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Agentes do destino

Deveria ter enviado este texto antes aos meus editores da Universidade do Futebol.

Entretanto, por um conjunto de fatores alheios à minha vontade, o fiz com certo atraso, sujeitando-me às punições cabíveis e devidas.

Quis alguma força maior que houvesse visto o filme “Agentes do Destino” antes de publicá-lo.

A mesma força que me faz, uma vez mais, invocar um bom filme para escrever sobre o mundo do futebol, de forma análoga.

David Norris (Matt Damon) é um político importante com uma carreira promissora, mas um escândalo atrapalha a sua corrida ao Senado. Tão logo perde a disputa pela vaga, ele conhece a enigmática Elise, bailarina por quem se apaixona.

Contudo, homens com estranhos poderes de interferir no futuro aparecem do nada e começam a pressioná-lo para que ele não dê continuidade a este romance porque isso poderá atrapalhar o futuro de ambos.

Como se houvesse um plano pré-definido por alguém, os dois não podem ficar juntos, ainda que o protagonista não só sinta como queira a mulher ao seu lado para toda vida.


 

Neste fim de semana, o futebol brasileiro teve muitos heróis e vilões.

Homens agindo a favor ou contra o desfecho das histórias.

Gols feitos. Gols perdidos. Pênaltis marcados. Pênaltis defendidos.

Ah, se aquela bola na trave tivesse sido gol…

Talvez seu time, nesta segunda-feira, iria achar que estava tudo bem, com mais uma taça no museu e menos pressão por melhorar a gestão, o marketing, as finanças, o futebol…

Nossa vida é a soma de todas as coisas. Muitas delas dependem de nossa vontade, de nossos esforços, do livre arbítrio que diferencia os homens dos animais.

Um outro tanto talvez esteja além de nossa capacidade de interferência e compreensão.

No meio disso, devemos exercitar nossos planos com convicção, e suportar os resultados, sem transferir culpa ou responsabilidade.

Tentar, enfim, ser pelo menos um dos agentes do nosso próprio destino.

Segunda-feira é um ótimo dia pra começar.

Inclusive para não entregar esta coluna semanal com atraso.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br  

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O currículo de formação do atleta de futebol – parte I

O nosso futebol passa por um gradativo processo de profissionalização. As mudanças na Lei Pelé, que privilegiam o clube formador, como por exemplo, o direito da verba de solidariedade inclusive para transferências nacionais, são indicativos de que a formação do atleta brasileiro está sendo redimensionada e que a devida importância lhe está sendo conferida.

É certo, também, que os futuros craques do Brasil, em cinco, sete, 10, 12 anos, hoje estão nas categorias de base dos milhares de clubes existentes no país e que será insignificante a quantidade de atletas que sairão direto dos campos de várzea para o alto nível profissional.

Sob este viés, a gestão integrada da base será pré requisito para que, após os oito a 10 anos de processo de formação de uma determinada categoria, a quantidade de atletas de alta performance seja satisfatória. Além disso, a comunicação entre todas as comissões técnicas dos clubes deverá ser constante no que tange a definição dos pontos fortes e fracos de cada atleta e equipe ao longo dos anos, para nortear as decisões estratégicas, técnicas e administrativas da empresa.

O grande diferencial do trabalho de campo diante dessa nova perspectiva deve ser o desenvolvimento, por parte de cada clube de base, do currículo de formação do atleta de futebol. Nele, cada instituição pode definir os perfis dos atletas que pretendem formar e quais serão os conteúdos ensinados para que os diferentes perfis sejam alcançados.

Entretanto, conforme foi citado anteriormente, a profissionalização do futebol brasileiro é gradativa, logo, a gestão integrada da base, que é fundamental para modificações sensíveis nos corpos técnicos de cada clube (com profissionais competentes e capacitados continuamente), ainda é considerada utópica. Então, se a grande parcela dos gestores não está preparada para o “novo” futebol, qual é o papel de cada profissional inserido (ou que pretende se inserir) no mercado em quaisquer clubes, nas categorias de base, dentre os milhares existentes no Brasil?

O papel de cada um desses profissionais é buscar a elaboração e aplicação de um currículo do atleta. Assim como todo curso profissionalizante, graduação, ensino técnico, médio, supletivo, entre outros, existem conteúdos (disciplinas) que cada atleta deve aprender (de maneira circunscrita ao jogo) para se tornar um grande jogador de futebol.

Além da falta de conhecimento técnico da gestão, outros fatores já conhecidos por quem vive o “ambiente do futebol” podem ser apontados como limitantes para a elaboração do referido material. São eles:

Falta de comunicação intra comissão técnica, em que predominam preocupações com os fragmentos do jogo em relação ao “todo” da equipe (e jogo);

Falta de comunicação inter comissões técnicas, em que o treinador do sub-15 pouco se importa com o que está acontecendo no sub-17, nunca assistiu a um jogo do sub-14 e, talvez, nem saiba o nome do técnico do sub-11;

Ausência de um ambiente de discussões e aprendizagem oferecido pelo clube;

Futebol profissional desvinculado das categorias de base, em que os treinadores e dirigentes do departamento profissional optam por negociações intermediadas por agentes em detrimento dos atletas formados no clube.

