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A importância e abrangência do evento em um plano de comunicação

Não é de hoje que o futebol brasileiro tem olhos para o mercado externo. Neste mês, por exemplo, a seleção brasileira disputou amistosos em Pequim (vitória por 2 a 0 sobre a Argentina) e Cingapura (vitória por 4 a 0 sobre o Japão). Enquanto isso, times locais negociam viagens a Estados Unidos, Europa e Ásia para o início de 2015.

São diferentes focos e diferentes abordagens, mas todas essas iniciativas têm em comum um problema: nenhuma delas contempla a importância e a abrangência que um evento deve ter em um plano de comunicação.

Tomemos como exemplo a seleção brasileira: o time nacional fez em outubro deste ano a segunda viagem a Pequim nos últimos dois anos – em 2013, a equipe canarinho havia visitado a capital chinesa para um amistoso contra Zâmbia. Os jogos na cidade asiática tiveram estádio cheio e atraíram muito interesse da mídia local. E o que a seleção ganhou com isso?

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vende todos os direitos comerciais e de mídia dos jogos da seleção. Até 2022, essas propriedades pertencem à empresa ISE, que tem um acordo com a inglesa Pitch para organização dos eventos. A Pitch nunca tinha organizado uma partida de futebol até o início da parceria com os brasileiros.

Como a ISE e a Pitch têm liberdade total para escolher sedes, adversários e condições, a seleção é submetida a condições como as do Ninho de Pássaro, estádio em que o Brasil venceu a Argentina em Pequim. A despeito de ser moderna e de ter uma arquitetura chamativa, a arena não apresentou um gramado à altura do jogo. Além disso, a comissão técnica brasileira reclamou das condições (longa viagem, diferença de fuso horário e excesso de poluição no ar).

Se houvesse um ganho de mercado, as condições inóspitas poderiam ser uma escolha. No entanto, só quem tem vantagem na escolha do local é o convênio que organiza o jogo. O valor que a CBF amealhou para enfrentar a Argentina em Pequim é o mesmo que teria sido pago à entidade por uma partida contra qualquer rival e em qualquer cidade.

O que aumenta essa sensação de que a CBF não está realmente preocupada com o mercado asiático é o trabalho feito no dia do jogo. Não houve qualquer vende de produtos oficiais da seleção brasileira, por exemplo. Ao contrário: todos os artefatos disponíveis no estádio eram falsificados.

Além disso, não houve qualquer ação com os jogadores brasileiros e o mercado chinês. O time ficou concentrado em um hotel próximo ao estádio, e de lá saiu apenas para treinar e jogar. A única interação com público local aconteceu no saguão do próprio hotel. Ainda assim, de forma tímida e por iniciativa dos atletas.

A cobertura da mídia local sobre o jogo limitou-se ao evento. A promoção foi sobre a partida, e o reflexo disso foi a venda de todos os ingressos disponíveis. E a promoção da seleção brasileira, como fica.

Não por acaso, Kaká ainda é o jogador brasileiro mais badalado em Pequim. A relevância do meia do São Paulo entre os torcedores chineses chama muita atenção – perto dele, por exemplo, Neymar é claramente um coadjuvante para o público da cidade.

Torcedores que foram ao hotel da seleção tinham como principais ídolos os jogadores de times ingleses (David Luiz, Oscar e Willian), Neymar e Kaká. E quase todos os fãs do meia tinham produtos de clubes que ele defendeu no futebol europeu (Milan e Real Madrid). Kaká não é conhecido na China apenas por méritos dele, mas porque defendeu equipes que são conhecidas na China. E a seleção brasileira não é uma dessas equipes.

A lógica de Pequim foi praticamente repetida em Cingapura. E também é praticamente a mesma em qualquer cidade que receber um jogo da seleção brasileira. Atletas mais conhecidos em mercados emergentes são os que defendem clubes europeus, e a CBF não faz qualquer esforço para mudar isso.

Os clubes brasileiros seguem a mesma lógica. Em 2014, durante a paralisação do futebol local por causa da Copa do Mundo, muitas equipes viajaram para intertemporadas. O Cruzeiro, por exemplo, esteve nos Estados Unidos nesse período. E o que o atual campeão nacional ganhou de relevância por lá graças a essa viagem? Pouco. Bem pouco.

O futebol é um ambiente naturalmente passional. Portanto, é muito mais simples atingir o público nessa seara do que em outras. É a lógica da montanha-russa: depois de um passeio emocionante, com essa sensação ainda fresca, é natural que as pessoas sejam mais suscetíveis a comprar presentes ou recordações. É por isso que os brinquedos de grandes parques desembocam em lojas.

No último ano em que disputou o Super Bowl, jogo que decide a liga profissional de futebol americano (NFL), o New York Giants montou no estádio uma loja própria de grande porte. Assim que a partida acabou, o espaço começou a vender mais de 200 produtos alusivos ao título da franquia.

