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Transferência e Condição de Jogo no Campeonato Brasileiro

Causou repercussão a atitude do atacante Fernandinho, então atleta do Atlético/MG, que negou-se a disputar partida contra o Criciúma pelo Campeonato Brasileiro de Futebol.

Isto se deu pelo fato do contrato do atleta estar na iminência de terminar e caso ele disputasse a sétima partida pelo clube mineiro não poderia atuar por outro clube brasileiro este ano.

O Campeonato Brasileiro de futebol rege-se pelo Regulamento Geral das Competições (RGC) e pelo Regulamento Específico da Competição (REC).

O RGC estabelece que somente possam participar das competições os atletas que tenham os seus contratos registrados na Diretoria de Registros e Transferências (DRT), observados os prazos e condições de registro definidos no REC.

Vale destacar que a DRT publica o Boletim Informativo Diário-eletrônico (BID-e), disponível na internet, no qual constam os nomes dos atletas cujos contratos registrados pelo clube contratante, sendo que os atletas somente terão condição de jogo após essa publicação.

O REC, por sua vez, determina que um atleta poderá ser transferido de um clube para outro durante o Campeonato Brasileiro da Série A, desde que tenha atuado em um número máximo de seis partidas pelo clube de origem, sendo permitido que cada atleta mude de clube apenas uma vez.

No momento em que o país se prepara para organizar a Copa do Mundo, o ato do atleta demonstra conhecimento da legislação e preocupação com a sua carreira.

Ora, se o atleta atuasse pela sétima vez o clube não optasse pela renovação, o jogador seria impedido de exercer sua atividade laboral por outra equipe do Brasil por, pelo menos, seis meses, deixando o clube empregador em situação privilegiada para renovar o contrato de trabalho de forma prejudicial ao empregado.

Diante disso, não se deve entender a atitude do atleta Fernandinho como uma afronta ao clube, à sua diretoria ou à sua torcida, mas como uma forma de assegurar o seu direito de exercer o labor e manter o seu sustento. 

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Líderes, cuidado com as armadilhas no caminho

Estamos cada vez mais próximos da Copa do Mundo de 2014. Os atletas vão sendo convocados, as delegações começam a chegar no Brasil e todo o planejamento outrora realizado pelas confederações estão sendo colocados em prática.

Planejamentos estes que são extremamente importantes para aumentar as chances de sucesso de uma seleção na maior competição de futebol no mundo. O planejamento é importante e compensa ser elaborado, pois a prática de examinar e debater cada elemento-chave do plano para disputar em alto nível uma Copa do Mundo é extremamente importante para toda e qualquer seleção, por isso um grande especialista em gerenciamento do tempo afirmou: “Agir sem planejar é a causa de todos os fracassos”.

Se por um lado, o planejamento pode ser visto como a fórmula que pode levar ao sucesso, uma outra questão pode levar ao baixo rendimento e uma consequente eliminação de uma Copa do Mundo: as síndromes executivas!

Estas síndromes são alguns males que muitas vezes impedem grandes líderes de ir além em suas carreiras, podendo levar a uma situação de fracasso em competições de grande importância e curto prazo de execução, como a Copa. São alguns comportamentos inadequados que podem estar presentes no treinador ou em outro membro da comissão técnica, refletindo inevitavelmente no relacionamento com pares e principalmente com os atletas, o que torna difícil o progresso coletivo rumo ao sucesso.

As síndromes que compartilho com vocês e que podem assolar o comportamento dos treinadores das seleções durante uma Copa do Mundo são:

• Vaidade – Muitos treinadores gestores podem externar uma vaidade exagerada durante a competição e com isso tornam-se incapazes de reconhecer seus pontos de melhoria;

• Orgulho – Treinadores ou gestores orgulhosos até reconhecem sua necessidade de melhoria ou mudança de comportamento em certos aspectos, mas não conseguem mudar efetivamente;

• Arrogância – É o mal mais comum entre alguns profissionais que ocupam função de liderança, como treinadores ou gestores; no geral este comportamento evidencia uma incapacidade instalada de ouvir os atletas e demais pessoas no seu convívio.

Imaginem, todo um planejamento de qualidade e execução focada serem impactados em plena Copa do Mundo por uma das síndromes acima citadas?

