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O “Futebol Total” e o jogo brasileiro

Há quase dois anos voltei à minha original carreira de treinador de futebol, com uma linha bastante arrojada de trabalho de campo. Nunca deixei de estudar e ou me interessar pelos fenômenos táticos do campo, mesmo estando durante oito anos em cargos de gestão de departamentos de base e profissionais em grandes clubes brasileiros. Agora, nesta nova fase, estou praticando esse vasto conteúdo de estudo aliado aos anos de experiência e também estudos que tive como treinador em momentos anteriores à minha carreira de gestor.

Inauguro a partir de agora, e com muito prazer, a minha participação na seleta equipe de colunistas do Universidade do Futebol. Muito me orgulha ocupar espaço neste conceituado veículo de produção e divulgação científica do futebol brasileiro. Duas valorosas e recentes amizades me abriram essa porta e a oportunidade de manter viva a chama da produção literária que carrego há alguns anos: o professor João Paulo Medina e o seu colaborador Eduardo Tega são os grandes responsáveis. O meu muito obrigado aos dois amigos. Espero não decepcioná-los.

Aproveito o momento também para dividir com eles a responsabilidade pela qualidade dos textos produzidos neste espaço. Aos leitores, reclamem antes deles por qualquer insatisfação.

A ideia será escrever principalmente sobre as questões táticas do jogo de futebol, o esporte coletivo que mais encanta o mundo. É claro que falar sobre táticas e ou do jogo nos obriga dividir espaços entre os conteúdos do campo e aqueles que fazem o seu entorno. É impossível dissociá-los. Darei foco às questões do “jogo brasileiro” pelo carinho que tenho com esse universo e por considerar que temos muito a aprender nesta área.

Convoco os leitores a discutir as questões aqui levantadas para encontrarmos juntos as soluções dos seus problemas.

Há muitos anos idealizo o futebol brasileiro praticado e conduzido, dentro e fora do campo, respectivamente, com organização e competência técnica. Muita coisa já evoluiu, mas pontos importantes ainda estão por desenvolver, sem os quais vejo dificuldades para que o meu ideal se realize.

Não quero passar por um rebelde sem causa, mesmo porque não tenho mais idade para isso. Ilustrando parte das minhas preocupações, sou contra alguns formatos dos nossos Campeonatos Estaduais, mas não contra a permanência dos Estaduais. As fórmulas de disputa é que cada vez mais conspiram contra a qualidade dos campeonatos. Como podemos ter regulamentos que obrigam equipes que se mostram melhores durante dois ou três meses de competição, 15 a 20 jogos em média, fazer jogos eliminatórios contra quartos ou oitavos classificados para provarem que “realmente” são bons. É ou não é andar para trás em termos de organização?

Este é apenas um dos absurdos que continuamos produzindo na confecção dos nossos campeonatos. Queremos acreditar, é o que nos obrigam algumas forças político-financeiras do nosso futebol, que os jogos de “mata-mata” dão mais público e ou audiência. Não concordo com essa crença.

Já temos a Copa do Brasil, modelo de uma linda festa da democracia do futebol. Acho até que podemos estendê-la em tempo de competição e número de participantes. Não vai prejudicar em nada o nosso calendário. Agora, campeonato é campeonato. O critério técnico da competência em campo deve prevalecer sempre, pois essa é a mola mestra que move milhões de aficionados e cifras pelo mundo.

Como disse anteriormente, vou focar meu texto em questões táticas do jogo propriamente dito, mas nunca deixarei de contextualizá-lo à realidade em que é produzido. Alguém tem dúvidas que quando se disputam três pontos que se somam à conquista de um título o jogo é diferente daqueles que fazem parte de uma fase classificatória sem grande apelo técnico?

Hoje tenho tido respostas maravilhosas a muitas questões táticas do jogo que sempre foram “pesadelos” em minhas noites de jovem treinador. Quero dividir com o leitor do Universidade do Futebol algumas das ideias que norteiam a minha “nova maneira” de pensar e trabalhar o fantástico jogo do futebol.

Como parte desse novo momento, venho adotando a visão e construção do jogo de forma sistêmica procurando aceitá-lo e entendê-lo segundo a sua complexidade tática.

Há vários anos temos uma linha metodológica de treinos, a Periodização Tática, sendo desenvolvida nos bastidores do futebol, mas só recentemente ela vem sendo exposta de forma escancarada. O “Futebol Total” da Holanda 1974 voltou ao foco com uma roupagem moderna. O Barcelona é o clube que está capitaneando a reedição dessa moda. Não por acaso, há muitos anos, os catalães acolhem grandes profissionais holandeses, treinadores e jogadores, em seu futebol.

Depois disso, muitos treinadores e/ou times vêm tentando entender e desenvolver os conceitos táticos responsáveis pela construção do jogo mais qualificado no momento atual do futebol. Vamos também dissecar um pouco desse fenômeno.

Será que tem razão o treinador do Barça, Pep Guardiola, quando diz que sua inspiração está no Brasil de 82? Acho que ele foi gentil com os brasileiros na sua colocação, apesar de achar que se a seleção de Telê praticasse o jogo do Barcelona de hoje seria ainda melhor.

Na verdade o jogo do Barcelona é a reedição qualificada do “Futebol Total” da Holanda de Rinus Michael.

“Precisamos aprender com eles” foi o que disseram Robinho e Neymar, em momentos distintos, quando enfrentaram a equipe catalã em 2011. Não será fácil aprender e desenvolver as lições do Barcelona no futebol brasileiro de hoje.

