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O medo de errar dos atletas

Quando os atletas em geral passam por insucessos ou provações na carreira, em muitos casos acabam paralisados e deixam o medo impedir seu desenvolvimento.

Errar faze parte do processo de aprendizagem humana e quando os atletas evitam correr riscos por medo de cometer erros estão matando sua criatividade e seu talento natural para a prática esportiva, podendo tornarem-se improdutivos.

Sem que o atleta perceba, a preocupação constante com a possibilidade do fracasso o fará cometer mais erros ainda e com isso sentir-se culpado com esse processo. Aceitar o erro é o primeiro passo para evoluir, reconhecer que algo não está indo bem faz com que o atleta deixe de lado o coitadismo e contribui para que ele perceba que o erro não é ele próprio.

Atualmente a síndrome do coitadismo atinge uma grande fatia da população e pode ser definida como a incapacidade do ser humano de tomar o rumo de sua vida e buscar a realização de seus objetivos. Com os atletas o mesmo acontece e muitos ficam na zona de conforto do o insucesso, culpando tudo e a todos ao redor para justificar sua dificuldade em reconhecer que precisa e de que pode evoluir.

“A persistência é o que torna possível o impossível; o possível, provável e o provável seguro.” – Robert Half

É importante para todo atleta buscar novas oportunidades para superar os seus obstáculos do dia a dia. É importante compreender que a cada dia em que o atleta começa uma nova tarefa profissional, este torna-se um momento de encarar como uma oportunidade de começar de novo. Novos resultados são construídos com novos comportamentos, o que ficou no passado deve servir de aprendizado e não de escravidão emocional.

Um bom exemplo de como cada nova tentativa é um recomeço pode-se observar na história dos autores do livro “Histórias para aquecer o coração”, eles apresentaram seu livro em 130 editoras e em todas obtiveram a mesma resposta: NÃO! Porém insistiram no seu objetivo e conseguiram, na tentativa de número 131 eles obtiveram a resposta SIM. Este exemplo nos mostra que sempre há um recomeço em nossas vidas e os atletas podem e devem estar atentos a isso. Não renunciar aos seus objetivos é o ponto fundamental para manter seu foco e persistência na busca por seus melhores resultados.

Por parte dos demais profissionais envolvidos no ambiente profissional dos atletas, cabe o exercício do estímulo constante ao aperfeiçoamento dos comportamentos para que com isso os atletas possam perceber a existência de um ambiente de confiança, que facilite ao atleta o aprendizado através do reforço dos acertos e do ajuste e desenvolvimento com os seus próprios erros. Assim o atleta tem maior possibilidade em ser realmente protagonista ou “titular” de sua própria carreira profissional e vida pessoal.

Vamos nos permitir errar? Talvez não seja tão ruim quanto parece, pois poderão haver muitos aprendizados escondidos por trás dos nossos erros. 

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O valor do patrocínio (parte 03 de 03)

Nos outros dois textos, falamos em atingir pessoas. Falamos em quantidade. Impactar! Certo: o volume interessa e muito. Não é por acaso que os 30” de comercial na Globo no intervalo da novela das 8 ou do Jornal Nacional valem muito mais do que os mesmos 30” durante a programação da Sessão da Tarde, por exemplo (para ficarmos em exemplos de um único veículo de mídia). A resposta está, obviamente, na quantidade histórica de pessoas que tais programações atingem. Quanto mais gente, maior o valor.

Contudo, é preciso perceber que na imensidão dos diferentes públicos que consomem os inúmeros conteúdos disponíveis no mercado, seja por meios eletrônicos ou vivenciados pessoalmente por meio de experiências, existem “nicho” ou “nichos” alocados neste universo.

Se pensarmos em uma massa de um grande clube de futebol no Brasil, com seus mais de 10 milhões de torcedores, naturalmente encontraremos uma diversidade enorme de comportamentos e públicos.