Este é o ponto de atenção destas armadilhas para os treinadores das seleções que disputarão a Copa do Mundo e também para os demais treinadores: talvez de nada adiante ótimos planejamentos e execução de planos se os nossos líderes no futebol vivam envolvidos pelas armadilhas da vaidade, orgulho e arrogância! Os atletas não seguirão esta liderança e ficará praticamente impossível trabalhar objetivos comuns numa equipe de futebol.

Até a próxima! 

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Paixão e intensidade: o que isso tem a ver com os megaeventos?

Não sou antropólogo, mas vou me reservar o direito de fazer uma breve análise sobre duas características comuns que identifico na maioria dos brasileiros: a paixão e a intensidade no sentido de querer evidenciar suas inúmeras emoções. Esta combinação gera um comportamento muito peculiar: o exagero de felicidade quando tudo vai muito bem e o extremo oposto quando acredita que muita coisa vai mal.

Conversando com o amigo Bruno Teixeira, também gestor do esporte, a frase que pareceu ser consenso em uma breve análise sobre o que se tem falado pela opinião pública e a sociedade em geral sobre os gastos (ou investimentos) na Copa e nos Jogos Rio 2016 é esta: “não há equilíbrio nos comentários sobre o assunto”.

E é verdade. São poucos os textos ou depoimentos que abordam claramente os prós e contras. Tudo parece, agora, que cada brasileiro deve defender de que lado está: se do Governo, deve colocar os megaeventos em um pedestal das genialidades de tomada de decisão do poder público em benefício do seu povo; se da Oposição, com o discurso de que o dinheiro dos megaeventos resolveria, de uma vez só, todos os problemas da saúde, segurança e educação.

Ambos são vazios e não encontram respaldo no campo real. Existem sim coisas boas em se realizar megaeventos, com impactos tangíveis e intangíveis que são interdependentes aos objetivos que um determinado local ou país tem com ele. Por exemplo, o Brasil pretende, há algum tempo, se apresentar como um importante destino turístico internacional (hoje, a soma de visitantes por ano em São Paulo e Rio de Janeiro é idêntica ao que Buenos Aires recebe – http://blog.euromonitor.com/2014/01/euromonitor-internationals-top-city-destinations-ranking.html

Copa e Olimpíadas são, principalmente, uma grande plataforma de comunicação global que atinge, durante 15 ou 30 dias, mais da metade da população mundial. Estes megaeventos poderiam contribuir em muito para um melhor posicionamento do turismo brasileiro em âmbito internacional. Contudo, a soma de projetos frágeis com a onda de pessimismo da população, que vem paulatinamente incentivando uma “anti-promoção” do país, tem impedido a construção de um legado mais positivo neste sentido.

Por sua vez, é verdade que muita coisa poderia ter sido feita de maneira diferente. É fato que poderíamos ter investido de forma mais inteligente os recursos públicos nos megaeventos. Mas antes de ter um olhar míope sobre o que tem sido feito com o esporte, é preciso debater objetivamente soluções visando a melhoria da aplicação de recursos públicos em todas as esferas. O esporte é tão vítima da ineficiência e da falta de clareza das políticas públicas quanto outras áreas.

Entre desvios, corrupção e, principalmente, má gestão, perdemos muito em eficiência. E é sabido que este é um mal que não “privilegia” o poder público, mas sim a população como um todo, que coaduna com este sistema nefasto.

Está claro que não falta dinheiro para investir no Brasil. E dentro deste espectro de investimentos, é também papel do poder público dispender recursos com a promoção de lazer da população (está, inclusive, na nossa Constituição Federal – artigos 6º, 217 e 227). Tenho plena convicção de que todos os cidadãos já usufruíram desta benesse, seja no Carnaval de Salvador, no show do Roberto Carlos gratuito na praia, na Luta do UFC disputada em um ginásio público, na Oktoberfest realizada anualmente em Blumenau ou tantas outras plataformas de entretenimento.

Debater e lutar por um país melhor é direito e dever de todos os brasileiros. Que o façamos de maneira ponderada, com sabedoria, analisando prós e contras e, acima de tudo, utilizando dos meios mais adequados para tais reivindicações, pensando no todo e não apenas no próprio umbigo. Afinal, ser feliz é saudável, seguro e gera aprendizados!!! 

