade proporcionada por estas competições poderia prejudicar o desenvolvimento físico e muscular dos adolescentes.

Neste sentido, os torneios eram escolhidos por questões mercadológicas, e eram muito bem avaliados e selecionados antes de efetivamente decidir-se por sua participação ou não.

Assim, naturalmente, a Copa São Paulo se enquadrava no calendário pela visibilidade proporcionada pela mesma, mas não era o divisor de águas para decidir quem seria ou não atleta profissional.

Em suma, o que se quer dizer é que, em um trabalho consistente e coerente de formação de jogadores para o futebol nem sempre o título é sinônimo de revelação de bons atletas. Tal premissa já foi analisada em muitas ocasiões aqui mesmo no site Universidade do Futebol, por especialistas no assunto.

Desta maneira, é novamente incompreensível a intromissão de dirigentes amadores, sem conhecimento de causa, a tumultuar um ambiente de um clube revelador de grandes talentos.

A insistência em atravessar um campo em que não possui competência acaba se tornando um vício e pode atrapalhar anos de organização e sistematização de processos, construídos com muito estudo a partir de ciclos de aprendizagem.

Enquanto nossos dirigentes permanecerem com o pensamento teimoso de se intrometer em todos os departamentos, mesmo sem reunir saberes sobre os mesmos, os clubes administrados por eles devem simplesmente parar no tempo… ou galgar caminhos nas profundezas pelo alfabeto nas Séries B… C… D…

Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br
 

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Copa São Paulo de Futebol Júnior: bom jogador surge do nada?

Olá, amigos!

No fim do ano passado o mundo (além daqueles que trabalham seriamente e que já tinham noção) se assombrou e discutiu a formação de atletas no próprio clube vendo o sucesso do Barcelona, time sensação e referência global que tem colhido frutos de um sistema de formação eficiente e que contou, além da competência, com a sorte de uma geração brilhante que hoje faz parte do elenco principal.

Muitos colegas e eu inclusive já discutimos alguns pontos sobre o processo de detecção de talento, acompanhamento, sistema de formação e também sobre o funcionamento das categorias de base do time catalão

Pois bem, estamos chegando nesta semana nos jogos decisivos da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Muitos esperam seu término para ver quais serão os destaques e a futura geração do futebol brasileiro.

O que preocupa é que dentre esses muitos, encontramos os profissionais do futebol, representado muitas vezes por dirigentes e técnicos que se manifestam com palavras e imagens se vangloriando de estar atentos à “Copinha”, esperando o surgimento de um ou dois atletas para compor o elenco profissional dependendo do desempenho na competição.

Está certo isso?

Muitas vezes numa competição o atleta pode ter seu momento de destaque e acaba se consolidando para integrar as equipes principais de qualquer time do país. Mas aceitar que um clube, principalmente os ditos grandes, esperem que dois ou três jogadores “brotem” do nada é o mesmo que certificar-se e evidenciar a incompetência na gestão das categorias de base do futebol brasileiro.

Hoje temos estrutura e tecnologia suficientes para conseguirmos acompanhar os atletas do próprio clube e mesmo os de outros através de gerenciamento de dados e informações das competições das diversas categorias, para mapear e investigar destaques e evolução dos atletas de diferentes gerações. Assim, um clube deveria se programar para subir dois ou três atletas com base num acervo de dados compilados durante um período de tempo maior, trabalhando as carências da equipe principal junto às comissões técnicas das demais categorias – aliás, essas comissões deveriam fazer parte da principal, como complemento de funções.

Mas o que acontece é que o clube muitas vezes quer ganhar o sub-13, conquista o título, e sem se importar que o atleta com 15 anos mantenha-se em alto nível dentre os pares da mesma geração: o importante muitas vezes para o técnico da categoria é conseguir no ano seguinte ser bicampeão do sub-13, e no outro ser tricampeão.

O titulo dá respaldo, sim, mas aí que temos a diferença: quantos atletas do sub-13 têm chegado ao principal dali cinco a oito anos? O número não vai ser alto, justificariam alguns, mas não precisa ser insignificante.

E mesmo que não seja um aproveitamento gigante, tal como os nove titulares do Barcelona que compõe o time base, podemos ter um resultado melhor.

Agora, enquanto os clubes não investirem em tecnologia, conhecimento, e estrutura para realmente formar atletas, e não só com o único e exclusivo objetivo de vendê-los antes de chegar ao profissional (que se tem tornado comum), com certeza novos softwares, novos recursos e novos profissionais irão se encontrar no meio; e, sobretudo, novos e mais atletas não dependerão de uma grande explosão na Copa São Paulo de Futebol Júnior para tentar a chance da vida.

