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O dilema da riqueza

Dinheiro, dizem, não traz felicidade.Para o Manchester City, no caso, não traz jogador. Muito pelo contrário. Curioso isso.

Boa parte da Indústria do Futebol é movida pela negociação de transferências e salários de jogadores. Como na maioria das vezes clubes e jogadores são movidos pelo dinheiro, quanto mais qualidade um jogador tem, maior é a possibilidade de ele e o clube com o qual ele tem contrato ficarem ricos. E quanto mais dinheiro o clube tem, maior é a possibilidade desse mesmo clube montar um time melhor, com jogadores de qualidade mais reconhecida.

Isso é o que aconteceu com o Chelsea, por exemplo. Pouco depois que o russo adquiriu o clube, disponibilizou fundos jamais vistos antes no mercado e permitiu que o Chelsea montasse um time quase imbatível, com jogadores de grande qualidade em quase todas as posições.

Tendo visto que a fórmula foi um sucesso no time londrino, os donos de Abu Dhabi resolveram aplicar no Manchester City. Dessa vez, pelo menos até agora, não tem dado muito certo.

O problema é que os árabes do City tem muito, mas muito dinheiro. E deixaram isso bem claro para quem quisesse ouvir. Não se importaram em anunciar que iriam montar rapidamente o melhor clube do mundo, com os jogadores mais famosos do planeta. Para isso, começaram com o Robinho. E tentaram dar continuidade agora na janela do meio da temporada, mas sem muito sucesso. A não ser que você considere o Bellamy um craque.

O movimento criado pelo próprio City está os matando. Colocando nas palavras de Ársene Wenger, eles inflacionaram um mercado que estava em deflação. Quer dizer, eles inflacionaram apenas para eles mesmos. Isso foi claríssimo na proposta pelo Kaká, mas também permitiu que o Valencia recusasse uma proposta de 100 milhões de libras pelo Villa e que a Juventus pedisse quase isso pelo Buffon. Não porque esses clubes achem que esses jogadores valham tanto, tampouco esteja precisando desse valor, mas porque eles sabem que o City tem dinheiro para gastar com isso.

Nas também palavras do diretor do Manchester City, os clubes estão aproveitando o interesse deles em alguns jogadores para fazerem propostas que sustentarão o clube por quatro anos. E é claro que o City não está gostando nada disso.

Se os clubes não soubessem que o City tem tanto dinheiro assim, é claro que eles aceitariam vender seus jogadores por valores mais reais, principalmente agora em tempos de crise. Mas a aposta é que o City vai se desesperar e, eventualmente, ter que abrir o bolso para comprar algumas estrelas, seja lá quanto for que elas custarem.

Esse risco pode fazer a indústria entrar em colapso, uma vez que clubes que recusem propostas por jogadores se vejam obrigados a aumentar o salário desses jogadores para compensarem as perdas financeiras de uma eventual transferência. Com isso, clubes aumentarão seus custos em uma época com declínio de receita. E isso, naturalmente, gera problemas.

Ter dinheiro é bom, claro. Mas não adianta nada ter dinheiro se ninguém quer vender nada para você.

Para interagir com o autor: oliver@universidadedofutebol.com.br

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Fonte de informação

Nos últimos dez anos, com a solidificação da internet, o jornalismo tornou-se algo muito mais “simples” de ser praticado. O acesso à informação é atualmente muito mais amplo do que no início dos anos 90, quando as palavras “e-mail” e “internet” não faziam parte do cotidiano do jornalista.

Com a facilidade da internet, a prática do jornalismo foi facilitada pela agilidade na transmissão de dados e, consequentemente, de informações. Afinal, até 1995, mais ou menos, o fax e o telex ainda eram as melhores formas de entrar em contato com uma redação de um jornal, revista, rádio ou TV.

A partir da popularização da internet, o jornalista começou a ser informado sobre pautas pelo e-mail, um modo extremamente eficiente e rápido para comunicar sobre determinado assunto. Se, antes, chegava uma folha de fax numa redação para 50 pessoas, agora as mesmas 50 pessoas recebiam, em sua caixa de e-mail, um comunicado personalizado.