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Complexidade

Dona dos direitos de personagens como Capitão América, Homem de Ferro e Hulk, a editora Marvel conseguiu um feito neste ano: após o lançamento de “Capitão América: o Soldado Invernal”, a franquia de super-heróis ultrapassou a saga do bruxo Harry Potter e se tornou a série mais rentável da história do cinema. E o que isso tem a ver com esporte? O sucesso dos filmes que forjaram o recorde é baseado num conceito que ainda precisa ser assimilado em searas como o futebol. Até nos principais eventos.

O novo filme do Capitão América é o nono que a Marvel contabiliza como parte de sua franquia cinematográfica – houve outras incursões de heróis da empresa no cinema, mas quase todas tiveram resultados aquém do esperado. Na soma, as obras com chancela da “Casa das Ideias” estão próximas de US$ 2,5 bilhões em faturamento.

O que mais impressiona é exatamente isso: as experiências anteriores dos super-heróis da Marvel na tela grande não haviam obtido resultados relevantes – essa análise exclui personagens como Homem Aranha e X-Men, cujos direitos cinematográficos são explorados por outras empresas. De repente, houve uma virada.

Essa mudança de panorama começou quando a Marvel decidiu construir um universo cinematográfico. Todos os filmes recentes da empresa estão conectados, e até produtos como séries de TV têm repercussão nesse mundo complexo.

As pessoas não precisam ver um filme do Homem de Ferro para entender o que se passa numa obra com o Hulk, mas os eventos de um influenciam diretamente os rumos do outro. Isso aumentou o interesse dos fãs mais assíduos, ávidos por referências cruzadas nos longas da empresa, mas também fez com que o público “comum” tivesse uma noção maior de complexidade dos personagens.

No esporte, um exemplo bem próximo disso foi criado pelo circuito de artes marciais mistas (MMA) UFC. Disposto a se aproximar de um contingente maior de pessoas, o evento tentou humanizar seus lutadores. Para isso, a organização suavizou regras e buscou personagens com perfis diferentes. A grande sacada, no entanto, foi a criação de um reality show para selecionar novos atletas. Com emoções e dramas expostos na TV, as estrelas mostraram ao público que eram mais do que os golpes desferidos no octógono.

Os exemplos da Marvel e do UFC só funcionaram porque as empresas que os criaram tinham em mente um cenário mais amplo. Nem todos os filmes foram produzidos, dirigidos ou escritos pelas mesmas pessoas. Da mesma forma, profissionais com diferentes ideias sobre o MMA comandaram cada uma das áreas em que o circuito decidiu atuar.

Isso nos leva a uma reportagem publicada na edição de 30 de abril da revista “Exame”. O texto de capa da publicação é focado nas cidades brasileiras, com uma análise focada no potencial de negócios. Em um trecho, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, usa uma experiência pessoal para falar sobre a preparação para os Jogos Olímpicos de 2016: “Quando eu fui a Barcelona pela primeira vez, em 1990, tive uma péssima impressão da cidade, que estava com obras por todo lado. Talvez as pessoas pensem o mesmo do Rio durante a Copa do Mundo. Paciência. Minha prioridade é a Olimpíada”.

A declaração de Paes é seguida por uma constatação de Jaime Lerner, urbanista e ex-prefeito que mudou a mobilidade de Curitiba na década de 1970: “Toda cidade precisa ter um sonho. A maioria das cidades brasileiras não tem”.

O que a Marvel (em maior escala) e o UFC nos mostram é que essa não é uma regra válida apenas para as cidades. Todo empreendimento, independentemente da seara, precisa ter um sonho.

O Brasil vai sediar a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016. São os dois maiores eventos esportivos do planeta, com audiências gigantescas e investimentos vultosos. Mas qual é o sonho do país com essas competições?

Se não descobrir a resposta para isso, o Brasil viverá de ações pontuais. A comunicação pode até ser eficiente nos dois eventos, mas perderá grande parte do potencial se não for colocada a serviço de um objetivo maior e mais complexo.

O exemplo do que o futebol brasileiro pode fazer está posto: basta acompanhar o que foi realizado pela Uefa para a decisão da Liga dos Campeões, no último sábado, em Lisboa. Após empate por 1 a 1 no tempo normal, o Real Madrid bateu o Atlético de Madri por 4 a 1 na prorrogação e ficou com o título continental pela décima vez na história.