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br
 

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Identidade

Dia desses, estive conversando com um grande amigo a respeito de coisas do futebol.

Mais especificamente, sobre o porquê de um determinado clube conhecido por ambos estar em grave crise administrativa.

Ele, com muita experiência profissional, no Brasil e fora, somando a lucidez de visão, respodera:

“O clube precisa resgatar sua identidade. Isso não existe há muito tempo.”

E, por ter feito parte de um período da instituição em que se forjara uma identidade forte, coesa e também vitoriosa, essa afirmação soava, para mim, como diagnóstico preciso.

Na Wikipédia, “Identidade é o conjunto de caracteres próprios e exclusivos com os quais se podem diferenciar pessoas, animais, plantas e objetos inanimados uns dos outros, quer diante do conjunto das diversidades, quer ante seus semelhantes”.

Ademais, antropologicamente, tem-se que a “Identidade consiste na soma nunca concluída de um aglomerado de signos, referências e influências que definem o entendimento relacional de determinada entidade, humana ou não-humana, percebida por contraste, ou seja, pela diferença ante as outras, por si ou por outrem. Portanto, Identidade está sempre relacionada a ideia de alteridade, ou seja, é necessário existir o outro e seus caracteres para definir por comparação e diferença com os caracteres pelos quais me identifico”.

Tentando aproximar os dois conceitos do futebol e do próprio tema trazido àquela conversa, entendo ser possível resumir e, ao mesmo tempo, traçar as devidas analogias.

Identidade, no clube de futebol, é o conjunto de atributos próprios e exclusivos, reunidos em torno de pessoas, ou por elas construídos, bem como os símbolos, as estruturas, as ideias e seus fatores históricos, que determinam a todos estes um sentimento de pertencer à instituição ou dela poder se apropriar de forma intangível.

O decantado Barcelona de hoje, dentre outros grandes clubes europeus, e alguns poucos do Brasil, conseguem construir e solidificar sua identidade em todos os aspectos que conformam a instituição.

Já havia mencionado em outra coluna que a política de gestão faz com que o clube não perca sua essência.

Com os dirigentes sabendo qual é a identidade da instituição e a incluindo no planejamento e execução no dia a dia da gestão, fica mais fácil montar equipes competitivas em todos os níveis e departamentos – não só dentro de campo e na equipe profissional.

Ao contrário, caso se faz uso de gestão política – agraciando empresários, torcida organizada, diretores e conselheiros sem competência técnica para ocupar funções executivas – o resultado pode ser a perda e distanciamento gradativo do DNA institucional que forja a história do clube.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br
 

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Série pré-temporada: atividade conceitual para a manutenção da posse de bola

Após abordar a pré-temporada na coluna “Que venha a pré-temporada: treino físico x treino tático”, recebi vários e-mails perguntando sobre que tipo de atividade pode ser utilizada nesse momento da periodização.

Como sempre afirmo, não existe receita de bolo: para cada processo existem atividades que se encaixarão melhor em cada um dos momentos do planejamento.

Porém, como essa coluna é voltada para a prática, tenho que apresentar algo específico e que utilizo para o desenvolvimento integral da equipe na pré-temporada.

Antes de criar a atividade, escolhi um conteúdo amplamente discutido nas últimas semanas por conta do Barcelona, que é a manutenção da posse de bola.

Esse conteúdo faz parte dos princípios operacionais do jogo, que orientam a ação dos jogadores nos momentos de ataque e de defesa e são divididos em três de ataque e três de defesa, segundo Bayer. Existem ainda os princípios de transição que são definidos por Leitão.

No ataque, além da manutenção da posse de bola, temos a progressão ao alvo e o ataque efetivo à meta contrária.

Na manutenção da posse de bola, os jogadores têm regras de ação que os orientam a fim de manter o controle da bola através da transmissão da posse da mesma, onde toda a equipe buscará ter muita mobilidade, com desmarcações e criação de linhas de passe.

Tudo isso é treinado.

Na pré-temporada, posso, então, criar atividades conceituais.

Nessas atividades, os conceitos serão abordados e as regras de ação serão desenvolvidas em um ambiente geral. Além disso, as atividades conceituais têm um potencial grande no que tange o desenvolvimento das capacidades físicas específicas; sendo assim, posso utilizar muito bem esse tipo de atividade desde o início da pré-temporada. Só preciso adequar as regras e aumentar gradativamente as exigências cognitivas e físicas de jogo das mesmas.

Abaixo, elenco três atividades para o desenvolvimento da manutenção da posse de bola na pré-temporada através de atividades conceituais e uma atividade para o aquecimento específico. Cada atividade deve fazer parte de um processo e não necessariamente as três farão parte da mesma sessão de treino.