Pense em você como torcedor: você acabou de ver seu time ser campeão. Quando sai do estádio, ainda extasiado pela conquista, passa por uma loja e vê mais de 200 itens alusivos ao feito. Coisas de diferentes preços, de diferentes perfis. Qual é a chance de você não comprar nada?

É essa emoção que o futebol brasileiro falha ao captar. Falha com o mercado local, mas falha de forma ainda mais clara quando vai ao exterior.

A simples presença de mercado não é suficiente para gerar receita. Não é suficiente para praticamente nada. Não há ganho efetivo se isso não tiver companhia de um projeto claro, incisivo e bem focado.

O Brasil tem quase 200 milhões de habitantes. E em diferentes proporções, há mais de cem milhões de consumidores de futebol. O que as pessoas fazem para que essas pessoas tenham experiências únicas quando vão a um evento e transformem isso em consumo? O potencial desperdiçadao aqui é claro: o Brasil podia ter o maior mercado consumidor de futebol do planeta.

A despeito disso, é justo que o futebol brasileiro busque o exterior. A estratégia lançada por times europeus, que atuam em mercados muito menores, também poderia render frutos por aqui. Mas o que é feito para que isso aconteça?

Estar em diferentes mercados pode ser positivo, é claro, mas isso precisa ser visto apenas como uma etapa. O futebol brasileiro precisa deixar de ver o exterior como um fim. Potencial para isso existe.

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Reflexões sobre a renovação da seleção brasileira

As situações que me inspiram para as colunas publicadas neste portal são bastante diversificadas. A partir de diferentes contextos e cenários a mente começa a conectar ideias, buscar informações, retomar conteúdos e a dar vida a um novo texto que tem por objetivo discutir temas relacionados ao futebol.

Da leitura de um livro ao acontecimento de um treino, de um e-mail recebido a um comentário observado em um programa esportivo, frequentemente a atenção volta-se para ocasiões que podem se configurar em um assunto para a próxima coluna.

Nesta semana, a ideia surgiu num bate-papo informal com um companheiro de trabalho em que, atentamente, eu ouvia as experiências de sua jornada profissional.

Por motivos que não sei justificá-los e que, seguramente, já lhe deve ter acontecido o mesmo, caro leitor, durante o bate-papo discutíamos a conduta e atuação profissional nas categorias de base, os pré-requisitos na formação de um elenco competitivo e fomos parar na reformulação da seleção brasileira na nova era Dunga. Talvez, chegamos ao assunto seleção, pois, na ocasião, o futebol do sul do país e algumas das características que fizeram de Dunga um grande atleta estavam em pauta. Pois bem…

Se considerarmos somente os resultados de campo, o reinício de Dunga na seleção brasileira não poderia ser melhor. Até agora são quatro jogos e quatro vitórias, uma delas contra um dos maiores rivais e atual vice-campeã mundial, a Argentina. Porém, como nas reflexões que tenho costume de propor, o resultado é somente mais uma das variáveis; determinante, como sabemos, mas não a única como por vezes somos atraídos, seduzidos, conduzidos ou orientados a pensar desta forma.

E quando o resultado de campo não é o único fator de análise de um processo ou projeto, demais elementos que os constituem (os processos e projetos) também são analisados, pois são estes elementos que irão sustentá-los.

No tema Dunga e seleção brasileira, outros fatores passíveis de análise são os seguintes: perfil e conduta do treinador, formação do elenco e modelo de jogo da equipe. Com estes fatores, as análises vão além das rasas opiniões de que se ganhou está tudo bem e que se perdeu está tudo mal.

A identificação de Dunga com a seleção brasileira é indiscutível. Peça importante do tetracampeonato mundial e símbolo de raça e amor à camisa, a representatividade deste profissional como líder da equipe, agora como treinador, é significativa. Com estas características, supriu a inexperiência fora das quatro linhas. Agora, em sua segunda passagem como treinador e com quase 100 jogos na carreira (somando as passagens pela seleção brasileira e Internacional-RS) disse que se atualizou em conversas profissionais com grandes referências do futebol mundial, se preparou melhor para o cargo e que estudou futebol.

Penso que a atualização, a preparação para o cargo e os conhecimentos adquiridos nos estudos só fazem sentido após a aplicação prática destas habilidades. Dunga terá que colocar em prática seus aprendizados no cargo mais importante de treinador de futebol do país. Questiono-me se não lhe faltaram horas de treino e de jogo, para confirmar sua atualização profissional e dar início ao projeto de treinador da seleção numa condição mais consolidada. Tite, técnico de futebol e frustrado por não ter sido o escolhido para assumir o projeto “seleção brasileira”, afirmou categoricamente: “Eu me preparei para a seleção”. Ao observar sua trajetória, é inquestionável a referida preparação.

Nas declarações após reassumir o cargo, Dunga afirmou ter melhorado sua relação com a imprensa e que tinha ciência de que precisava de uma relação mais harmônica. Após um descontrole e uma discussão com um integrante da seleção argentina durante o jogo e natural questionamento posterior na coletiva de imprensa, Dunga desconversou (para não afirmar desmentiu) o fato e, como em outrora, foi áspero com um repórter. Um amistoso com um placar favorável foi suficiente para tirar do equilíbrio o técnico Dunga. Novamente me questiono, agora em relação a como serão as reações emocionais do treinador em situações cujas demandas psicológicas forem, proporcionalmente, muito maiores.