Lacunas nas idades do processo de formação com manutenção somente das categorias com competições oficiais;

A pressão por vitórias a qualquer custo como “garantia” de permanência no cargo;

Neste cenário não muito animador, para muitos, “sobreviver” é o grande objetivo. E, seguramente, a sobrevivência não está garantida. Você pode ganhar todos os jogos e a diretoria, de uma hora para outra, ser modificada e você, demitido. Os patrocinadores que financiavam os custos da categoria de base podem abandonar o clube e você, por consequência, perder o emprego. Você pode ser preparador físico do sub-15 e, de repente, receber um convite para integrar a comissão sub-20 que durará somente enquanto houver vitórias. Porém, neste mesmo cenário instável, oportunidades positivas tendem a surgir.

Como, por exemplo, chegar ao clube em que você trabalha um gestor com conhecimento técnico suficiente (acredite que eles já existem!) para saber como um plano coerente de trabalho de formação a médio/longo prazo traz resultados (lucro) e sustentabilidade ao negócio. Esse gestor precisará de pessoas que ponham em prática tal plano de trabalho.

Cresce o número de profissionais do futebol que acreditam que a categoria de base é a grande responsável pelo nosso futuro no cenário futebolístico mundial. Você pode trabalhar ao lado de um destes e não ter ciência justamente por fazer somente a sua função de sobrevivência. Um dirigente (quem sabe um dia algum headhunter) pode procurá-lo para fazer-lhe uma proposta de trabalho por conhecer e acreditar no seu potencial profissional.

Nessa área de atuação, profissionais de destaque do mercado (salvo aqueles que dependem exclusivamente de indicação, amizade ou qualquer outra relação que, lembre-se, faz parte do cenário) devem saber tudo sobre a base, do sub-11 ao sub-20. Devem ter bem definidas quais são as competências necessárias para um jovem, captado do processo de iniciação esportiva e inserido nos processos de transição e especialização, se tornar atleta profissional.

Os primeiros passos são muito simples de serem executados. Uma reunião com sua comissão técnica pode se tornar uma hora de discussão semanal que tem como temática a formação do atleta. Num e-mail para os funcionários da base do clube pode constar um convite para a divulgação da ideia, pois com certeza algumas pessoas têm com o que contribuir. Uma conversa informal com um dos dirigentes do clube pode ser um ótimo momento para demonstrar sua opinião.

Se com esses passos você permanecer sozinho, mesmo assim avance em sua caminhada. Se mais pessoas aderirem à ideia, há um longo trabalho pela frente.

Como início, a definição de todos os conteúdos que um jogador (e equipe) precisa aprender (é bom lembrar que de forma circunscrita ao jogo) para se tornar atleta de alto nível. Marcação zonal, transição ofensiva, relação com a bola, pressing, ultrapassagem, zonas de risco, estratégias, tomada de decisão, lógica do jogo, plataformas, bolas paradas, regras de ação, são simples exemplos para ilustrar a infinidade de conhecimento que, indubitavelmente, precisa ser internalizado.

Após esta trabalhosa, porém, prazerosa definição, diversas reflexões surgirão, dentre elas:

Qual a plataforma de jogo ideal para iniciar um processo de formação?

Deve-se sempre utilizá-la durante todas as categorias?

O zagueiro do sub-11 fará sempre a função de zagueiro ao longo da formação?

Como classificar os diferentes tipos de jogos elaborados?

Quando iniciar a aplicação da ultrapassagem?

Quando iniciar a aplicação do pressing?

Como definir qual linha de referência de marcação utilizar?

Não bastará definir os conteúdos! Saber distribuí-los em cada categoria, para assegurar que eles se encontram na zona de desenvolvimento proximal dos jogadores de determinada equipe e faixa etária, será fundamental para evitar equívocos.

O que você está esperando? Faça sua parte para que a transformação da base, impulsionada pelas tendências do mercado (Lei Pelé, conhecimento científico, esporte como negócio), beneficie a clubes, atletas e profissionais do futebol.

Para aqueles que acham que tudo isso é bobagem e que não há o que (re)inventar nas categorias de base no Brasil, cuidado: a transformação é inevitável! Para os que utilizam a famosa expressão “o futebol é assim”, ele (o futebol) não é! Já as pessoas…

PS: O currículo do Paulínia FC, criado mesmo com uma série de limitações (estruturais, administrativas, financeiras, entre outras), tem um ano e meio de existência e
será tema de outra coluna.

Para interagir com o autor: eduardo@universidadedofutebol.com.br  

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Boas vindas

Prezado leitor,

é com muita satisfação que realizo mais um sonho profissional estreando como colunista da Universidade do Futebol.