Atividade 1

Descrição
– Atividade de 9 X 2, o famoso bobinho com dois jogadores no meio. Essa atividade pode ser utilizada como forma de aquecimento específico e ter suas regras modificadas a fim de adequar o exercício ao momento do processo; essa atividade também pode ser utilizada como atividade técnica para o passe.

Para levar a atividade ainda mais a campo trouxe um vídeo do Barcelona realizando tal atividade – façam uma observação detalhada do mesmo, pois ele nos traz muitas informações importantes.
 


 

Atividade 2

Descrição

– Atividade de 4 X 4 + Coringa, onde o objetivo das equipes é trocar seis passes dentro do espaço delimitado.

Regras e Pontuação
– 1 ponto quando a equipe realizar seis passes sem interrupção.

Atividade 3

Descrição
– Atividade de 6 X 6 + 6, onde o objetivo das equipes é trocar 10 passes consecutivos. Duas equipes de seis jogadores se enfrentam dentro do espaço e há uma equipe de fora que joga como apoio para a equipe que tem a posse de bola.

Regras e Pontuação
– 1 ponto quando equipe fizer 10 passes consecutivos.
– Equipe que está de coringa por fora do campo pode dar apenas dois toques na bola e a mesma não pode ser passada de coringa para o coringa.

Atividade 4

Descrição

– Atividade de 8 X 8 + 4 coringas, onde o objetivo das equipes é trocar passes consecutivos passando pelos quatro quadrantes do campo. Em cada um desses quadrantes deve ter um jogador fixo da equipe, enquanto os demais se movimentam livremente juntamente com os coringas.

Regras e Pontuação
– 10 pontos quando equipe trocar passes nos quatro quadrantes do campo.
– 1 ponto para cada cinco passes sem interrupção.

Mãos à obra!

Até a próxima!

Para interagir com o autor: bruno@universidadedofutebol.com.br
 

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Entrevista Tática: Dante, zagueiro do Borussia M'Gladbach-ALE

Com grande colaboração dos jornalistas Bruno Camarão e Guilherme Yoshida, que estabeleceram o contato para a entrevista, a coluna desta semana traz a opinião de Dante sobre diversos aspectos referentes ao jogo de futebol que de alguma forma se relacionam com a vertente tática da modalidade.

Dante, zagueiro do Borussia M’Gladbach e único brasileiro no atual elenco, é peça importante na surpreendente campanha da equipe na Bundesliga 2011/2012, com 33 pontos em 17 rodadas e ocupando a 4ª colocação. Distante quatro pontos do líder, sua equipe encontra-se atrás apenas de Bayern de Munique, Borussia Dortmund e Schalke 04.

O defensor de 28 anos é um dos três jogadores da equipe que mais atuou na competição, 1530 minutos. Abaixo, a entrevista com ele:

1-Quais os clubes que você jogou a partir dos 12 anos de idade? Além do clube, indique quantos anos tinha quando atuou por ele.

Em 1998 na Catuense, em 1999 no Galícia, em 2000 no Capivariano, entre 2001 a 2004 no Juventude, de 2004 a 2006 no Lille-FRA, em 2007 no Charleroi-BEL, de 2007 a 2009 no Standard Liège-ALE e de 2009 em diante no Borussia M’gladbach-ALE.

2-Para você, o que é um atleta inteligente?

Podemos abordar muitos pontos dentro disso. Acredito que inteligência tem a ver, além da qualidade técnica, com a capacidade de fazer bem uma leitura de jogo, de entender estrategicamente o futebol, compreender as propostas de jogo da sua equipe e também do adversário e, também, saber usar sua qualidade técnica de um modo que possa se diferenciar.

3-Você saberia descrever o quanto o futebol de rua, o futsal ou o futebol de areia contribuiu para a sua formação até chegar ao profissional?

Praticamente em tudo. Meu amor por futebol surgiu justamente nas brincadeiras de rua e no colégio. Tudo isso faz parte do que eu sou hoje e eu não seria o que sou se não fosse essa etapa da minha vida.

4-Em sua opinião, o que é indispensável numa equipe para vencer seu adversário?

Foco, concentração, respeito e determinação. Acredito que são regras básicas para se ter uma equipe vencedora em qualquer jogo.

5-Quais são os treinamentos que um atleta de futebol deve fazer para que alcance um alto nível competitivo?

Normalmente o que se faz no clube, o treino diário, é o ideal. Obviamente uma boa pré-temporada é muito importante. Quando estamos treinando na pré-temporada ou nos treinamentos diários e importante um mix de trabalhos físicos, técnicos e táticos.