Outra característica arrasadora desse novo momento de se fazer jornalismo foi o recurso do uso da web para pesquisas e buscas de informação na apuração jornalística. Antes, para saber determinado assunto, o repórter tinha de recorrer ao arquivo de sua instituição, nem sempre a mais prática e completa fonte de informação sobre determinada pessoa.

Com a internet, também, pesquisar se tornou algo muito mais simples. Com o “Google” e o “Wikipedia”, então, passou a ser banal descobrir informações sobre determinado tema, pessoa ou lugar a partir das maravilhas do clique do mouse.

Que o diga o poderosíssimo jornal “The Times”, da Inglaterra, e mais diversos outros veículos pelo mundo inteiro. Na semana passada, os britânicos divulgaram uma lista com os 50 jogadores que devem ser notícia no futebol mundial nos próximos anos.

No Brasil, a relação do Times passou a ser reproduzida com a colocação de Hernanes, do São Paulo, em primeiro lugar da lista. Na Moldávia, o levantamento também teria causado frenesi parecido. Explica-se:

Em 30º lugar dessa relação, aparece o nome de Masal Bugduv, um habilidoso jogador moldávio de apenas 16 anos. Cogita-se, inclusive, que o meia estaria se transferindo para o Arsenal, da Inglaterra, à espera apenas da sua documentação para poder ir para o clube, num caso muito similar ao de Denilson, ex-São Paulo.

A citação na lista do Times fazia todo sentido. Sites sobre jovens promessas do futebol citavam Bugduv. Outros veículos comentavam o surgimento de um oásis no meio do deserto do futebol da Moldávia. Até mesmo a agência de notícias Associated Press teria feito uma matéria destacando as qualidades do atleta.

Até que um site decidiu voltar para o caminho básico da apuração jornalística pré-internet. Sem conseguir ir até o lugar, vamos procurar entrevistar jornalistas daquele país para saber mais sobre determinado atleta. E o caso foi parar no editor do “Mold Football”, uma espécie de Cidade do Futebol moldávia.

Não deu outra: “esse jogador não existe”, afirmou o responsável pela publicação.

O Times retirou qualquer menção a Bugduv de sua lista. Os diversos veículos que confiaram na informação que os britânicos deram tiveram de contar a história desde o início, fazendo com que a própria relação fosse desmerecida após tal farsa.

E, na Irlanda, um pessoa provavelmente estava rindo à toa. Afinal, ao que parece tudo começou num comentário de uma pessoa dentro de um blog, citando o famoso jornal “Diário Mo Thon”, da Moldávia, o primeiro veículo a falar sobre Bugduv.

“Mo Thon”, numa tradução livre para o irlandês é “meu rabo”. E Masal Bugduv seria uma brincadeira fonética com “Masal beag dubh”, expressão que pode ser traduzida do irlandês para “meu pequeno burro preto”. 

A internet faz maravilhas para o jornalista. Desde que ele saiba que ela é um meio para se informar, mas nunca o fim… Ainda mais quando o internauta tem total ingerência sobre a produção do conteúdo.

Para interagir com o autor: erich@cidadedofutebol.com.br

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Ausência

Caro leitor,

Informamos que a coluna de Rodrigo Leitão não será publicada neste sábado e aproveitamos o espaço para pedir desculpas pelo infortúnio.

Esperamos que a situação seja normalizada na próxima semana e estamos trabalhando para isso.

Obrigado!

Equipe Cidade do Futebol

 

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O futebol feminino

Nesta semana, caros amigos, vimos mais uma festa da Fifa para a escolha dos melhores jogadores do ano passado. O já tradicional Fifa Gala aproveita a oportunidade para também prestar algumas homenagens e reunir celebridades do futebol internacional.

Pudemos observar, na festa, a discrepância que existe entre os homens e as mulheres no mundo do futebol. Temos que reconhecer que a Fifa tem procurado promover ao máximo o futebol feminino. Mas ainda não chegamos nem perto de uma situação ideal. 

Claramente pudemos observar a preferência com relação aos homens. Após a entrega do prêmio (merecido) à Marta, ouvimos o apresentador dizer “agora chegamos ao momento mais esperado da noite”, ao anunciar o prêmio do melhor jogador masculino. Convenhamos, apesar de sutil, não foi muito respeitoso às mulheres.

De toda forma, essa é apenas uma chamada para o real problema e desafio que temos pela frente, que é promover as mulheres no esporte bretão. 