Neste meu primeiro texto, gostaria de compartilhar com vocês como tudo começou…

Como todo garoto, um dia quis ser jogador. Com a falta de formação de meus treinadores, cheguei a fazer tanto treino sem fundamento que com consecutivas lesões nos dois joelhos tive que parar de jogar com 14 anos. Uma frustração irreparável!

Uma forma de manter-me próximo do esporte seria trabalhar com isso e então, inspirado em meus professores do colégio, veio o desejo de fazer Educação Física para futuramente ser preparador físico.

Mas a vida foi tomando outros rumos e parti para a carreira acadêmica. Tornei-me um apaixonado pela ciência.

Mas ainda amante do futebol, tentando aliar ciência e futebol (uma combinação nem sempre bem sucedida), em um dos cursos que fui fazer, tive o prazer e o privilégio de conhecer o professor Medina em 2010. Depois de sua aula, fui conversar com ele e em cinco minutos de conversa parecia que nos conhecíamos havia muitas décadas. Surgiu então o convite para ser colaborador do portal, no qual postei dois artigos: “Futebol é força ou é arte?” e “Crioterapia no futebol: mitos e verdades”.

Alguns meses depois, recebi o convite para me tornar colunista da Universidade do Futebol, e como não podia negar um pedido desse, agora terei o desafio de escrever um texto por semana.

Desde já quero agradecer pelo convite. Pretendo fazer dessa coluna um espaço para discutirmos a ciência aplicada ao futebol, especialmente nas áreas da fisiologia e do treinamento físico. Tentarei, à medida do possível, apresentar resultados de trabalhos publicados recentemente nas literaturas nacional e internacional.

Será um espaço aberto para todos e convido você para ficar à vontade para jogar comigo do jeito que achar melhor. Sem marcação, você estará livre para debater, questionar, duvidar, discordar, tirar dúvidas e sugerir temas que julgue interessante.

O apito soou e o pontapé inicial já foi dado! Ao invés de 90 minutos, espero que este jogo não acabe nunca e que o vencedor seja o conhecimento!

É muito bom estar neste time!

Para interagir com o autor: cavinato@universidadedofutebol.com.br

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Classes sociais

Desde os tempos em que comecei a estudar marketing e gestão do esporte durante a faculdade (e lá se vão cerca de oito anos), começou um movimento de aproximação do futebol com as classes sociais de maior poder aquisitivo, que os clubes deveriam ter um padrão de gestão de seus negócios mais segmentado, com espaços na arena de jogos para atender as classes A e B, com acessos exclusivos e por aí vai.

Com tais medidas, uma série de consequências apareciam no rol de benefícios: as famílias voltariam aos estádios, pois acreditava-se que iria diminuir a violência; o faturamento dos clubes aumentaria, por trazer pessoas para próximo de si com mais e melhores recursos; as classes C, D e E passariam a acompanhar o futebol apenas pela televisão, aumentando a venda de pacotes Pay Per View – as pessoas iriam se juntar em grupos e assistir na casa de colegas aos jogos por não ter dinheiro para ir aos jogos – dentre outros desdobramentos aparentemente plausíveis.

O que se percebe hoje é que os estádios não se adaptaram à realidade e ao nível de exigência das classes A e B e, por outro lado, os preços dos ingressos simplesmente aumentaram a um patamar que só seria compatível se houvesse melhor prestação de serviços em dias de jogos.

Passado esse tempo, inúmeras transformações ocorreram. E agora estamos vivenciando a ascensão de classes, fruto do desenvolvimento econômico do país nesse período. Leio reportagens, estudos e análises, dia após dia, procurando entender quem é essa “nova classe C”, como ela consome, quais são seus hábitos e como a indústria pode se adaptar a ela.

A mais recente que vi foi sobre as adaptações que a TV está promovendo para melhor interagir com essas pessoas, sem se tornar completamente popular (para não se afastar das classes com maior poder aquisitivo).

Enquanto isso, no futebol, identifico apenas iniciativas pontuais para se aproximar desse nicho de mercado, após uma aparente tentativa de se afastar deles. Os produtos licenciados, por exemplo, começam a ganhar corpo no leque de opções de faturamento dos clubes, mas carecem ainda de estratégias de segmentação por classes já que tendem a serem ofertados com preços incompatíveis para aqueles com orçamentos mais limitados.

Quando olhamos para os estádios e suas respectivas taxas de ocupação, percebemos o quanto que o futebol não conseguiu se aproximar efetivamente das pessoas com mais recursos e como se afastou daquelas com menor poder aquisitivo.

Essa incongruência é fruto da falta de gestão do conhecimento organizacional e de mercado.

O futebol no Brasil acaba ficando sempre para trás em relação àquilo que o ambiente externo emite de informação. O processamento desses dados acaba por ser lento, sendo que “o remédio só é aplicado quando o vírus já foi embora”.