Com o término da Copa do Mundo, ficou a sensação generalizada de que nossa seleção precisava de um uma reformulação. De filosofia, de ideias, de comando e para muitos, inclusive, de jogadores.

Quando se compõe um elenco, não se deve perder do olhar a sustentabilidade em sua formação. Estar atento ao longo prazo diminui a probabilidade de mudanças drásticas e reconstruções generalizadas, comuns no futebol brasileiro, mas inconcebíveis num contexto de seleção.

Ao analisar a média de idade dos jogadores que participaram efetivamente dos últimos dois amistosos os valores são 27,5 e 26,7 anos, respectivamente. As entradas de Phelipe Coutinho e Everton Ribeiro diminuíram a média de idade no confronto contra o Japão. Se considerarmos somente o curto prazo, a média de idade atual é praticamente equivalente àquela que disputamos a última Copa do Mundo, que foi 27,8 anos. Porém, se mantivermos esta base e projetarmos esta média para a Copa de 2018, teremos um elenco com idade média próxima a 31 anos: “um tiro no pé”.

Para efeito comparativo com duas potências do futebol mundial, a Espanha jogou a Copa no Brasil com média de idade de 27,4 anos e os jogadores que participaram do último jogo das eliminatórias da Eurocopa 2016 compõem uma média de 24,5 anos. Já a Alemanha, também considerando a Copa do Mundo e os atletas que participaram do último jogo da Euro, apresentou uma média de 25,3 e 24,1 anos respectivamente.

Dados aparentemente simples, porém com efeitos sistêmicos importantes no longo prazo.
E, por último, o Modelo de Jogo de nossa seleção. Neste tópico, a opinião pública está bastante dividida. Especialistas, imprensa e comentaristas diferem sobre como a nossa seleção deve se apresentar. Enquanto uns querem ver a equipe propondo o jogo, outros acreditam que o momento pede humildade e reconhecimento na perda da hegemonia do futebol mundial.

Após a vitória contra a Argentina, o site da Conmebol publicou o seguinte trecho:

“Fiéis às crenças de seus treinadores, a Argentina tentou um jogo mais elaborado, enquanto o Brasil suportava cômodo em seu campo esperando o erro da Alviceleste para sair em velocidade graças à rapidez de Neymar, William e Oscar.”

O portal Terra publicou análise semelhante:

“A Argentina ficou com a bola, trabalhou as jogadas, buscou o resultado. O Brasil esperou em seu campo, fechou os espaços, levou alguns sustos e saiu em
velocidade para o ataque – e, mais importante, quando conseguiu criar as oportunidades, não perdoou.”

Respeitando a cultura brasileira, nossos cinco títulos mundiais e nossas potencialidades, penso que o Brasil não pode abrir mão de ser o protagonista de um jogo seja quem for o adversário. Porém, antes do término da Copa América, qualquer análise que avalie o Modelo de Jogo atual da seleção brasileira, será, no mínimo, precipitada. Já foi publicado, após a sequência de vitórias, que Dunga deu padrão alemão (?) à seleção brasileira. Após a competição e quase um ano de trabalho poderemos realmente ver a “cara” do nosso jogo e quais são as perspectivas de evolução e desempenho nas futuras competições.

A renovação do futebol e da seleção brasileira são consensos. Nossos próximos passos e decisões apontarão se estamos no caminho. Por enquanto, alguns elementos importantes da consensual renovação, aparentemente, estão sendo negligenciados. Infelizmente, no futebol brasileiro, o respaldo do resultado tem este poder.

Aguardo a sua opinião.
 

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Novembro desportivo

Muitos são os e-mails recebidos perguntando sobre a existência e divulgação de cursos e/ou eventos ligados ao Direito Desportivo.

O início do mês de novembro trará o mais tradicional evento jus desportivo do país, o Fórum de Direito Desportivo organizado pelo Instituto Brasileiro de Direito Desportivo e a Associação de Advogados de São Paulo que já está em sua décima edição.

O evento será realizado nos dias 06 e 07 de novembro e contará com a participação de renomados profissionais da área que debaterão temas atuais do Direito Desportivo.

Na quinta-feira, à noite, os direitos televisivos serão debatidos pelo Diretor Jurídico do Flamengo, Dr. André Galdeano, pelo jornalista Marcelo Bechler (Rádio Globo e Sportv) e pelo advogado e ex-presidente do IBDD, Dr. Luis Roberto Martins Castro. Os debates serão presididos pelo Diretor Tesoureiro, Dr. Leonardo Andreotti.

Abrindo os trabalhos na sexta pela manhã, a Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte e reestruturação do futebol, com a presidência do Dr. Luis Felipe Santoro, advogado do Corinthians e ex-presidente do IBDD, será debatida pelo Professor Dr. Álvaro Melho Filho (livre docente da UFCE) e pelo Dr. Wladimyr Camargos, Diretor Jurídico da Confederação Brasileira de Clubes.