O jogo não foi tratado como um evento qualquer. Isso pode parecer óbvio, mas uma comparação com uma decisão de Copa do Brasil ou de Copa Libertadores é suficiente para mostrar que a Liga dos Campeões da Uefa vive em outro mundo no futebol atual.

O projeto de comunicação da Uefa para a disputa do título envolveu ações nas ruas e uma série de iniciativas para fazer da decisão um evento para mobilizar Lisboa – a partida final da Liga dos Campeões é sempre disputada em campo neutro. Mas também contou com um enorme esforço de mídia.

A venda de pacotes da Uefa inclui produtos voltados à valorização do campeonato. Quem compra direitos de transmissão da Liga dos Campeões, por exemplo, inclui no contrato uma presença do evento no restante da programação. Isso pode ser feito com gols, melhores momentos, reportagens ou outros tipos de formatos, desde que o evento esteja ali.

A Globo, por exemplo, precisou de uma autorização para falar Liga dos Campeões da Uefa em vez de Uefa Champions League. A ideia de brigar pelo uso da nomenclatura em inglês faz parte de uma estratégia da Uefa para internacionalizar o evento.

A Uefa também vende internacionalmente a Liga dos Campeões como o maior torneio de futebol depois da Copa do Mundo. Quantas vezes você ouviu que “são os mesmos jogadores, mas dispostos em times em vez dos países de origem”?

Com isso, a Uefa acaba valorizando o próprio futebol europeu. Ter uma competição forte é uma forma de vender muito mais do que isso. É uma forma de mostrar ao mundo o potencial que o esporte tem no Velho Continente.

É impossível medir o potencial de negócios contido nessa mensagem. Contudo, basta ver o quanto a Liga dos Campeões fatura. Em graus diferentes, outras competições podem atingir esse sucesso. Para isso, porém, é preciso que elas tenham um sonho. 

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Banco de Jogos – Jogo 10

As reposições de bola em jogo por tiro de meta e arremessos laterais, muitas vezes, são negligenciadas pelos treinadores. Para evitarem a perda da posse de bola em regiões próximas à própria meta ou quaisquer outras situações de contra-ataque que possam se tornar perigosas, optam por desfazer-se da bola através de chutões ou cobranças de arremessos laterais sem movimentações grupais.

Como perder a posse de bola menos vezes que o adversário tem relação com o cumprimento da Lógica do Jogo é importante que estas situações sejam bem treinadas para potencializar as chances de finalização. Além disso, momentos como estes devem ser aproveitados para que a organização do próprio sistema (equipe) supere a organização do sistema adversário (logo, o desorganize). No confronto de sistemas que é o jogo de futebol, estes momentos durante o jogo facilitam a organização uma vez que a bola, referência do jogo em constante mudança de região do campo, encontra-se parada.

A coluna desta semana traz uma possibilidade de aplicação de um jogo para estimular estes elementos em que quem melhor aplicá-los terá maior chance de vencer.

Jogo Conceitual em ambiente específico de Reposição de bola em jogo

– Dimensões do campo oficial. ~ 100m x 70m;

– Campo dividido na intermediária ofensiva, conforme ilustra a figura:


– Número de Jogadores: Gr + 10 x Gr + 10
– Sugestão do tempo de jogo por série: 10 minutos;

Regras do Jogo

1. As equipes jogam com 3 toques no campo de defesa e toques liberados no campo de ataque;

2. Cobrar tiro de meta com lançamento para o campo de ataque e perder a 1ª bola = 1 ponto para adversário;

3. Cobrar tiro de meta com lançamento para o campo de ataque e perder a 2ª bola = 1 ponto para adversário;

4. Cobrar tiro de meta com passe ou lançamento no campo de defesa e passar o meio campo com a bola dominada = 1 ponto;

5. Cobrar tiro de meta com passe ou lançamento no campo de defesa e passar a intermediária ofensiva com a bola dominada = 1 ponto

6. Cobrar tiro de meta com passe ou lançamento no campo de defesa e terminar a jogada com finalização certa = 1 ponto

7. Cobrar arremesso lateral no campo de defesa e passar intermediária ofensiva com a bola dominada = 1 ponto

8. Cobrar arremesso lateral no campo de defesa e terminar a jogada com finalização certa = 1 ponto

9. Cobrar arremesso lateral para frente, no campo de ataque, e manter a posse de bola = 1 ponto

10. Cobrar arremesso lateral no campo de ataque e terminar a jogada com finalização certa = 1 ponto

11. Gol = 10 pontos

12. Gol a partir de jogadas iniciadas em reposição por tiro de meta ou arremesso lateral = 20 pontos

Assista aos vídeos com os exemplos de algumas regras:

Regras 2 e 3

https://www.youtube.com/watch?v=CWjpEhVfo0A&feature=youtu.be

O goleiro da equipe preta cobra o tiro de meta e a equipe azul ganha as disputas da primeira e segunda bola. Esta ação vale 2 pontos para a equipe azul.