Assim, resta saber: o que o futebol está preparando para efetivamente atender os interesses das novas classe C e D, se aproximando, inclusive, de investidores e do ambiente corporativo, completamente antenado a esses movimentos?

É crucial pensarmos em soluções antecipadas nesse e em outros sentidos, sob pena de a cada dia perder espaço para outros concorrentes da indústria do entretenimento.

Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br  

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Não existe mais bobo no futebol? Será mesmo?

A eliminação dos quatro clubes brasileiros (Grêmio, Inter, Fluminense e Cruzeiro) da Copa Libertadores na última quarta-feira causou um tremendo frisson no meio esportivo. Nas rodas entre amigos, perguntei: “E aí, quais seriam os motivos?”

O bom e velho discurso reapareceu, como sempre, para não perder o hábito: “o futebol é uma caixinha de surpresa e não existe mais bobo no futebol”. Mas cá entre nós, amigo leitor, isso já não serve mais como resposta, já faz um bom tempo, concorda? Afinal, estando nós entre profissionais que estudam e atuam no futebol, alguma coisa dever ser mais contundente que o simples discurso, porém, tão famoso.

Os desesperados disseram que era um absurdo os clubes brasileiros tão tradicionais perderem para equipes de menor expressão. Pausa! Mas o que é ser tradicional?

Se o fato de ter vencido uma Libertadores, mesmo que tenha sido 30 anos atrás, faz de uma equipe brasileira tradicional, porque o mesmo não se aplica para um Once Caldas, por exemplo, que em 2004 foi campeão, e detalhe: ganhando na época de São Paulo, Santos e Boca Juniors?

Aí entram nas análises brasileiras os dois pesos e duas medidas. Dizem que o Once Caldas ganhou esse campeonato e mais nada. Daí eu retruco: o que o faz ter menos tradição, então, do que Palmeiras, Vélez, Flamengo e Vasco, que também têm um título, e o que o faz ter menos tradição do que um Fluminense, que não detém nenhum título da competição?

O discurso não pode ser enviesado. Se tradição representa conquista, não pode representar as conquistas apenas dos brasileiros. Se tradição tem de ser medida junto com desempenhos recentes, a conquista do Once Caldas é mais nova ainda do que títulos de Santos, River Plate, Grêmio e Cruzeiro.

Se por outro lado existe uma diferença técnica dos campeonatos nacionais, o que faz com que uma equipe como o Peñarol tenha muito mais facilidade de participar do torneio, como dizem alguns críticos? O que faz com que as 38 participações que o clube uruguaio tem, sagrando-se campeão em cinco oportunidades, e detenha aproveitamento de 54% dos pontos, seja tão menos importante que o aproveitamento de 57% que o Inter detém em suas oito participações com 2 títulos?

Enfim, os números podem simplesmente ilustrar o equívoco do discurso vazio de que a tradição brasileira foi surpreendida. Não existe sentido em falar de tradição, e usá-la unicamente a favor do futebol brasileiro. Devem ser observados os desempenhos atuais e se avaliar da mesma forma. Evitando o menosprezo e o despreparo sobre o qual já abordamos num outro texto referente às frequentes derrotas brasileiras para equipes africanas.

Isso também se vale para criticar a desculpa de que não tem mais bobo no futebol – tem, sim! Bobos somos nós, brasileiros, que menosprezamos o futebol dos adversários, sequer se dando ao trabalho de estudar e analisar seu comportamentos.

Bobos somos nós, clubes brasileiros, que mesmo com a transmissão de quase todos os jogos da Libertadores para o nosso território sequer nos damos o trabalho de ver um jogo de um desses ditos times não tradicionais.

Já passou da hora de o Brasil parar de dizer que não existem mais bobos no futebol e perceber que tem feito o papel de bobo ao acreditar que toda sua tradição e conquista serve como argumento de que as outras equipes devem se preocupar conosco e não a gente com eles.

Tudo isso é uma questão de processo, pois os CTs nacionais têm melhorado, os salários estão mais atrativos, a exposição das equipes e jogadores tem crescido e ganhado destaque, enfim, recursos e instrumentos para se consolidar como uma potência (em temos de clubes) o Brasil tem de sobra. Entretanto, lidar com essa falta de integração entre informação , pessoas, e recursos, tem dado muitos sustos ao nosso esporte bretão.

O futebol exige detalhes, exige ciência, exige estudo, exige improviso e talento. Só com os dois últimos tem ficado difícil.

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br  

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Questão de poupança

Ganso não deve jogar durante um mês. A notícia serviu para os alertas de tsunami invadirem a Vila Belmiro nesta segunda-feira. A gritaria geral é com relação à presença não apenas do camisa 10, mas também de outros astros como Neymar e Elano, no primeiro jogo decisivo do Campeonato Paulista, neste último domingo.