Logo após, a Justiça Desportiva terá como debatedores os Drs. Paulo Schmitt, Procurador Geral do STJD da CBF, Ronaldo Piacenti, Vice-Presidente do STJD da CBF, Paulo Salomão, Diretor Geral da Escola Nacional de Justiça Desportiva e Felipe Ezabella, Mestre e Doutor pela USP.

Na sequência, o tema central será o combate ao doping realizado pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) cujos debatedores serão o Secretário Nacional da ABCD, Marco Aurélio Klein e o presidente da Comissão Antidopagem da Confederação Brasileira de Atletismo, o Dr. Thomaz Mattos de Paiva. Os trabalhos serão presididos pelo Presidente do IBDD, Dr. Gustavo Normanton Delbin

No turno da tarde, o fórum se reiniciará com o foco nas Relações do Trabalho no Desporto. Com a presidência de mesa a cabo do Diretor de Comunicação do IBDD, Dr. Eduardo Berol, o Ministro do TST e presidente da Academia Nacional de Direito Desportico (ANDD) Dr, Guilherme Caputo e o Juiz do Trabalho Georges Affonso Miguel discutirão o direito desportivo trabalhista. A confirmar, o advogado do Clube Atlético Mineiro, Dr. Lucas Ottoni, completa o rol de debatedores.

Finalmente, encerrando o evento, a violência nos estádios de futebol será o foco central nos debates sobre o Banimento do Mau Torcedor dos Estádios. Este painel será honradamente presidido por este colunista e terá como debatedores o Promotor do Juizado Especial Criminal de São Paulo, Dr. Paulo Sérgio de Castilho, a Delegada de Polícia, Dra. Margarete Barreto, o Juiz de Direito, Dr. Ulisses Pascolati Jr, o presidente da Torcida Organizada “Dragões da Real”, além do tenente Coronel do 2º Batalhão de Choque da PMSP, José Balestiero Filho, a confirmar.

Além da décima edição do Fórum de Direito Desportivo do IBDD/AASP, no dia 05 de novembro, a Faculdade de Direito de Contagem realizará seu segundo fórum de direito desportivo com a participação dos Drs. Henrique Saliba, advogado do América/MG, Fabiano de Oliveira Costa, Diretor Jurídico do Cruzeiro/MG, Luciano Brustolini, advogado e agente FIFA e Thiago Freitas, agente e representante da Traficc em Minas Gerais. O tema será “Justiça e Novos Investimentos no Futebol.”

As inscrições para o 10º Fórum de Direito Desportivo já estão abertas no site do IBDD (www.ibdd.com.br).

Nos vemos lá!

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Meditação funciona no esporte?

A harmonização corpo-mente é uma coisa muito importante para os atletas, e a meditação tem se apresentado como uma prática de ótimos e reconhecidos resultados para todos.

Meditar é pensar sobre, refletir. Entendendo melhor o significado da meditação podemos recorrer a Osho (foi professor de filosofia e grande mestre na arte da meditação), que a define como sendo uma maneira de ir para dentro de si mesmo, um modo de fixar em nós mesmos, no mais profundo centro do nosso ser.

A meditação ajuda a combater o estresse criado em função da pressão inerente ao desportista de alto rendimento, bem como pelo desgaste criado pelas exigências orgânicas e psicológicas sofridas pelos atletas. Sua atuação nos estados emocionais e nas atitudes mentais influenciam a saúde e desempenho profissional e mental.

Além dos benefícios acima citados, a meditação também é uma excelente fonte de autoconhecimento para o ser humano, o que para os atletas é muito valioso, pois quando ele se torna capaz de integrar a sua mente com seu coração e as suas ações com suas intuições, ele encontra um significado genuíno em sua vida e carreira enquanto atleta e com isso ele se torna naturalmente muito mais autoconfiante.

Sendo mais autoconfiante o atleta consegue aplicar na prática o melhor de toda sua inteligência e conhecimentos para tornar sua vida mais equilibrada e harmoniosa, contribuindo para o alto desempenho na carreira esportiva.

Hoje existem evidências que a meditação promove:

•Redução dos sintomas de estresse
•Redução da hipertensão
•Redução do hábito de fumo e do consumo de álcool
•Redução da tensão muscular
•Melhora em sintomas do humor e sintomas do estresse em atletas com lesões graves
•Melhora da atividade imunológica
•Melhora consequente no desempenho esportivo

Ainda, pesquisas realizadas pela pesquisadora Sarah Lazar, do Massachusetts General Hospital revelam que o córtex cerebral nas áreas relacionadas à atenção, memória e tomada de decisão de meditadores que fazem a prática pelo menos 40 minutos por dia são mais espessas.

Então, você acha que vale a pena realizar alguns pilotos de meditação com atletas e testar sua eficácia na prática? Eu acredito!

Até a próxima!