Regra 5

https://www.youtube.com/watch?v=-tfKQ_GoRhQ&feature=youtu.be

A equipe preta sai jogando na reposição do tiro de meta e consegue ultrapassar a intermediária ofensiva com a bola dominada. Como também passou o meio campo com a posse de bola, estas ações valem 2 pontos para a equipe.

Regra 10

https://www.youtube.com/watch?v=2ZDESO268kU&feature=youtu.be

A equipe preta cobra arremesso lateral e a jogada termina com uma finalização certa do jogador número 11. Esta ação vale 1 ponto para a equipe preta.

Aguardo críticas, comentários e sugestões. Abraços e bons treinos!

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Ainda há sim, muito de novo a se propor no futebol: em busca dos saltos quânticos…

Gosto muito de assistir a jogos de futebol.

Ao vivo nos estádios, ou pela TV (mais comumente), gosto de apreciá-los como se estivesse estudando um bom livro, uma nova tese, uma nova ideia…

Campeonatos europeus (alemão, italiano, espanhol, português, francês, inglês), sul-americanos (incluindo aí, é claro, jogos do futebol brasileiro), jogos de equipes profissionais, seleções e/ou categorias de base.

Penso que cada jogo é uma oportunidade para testar uma hipótese, aprender um novo conteúdo, debater um diferente conceito.

É claro, que ao ler o parágrafo anterior, muitas pessoas poderão discordar, afinal “no futebol não há nada de novo a se apresentar ou criar”.

Não me importo.

Acreditar que “não há nada de novo a se propor no futebol” é uma forma de pensar, que sob meu viés corre o risco de ser limitadora, já que ele (o futebol) é algo tão belo, complexo, artístico, sistêmico…

Além do mais, quando algo aparentemente novo começa a ganhar espaço, logo surgem as teorias das “releituras do passado”, das “cópias adaptadas”, do “isso já existia antes”.

Então o reforço de que o novo é “simplesmente” o velho renovado, acaba quase sempre sacramentando e difundindo a ideia, de que tudo que deveríamos ver e saber sobre o jogo de futebol já se foi visto e sabido.

Talvez sim, seja verdade que o jogo de futebol propriamente dito e jogado, com fim nele mesmo, já tenha apresentado ao longo de sua história tudo o que ele poderia mostrar a respeito de si, em sua essência.

Isso não significa que já fizemos a ele (ao jogo) todas as perguntas certas para decifrá-lo.

Então ainda que ele se revele a cada partida entre duas equipes,
é provável e aceitável a ideia de que tenhamos ainda muito para desvendar e enxergar.

Mas para isso, é claro, precisamos fazer perguntas novas, diferentes, certas, e porque não, vestir novos óculos!

Em termos de velocidade complexa de jogo, por exemplo, os índices e marcadores propostos para medi-la mostram que o futebol da década de 1970 é diferente daquele jogado na década de 1990, e também daquele jogado na década atual.

E se a velocidade é diferente, a maneira de ocupar os espaços também é, as tomadas de decisão também são – assim como todas as outras coisas que envolverão a organização coletiva e as ações individuais dos jogadores.

E se a velocidade complexa é apenas uma, de tantas variáveis que estão tornando o jogo mais impressionante e exigente (para jogadores e comissões técnicas), então é quase óbvio que o jogo de futebol está em evolução (ainda!), e que as soluções tático-estratégicas e organizacionais estão condicionadas a um processo criativo, que está a disposição de todos que acreditam que ainda há muito espaço para a inovação! 