Não adianta apenas chamarmos atenção da Fifa ou das federações nacionais ou regionais. Nem tampouco das empresas investidoras. Em primeiro lugar, é preciso reconhecer a nossa responsabilidade, da população, dos torcedores, da comunidade em geral. Temos que passar a encarar o futebol feminino com mais respeito. É a partir daí que teremos uma popularidade maior e, consequentemente, maior interesse por parte da mídia e de patrocinadores na categoria.

De outro lado, a mídia pode ajudar no processo. Pode incentivar. Pode transformar o futebol feminino em um esporte mais popular. Principalmente no Brasil em que as condições são favoráveis: temos as melhores jogadores do mundo, e temos uma emissora de televisão que tem grande poder de influência na massa. Devemos prestar atenção para um pagamento de direitos televisivos, ainda que, no início, a título de distribuição solidária de receitas.

Por fim, as federações devem continuar o seu papel de promover campeonatos e ligas nacionais. Nesse contexto, o produto tem que ser bem feito, para ajudar todo o resto. E sabemos que o produto quem faz são as federações (em conjunto, claro, com as emissoras). Cobramos aqui uma maior distribuição solidária de receitas ao esporte feminino (ainda que tais receitas venham de outras categorias). 

A partir dessas frentes atuando simultaneamente, então poderemos cobrar um maior investimento por parte dos investidores e patrocinadores. Poderemos mostrar que o futebol feminino é também um produto interessante a ser apoiado, com retorno tão garantido como em outros esportes.

No nosso país, levantar o futebol feminino seria um benefício a todos nós, e uma justa recompensa às batalhadoras e guerreiras jogadoras do Brasil, que sem praticamente nenhum apoio, conseguem elevar a imagem do nosso Brasil rotineiramente e nos encher e honra e orgulho.

Parabéns a elas; parabéns à Marta; cobrança para todo o resto!

Para interagir com o autor: megale@universidadedofutebol.com.br

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Multifaces

Um dos filmes que mais marcou a minha infância, e eu confesso que não sei se foi de forma positiva ou negativa, foi “Os deuses devem estar loucos”. Também confesso que não lembro muito dele, tampouco pude extrair suas melhores lições, uma vez que na época eu não passava de um infante sem noção das coisas.

De qualquer maneira, a história é sobre um membro de uma tribo africana que encontra uma garrafa de Coca-Cola que havia sido jogada pela janela de um avião. A tribo nunca tinha tido qualquer contato com a civilização e, portanto, não fazia a menor idéia do que era aquela garrafa. Acreditavam, dessa forma, que era um presente dos deuses. A tribo acaba achando inúmeras utilidades para a garrafa, o que também gera alguns conflitos entre os membros da tribo, uma vez que todos queriam o objeto e ele só era um. Por fim, resolvem que o melhor é jogar o presente para fora do planeta. Bom. Você deve se lembrar dessa história melhor do que eu. Qualquer coisa, consulte o Wikipedia, que foi o que eu fiz.

O que importa aqui é mais o significado da história do que o próprio filme em si, obviamente. Uma das idéias da peça é dizer que uma mesma coisa pode ter inúmeras representações em si e trazer diferentes utilizações, dependendo de quem a interpreta.

E isso acontece com o futebol. O seu significado e a sua utilização variam de acordo com a cultura na qual ele está inserido, apesar de ser essencialmente a mesma coisa, onde quer que seja. E isso implica diretamente na construção de um fenômeno multifacetado que acaba apresentando diferentes coisas ao redor do planeta e ao longo do tempo.

Esse é o caso pontual, por exemplo, do Manchester City. É óbvio que o mundo árabe não acha que o futebol é investimento. Aliás, é óbvio que uma parte significativa dos donos de futebol dos clubes do mundo não acha que futebol é investimento. E é por isso que eles se permitem fazer uma proposta absurda dessas.

E isso vai criando implicações na indústria. Tem gente que quer ganhar dinheiro e tem gente que quer gastar dinheiro. E assim vai indo.

Futebol, naturalmente, não é igual a uma garrafa vazia de Coca-Cola. Pelo menos não pra mim.

Para alguém, deve ser.