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Lá fora já perceberam o potencial do nosso mercado

Com um título que já diz tudo para quem estuda minimamente o mercado esportivo local, mas significa pouca coisa para as entidades que o administram e promovem. Pelo menos é o que a prática nos mostra…

Em dois movimentos recentes, de duas modalidades distintas, evidencia-se cada vez mais a força que o mercado brasileiro possui. Ou melhor, o potencial de negócios que pode ser gerado por meio do mercado esportivo.

É isso o que o Barcelona está fazendo por meio de parceria com a Gillette.

É o que a NBA fez recentemente com um jogo que transcende o evento em si e se transforma em um projeto consistente da liga no Brasil, ao firmar, simultaneamente, uma parceria estratégica e de negócios com o Novo Basquete Brasil (NBB).

Ou seja, enquanto por aqui, tanto as empresas que patrocinam quanto as entidades que praticam ou administram o esporte teimam em reclamar da pequenez do mercado ou da falta de boas oportunidades para alavancar novos negócios. Já do lado de fora, começam a enxergar um mar de oportunidades entre os consumidores que estão há anos esperando entregas esportivas mais qualificadas para se entreter.

Precisamos parar de pensar e agir de forma tacanha em relação ao mercado consumidor de entretenimento esportivo no Brasil. Os projetos precisam sair da mesmice. O potencial que temos é gigantesco e precisa ser melhor explorado!

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Eram 22 há 37 anos. É um Basílio para milhões de Corinthians

36 minutos, 43 segundos.

Na foto, uns dois segundos a mais que isso.

Ao fundo tem um uns dois jogadores corintianos que dá para ver de relance depois do gol.

Atrás do autor da redenção do gol, tem mais um.

Sozinho, em primeiro plano, levando milhões a outros planos, tem um punho direito erguido como se fosse uma antevisão de Sócrates. Tem uma camisa número dois do Corinthians com um oito às costas. Tem milhões de camisas 12 jogando por todo o time que não sabia o que era ser campeão havia 22 anos.

Não digo que não sabia o que era ser Corinthians que, sabidamente, não é para isso que foi fundado em 1910. O Corinthians nasceu para multiplicar Corinthians pelo mundo. Para ganhar como poucos para os fiéis, para irritar como raros os que não são.

Quando havia o Santos de Pelé e o Palmeiras de Ademir, e, depois, o São Paulo de Pedro Rocha, não havia como ser campeão estadual e do Brasil.

Só foi ser possível três anos depois do Rei sair da Vila e 25 dias depois de o Divino parar.

Mas isso é menos quando se fala da alegria de milhões.

Quando vimos tantos não conseguindo gritar esse gol que só um Osmar Santos, um José Silvério e um Fiori Gigliotti para narrar.

O mais corintiano dos gols. O gol mais corintiano.

O gol de Basílio.

Esse pé de anjo da foto.

Esse que corre sozinho por milhões. Esse que celebra sozinho a mais coletiva celebração da história do futebol brasileiro por um título.

Era muito grande e muito difícil em 1977 ser campeão estadual. Era mais time a Ponte Preta que o Corinthians. Era uma decisão equilibradíssima. Foi desequilibrado o campineiro Rui Rei quando pediu para ser expulso pelo Dulcídio que leva a fama que não corresponde aos fatos. Ninguém o comprou, embora alguém pudesse tê-lo vendido.

Na bola, o Corinthians foi melhor no terceiro jogo depois da expulsão do centroavante rival e mereceu o título que os corintianos não mereciam ter sofrido tanto para vencer.

No período de 1954 a 1977 teve um Rio-São Paulo como conquista, mas dividida com outros três finalistas. Não teve título no Brasileiro, embora tenha sido vice, em 1976. Não teve título no Robertão, embora quase tenha vencido na última partida do quadrangular final de 1969. Não teve Taça Brasil por não ter participado do torneio justamente por não ser campeão estadual entre 1959 e 1968 – e pouco antes disso, e mais um tanto tempo depois.

Por não ser o que o chute de Basílio acabou ali.

E recomeçou no Morumbi a saga campeã.

Voltaria o Corinthians a ser o maior dos vencedores de títulos paulistas no bi da Democracia Corinthiana, em 1983. Ganharia o primeiro Brasileiro, em 1990. A primeira Copa do Brasil, em 1995. O primeiro Mundial, em 2000. A primeira Libertadores, em 2012. O bi da Fifa, em 2012.

Grandes vitórias de Neto, de Marcelinho Carioca, de Rincón, de Sheik, de Guerrero, de loucos de todos os bandos.

Nenhuma conquista com o sabor de 13 de outubro.

Nenhuma.

Isso não é só Corinthians. É futebol.

Só quem é entende – e eu, que não sou, mas senti um 12 de junho, sei o que é acabar com a fila.

Basílio é pai de todos.

É o nome do Basa, filho do meu amigo Vitão.

É de anjo o pé que foi com fé naquela bola que insistia em não ser Corinthians.