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Fatos e valores

Em obra que, em língua portuguesa já tem quinze anos (refiro-me ao livro Razão, Verdade e História, Dom Quixote, Lisboa) Hilary Putnam radicaliza a recusa em aceitar a pertinência epistemológica da divisão entre juízos de facto e juízos de valor. De acordo com Moore e Russell, o termo fato denota um conjunto complexo de entidades que existem, independentemente do modo como são pensadas. Moore argumentava que o termo bom, por exemplo, era uma propriedade não natural e não cabia às ciências da natureza estudá-la, pois que as suas propriedades não eram de ordem física. A introdução, na Idade Contemporânea, da dicotomia fato-valor foi elaborada por Max Weber, dado que lhe parecia perniciosa a influência dos valores ocidentais sobre as demais formas de vida do planeta. Ele afadigava-se em encontrar resposta, para a questão de saber se as normas de ação e os pressupostos de validade tinham um caráter de universalidade ou se decorriam de um determinado contexto cultural. Max Weber julgou ter solucionado o problema da objetividade, nas ciências sociais e humanas, ao adiantar que, sempre que um investigador procura compreender um fenômeno social, deve fazê-lo, tendo em consideração quatro tipos ideais de comportamento:

– o comportamento que utiliza meios racionais, para alcançar fins racionais;

– o comportamento que, ao utilizar meios racionais, visa atingir fins irracionais, isto é, o comportamento orientado por valores;

– o comportamento que é guiado pela emoção;

– o comportamento que se rege pelos costumes e hábitos.

Weber foi-se apercebendo que o tipo de ação predominante, no século XX, era a do pensamento tecnocrático, ou seja, o que utilizava meios racionais (físicos e matemáticos), tentando alcançar fins também racionais. Com uma dinâmica muito especial, a burocracia não aceitava, nem o caos, nem a desordem, “propondo uma seriação e uma planificação da acção social, assente sobre os critérios de rigor, de sistematização e optimização dos recursos humanos e materiais”. Foi neste quadro que se potenciou a implementação das instituições sociais e governativas e se fixaram as regras e os modelos de acção das referidas instituições. Só que, ao julgarem-se possuidoras de uma racionalidade impecável, as instituições governamentais e as que vivem do erário público solidificam-se num modelo fechado de organização e alérgicas à transformação e à crítica. O próprio Max Weber nos alerta para que não deixemos que os juízos de valor se intrometam nos processos de investigação e nas instituições, afim de que a racionalidade tecnocientífica, e só ela, seja o princípio norteador. Para Weber, “a escolha que um ser humano faz, em qualquer momento da sua vida (e as escolhas do homem de ciência não são exceção) manifestam a presença de certos valores (…). Mas esse nível de subjectividade deve desaparecer sempre que o trabalho científico se impõe, já que, para Weber, este domínio da pesquisa humana se caracteriza pela procura da objetividade de um conhecimento que se quer da ordem do empírico e não da ordem do preferível (…). Para Weber, é a verdade factual que deve orientar a atividade analítica do cientista, independentemente dos motivos pessoais que o levaram a escolher os problemas e os temas que investiga”. Para Max Weber, um juízo de valor não pode ser verdadeiro, porque não pode ser aceite por todas as pessoas.

Daqui se infere que, fundamentado mesmo em Max Weber, é difícil a um governo aceitar críticas, pois que as julga decorrentes de juízos de valor e não de juízos de facto. E às críticas mais sonoras e de comentadores mais conhecidos o governo normalmente responde que elas refletem os anseios dos partidos da oposição e não têm por si qualquer solidez científica ou racional. Se não há pressupostos universais onde assentam os critérios de racionalidade, o governo observa que é ele que a possui, já que é ele que se encontra ao serviço do País, ao mesmo tempo que os discordantes dos órgãos da Comunicação Social se encontram, sem o dizerem, ao serviço de interesses inconfessáveis. Mas uma pergunta se impõe, aliás na esteira de Apel e Habermas: há, ou não, um discurso ético, que possa informar a ação dos agentes sociais? A tecnocracia resolve, absolutamente, todos os problemas? Pode, ou não, a ética transformar-se num método racional de resolução dos conflitos e de observação do trabalho executado? Estas questões podem aplicar-se às políticas desportivas. Podem (disse eu). É que nem sempre há a vontade de algumas pessoas responsáveis. É bem mais fácil continuar com os mesmos métodos e portanto onde praticamente os valores não cabem. Dá menos trabalho. Depois, um “agente do desporto” com valores morais torna-se incómodo, para dirigentes ditos desportivos, que toda a vida viveram sem eles e que são afinal verdadeiros semeadores de demagogia. E nem por isso deixam de falar, com ênfase professoral, a uma legião de basbaques, que os escutam, como se lhes devessem vassalagem. Como se, no Desporto, factos e valores não despontassem do mesmo paradigma científico.É que o Desporto nasceu como Ética e, sem Ética, não se entende como prática desportiva.