Para interagir com o autor: oliver@cidadedofutebol.com.br

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Dimensões tecnológicas da Copa de 2014: estádio e espetáculo

Olá amigos, como havíamos combinado, a discussão nessa semana será em relação aos estádios. Lembro que dividimos o assunto estádio em três segmentos: infra de jogo, infra de espetáculo e infra de comunicação. Isso apenas para facilitar e dar foco à discussão, uma vez que, conforme já relatamos, tudo faz parte de uma complexa rede de significados e interações.

Finalizamos a última coluna com as seguintes perguntas:

Qual é o estádio mais moderno e tecnológico do Brasil?

O que é necessário para que um estádio seja moderno e tecnológico?

Muitos disseram de bate-pronto que o estádio mais moderno e tecnológico do Brasil é a Kyocera Arena, do Atlético PR, alguns outros apontaram algumas coisas do Morumbi e outros ainda elegeram o Engenhão.

Mas muitas ressalvas foram feitas também, mesmo em relação ao estádio atleticano, que ainda deve muito para os padrões contemporâneos, segundo um grupo de leitores. Outros indagam como pode o Engenhão, com todo o investimento que teve, possuir inúmeras carências do ponto de vista do conforto e do espetáculo? Enfim, opiniões de diversas naturezas e inclusive de quem diga que se os estádios que são prometidos fossem tão modernos e tecnológicos como suas maquetes dizem ser, nós estaríamos em outro mundo.

Agradeço a participação dos amigos que enviaram seus comentários. É por meio dessa troca de opiniões que as idéias podem se concretizar e inspirar. No texto de hoje, abordaremos a questão da infra- estrutura dos estádios, focando a questão do espetáculo.

Falar sobre espetáculo é ainda muito amplo, envolve uma série de segmentos em torno do “campus” futebol. Vamos focar nossa análise no espetáculo para o público, o torcedor, o consumidor.

Hoje, na onda das maquetes das arenas multiusos, de transformar os estádios em casa de shows e espetáculos, é importante fazermos uma reflexão ao investimento que o Brasil apresenta para outras modalidades e também à capacidade de realizar grandes eventos do ponto de vista dos shows e outros espetáculos nos espaços do estádio, e até mesmo em como transformar o próprio futebol cada vez mais em um espetáculo.

Ainda que pese uma comparação, com aspectos culturais e suas devidas diferenças como pano de fundo, vale a pena observar os americanos, “experts” no show business. Como exemplo: a tecnologia que aplicam na transformação das arenas para um jogo de basquete e posteriormente para um jogo de hóquei. 

Alguns podem dizer que são gastas fortunas e que se torna irreal, no Brasil, mudar um campo de jogo de futebol para um palco de shows, ou uma competição de outras modalidades. Ora, se a pista do Engenhão, que foi desenvolvida para o Pan, que poderia receber eventos do calendário com grandes “meetings” de atletismo, está praticamente esquecida, o que dirá de outras modalidades, o que mais poderia ser feito em um estádio? Se essa pergunta faz sentido, que sentido faz fazer uma arena multiuso. 

A troca de piso exige sim um grande aparato tecnológico, mas só é realizada com sucesso, porque, por trás, existe um planejamento muito bem elaborado, como também muito bem colocado em prática. Porque os calendários das competições, eventos e espetáculos são estudados e elaborados para que a troca de piso, otimizada com os recursos tecnológicos, seja realizada dentro dos prazos necessários, atendendo a uma demanda diversificada de espetáculos.

Existem outros fatores que podem ser ilustrados. Na Arena da Baixada, por exemplo, o torcedor escolhe o lugar ainda na bilheteria, algo simples, que já existe nos cinemas há bastante tempo, mas que ainda não é hegemonia nos estádios brasileiros. Sobre ingressos ainda, apenas recentemente, que alguns clubes acordaram para uma facilitação de venda de ingressos via internet, via fidelização dos clientes, etc, etc, mas ainda há muito campo para ser explorado.

Em uma época em que até os programas de televisão têm se atualizado, colocando vídeos de internet na TV, videogames como pauta jornalística, comunicação via celular, em quanto tempo os estádios possuirão recursos interligados para ações junto ao publico, visando conforto e, sobretudo, interação com o espetáculo, desenvolvendo embalagens para as diversas emoções que um espetáculo de futebol pode propiciar.