Foi no cruzamento de Zé Maria para Basílio que ele cabeceou buscando um companheiro na grande área da Macaca. A bola achou Vaguinho que bateu de canhota e acertou a trave do São Paulo. Wladimir pegou o rebote e enfiou a cabeça do tamanho do coração alvinegro e acertou a zaga da Ponte, do Guarani, do Palmeiras, do Santos, do Tricolor, de todas as cores anticorintianas que ainda negavam a vitória do maior rival.

No rebote de tudo contra todos, veio Basílio para acertar o chute que aprendera na base da Portuguesa com Ipojucan.

Um tiro que ele treinara de moleque no Canindé e que, por essas costas do destino e do Corinthians, resolveu cair no pé de quem sabia.

De quem Corinthians.

Basílio pegou como ela veio.

Bola alta, forte, indefensável para Carlos que depois seria Corinthians.

Como, depois daquela bola, tudo voltaria a ser campeão no Corinthians.

O time do povo que sofria sorria como nunca em 22 anos.

E o mais democrático dos paulistas naqueles anos de ferro e chumbo da ditadura soltava o grito de punho erguido e cerrado.

Festa coletiva que nunca mais se viu.

Mas que se vê, na foto, como ela também foi: a alegria de cada um.

Como o Basílio do instante eterno. Como o Corinthians que não tem foto para registrar o que foi aquilo.

A vitória dele era a de todos.

A vitória de todos era a dele.

Isso não é só Corinthians. É futebol.

Mas poucas coisas são mais futebol que o Corinthians.

Pelas tristezas e sofrimentos de 22 anos sem nada.

Ou melhor: com tudo que de fato interessa ao corintiano: o próprio Corinthians.

Se a bola de Basílio não entra, outra hora seria gol. Até se não entrasse naquela noite de quinta-feira (um dia depois de o presidente-general da ditadura militar ter afastado um ministro ainda mais ligado à turma que prendia e arrebentava…), bastaria o empate até o final dos 90 minutos, e mais outro empate em meia hora de prorrogação, para o jejum minguar.

Pelo maior número de vitórias no SP-77, o Corinthians tinha a vantagem do empate contra a Ponte.

Mas não era para ser pelo regulamento. Tinha de ser pelo Timão.

E com um gol chorado e sofrido como o Corinthians.

Vaguinho – trave!

Wladimir – zaga!

Basílio – rede!

1 a 0.

Basílio.

Não precisa de data, ano, local, razão.

Apenas a emoção de Basílio.

Não era craque. Não era titular.

Mas foi ele. O predestinado. O corintiano.

Basílio.

O cara legal que mereceu ser o ungido. O tocado. O libertador.

O campeão.

O corintiano.

Basílio.

Como na foto, não precisa de legenda.

É lenda.

Como na foto, ele é o Corinthians.

Sozinho, venceu um time melhor, e toda a torcida contrária de palmeirenses, são-paulinos, santistas e de muita gente do Brasil.

Mas será que ele realmente estava “sozinho”?

Quando se é Corinthians, dever dizer, a “solidão” é ficção.

É como a foto.

Um cara que joga por todos x todos.

A maior torcida do Brasil era contra o Corinthians.

Mas não houve maior grito de gol em todas as torcidas do Brasil que aquele que ainda hoje ouvimos do Morumbi.

Faz 37 anos.

Eram 22 anos.

Será eterno.

É Corinthians.
 

*Texto publicado originalmente no blog do Mauro Beting, no portal Lancenet.

 

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As consequências do fim dos direitos econômicos

O Comitê Executivo da Fifa, com a intenção de proteger a integridade do futebol e dos atletas, decidiu adotar o princípio geral de proibir a participação de terceiros nos direitos econômicos dos jogadores. Para tanto, haverá um período de transição.

O regulamento será publicado em maio de 2015, razão pela qual somente teremos conhecimento da extensão da proibição no ano que vem.

Chamado pela Fifa de TPO (participação de uma terceira parte), por direitos econômicos, entende aqueles atinentes aos percentuais pertencentes a terceiros sobre o benefício econômico das eventuais transações envolvendo o atleta.

Os direitos federativos, por seu turno, são exclusivos das entidades de prática esportiva e correspondem ao vínculo de trabalho e condição de jogo.

Os direitos econômicos são uma criação do mercado, que se baseia nas leis de cada país e pela primeira vez será objeto de regulamentação pela Fifa.

Independente do que conste no regulamento, os investidores não se afastarão do futebol, e a modalidade não se afastará deles, eis que são essenciais para a sua manutenção.

Seguramente, o mercado buscará alternativas, como a criação de fundos de investimento que exija dos clubes garantias financeiras não vinculadas a jogadores ou cogestões, como a vitoriosa “Palmeiras-Parmalat” nos anos 90.

De fato, é dever da Fifa proteger o futebol e impedir que a modalidade se torne um grande balcão de negócios punindo severamente transações se qualquer fim esportivo, como já o fez com clubes sul-americanos que realizaram sucessões de duas ou mais transferências com poucos dias de diferença.