Falaremos um pouco sobre isso apresentando argumentos técnicos às nossas colocações sem, no entanto, perder de vista o ideal de tentarmos desenvolver a escola do “Futebol Total” no maior celeiro de craques do futebol mundial!

Até a próxima resenha!

Para interagir com o autor: ricardo@149.28.100.147
 

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Campanha de Marketing #Together do Manchester City

Após a vitória do Manchester City sobre o Manchester United pela Premier League na última segunda-feira e o fantástico apoio da torcida,tiro a oportunidade para destacar a campanha #Together, estruturada pelo Marketing do City em parceria com nossa agência criativa, MUSIC.

A campanha foi lançada no fim de março, com o objetivo de aproximar torcedores ao time na reta final do campeonato. Um claro exemplo do marketing esportivo focado em ações integradas para estreitar o relacionamento com a torcida no longo prazo.

A proposta

• Criar uma campanha que fosse inspiracional, baseada em apoio e sustentasse momento

• Esforço integrado entre os departamentos de Marketing, Comunicação e agência criativa para criar conceito da campanha

• Envolver jogadores, treinador e torcida

O conceito

• Mensagens dos jogadores para a torcida focando no lado positivo de ser torcedor

• Elementos visuais que combinem imagens tratadas dos jogadores e torcida e frases inspirativas

Elementos

 

 

 

Ativação

• Interação com o torcedor usando fotos pessoais, histórias e tweets

• Mensagens rotativas nas placas de publicidade LED dos estádios

• Uso do hashtag #Together no Twitter para estimular compartilhamento

• Vídeo promocional nas TVs do estádio e website

• Anúncios no guia da partida

• Layout das páginas de redes sociais (Facebook, Twitter, YouTube)

• Tweets dos jogadores promovendo a campanha

• Referência a campanha nos comentários do treinador

Integração

Além da simplicidade do conceito, o sucesso da campanha vem de sua integração, envolvendo diversos departamentos (Marketing, Digital, Comunicação) e plataformas do clube de forma consistente. Após o conceito ser estruturado a campanha foi ativada de diversas maneiras e com diversos elementos, mas sempre mantendo-se consistente com o conceito central.

Ao invés de se lançar um simples vídeo ou pôster, foi gerada uma campanha baseada nos conceitos da marca, servindo como plataforma para a comunicação com o torcedor. A integração e a consistência ajudam a fortalecer a mensagem, a marca do clube e consequentemente o relacionamento com o torcedor.

 

Os exemplos acima demonstram tambem a importância dos meios digitais, especialmente as redes sociais, para a comunicação do torcedor. As imagens e as mensagens utilizadas são atualizadas periodicamente para manter a campanha viva e dinâmica, porém o conceito e os padrões de design são sempre mantidos.

Os resulltados de campanhas de marketing desse tipo, focadas no relacionamento com o torcedor, são muitas vezes difícies de mensurar em termos monetários. Diretamente, a campanha tem impacto claro ao estimular o torcedor a interagir com o clube por meios digitais. Indiretamente, os elementos emocionais da campanha estimulam a propensão para frequentar a jogos e consumir produtos do clube.

Entretanto, o grande benefício de uma campanha de marketing consistente desse tipo é a criação de um relacionamento forte, que vai além de derrotas e vitórias e foca na cumplicidade entre o clube e o torcedor.

Para interagir com o autor: claudio@universidadedofutebol.com.br

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Atmosfera do evento esportivo

A inspiração desta semana vem da Uefa Cup de Futsal, torneio organizado pela entidade máxima do futebol europeu com os principais clubes do velho continente, que terminou no último fim de semana com o título do Barcelona diante do Dínamo do Moscou.

Acompanhando um dos jogos semifinais entre Barcelona e Sporting de Portugal, me saltou aos olhos a atmosfera criada pelo jogo. E é a isso que chamamos de espetáculo esportivo, em que se valoriza sobretudo o artista (jogadores) e a consequente qualidade do jogo.

Os americanos são reis em criar a tal atmosfera esportiva e, por conta disso, lideram todos os índices de faturamento de suas principais ligas. A Europa passou a perseguir os mesmos pressupostos, com os estádios de futebol tendo uma nova configuração para atender especialmente o torcedor-consumidor e ressaltar a dinâmica do jogo, que vem desde um gramado de extrema qualidade até o estudo da iluminação e distância das arquibancadas para que tudo se comunique de forma uníssona e perfeita.
 

O voleibol no Brasil tem perseguido esta excelência para a criação de uma atmosfera esportiva desde que determinou em seu regulamento que o visual do piso de jogo deveria ter o desenho exclusivo da modalidade, com cores e publicidade padronizada, fato este que transformou completamente a relação entre jogo, público e televisão.

No entanto, quando olhamos para o futebol e o próprio futsal no Brasil, percebemos certo descaso em relação ao ambiente dos jogos. Produzimos bons artistas, mas que se apresentam em um “palco” pouco digno para as suas qualidades.

A lógica de faturamento sobre o espetáculo esportivo está nos recursos provenientes dos fãs da modalidade. A TV e os patrocinadores pagam a conta porque as pessoas têm interesse no evento, ou seja, se o público acompanha, minha marca será melhor percebida.

E é nesta linha que clubes e associações que promovem a prática do esporte devem olhar seu produto. Que a Copa 2014 seja um marco para que os clubes percebam o potencial de geração de receitas provenientes dos torcedores e, consequentemente, melhorem a oferta de serviços e a apresentação do espetáculo esportivo nos próximos anos.

Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br