Não podemos cair na desculpa de que tudo é custoso ou de que ainda os brasileiros não se acostumaram a essas coisas, porque, no Brasil, se torce diferente. Paremos para pensar ainda no exemplo da interação tecnológica de nós brasileiros com a internet Nosso país possui um dos públicos que mais se envolvem com ações de internet, vide o numero de brasileiros no site de relacionamento orkut, que passou inclusive a ser administrado no Brasil, dado o sucesso que tem por aqui.

Bom, e o que dizer do celular como valor agregado, como ferramenta de interação com o publico? Isso tudo faz parte do espetáculo, mas já estamos entrando em possibilidades tecnológicas para comunicação, deixemos esse tópico para outro texto.

Fica mais uma pergunta: no que o desenvolvimento tecnológico pode contribuir com a comunicação nos estádios?

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br

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Questão de estilo

Felipão não conseguiu nenhuma vitória em clássicos pelo Chelsea. Para piorar, no último domingo seu time foi dominado e nocauteado pelo Manchester United: 3 a 0 sem que o time de Drogba, Ballack e cia. pudesse assustar.

Nas últimas semanas, os jornais brasileiros destacaram, até pela falta de assunto generalizada no esporte, a corda-bamba em que vive o treinador brasileiro. Recém-contratado a peso de ouro, Felipão encontra um grupo rachado, um dono de clube com menos dinheiro após a queda mundial das bolsas e uma situação muito difícil de trabalho.

E, muito provavelmente, alardeia o noticiário de cá, Felipão será demitido do Chelsea. É só uma questão de tempo. Ou de Roman Abramovich conseguir um bom treinador para o seu lugar. Ou de clube e treinador acertarem a redução da multa rescisória do contrato e darem um “tchau” mais amigável.

Mas será que, de fato, existe algum problema no time do Chelsea? Felipão teve enormes dificuldades em seu começo na seleção de Portugal. Da mesma forma, penou no início mais do que turbulento de trabalho no time do Brasil (quem não se lembra da derrota para Honduras?!?!?!). E, igualmente, levou um pouco mais de tempo para engrenar com Cruzeiro, Palmeiras e Grêmio.

Começo de trabalho, com Luiz Felipe Scolari, geralmente é marcado por um período de ajustes, de conhecimento, de “começo de trabalho”. Como em qualquer área, início sempre é período de adaptação, de ambientação, de aprendizado.

A cultura européia permite que um treinador passe por um início um pouco menos brilhante do que o esperado. Brasileiros e russos talvez não tenham muito esse tipo de paciência. Para sorte, ou competência, de Felipão, o lugar que ele escolheu para treinar é dominado por um inglês. Sim, porque Peter Kenyon é o CEO do Chelsea.

E, por ter trabalhado no Manchester, em que o treinador está há mais de 20 anos no cargo, sabe que, no futebol, início é período de vacas magras. E olha que ainda Felipão não jogou as oitavas-de-final da Liga dos Campeões para ver se o vento, de fato, não vira a seu favor…

É uma questão de estilo. Não de urgência.

Para interagir com o autor: erich@cidadedofutebol.com.br

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Ausência

Caro leitor,
 
Informamos que o colunista Rodrigo Leitão entrou em período de férias e não terá seus textos produzidos neste mês de janeiro.
 
Agradecemos a compreensão e desejamos um ótimo 2009 a todos!
 
Equipe Cidade do Futebol
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O retorno de craques

Caros amigos da Universidade do Fubebol,

Passadas as festividades do final do ano, é hora de começarmos a esquentar as turbinas para o ano de 2009. Como dissemos nas últimas colunas de 2008, é hora de checar o nosso bloco de anotações e ver quais foram as metas traçadas para o ano. E começar a trabalhar para atingi-las.

Uma anotação importante que tenho em meu bloco é a melhoria da nosso campeonato de futebol no Brasil. Não necessariamente em termos de organização. Mas principalmente em termos estratégicos, com vistas ao que está acontecendo ao redor do mundo.

Um importante evento ocorrido em 2008 foi a assinatura de Ronaldo “Fenômeno” com o Sport Club Corinthians Paulista. Toda a movimentação gerada por esse fato resulta em enorme contribuição para o futebol brasileiro. Mesmo aqueles comentários de natureza jocosa circulados principalmente pela internet.