6-Para ser um dos melhores jogadores de sua posição, quais devem ser as características de jogo tanto com bola, como sem bola?

Acho que não precisa ter uma característica própria. Muitas vezes jogadores totalmente diferentes acabam se completando, um com mais capacidade de marcação, outro com mais capacidade de saída de bola. Então, varia muito isso e vai muito de acordo com a característica do jogador e do elenco que ele compõe.

7-Quais são seus pontos fortes táticos, técnicos, físicos e psicológicos? Explique e, se possível, tente estabelecer uma relação entre eles.

Eu me considero um jogador com uma boa impulsão, boa estatura para jogadas aéreas e finalização de cabeça também. Sou um jogador tranquilo, também, com uma boa saída de bola e sempre tento aliar tudo isso para me tornar um jogador sempre mais completo.

8-Pense no melhor treinador que você já teve. Por que ele foi o melhor?

Sem demagogia, acredito que o Lucien Favre, que está conosco no Borussia M’gladbach, é um dos grandes com quem já trabalhei e vi. Ele pegou este grupo desacreditado, praticamente rebaixado e foi responsável pela recuperação e pela consolidação da confiança desse grupo, que agora está lutando pela liderança na Bundesliga.

9-Você se lembra se algum treinador já lhe pediu para desempenhar alguma função que você nunca havia feito? Explique e comente as dificuldades.

Isso acontece sempre. O jogador sempre tem uma convicção, mas temos de ter a consciência de que o treinador muitas vezes acaba tendo uma visão melhor e muitas vezes vai o próprio jogador que tem qualidade para jogar numa determinada posição que ele achava que não lidava bem. Acredito que, nestes casos, é preciso ter calma, pois às vezes as coisas podem ser boas para o jogador.

10-Qual a importância da preleção do treinador antes da partida?

A preleção aqui na Europa é um pouco diferente do Brasil. No Brasil ela é mais motivacional, aqui na Europa é apenas uma resenha de tudo que treinamos e do que temos pela frente. É sempre importante para entrarmos ainda mais concentrados em campo.

11-Quais são as diferenças de jogar em 4-4-2, 3-5-2, 4-3-3, ou quaisquer outros esquemas de jogo? Qual você prefere e por quê?

O 3-5-2 é bem menos usual hoje e acabamos sempre jogando com uma linha de quatro na maioria das vezes ou com mais um jogador ali para auxiliar. Para nós, que somos zagueiros, independentemente da formação, é sempre bom ter alguém a mais ali para compor a marcação e dificultar a vida do adversário. Nós jogamos muito assim, com mais proteção atrás e apostando no contra-ataque ou tentando valorizar a posse.

12-Comente como joga, atualmente, sua equipe nas seguintes situações:

Com a posse de bola:
Valorizando a posse e buscando alternativas, evitando ao máximo o erro de passe.

Assim que perde a posse de bola: recomposição rápida para não deixar espaços.

Sem a posse de bola: equipe compacta, evitando ao máximo deixar buracos e oportunidades para os adversários.

Assim que recupera a posse de bola: buscar atacar com velocidade para surpreender o adversário e aproveitar os espaços.

Bolas paradas ofensivas e defensivas: atenção no posicionamento. Este é um ponto forte da nossa equipe.

Existe alguma mudança de comportamento previamente treinada para jogos fora de casa? E com a vantagem no placar? Explique.

A gente busca sempre jogar da mesma maneira fora de casa, porém, é sempre necessário lembrar que há um adversário e que as equipes jogando em casa sempre tendem a jogar mais para o ataque e tentar se impor. Nossa postura é sempre de tranquilidade, esperando a hora certa para dar o bote, em qualquer situação.

13-O que você conversa dentro de campo com os demais jogadores, quando algo não está dando certo?

Todos nós vamos nos falando, ouvindo orientações do banco e tentando nos ajeitar para que as coisas melhorem. Nunca é uma situação muito fácil de se resolver, mas, às vezes, acaba funcionando, principalmente quando se tem uma equipe entrosada.

14-Como você avalia seu desempenho após os jogos? Faz alguma reflexão para entender melhor os erros que cometeu? Espera a comissão técnica lhe dar um retorno?

É sempre bom ter um retorno da comissão e das pessoas que estão conosco. Eu busco assistir ao jogo e ser muito crítico em relação ao que eu faço, justamente para melhorar sempre.

15-Para você, quais são as principais diferenças entre o futebol brasileiro e o europeu? Por que existem estas diferenças?

Eu acho que uma característica básica de diferença é o ritmo de jogo. Na Europa a bola corre mais, a grama é mais baixa, o jogo é mais rápido. Acredito que esta seja a principal diferença.

16-Se você tivesse que dar um recado para qual
quer integrante de uma comissão técnica, qual seria?