O fato é que ao adotar tal medida, a Fifa cedeu a um pleito da Uefa que enfraquecerá economicamente ainda mais os clubes sul-americanos e trará um poder ainda maior aos clubes europeus nas transferências internacionais e acabará por fomentar, ainda mais, a ida de jovens promessas para o Velho Mundo.

Portanto, os clubes sul-americanos, por meio da Conmebol devem se unir a fim de se fortalecerem politicamente e pleitear que o “Regulamento TPO” não traga tantas limitações, sob pena do nosso continente se tornar a segunda divisão do futebol mundial.

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Por que o Coaching funciona no esporte?

Nas últimas semanas, muito tem se falado sobre o Coaching no futebol e no esporte. Em geral, são algumas matérias a respeito veiculadas na mídia principalmente após o Palmeiras contratar um Coach (Lulinha Tavares) para atuar junto ao time, que passa por situação delicada no Campeonato Brasileiro da Série A.

Por este motivo, hoje decidi compartilhar com vocês o que acredito ser umas das questões principais sobre o Coaching: o fato de ser compreender e acreditar que ele realmente funciona no esporte.

Sim, o Coaching realmente funciona e a prática tem demonstrado isso aqui no Brasil, como já acontece em diversos países do mundo. Neste ponto cabe comentar que ele funciona porque contribui para uma mudança efetiva de comportamento, promovendo as mudanças de maneira genuína e sustentável para o cliente, denominado neste mercado como Coachee.

O Coaching na verdade se baseia em premissas científicas bem definidas, pois o nosso comportamento sempre gera consequências e esse comportamento se baseia em nosso conjunto de valores, nossas crenças, motivações e emoções. Assim, quando conseguimos promover mudanças de comportamento significativas em nossas vidas, podemos promover o crescimento pessoal e profissional.

A própria Neurociência muito tem contribuído para compreendermos os motivos pelos quais os processos de Coaching funcionam. Atualmente, sabemos que a Neurociência comprova, por exemplo:

•Que o cérebro humano pode propiciar mudanças no comportamento e isso valida cientificamente o processo de Coaching e outras áreas de estudo do comportamento humano;

•Que efetivamente podem-se criar novas ligações neurológicas propiciando novos caminhos no cérebro e ampliando a capacidade da mente.

•Que nosso cérebro gosta de coisas diferentes e com isso passa a ser importante fazer coisas novas como aprender novas línguas, tocar instrumentos musicais, a sermos mais lúdicos nos aprendizados, comer coisas diferentes, experimentar novas “sensações” e praticar esportes diferentes.
 

De forma simples e objetiva, é importante compreender que o Coaching funciona porque define objetivos e metas, promove e encoraja ações, responsabiliza e foca, oferece apoio necessário ao cliente e reforça a mudança de comportamento. Porém, na minha opinião, é importante ressaltar que para todo processo funcionar todas as respostas devem vir do coachee (cliente), pois são elas validam o caminho desejado; todo coach bem preparado e capacitado deve saber que nunca pode dar a resposta para um coachee.

Assim, caro leitor, cada vez mais é importante que o meio esportivo conheça e se esclareça sobre o Coaching e sua aplicação no esporte, pois em tempos de alta performance toda nova disciplina que chega ao esporte para contribuir e acrescentar valor, pode e deve ser utilizada para o bem do esporte no Brasil.

E você, o que acha?

Leia mais:
José Luiz Tavares, coach desportivo
 

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A questão dos direitos econômicos

Tenho lido nas últimas semanas muito comentário, entrevistas e suposições sobre os desdobramentos da nova resolução da Fifa que pretende “acabar” com o fatiamento de direitos econômicos entre empresários de futebol.

Acho muito interessante chegarmos neste estágio de profissionalização do futebol em termos globais com este tipo de debate. É, na realidade, espantoso, uma vez que se desvirtuou completamente o papel de agente neste mercado.

Até onde se sabe, o agente é de jogador e, portanto, deve aferir seus dividendos pelos serviços prestados aos atletas. Os clubes se tornaram parte deste processo por meio da figura dos “direitos econômicos” por força de um processo de sucateamento de suas estruturas de organização interna.

É lógico que os “bons agentes”, como o mercado costuma chamar, passaram a realizar uma contribuição significativa na formação de atletas. Ora, estes realizam apoio direto para que muitas crianças e adolescentes possam ter a oportunidade de se tornarem jogadores profissionais. E como se sabe, precisa trabalhar com muitos para que uma pequena quantidade dê o resultado financeiro desejado.

A bem da verdade, esse processo, reitero, só ocorreu nos últimos anos pela ineficiência do trabalho dos clubes e das entidades que administram o futebol.

A proposta de reordenamento da Fifa apenas surge para enquadrar novamente a relação entre clube-atleta-agente que, como eu disse, foi amplamente desvirtuada.

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A periodização em futebol

O conceito de periodização aplicado ao jogo de futebol, cada vez mais, tem sido adaptado à nova forma de interpretação da realidade (visão sistêmica) e também a característica competitiva da modalidade, que inviabiliza uma preparação que tenha como objetivo isolados picos de forma ao longo de uma temporada.