Aconteceu com Ganso, como poderia ter sido com Pará, Liedson, Bruno César ou qualquer um dos 28 jogadores que estiveram em campo na primeira final do torneio. Mas tinha que acontecer justamente com um dos dois principais jogadores santistas, time que na quarta-feira tem duelo de quartas-de-final da Copa Libertadores.

É a Lei de Murphy, só pode ser!

Mas é, também, uma questão que vai muito além do que tentam supor a mídia e muitos torcedores. No final das contas, tudo é uma questão de poupança.

A presença do Santos na final do Paulista e nas quartas da Libertadores mostra que o time tem condições de, porque não, tentar os dois títulos. Mais do que isso, tem jogadores capacitados para tal função e, ainda além, tem motivos financeiros para buscar a vitória dupla.

O título estadual pode render, apenas com a premiação da Federação Paulista, mais de R$ 10 milhões para o Santos. Isso sem falar nos bônus dados pelos patrocinadores e na própria arrecadação com outras iniciativas de marketing relacionadas à conquista.

A conquista da Libertadores rende praticamente a metade desse valor em premiação, mas obviamente acrescenta ainda mais bônus de patrocinadores, a chance de iniciativas de marketing serem ainda mais lucrativas e uma receita maior ainda por conta da disputa do Mundial de Clubes ao final da temporada.

Ou seja, não existe decisão fácil que leve à priorização de um campeonato. Simplesmente não dá para um dirigente, um treinador e o próprio atleta abrir mão das premiações de uma competição para dar vazão unicamente a uma delas.

Curiosamente, no ano passado não se discutia a necessidade de o Santos priorizar a Copa do Brasil e abdicar da conquista paulista. No fundo, no fundo, tudo é uma questão de poupança. No caso, de milhões de reais a mais que entram para os cofres dos clubes.

E, pensando friamente, como torcedor, jogador, treinador ou diretor, você também acreditaria que é possível ganhar tudo, não é mesmo?

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br  

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Facebook, Twitter e afins: Deus e o Diabo na terra virtual

Obama se elegeu, em boa parte, nos EUA, por meio da forte e inteligente presença e ativismo na internet, em especial nas redes sociais.

A Al Qaeda e outros grupos terroristas em todo mundo se articulam por meio delas. O 11 de Setembro foi facilmente arquitetado por mentes criminosas que se valeram da internet para compartilhar informação e estratégia.

O ditador do Egito, Mubarak, sofreu na pele e pagou com alto preço político o levante popular alavancado pela mobilização na internet que se transformou em manifestação em praça pública.

Antes disso, o Irã já havia sido cenário para uma demonstração de fé do seu povo, mas fé na liberdade de expressão, associação e opinião nas última eleições, quando o Twitter serviu de tribuna para exercitar esse direito.

No Palmeiras, membros da oposição à atual gestão e torcedores descontentes pressionam o presidente a firmar compromissos para a construção do novo estádio. Como? Redes sociais, emails e SMS dirigidos ao mandatário.

Ainda, jogadores de futebol de São Paulo e Palmeiras protagonizam bate-boca virtual via Twitter, gerando grande repercussão. Até parece que a animosidade é maior do que no próprio campo.

Adidas patrocina campanha do Messi no Facebook, para chegar a 10 milhões de fãs. E a empresa também apoiou o Olympique Marseille para que, ao romper a barreira de um milhão de fãs na rede social, a torcida conquistaria o direito de sugerir e votar no modelo de camisa oficial da temporada 2011-2012.

Pegando – pela segunda semana consecutiva – o “gancho” do Erich Beting, em seu blog, percebemos que a atuação nas redes sociais será, cada vez mais, um medidor importante de audiência e alcance dos clubes de futebol, tanto em âmbito nacional quanto internacional, além da disputa pelo interesse do consumidor:

“A força dos clubes de futebol tem assustado o mercado americano. Há uma semana, o “Sport Business Journal”, principal veículo sobre negócios do esporte dos EUA, publicou uma reportagem sobre a presença dos clubes de futebol nas redes sociais. O resultado, segundo a publicação, é alarmante: das cinco marcas ligadas a esporte e que tem o maior número de seguidores, quatro são clubes de futebol. O levantamento tinha como universo a soma de seguidores dos clubes no Facebook e no Twitter.

Na lista apresentada pelo “SBJ”, os cinco primeiros clubes mais populares nas redes sociais são os seguintes:

1. Barcelona (13,5 milhões de seguidores)
2. Real Madrid (13,2 milhões de seguidores)
3. Manchester United (12,1 milhões de seguidores)
4. Los Angeles Lakers (9,5 milhões de seguidores)
5. Arsenal (5,9 milhões de seguidores)

O resultado, na visão americana, mostra uma preocupação para o negócio dos outros esportes. O futebol, segundo eles, tem tomado conta do mercado mundial, ao passo que os times americanos, independentemente de qual esporte represente, continuam com atuação restrita aos Estados Unidos”.