*Manuel Sérgio é antigo professor do Instituto Superior de Educação Física (ISEF) e um dos principais pensadores lusos, Manuel Sérgio é licenciado em Filosofia pela Universidade Clássica de Lisboa, Doutor e Professor Agregado, em Motricidade Humana, pela Universidade Técnica de Lisboa.

Notabilizou-se como ensaísta do fenômeno desportivo e filósofo da motricidade. É reitor do Instituto Superior de Estudos Interdisciplinares e Transdisciplinares do Instituto Piaget (Campus de Almada), e tem publicado inúmeros textos de reflexão filosófica e de poesia. 

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As marcas da Fifa na Copa

A Copa do Mundo se aproxima e com ela algumas situações bastante peculiares começam a despontar e o mais recente diz respeito às marcas registradas pela FIFA (mais de 200).

Chamou ainda mais atenção o registro da palavra “pagode” e do termo “Natal 2014”.

Segundo a Lei Geral da Copa, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) deverá promover o registro do alto renome das marcas que consistam nos seguintes Símbolos Oficiais de titularidade da FIFA, nos termos do artigo 125, preexistente da Lei de Propriedade Intelectual.

Além disso, o INPI deverá registrar as marcas notoriamente conhecidas de titularidade da FIFA, conforme estabelece o preexistente artigo 126, da Lei de Propriedade Intelectual.

Essas anotações de titularidade da FIFA produzirão efeitos até 31 de dezembro de 2014.

Os pedidos de registro poderão ser contestados no prazo de sessenta dias da publicação.

Segundo o artigo 124, VI da Lei de Propriedade Intelectual, palavra de uso comum na composição de uma marca não recebe proteção da legislação de propriedade industrial, logo, não se pode impedir seu emprego por qualquer empresa, mesmo concorrente.

Destarte, os termos “pagode” e “natal” são palavras de uso comum e, ainda que a FIFA consiga o registro, não poderá se opor contra o uso por terceiros. Este, inclusive, é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça em uma série de casos semelhantes.

Dessa forma, o fato da FIFA encaminhar as marcas para registro não lhe garante o uso exclusivo sobre elas, eis que a legislação e os Tribunais brasileiros.

Portanto, os empresário e cidadãos brasileiros podem ficar tranquilos, pois nem a Lei Geral da Copa, nem a Lei de Propriedade Industrial asseguram à a FIFA o direito de se apropriar de nomes comuns como “pagode” e “natal”. 

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Performance em tempo de mudanças

O futebol é um universo em constante mudança, não bastasse a troca de comando a cada nova eleição para presidência de um clube, nós presenciamos as mudanças nos cargos que dirigem o futebol e as frequentes e conhecidas mudanças no comando técnico do time.

E como o atleta pode se manter focado em seu melhor desempenho nesse ambiente em constante mudança?

Aliás, este ambiente de constante mudança não é um privilégio dos atletas de futebol, na vida das pessoas em geral atualmente este jogo da mudança vem acontecendo de maneira cada vez mais acelerada. Este impacto é tão grande na vida de todos que o Instituto de Kansas City, realizou um importante estudo para determinar que habilidades seriam as mais valiosas para o sucesso e felicidade das pessoas no século XXI. O resultado de uma longa investigação foi que a qualidade mais importante que as pessoas podem desenvolver numa época marcada pelas mudanças é a flexibilidade. Por sua própria essência a mudança é imprevisível e muitas vezes nos obriga a rever nossos planos e ideias de um momento para outro. Agora, imagine no cotidiano do atleta como isso deve ter um grande impacto no seu desempenho profissional?

Muitas vezes a própria mudança já é um componente que gera stress no atleta e como já vimos o stress pode contribuir imensamente para um quadro de lesão no mesmo.

Mas como então o atleta pode se manter flexível ao ponto de encarar as mudanças como algo presente em suas vidas e inevitável, sem que isso deteriore sua performance esportiva? Trago algumas sugestões de Brian Tracy sobre como se manter no propósito e com isso não ser consumido pela mudança, quando ela se apresentar diante do atleta.