Buscar sempre a união da equipe, integração de todos, para criar um ambiente saudável e propício para que seja realizado um grande trabalho.

Para finalizar, dê sua opinião sobre o que achou da entrevista e como, na sua visão, a mesma pode contribuir com o futebol brasileiro.

Gostei muito, pois fugiu bastante do que as pessoas costumam perguntar e foi mais a fundo em alguns pontos. Espero que seja interessante para quem trabalha, para quem pensa em trabalhar com futebol e espero também que vocês tenham gostado.

Para interagir com o autor: eduardo@universidadedofutebol.com.br

Leia mais:
Entrevista Tática: Nei, lateral-direito do Internacional

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Tratamento do torcedor: abismo entre o Brasil e os EUA

O torcedor brasileiro está acostumado com a falta de respeito e o descaso dos organizadores de eventos esportivos. A sensação de abandono é ainda maior quando comparado com outros países.

Na última semana foram, divulgados os números da audiência da TV americana e o futebol americano figura como líder absoluto. Além disso, como já dito aqui, quatro ligas americanas figuram entre as cinco mais valiosas do mundo.

A Revista Forbes divulgou ranking com os eventos esportivos mais valorizados e o Superbowl supera os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo de Futebol. O Campeonato Universitário de Basquetebol dos Estados Unidos figura entre os dez primeiros.

Esses números são mais incríveis quando constatamos que tratam-se de esportes praticamente exclusivos dos estadunidenses e que são consumidos majoritariamente pelo mercado interno, como o caso do futebol americano, do hóquei, da Nascar, do lacrosse e do beisebol.

Dentre as mais diversas razões para este sucesso, uma diz respeito ao tratamento dos espectadores destes eventos. O norte-americano trata o torcedor como um consumidor, o enxerga como o alvo do evento.

As ligas possuem lojas exclusivas para a venda de produtos de seus licenciados. A NBA, por exemplo, possui um restaurante temático entre os parques “Universal Studios” e “Islands of Adventure”, em Orlando. O New York Yankees (beisebol) possui dezenas de lojas em Manhanttan, incluindo uma na 5ª Avenida.

Há duas semanas estive em uma partida da NBA entre Orlando Magic e Toronto Raptors (onde joga o Leandrinho) no Anway Center, ginásio com capacidade para vinte mil pessoas, localizado no downtown de Orlando. A organização e a impecabilidade das instalações impressionam.

Os ingressos foram adquiridos com antecedência pela “internet”. Há valores diferentes de acordo com a localização do assento. Os preços variavam entre 22 e 400 dólares. Ao lado do ginásio um imenso estacionamento permitiu que rapidamente estivéssemos no hall de entrada que foi superado sem filas e/ou atropelos.

Na entrada fomos recebidos por gentis agentes de segurança para revista e, em seguida, por recepcionistas que entregaram uma livreto intitulado “gameday”, com as informações sobre a partida.

No hall de entrada as “cheerleaders” sorridentes posavam para fotografias com os torcedores e ao fundo uma imensa escada rolante dava acesso aos corredores internos.

Sem nenhuma fila e após apresentar minha identidade, comprei uma cerveja em uma das diversas opções disponíveis (inclusive redes conhecidas de “fast-food”).

Ao me dirigir ao meu assento, um educado funcionário me indicou exatamente o número de minha cadeira. Ao me sentar, a suntuosidade do ginásio chamou atenção. Um imenso telão centralizado no teto dava o tom e os diversos letreiros eletrônicos entre os anéis da arquibancada davam um ar futurista.

Chamou-me a atenção o fato de as arquibancadas estarem vazias. No entanto, faltando cinco minutos para o início da partida, o ginásio lotou. Tal fato se deu em razão de os torcedores terem a tranquilidade de dirigirem-se ao seu assento somente para assistir ao evento, uma vez que o seu lugar comprado é respeitado.

Nos intervalos dos “quartos”, o narrador oficial interagia com a torcida utilizando músicas e imagens no telão. Enfim, um programa que no Brasil é tido como masculino se transforma em uma atração para toda a família.

Ao final, sem qualquer atropelo, nos corredores havia pequenas lojas com produtos do Orlando Magic.

Importante mencionar a situação das instalações sanitárias. Dignas de “Shopping Centers”, os banheiros possuíam som ambiente da narração da partida.

“In loco” foi possível entender os motivos de tamanho sucesso. Perdendo ou ganhando, o torcedor sai da arena esportiva feliz pela festa, pelo conforto. Não há sofrimento.

Diante de tudo isso se percebe o abismo que há entre o desenvolvimento do esporte nos EUA e no Brasil.