Erich ainda fala sobre a internacionalização dos clubes e sua marca, muito além de disputar Mundial de Clubes da Fifa.

O melhor brasileiro neste ranking, o Corinthians, tem menos de 600.000 fãs no Facebook. Para uma torcida estimada em 30 milhões, tem alguma coisa faltando no processo de diálogo entre as duas partes.

E, sem dúvida, a maneira mais barata e, talvez, eficiente, de expansão da marca dos clubes, seja por meio das redes sociais.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br  

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Uefa Champions League: o Manchester United conseguirá parar o Barcelona?

Esta semana, os holofotes da Uefa Champions League estavam voltados ao clássico Barça x Real. Na outra semifinal, após uma vitória por 2 a 0 fora de casa, Alex Ferguson poupava a maioria dos titulares (para a “decisão” do Campeonato Inglês) e, ainda assim, assistia seus comandados confirmarem a vaga para a final com uma goleada inquestionável frente ao Schalke 04.

Em quatro temporadas, o Manchester United chega à terceira final da Champions. Na temporada 2007/2008 foi campeão diante do Chelsea, vencendo nos pênaltis por 6 a 5, após empatar por 1 a 1 em tempo normal e prorrogação; na 2008/2009, foi vice-campeão ao perder para o Barcelona por 2 a 0; e no final deste mês, será o momento da revanche em mais um confronto contra a equipe espanhola.

Dos 18 atletas que participaram da decisão em 2009, 15 podem estar presentes na grande final em que a equipe inglesa terá a difícil missão de parar as ações ofensivas de Xavi-Iniesta-Messi e Cia. De acordo com os últimos jogos dos Red Devils, o que esperar dos jogadores, da organização coletiva da equipe e do treinador na decisão da Champions?

No gol, Van der Sar é presença garantida. Segundo declarações do próprio, realiza sua última temporada como atleta. Foi vencido somente três vezes ao longo de toda competição (no último jogo da fase de grupos contra o Valencia, que terminou 1 a 1, Van der Sar não jogou). Na proteção do alvo, por vezes, parece intransponível. Sempre bem colocado, faz defesas com quedas somente em finalizações muito bem executadas. Participa sempre do jogo ofensivo da equipe inglesa, realizando apoios (fora da linha do alvo), em situações de progressões impedidas e, principalmente, com o placar favorável. Em tiros de meta, sai jogando predominantemente.

Ferdinand-Vidic – Provavelmente serão os centrais. A proteção zonal da área de risco, eficiência no 1×1 e também no jogo aéreo, marcam a dupla preferida do coach escocês. Vidic tem sido o capitão e Ferdinand orienta o posicionamento da equipe a todo o momento. São eles quem alternam o ritmo do jogo, acelerando com passes para os volantes ou cadenciando com passes horizontais ou para trás. As opções para substituí-los são Smalling ou Evans.

Evra-Oshea-Fábio-Rafael – Com obrigações ofensivas mais distantes das zonas de risco, destes quatro laterais, Evra, pela esquerda, e O’Shea ou Rafael, pela direita, são as opções mais prováveis. Evra está mais “maduro” taticamente e terá oportunidade de se redimir do erro, em 2009, que propiciou a penetração de Eto’o e o 1 a 0 no placar. Com subidas constantes (até a linha 2 aproximadamente) tenta criar superioridade numérica com o meia aberto e o volante do seu lado. Se o meia busca diagonais (vai jogar por dentro), é ele quem dá amplitude à equipe. Na decisão entre O’Shea e Rafael, a marcação zonal e a bola aérea (pouco utilizada pelo jogo apoiado do Barcelona) favorece o irlandês, porém, a qualidade do passe é maior do brasileiro.

Carrick e Scholes-Fletcher-Giggs-Anderson-Gibson. Um dos volantes será Carrick. Cabeça erguida, ótimo passe curto e longo (aquele que busca o meia aberto oposto) com as duas pernas, rápida recomposição e muito bom em fechar linhas de passe. Seu companheiro traduzirá as intenções do Manchester para a final. Scholes-Fletcher mais defensivos, Giggs (deslocado para volante por não competir fisicamente com Nani e Park) com menor poder de combate, porém, inteligência para ocupação de espaço defensivo zonal e surgimento “surpresa” como meia aberto, ou então, Anderson-Gibson, mais ofensivos, com jogo vertical e poder de finalização.

Valencia-Park-Nani – Valencia é opção como meia pela direita. Recuperado recentemente de lesão, tem sido presença constante entre os titulares. Velocidade, objetividade e disciplina tática são algumas das características do equatoriano. Tem dificuldade de pensar o jogo ao fazer diagonais a partir das subidas do lateral-direito, no entanto, nas inversões dos volantes, é certeza de ação perigosa pela faixa lateral. Park, com aplicação tática semelhante, e Nani, a melhor relação com a bola, são as opções para a meia esquerda. Se Valencia iniciar o jogo como suplente, Park pode atuar pelo lado direito, setor em que demonstra melhor ocupação de espaço ofensivo.