1. O atleta pode se fazer regularmente a seguinte pergunta: o que realmente eu quero fazer na minha vida profissional? Com isso ele poderá se certificar de que suas metas atuais estejam de acordo com a reposta dada.

2. O atleta deve ser honesto e realista a respeito de sua vida e de suas metas. Com isso ele pode tomar a decisão de encarar o mundo como ele é, e não ficar na suposição de como poderia ser e a partir ele pode refletir sobre quais mudanças práticas ele deve promover para ajustar sua rota em direção ao melhor desempenho.

3. Sempre que a situação ou ambiente mudar ou se dispor de novas informações sobre o momento atual em que se encontra, o atleta pode e deve estar pronto para mudar alguma ideia e tomar uma nova decisão para ajuste de rota com base nos fatos da situação atual. O atleta, com a consciência mais elevada, pode recusar-se a continuar num direção que não faça mais sentido para ele.

Ao desenvolver sua habilidade de ser flexível, o atleta da atualidade estará mais preparado para lhe dar com toda de qualquer mudança que se apresente, bem como manter-se no caminho do seu melhor desempenho profissional. Com isso ele assume o protagonismo de sua carreira, buscando os melhores resultados e não se tornando vítima de si próprio.

Afinal de contas, como já disse Albert Einstein: “Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”.

Se tudo ao redor do atleta muda, ele também pode mudar e ao ser flexível compreende conscientemente que os ajustes em suas atividades, para melhoria do desempenho e a consequente conquista de sua meta, são sempre bem-vindos, além de necessários.

Até a próxima! 

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Esperando acontecer!!!

Tenho frequentado algumas mesas de debates e discutido bastante com colegas da área (ou não), há algum tempo, a busca de soluções para o financiamento do esporte de uma maneira geral. Mais das vezes, a “grande solução” recai, quase que invariavelmente, no “dever” de um “sujeito oculto” chamado Estado cobrir e fechar a conta.

Como muita gente aparece com visões megalomaníacas sobre o esporte, pautado, sobretudo, em um discurso midiático, quando se coloca a proposta no papel percebe-se que a conta não fecha no final para que o tal projeto seja efetivamente pago pelas demandas criadas e geradas no mercado a partir de um processo lógico de desenvolvimento, como em qualquer indústria. Sim, bons projetos levam anos e não meses para perceber resultados.

Estou fazendo esta abordagem de maneira genérica para chegar em uma questão objetiva: de onde surgiu o conceito de que o Estado deve ser o provedor de tudo o que ocorre no esporte nacional? Seja para o bem, seja para o mal, o Estado ou é vítima ou é tido como o “salvador da lavoura” no meio esportivo.

Tal reflexão tem respaldo em muitos dos acontecimentos recentes, que vão desde o financiamento de estádios para a Copa até as soluções para salvar o endividamento contraído pelo futebol (e tantos outros que surgem nos meios de comunicação).

Não que o Estado não tenha um papel importante no fomento do esporte em âmbito global: como exemplo, tem-se o fato de que mais de 60% dos estádios de clubes de futebol na Europa são públicos; também que as franquias de Ligas Profissionais dos EUA usam o argumento de “investimento em instalações esportivas” como poder de barganha para permanecer ou sair de uma cidade.

O Estado é sim um ator historicamente relevante para investimentos em esporte, que só se torna efetivo quando congrega os interesses da sociedade e consegue explicar de forma adequada (e decente) os porquês de fomentá-lo. Sem uma política pública adequada, não passa de um gasto desnecessário.

O cerne desta questão passa, na realidade, por uma crítica a muitos projetos esportivos, que criam e pensam em ações belíssimas e que cabem muito bem ser escritas em algumas folhas de papel, mas que por serem inexequíveis sob o ponto de vista prático e relacionado às demandas do mercado, acabam por transferir a responsabilidade para o tal “sujeito oculto”, que, segundo se pensa, “é quem deve pagar a conta”. Terceirizar problemas é o que mais vemos por estas bandas…

Penso que, se quisermos evoluir e consolidar a indústria do esporte definitivamente como negócio, é fundamental pensar com a cabeça de quem financia. Do contrário, continuaremos a ver projetos com início, mas sem meio nem fim…