Tem o torcedor que gosta de ir aos jogos com a família – esposa e filhos, por exemplo. Outros que gostam de ir em grupos de amigos. Há os que preferem se reunir também em grupos, só que em casa, fazendo um churrasco no final de semana. Outros tantos que preferem viajar e assistir todos os jogos da temporada, dentro ou fora de casa. Os que adoram ver o jogo de pé. Os que optam por mais conforto, com serviços específicos. Há ainda extratos nestes grupos dos que compram pelo menos uma vez por ano a camisa oficial do clube. Outros que optam por só comprar produtos de patrocinadores do seu clube. Aqueles que simplesmente curtem e compartilham conteúdo do seu clube pelas redes sociais. Tem também (…)

Enfim, poderíamos gastar algumas páginas para falar dos diferentes comportamentos das pessoas que tem afinidade por um elemento, mas que o consomem de maneiras distintas. E qual a relação disso com o patrocínio? Total! Ao compreender esses nichos, podemos dimensionar melhor os valores de propriedades em múltiplas esferas e não olhar somente para o patrocínio de camisa.

Quando sabemos exatamente quem são, quantos são e com que frequência, é possível mensurar os esforços e lastrear sobre os diferentes segmentos de mercado, podendo atingir empresas de pequeno, médio e grande porte, mesmo em clubes de grandes massas de torcedores.

Os valores dos patrocínios poderão variar conforme o potencial de alcance de público de cada propriedade, sendo calculado de maneira racional e tendo como premissa o nível de relacionamento e proximidade com o público.

A partir desta linha de raciocínio, tem-se números para avaliar não só o valor da Cota Máster de um patrocínio de camisa, mas também, além de racionalizar o cálculo do valor mais alto, chega-se ao valor exato do clube como um todo a partir da soma das várias propriedades.

Para querer ser diferente tem-se que pensar em alternativas diferentes. Enquanto continuarmos a vender visibilidade, é natural que as empresas irão comprar tão somente visibilidade. O fato é que é possível ser muito melhor do que isso!

Leia mais:
O valor do patrocínio (parte 02 de 03)
O valor do patrocínio (parte 01 de 03) 

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O início do Campeonato Brasileiro e a proteção aos patrocinadores

Dos 20 times da primeira divisão, ao menos seis pouparam titulares na primeira rodada do Campeonato Brasileiro de 2015 – os jogos que iniciaram o certame foram distribuídos pelo último fim de semana, num período encravado entre partidas agudas de torneios como Copa do Brasil e Copa Bridgestone Libertadores. Agendado para um período conturbado, o começo da principal competição de clubes do futebol nacional também não motivou enorme trabalho de promoção, o que resultou em públicos minguados – apenas uma partida teve mais de 20 mil espectadores. Longe dos holofotes, com estádios vazios e sem a atenção devida, o Campeonato Brasileiro teve como protagonista na primeira rodada uma faixa. Sim, uma faixa.

O caso aconteceu no empate por 2 a 2 entre Palmeiras e Atlético-MG, no sábado (09), no Allianz Parque. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) colocou grandes tarjas brancas sobre placas com o nome da seguradora que batiza a arena. A medida foi uma forma de evitar que o nome da empresa fosse exibido em transmissões de canais fechados das Organizações Globo.

Por regulamento, a CBF tem autonomia no espaço em que os jogos do Campeonato Brasileiro são realizados. Cobrir as placas com o nome da Allianz, portanto, não foi ilegal. Contudo, chama atenção quando a entidade que realiza um campeonato toma medidas que prejudicam um parceiro de um dos participantes.

A CBF emitiu no domingo (10) um comunicado oficial sobre o tema. Depois da repercussão extremamente negativa, a entidade disse que houve um “excesso de zelo da empresa terceirizada encarregada dos procedimentos operacionais no estádio”. Ainda de acordo com a nota, o departamento de marketing da instituição nacional identificou e corrigiu o problema.