Os torcedores brasileiros submetem-se a filas intermináveis para comprar ingressos, para comprar bebidas, para utilizar banheiros. Tudo sem levar em consideração a precariedade das instalações.

Muitas vezes, o torcedor quer adquirir produtos de seu time do coração, mas há poucas lojas oficiais e as que existem deixam a desejar no que diz respeito às opções.

O Estatuto do Torcedor traz uma série de dispositivos que, caso cumpridos, aproximariam o consumidor brasileiro da realidade dos grandes centros.

Ouço muito que o Estatuto do Torcedor é uma utopia. Ora, se hoje o homem cruza os céus é porque um dia alguém acreditou que podíamos voar.

Assim, para que o torcedor brasileiro seja respeitado é necessário que tenha conhecimento de seus direitos e, tendo o conhecimento, que os exija administrativa e judicialmente.

Para interagir com o autor: gustavo@universidadedofutebol.com.br
 

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Férias no futebol: o que fazer na pré-temporada após as festas de fim de ano?

O Natal e o ano novo comemorados pelos cristãos são duas festas bem tradicionais especialmente nos países ocidentais.

Associadas às férias de muitos jogadores, as chamadas festas de fim de ano são um tempo para descanso, para se repensar no que passou e para projetar o que virá.

Em função das confraternizações sempre regadas a bebida e comida, quase sempre as pessoas acabam ganhando peso e essa situação não é diferente para muitos atletas.

Após as festas, vem então a chamada “pré-temporada” que, em função do calendário e do planejamento de cada clube, pode durar de 15 a 45 dias com até dois períodos de treino por dia.

Além do peso ideal de cada jogador, busca-se também atingir melhorias das capacidades motoras necessárias para o futebol entre elas flexibilidade, velocidade, força, potência, resistência muscular localizada e resistência aeróbica.

Para atingir tais objetivos dentro de um prazo estipulado, a escolha das tarefas a serem realizadas e o controle apurado da carga de treino são fundamentais. Para tanto, medidas de marcadores de dano muscular, avaliações da aptidão física e do comportamento dos padrões enzimáticos e metabólicos podem ser utilizados com o intuito de evitar a execução de esforços exagerados.

Mas, por necessitar de técnicas apuradas, medidas invasivas, mão de obra especializada e grande dispêndio financeiro, muitos destes métodos se tornam impraticáveis para a grande maioria dos clubes. Resta a estes, então, buscar alternativas mais simplificadas e menos dispendiosas.

A frequência cardíaca (FC), por exemplo, além de ser estudada desde a década de 50 e possuir um padrão comportamental pré-estabelecido para diferentes tarefas, é uma das variáveis fisiológicas mais simples e baratas de se obter e pode ser utilizada para este fim.

Utilizando a frequência cardíaca, um estudo realizado pelo grupo do Prof. Impellizeri verificou a distribuição da intensidade do treinamento para desenvolvimento da aptidão aeróbica.

O estudo foi publicado na primeira edição de 2011 do Journal of Strengh and Conditioning Research e verificou durante seis semanas da pré-temporada a distribuição da carga de treinamento aeróbico e seus respectivos efeitos na aptidão de 14 jogadores.

Os atletas foram submetidos a um teste em esteira pré e pós intervenção onde foram verificadas a velocidade e a frequência cardíaca das intensidades equivalentes ao primeiro e ao segundo limiar de lactato (2 e 4 mMol, respectivamente).

Com os resultados do teste pré-treino, os pesquisadores determinaram três domínios de intensidade: baixa (> 2mMol de lactato); média (entre 2 e 4 mMol de lactato) e intensa (< 4 mMol de lacato) e após análise de 504 sessões de treinamento verificou-se que do tempo total de treino aeróbico 73 ± 2.5% foi caracterizado com baixa intensidade, 19 ± 2.8% com moderada e apenas 8 ± 1.4% com intensidade alta.

Embora a baixa intensidade tenha predominado, tanto a velocidade referente ao primeiro quanto ao segundo limiar foram superiores no pós-treino do que pré (5% e 7%, respectivamente – p<0,01). Apesar disso, apenas as atividades realizadas com alta intensidade (> 90% da FCmáx) obtiveram correlação com a melhora da aptidão (r = 0.84, p < 0.001; para o primeiro limiar e r = 0.65, p = 0.001 para o segundo limiar).

Apesar de algumas limitações do estudo como, por exemplo, a utilização das concentrações fixas de lactato, e a realização do teste em esteira, estes resultados indicam que a medida da FC é útil para monitoração do treinamento para desenvolvimento da aptidão aeróbica e que nem sempre o volume da tarefa é quem determina melhora do desempenho.