A notícia do Fenômeno movimentou a mídia internacional. Isso mostra o aumento do interesse do nosso campeonato. Todos os comentários entre torcedores também indica que o interesse interno também crescerá. Vamos acompanhar o índice de audiência da estréia do Ronaldo. 

Agora, imaginem se cada time trouxer um grande astro, alguém que não estivesse sendo bem aproveitado no exterior e que tenha uma identificação com o clube, ou particular relevância no futebol nacional, etc. 

O retorno de ídolos é uma ferramenta que deve ser aproveitada e incentivada pelas autoridades do futebol. É claro que os “kakás” não voltarão. Mas existe uma infinidade de craques que poderia estar jogando no Brasil.

É claro que temos que ponderar a questão financeira que os clubes brasileiros enfrentam. Mas com a atual crise, todos os clubes, nos quatro cantos do mundo, estão sofrendo um pouco. E já existem mecanismos bastante criativos para trazer um jogador aparantemente inviável. Existem arranjos com patrocinadores, formas alternativas de remuneração variável, acordos de cooperação estratégica entre clubes, etc. 

Basta uma vontade extra e um pouco de visão.

O futebol brasileiro é pentacampeão, e o nosso campeonato interno tem que ter a mesma força.

Que venha 2009.

Para interagir com o autor: megale@universidadedofutebol.com.br

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Previsões para 2009

Mais um ano começando e mais um monte de previsões aparecendo por aí, seja em revista de fofocas, na bolsa de valores ou em colunas esportivas. Todos dividindo o mesmo grau de QI e a mesma capacidade de acertar as coisas do futuro.

Eu, que faço parte dos escritores de coluna, dos que perderam dinheiro na bolsa e dos que secretamente leem revistas de fofoca, também me permitirei a fazer as minhas furadas previsões. Também faço parte daqueles que demorarão a se acostumar com leem sem acento.

A bolsa vai subir e aquele casal legal vai se separar. Essas são minhas previsões para os itens que não interessam a esse site. Para aquilo que concerne esse espaço, aqui vão 05 palpites para 2009: 

 

 
1)    Se nada de excepcional acontecer, o São Paulo deve ser o campeão brasileiro de 2009. Não adianta ser o time mais rico se você gasta muito dinheiro com quem não vale tanto assim. O São Paulo atual não parece ser o caso. Muricy aparenta ter o mesmo impacto na indústria do futebol brasileiro que o Ferguson na indústria inglesa. É mais difícil prever o resultado para a Libertadores e para o Paulista, uma vez que estes são mais curtos e imprevisíveis, mas ele deve se sair bem.
 
2)    Se nada de excepcional acontecer, o Santos deverá ter problemas de performance ao longo do ano. O clube deverá voltar à fase pré-Robinho, uma vez que só saiu dessa era por causa do time excepcional ao qual pertencia o próprio Robinho. Foi uma alteração de curso que já foi compensada.
 
3)    Se nada de excepcional acontecer, Internacional e Cruzeiro parecem ser os clubes de fora do eixo RJ-SP, que a cada dia mais vira só eixo SP, com maior capacidade de se destacar. O time do Grêmio do ano passado foi excepcional. Nesse ano, as coisas devem voltar ao normal.
 
4)    Se nada de excepcional acontecer, os times do RJ devem ter problemas ao longo do ano, principalmente o Botafogo. O Vasco, que pode ser a surpresa do Estadual, deve voltar para a primeira sem maiores problemas, mas talvez de forma mais tortuosa que a do Corinthians.
 
5)    Se nada de excepcional acontecer, a janela de transferências será minguada. Somando isso às péssimas condições do mercado de patrocínio, clubes terão receitas comprometidas, o que gerará um problema para arcar com salários de jogadores com contratos feitos no período de bonança. Isso gerará descontentamento do elenco e consequente baixa performance. Na dúvida, vai sobrar para os técnicos. É possível que tenhamos um alto índice de troca de cadeiras durante o ano.
 
Essas, ao meu ver, são algumas das tendências do ano, baseado mais na capacidade de geração de receita e reaplicação em performance do que em uma própria análise do elenco de cada clube.

Nunca fui bom em palpites. Se nada de excepcional acontecer, eu devo errar em quase todos eles.

Para interagir com o autor: oliver@universidadedofutebol.com.br