Rooney – À frente da linha de quatro do meio-campo, é o primeiro atacante da equipe inglesa. Acha “buracos” entre linhas, ocupa espaços nas faixas laterais quando os meio-campistas não estão neste setor, muda o centro do jogo para faixas opostas do campo, combina passes curtos com o outro atacante, meias e volantes e possui ótima finalização. “Gosta de ter a bola” e poderá jogar sozinho no ataque se Alex Ferguson optar por uma estratégia mais defensiva.

Chicharito Hernandez-Berbatov – A função da referência e a de “prender” os centrais para Rooney é a mesma, porém, como a aplicam, é bem diferente. O mexicano, com desmarcações constantes, velocidade e diagonais, imprime maior mobilidade ao jogo que Berbatov. Surge livre na pequena área para, após a construção ofensiva, dar o passe (chute) final para o gol. Berbatov é mais habilidoso (e segura mais a posse), tem ótima penetração, é exímio finalizador e bom no jogo aéreo. É, todavia, mais estático. Alex Ferguson terá uma difícil escolha!

Como destaques da organização coletiva defensiva são a compactação, o equilíbrio e a proteção do alvo dos jogadores distantes do centro do jogo. Nas transições ofensivas, “faz o campo ficar grande”, ocupando as faixas laterais. A velocidade em que a bola chega aos meias depende do placar do jogo.

A organização ofensiva com estruturas fixas tem amplitude e diagonais dos meias, coberturas ofensivas para circulação da posse, passes curtos e inversões dos volantes, a movimentação há pouco descrita de Rooney e a presença na zona de risco de Berbatov ou Chicharito.

Na transição defensiva, em poucos segundos, dois “muros” de quatro jogadores formam-se à frente de Van der Sar. Em alguns jogos, um dos atacantes também recua atrás da linha da bola, fecha linhas de passe para o volante adversário e o combate se é portador da posse de bola.

O jogo de domingo (08/05) pela Premier League é imperdível para quem quiser acompanhar o desempenho coletivo e individual atual do Manchester United. Sir Alex Ferguson terá que se decidir sobre o 11 inicial e começar a mostrar o que pretende para a finalíssima da Champions. A plataforma 1-4-4-1-1 predominante será aplicada contra o Chelsea e Barcelona? Ou a variação, esboçada contra o Schalke 04, em um 1-4-1-4-1 para defender, será utilizada?

O comportamento ofensivo com utilização constante do goleiro para manutenção da posse de bola será observado com o jogo empatado? É válido lembrar que uma vitória diante do Chelsea praticamente define o título inglês. O 11 inicial terá jogadores com características mais ofensivas ou defensivas?

Certamente estas perguntas já estão sendo respondidas pelo Head Coach e por seu corpo técnico. Após as decisões e com os atletas no campo de jogo, uma certeza: Ferguson, sentado, observará o espetáculo e não abrirá a boca (a não ser para mascar seu chiclete)!

Veja, abaixo, um pouco do Manchester United:
 


 


 

PS: Em referência à coluna de 16/04/2011, pena que não pudemos observar espetáculos das equipes brasileiras na Copa Libertadores da América. Avante, Santos!

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Ambiente de trabalho

O leitor do Portal Universidade do Futebol, Anderson Mateus Viriato, me encaminha e-mail sugerindo redigir texto sobre a gestão dos centros de treinamento do futebol brasileiro, bem como demais infraestruturas e centros de excelência existentes no país. Acatando e agradecendo o contato, vamos procurar traçar um panorama daquilo que se pensa sobre o aspecto “ambiente de trabalho” para clubes de futebol.

O Anderson mesmo refere no e-mail que, antigamente, os clubes desenvolviam suas atividades de treinamento nos respectivos estádios e sedes sociais, mas que, com a evolução dos processos de gestão, as entidades passaram a efetuar investimentos abrangendo o desenvolvimento e a qualificação da sua infraestrutura.

A evolução nos últimos anos é de fato evidente, dando melhores condições de trabalho para atletas e comissão técnica nos grandes clubes do futebol brasileiro.

Em 15 de setembro de 2010 escrevi nesta coluna sobre criatividade e a relação com o Cirque Du Soleil, referido no livro de Bacon (2006) – e de como o ambiente de trabalho interfere no processo criativo. Se tratamos atletas como artistas, nada mais natural do que oportunizar espaços adequados de trabalho para que os mesmos possam maximizar esse senso e aplicá-lo posteriormente dentro de campo.

Brunoro e Afif, em 1997, já comentavam sobre a premissa básica de os clubes possuírem centros de treinamento próprios com a finalidade de qualificar as condições de treino e suporte ao atleta.

