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The Champions

Tava demorando para a Inglaterra conseguir encaixar dois clubes na final do principal campeonato de clubes do planeta. Tava demorando, mas não tardaria. Como não tardou.
 
Tanto o Manchester quanto o Chelsea são dois dos mais ricos clubes do planeta que, aliados ao fato de estarem dentro da Liga mais poderosa do mundo, também se tornam duas das maiores potências do futebol mundial. O Real Madrid é, de fato, o clube mais rico do mundo. Entretanto, a La Liga sofre com a falta de dinheiro dos outros clubes, principalmente quando comparada com a Premier League, o que naturalmente compromete o fortalecimento de mercado dos clubes que fazem parte dela. Por conta disso, e de tantas e tantas outras coisas, ninguém consegue competir muito com os clubes ingleses. A única imprevisibilidade que se dá na Champions League é originária do formato eliminatório. Fosse pontos corridos, normalmente daria Inglaterra na cabeça.
 
Apesar desse poderio econômico e fortalecimento mercadológico, nem o Manchester e muito menos o Chelsea podem ser considerados grandes modelos a serem seguidos.
 
O primeiro, o Manchester, foi comprado a alguns anos atrás por um investidor americano, o tal do Glazer. A princípio, imaginava-se que ele tinha uma grana e que tava pensando em fazer dinheiro. Depois, descobriu-se que ele não tinha tanta grana assim, mas que tava pensando em fazer dinheiro. Basicamente, Glazer convenceu um monte de instituição a lhe emprestar dinheiro para comprar o Manchester. Quando ele comprou, ele transferiu a dívida que ele havia contraído para o próprio clube. Hoje, a dívida do Manchester é gigantesca. Só de juros, são quase 250 milhões de reais por ano. A previsão pro futuro, entretanto, permanece otimista. O problema é que caso haja maiores conseqüências na crise de crédito americana, os efeitos podem migrar para o Reino Unido e aumentar ainda mais os juros e os montantes devidos. Aí, se o time começa a perder e as pessoas começam a deixar de ir ao jogo, a receita diminui e deixa de cobrir a despesa. Aí gera problema, que gera problema, que gera problema. Nada que sirva de exemplo para o mundo.
 
O segundo, o Chelsea, também serve como exemplo para pouca coisa. Era um clube a beira da falência, próximo de fechar as portas, quando foi salvo por um tetralionário que não parou de injetar dinheiro até transformar o clube numa das grandes potências do futebol europeu e mundial. Ainda não tem uma torcida forte, tampouco serve como modelo de desenvolvimento sustentável de um clube de futebol. Talvez em dez anos sirva como modelo de gestão. Hoje, não. Definitivamente não.
 
Que o melhor conquiste o tão cobiçado título, mas que ninguém acredite que o campeão de Europa deverá servir de modelo para alguma coisa.
 

Para interagir com o autor: oliver@universidadedofutebol.com.br