Posto isso, modelos de periodização com ênfase na vertente física, amplamente aplicados em equipes de futebol (em todos os níveis) podem ser considerados obsoletos.

Como exemplo, a periodização convencional em bloco, proposta por Verkoshansky:

MODELO GERAL DE TREINAMENTO DE VERKHOSHANSKI

Como características gerais deste modelo geral de treinamento, podem ser apontadas:

• Evolução em relação à periodização clássica de Matveev (que dividia a temporada em três grandes períodos)

• Defende a individualidade da carga de treinamento

• Possibilita o desenvolvimento consecutivo de capacidades, utilizando o efeito residual de cargas já trabalhadas;

• Dá ênfase ao trabalho no regime motor específico;

• É também conhecida como preparação em Blocos A, ou de preparação de base (voltado para o aumento da força especial), B, ou de preparação especial (voltado para o aumento da velocidade de execução no exercício da competição e na capacidade técnica e C, ou de competições mais importantes (voltado para o máximo nível de potência no regime motor específico), que variam em função do tempo de preparação para a competição;

• Possibilita o alcance de vários picos de forma a serem atingidos ao longo da temporada (em várias competições).

Grandes estudiosos perceberam que esta forma de distribuir os objetivos e conteúdos de treino não atendiam as demandas do futebol e então apresentaram novas propostas de preparação para o jogo.

Surge em Portugal, com o intuito de periodizar o Modelo de Jogo, a Periodização Tática, criada por Vítor Frade e que tem o pensamento complexo como referencial teórico.

MORFOCICLO PADRÃO DA PERIODIZAÇÃO TÁTICA

Dentre as características desta periodização, destacam-se:

• A componente tática surge como núcleo central da preparação;

• Estabelece um modelo de jogo adotado com coordenação própria e com as dimensões físicas, técnicas e psicológicas subjugadas à tática;

• Centra-se no desenvolvimento do modelo de jogo da equipe a partir das ideias de jogo do treinador, fundamentadas na desmontagem e hierarquização dos princípios de jogo (em sub-princípios e sub-subprincípios);

• Forma desportiva coletiva qualitativa que tem como referência básica o ato de jogar melhor o jogo de futebol.

• A PT destaca três pressupostos metodológicos básicos: Progressão Complexa que implica em progredir complexamente o jogar da equipe a partir de exercícios que considerem o nível de jogo atual e o pretendido; Alternância Horizontal em Especificidade que envolve a operacionalização do Morfociclo Padrão, caracterizado pelo jogo, dias recuperativos e dias aquisitivos; e Princípio de Propensão que cria exercícios que tornam propensas ocorrências de determinados comportamento que, repetidos sistematicamente, poderão tornar-se hábitos.

• O pico de forma deve ser semanal.

O treinador Rodrigo Leitão também desenvolveu um Modelo de Periodização, denominada como Periodização Complexa de Jogo e que seu microciclo assim se apresenta:

MICROCICLO DA PERIODIZAÇÃO COMPLEXA DE JOGO

O Jogo, em sua essência, é o núcleo central da preparação, que apresenta como principais elementos:

• As dimensões do jogo (física, técnica, tática, psicológica, sociocultural, etc.) estão subordinadas a lógica do jogo;

• O modelo de jogo não tem fim em si mesmo (ele é um dos meios para o cumprimento da lógica do jogo);

• Visa desenvolver a inteligência circunstancial individual e coletiva de jogo;

• Forma coletiva em constante progressão, avaliada de maneira qualitativa e quantitativa, tendo como referência o jogar melhor o jogo de futebol – circunstancialmente.

É muito difícil ser preciso sobre a forma como estes conhecimentos tem chegado às universidades e aos clubes de futebol brasileiros. Em diversos e-mails que recebo, de alunos de graduação ávidos por conhecimento, é mencionada a limitada oferta de conhecimento proposta pelas disciplinas relacionadas ao futebol. Somam-se a este fato, o constante ingresso de novos profissionais na modalidade sem a devida preparação teórica, a não atualização dos profissionais atuantes e as ainda embrionárias iniciativas de capacitação profissional em nosso país.

Os efeitos sistêmicos de todo este cenário são inúmeros. Apenas um deles é a constatação (divulgada por um companheiro de profissão nas redes sociais) de que o país do futebol (???) tem predominância de zagueiros e laterais na Champions League 14/15. Dos 80 brasileiros na competição, 39 (48,75%) são jogadores da linha de defesa. Um dado relevante se comparado aos somente 11 jogadores de ataque (13,75%) num país que é (e sempre será???) mundialmente conhecido pelo poder ofensivo.

Para concluir, os poucos parágrafos supracitados não são suficientes para aprofundar o conhecimento sobre os atuais modelos de periodização. Muita leitura, revisões, discussões e prática são fundamentais para que o nosso “espiral de conhecimento circunscrito” se desenvolva. Caso alguém tenha interesse, posso compartilhar alguns materiais de estudo.

Ah: outro efeito sistêmico foi o 7 a 1. Ou vocês acreditaram que foi um apagão?