Como esse conceito parece estar bem sedimentado, salvo algumas exceções em grandes clubes e, em várias exceções em médios e pequenos (que justificam a falta de recursos para não tê-lo), os centros de treinamento precisam evoluir agora sobre outras plataformas.

Visitei alguns pelo Brasil e, em um primeiro momento, sempre procuro observar a sua funcionalidade. As questões que vem à mente passam por perceber a real integração entre as várias áreas e departamentos do clube, o ambiente e a existência de áreas de lazer (especialmente se nele está alocado o departamento de futebol de formação de atletas), as facilidades de deslocamento entre um setor e outro, dentre outras.

E percebi também uma lacuna para ser implementada nos próximos anos, que são princípios básicos de gestão e controle amplamente reconhecidos no ambiente corporativo:

· Normativos como a ISO 9001 (qualidade) e ISO 14000 (meio-ambiente) ou a metodologia dos 5S, com a finalidade de mensurar e controlar índices por meio de parâmetros fidedignos, facilitando a gestão do espaço em um âmbito geral.

· Possibilidades de rentabilizar o espaço para outras atividades – ora, se falamos em estádios multiuso, por que não pensar em CTs multiuso?

Obviamente que a prioridade é o atendimento ao atleta e à comissão técnica, mas é plenamente possível planejar uma instalação com viés de lazer que possa atender a população e/ou torcedores durante a semana em horários alternativos, que não existam trabalho do futebol profissional ou das categorias de base. Exemplos:

– Escolas de futebol e futsal para a comunidade;
– Realização de torneios de futsal e futebol;
– Realização de eventos técnico-científicos;
– Realização de festas de aniversários ou outros encontros com o tema do “futebol” para crianças e adolescentes;
– Formalização de parcerias com entidades públicas para o desenvolvimento de ações sociais;
– Colônia de férias;
– Locação de campo em grama sintética ou ginásio de esportes.

Enfim, exemplos esses que precisam de uma avaliação de localização e adaptação às atividades oficiais do clube, que em hipótese alguma devem ser atrapalhadas em razão disso.

Para finalizar, basta ver as tendências que se postulam na área de recursos humanos do ambiente corporativo, em que se preza em muito pelo ambiente de trabalho como um ambiente colaborativo e agradável, que facilite a integração das pessoas que circundam a empresa. Essa noção tem sido vista como fundamental para que todos os colaboradores se sintam bem para desempenhar o seu máximo para a organização.

Bibliografia

Bacon, J. U. Cirque Du Soleil: a reinvenção do espetáculo. 8. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.

Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br

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Rivalidade, civilidade e respeito

Muita gente se alimenta de polêmicas em torno do futebol.

Quanto mais problemas existirem, mais holofotes estarão prontos para aumentar sua dimensão.

Até se diz que coisa boa não vira notícia, porque não desperta a atenção.

Prefere-se jogar luz na reclamação de José Mourinho contra a arbitragem, assim como o que Guardiola devolveria por ouvir falar do treinador do Real Madrid.

Ainda, destacar a discussão virtual entre Neto e Tiago Leifert.

Com isso, a imprensa dá uma dimensão e importância muito maiores aos personagens do que ao acontecimento.

Como diz Tostão sobre os treinadores, que ganharam um poder quase divino e sobrenatural, pelas mãos da crônica esportiva, que lhes reputa determinantes nas vitórias e derrotas.

Pego o “gancho” do que escreveu Erich Beting, em seu blog, sobre a chamada publicitária que o Internacional fez, oficialmente, em um jornal do Uruguai, antes do jogo contra o Peñarol, pela Libertadores da América, nesta semana.

“Colorados de un lado. Carboneros de outro. Respeto y amistad por todas partes”, dizia o texto, que visava também dizer que o clube será bem recebido no jogo de volta no Brasil.

Outro episódio de relevância na semana tem como destaque o programa Painel RBS, veiculado ontem pela TVCom, canal do Grupo RBS.

Nele, encontraram-se Falcão e Renato Gaúcho, como treinadores de Inter e Grêmio. 

Brilhantemente mediado e conduzido pelos jornalistas, abordou histórias pitorescas dos dois grandes ídolos do futebol gaúcho: jogos inesquecíveis, amigos, carreira e o que representava o rival.

E como mensagem comum ficou o pedido de paz no Gre-Nal deste domingo, além do reconhecimento que um clube só se fez grande pela existência do outro.

A violência costuma acontecer a partir de uma escalada de incompreensão, intolerância e ignorância.

Um excelente exemplo de inteligência na mídia esportiva, aliado ao respeito e civilidade, sem excluir o tempero apimentado que a rivalidade deve movimentar o dínamo do futebol.

Isso funciona melhor do que simples pedidos retóricos de paz nos estádios ou de repressão policial.

Violência se desarma com inteligência. Não com mais violência.

Parabéns à iniciativa do Grupo RBS e da equipe do programa.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br