O estudo também nos faz pensar que ao contrário do que muitos imaginam a pré-temporada nem sempre é caracterizada por tarefas exaustivas com predomínio de exercícios intensos, mas é claro que isso poderá variar de clube para clube.

Para interagir com o autor: cavinato@universidadedofutebol.com.br
 

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Agassi e a formação

Em tempos de Copa São Paulo de Futebol Junior, me pus a ler uma autobiografia, do ex-tenista Andre Agassi. Não sou muito afeito à leitura de autobiografias, uma vez que elas retratam, naturalmente, uma história única, que via de regra não se reproduz estatisticamente na população. Contudo, esta foi marcante.

Inclusive na época de seu lançamento, anos atrás, quando Agassi declara abertamente ter detestado jogar tênis ao longo de toda a sua vida. Surpreende e intriga, pois vai no sentido contrário a muita coisa que estudamos sobre formação e desempenho de atletas de alta performance – como um atleta, que foi número 1 do mundo, está no rol dos melhores tenistas de todos os tempos, pôde ter odiado fazer o que fez por tanto tempo?

Surpreende, mas se explica, pelas palavras do próprio Agassi: a especialização precoce, vinda desde a infância, quando seu pai o obrigava a bater centenas de bolas diariamente e depois, em uma escola preparatória de tênis altamente tecnicista.

Todo o enredo da sua vida leva-o a revolta, depressão, uso de drogas, álcool, agressividade e tantos outros estereótipos que marcaram a trajetória polêmica de Agassi como tenista.

Enfim, é uma leitura que vale muito a pena para refletirmos sobre algumas atitudes que temos na formação de atletas do futebol e também no julgamento (ou condenação pública) de ídolos da modalidade ante desvios de conduta social que são publicados nos meios de comunicação social.

No primeiro, para termos a real clareza se o que está sendo proposto para a formação de jogadores e cidadãos é condizente com os anseios daquele indivíduo ou passa pela satisfação de desejos próprios: treinadores, pais, dirigentes etc.

Da mesma maneira, o comportamento social de atletas é o resultado do ambiente em que ele foi criado, sendo que a análise fria de fatos podem não refletir exatamente o contexto e os porquês de seu comportamento.

Como dito no início do texto: “em tempos de Copa São Paulo de Futebol Junior”, vale a pena pararmos para pensar sobre a reprodução de desejos próprios em terceiros…

Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br
 

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Jogo de Damas

Neste breve período de férias merecidas, um dos livros ao qual dediquei meu ócio criativo intitula-se “Jogo de Damas”, de David Coimbra.

O escritor é também editor de esportes do Jornal Zero Hora, de Porto Alegre.

Além disso, faz as vezes de cronista do veículo, com textos que me chamavam a atenção por entrelaçar a relação dos homens com as mulheres ao futebol.

No livro, Coimbra faz um apanhado de personagens femininas, desde a Grécia Antiga até nosso século XX, referindo-se à vida destas célebres mulheres como dínamos do processo civilizatório na história da humanidade.

O autor entende que, antes do protagonismo feminino – embora relegado aos bastidores dos palácios e casas reais, ou nas alcovas efervescentes dos amantes – o mundo estava jogado ao homem e sua selvageria, ao caos, à confusão, ao desejo de conquistas e acúmulo de riquezas.

Com efeito, ao dissecar estes episódios históricos abordados no livro, o autor evidencia como as mulheres dominaram o ímpeto dos homens e suas consequências em prol de nossa evolução.

E, como não poderia deixar de mencionar o futebol, assevera:

“Bem que tentamos nos adaptar à civilização. O esporte é a prova cabal das nossas boas intenções. O esporte nada mais é do que uma regressão à Era de Ouro pré-civilização. Um esporte coletivo, como o futebol, dá ao homem a satisfação atávica de lutar em grupo por um objetivo comum. Antes, o time cercava o mamute: três ou quatro atraíam o monstro para uma clareira, outros seis guarneciam os flancos, mais sete ou oito artilheiros muniam-se de lanças pontudas para feri-lo de morte. Um perfeito trabalho de equipe para a derrota do adversário. O futebol.”

Messalina, Mata-Hari, Lou Salomé, Cleópatra, Lucrécia Borgia, dentre outras mulheres, são objeto de textos bem-humorados e astutos para descrever como, e forma ardilosa, sutil, inteligente ou firme estas musas domaram seus homens.

Portanto, para reconhecer a devida importância às mulheres em nossas vidas e também no futebol, alguns fatos recentes relevantes:

1.Sereias da Vila: apesar da suscitada dificuldade financeira alegada pelo Santos para por fim à equipe, apelo para que a CBF crie uma liga econômica e esportivamente sustentável, visando a expansão e consolidação da modalidade no Brasil.

2.Holanda: o Ajax sofrera punição para jogar com portões fechados e sem público, diante de uma invasão de seu campo ocorrida em 21/12. Solicitou que a pena seja convertida em deixar apenas mulheres e crianças assistirem ao jogo. Isso foi inspirado em algo que ocorreu na

3.Turquia: no ano passado, essa pena alternativa levou 41 mil mulheres e crianças ao jogo do Fenerbahce. A segurança foi feita apenas por policias mulheres, e nenhuma ocorrência foi registrada.
David Coimbra, com humor inteligente, convoca as mulheres para assumirem postos de liderança no lugar dos homens, antes que o mundo acabe:

“Mas, se não acabar, se a mulher conseguir dar um jeito neste projeto mal enjambrado que é a Civilização, bem, aí as coisas vão enfim acontecer do jeito que tem de acontecer: a mulher vai comandar famílias, empresas, cidades e nações, enquanto a nós, homens, caberão as funções típicas de seres mal-adaptados ao mundo feminino, de sonhadores inatos, de românticos atávicos, como nós, e então nós nos dedicaremos aos esportes, à música, à poesia, à literatura, às artes plásticas, à culinária, a todas essas atividades criativas que não prescindem do espírito selvagem do homem.”

Como seria o futebol se fosse gerido com mais tempero feminino?

Existiria? Ou o mundo acabaria antes de isso acontecer?

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br
 

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Que venha a pré-temporada: treino físico x treino tático

Depois das peladas de final de ano, festas e merecidas férias, chega o momento da volta e com ela a temida pré-temporada.

Neste momento, o objetivo geral é colocar os jogadores em forma e prepará-los para o período competitivo, certo?

Sabemos que não é bem assim em grande parte de nossas equipes, inclusive as de base…

No futebol, temos um “micro período” de preparação antes do período competitivo, que se estende por quase todo o ano. Sendo assim, o que podemos fazer nesse curto espaço de tempo antes das competições?

Como vocês bem sabem, o objetivo da coluna não é trazer conteúdos prontos nem receitas de bolo, então para começar bem o ano, vamos refletir sobre as afirmações do atual treinador do Real Madrid, José Mourinho, sobre o período preparatório no livro “Mourinho: Porquê tantas vitórias?”:

“As semanas preparatórias incidem, de forma sistemática, na organização táctica, sempre com o objetivo de estruturar e elevar o desempenho colectivo. As preocupações técnicas, físicas e psicológicas (como a concentração, por exemplo) surgem por arrastamento e como conseqüência da especificidade do nosso modelo de operacionalização”

Esse trecho reflete o pensamento da Periodização Tática, onde a tática (como o nome já sugere) é o norte para a estruturação do processo de treino; sendo assim, as demais componentes do jogo se desenvolvem, paralelamente e subjugadas à tática. Mas será que não teremos problemas com isso?

Será que colocar a tática acima das demais vertentes do jogo não é o mesmo que colocar a técnica sobre as demais?

Voltemos para a pré-temporada…

Através das palavras de José Mourinho, podemos observar que desde o início da temporada o objetivo é o desenvolvimento do Modelo de Jogo da equipe. Aparentemente, não há uma preocupação prioritária com o desenvolvimento das capacidades biomotoras dos atletas.

Devo, então, idealizar meu modelo e desenvolvê-lo desde o primeiro dia de trabalho, correto?

Mas isso é viável, hoje, no futebol brasileiro?

Tudo o que é feito na preparação física de nossos atletas deve ser deixado de lado?

Penso que a preparação física é importante para se jogar futebol, assim como a pré-temporada, contudo a mesma deve ser subjugada não à tática, mas ao jogo.

Desse modo, a preparação física deverá ser desenvolvida de maneira especificamente fractal, e a preparação agirá diretamente na performance de jogo dos atletas.

A pré-temporada deve ser vista como um momento de preparação geral de jogo em que todas as componentes devem ser desenvolvidas relativamente de maneira ótima.

Mas e a Periodização Tática?

Colocar a tática sobre as demais componentes do jogo é como subjugar as demais componentes do jogo à técnica ou ao físico.

As partes fractais do jogo devem se desenvolver tendo o jogo como norte e não uma ou outra parte fractal, mas deixemos essa discussão para um outro momento…

Por hora, agradeço ao Rodrigo Azevedo Leitão pela Periodização Complexa de Jogo.

Nossa pré-temporada de colunas já começou com muitas perguntas, mas as respostas virão com o tempo!

Um excelente ano para todos nós!

Até a próxima!

Para interagir com o autor: bruno@universidadedofutebol.com.br