Ainda assim, uma discussão sobre o episódio é extremamente relevante. Não apenas pelo prejuízo que a ação da CBF causou à imagem da Allianz, que paga (e paga caro) para ter aquelas propriedades, mas pelo que isso representa num ideal macro de comunicação da entidade.

Levantamento do consultor Amir Somoggi apontou que a CBF faturou R$ 359 milhões com patrocínio e publicidade em 2014. Flamengo e Corinthians, os dois times nacionais que mais lucraram com essas fontes, obtiveram R$ 80 milhões e R$ 64 milhões (respectivamente). Na Espanha, Real Madrid (R$ 686 milhões) e Barcelona (R$ 573 milhões) amealharam muito mais do que a federação local (R$ 113 milhões), segundo dados dos últimos balanços.

O primeiro aspecto relevante sobre o episódio de sábado, portanto, é a concorrência entre CBF e clubes. A entidade nacional oferece a empresas propriedades semelhantes do que as equipes, mas conta com um grau infinitamente menor de rejeição. Em vez de trabalhar com marcas que buscam atributos diferentes, a instituição nacional canibaliza verbas que poderiam entrar nos cofres dos times.

Aconteceu um exemplo disso quando o G4, grupo que reunia departamentos de marketing de times de São Paulo, fechou um acordo com Coca-Cola e Kaiser. O contrato não incluía propriedades de mídia (exposição de marca em uniformes, por exemplo), mas tinha uma série de ações para match day. As marcas pagariam pela exclusividade em bares e pelo direito de fazer promoções voltadas ao público que estivesse nos estádios.

O modelo chegou a ser realizado em um clássico, mas depois foi embargado pela CBF. A entidade nunca emitiu justificativa oficial para o veto, mas o G4 alegou na época que houve um temor de concorrência – o Campeonato Brasileiro e a seleção são patrocinados por marcas da Ambev, concorrente de Coca-Cola e Kaiser.

O problema é que as atividades planejadas pelo G4 entravam em um limbo de regulamento – a CBF tem soberania em dias de jogo, mas não determina as propriedades que fazem parte do pacote. Portanto, a entidade tem condição de impedir que outras marcas façam ações nas partidas sem se ver obrigada a fazer algo semelhante.

Não existe um entendimento na CBF sobre o quanto os parceiros são importantes para o desenvolvimento dos clubes, que por sua vez sustentam o campeonato. Não há qualquer proteção às marcas que investem na modalidade e que poderiam até evoluir para um aporte à competição. Em vez disso, há uma espécie de pressão (algo como “se você não paga para mim, não pode ter vantagens em algo que eu organizo”).

Outro aspecto relevante é a relação da Globo com o conteúdo. Há alguns anos, segundo relato de um diretor de empresa, a emissora ofereceu a possibilidade de um tapete virtual sobre placas da Copa do Brasil, campeonato cuja venda de publicidade estática é feita pela agência Traffic.

Na prática, a ideia era vender inserções sobre as placas que a Traffic comercializava. Em vez dos parceiros do campeonato, os telespectadores veriam apenas patrocinadores da emissora. O projeto só não andou, segundo o diretor de uma companhia que recebeu a proposta, porque ninguém aceitou pagar por isso.

Mais tangível é o que a Globo faz com imagens de entrevistas. A emissora chegou a anunciar que faria uma abertura de ângulo de câmera para mostrar mais os anunciantes, mas houve retrocessos nesse aspecto. No último fim de semana, o canal fechado Sportv cortou parte da cabeça do técnico Marcelo Fernandes, do Santos, após empate por 1 a 1 com o Avaí. Tudo para não exibir um boné que ele usava e que tinha uma estampa na parte frontal.

É justo que a emissora tenha cuidado para não contaminar seu conteúdo e encher a tela de publicidade. É justo que a Globo exerça controle sobre o que não for informação e apenas “poluir” a tela. É inconcebível, porém, que isso seja feito sem o mínimo de participação dos clubes.

O que acontece no Brasil é a explicação prática para alguns dos principais eventos do mundo terem assumido a produção de mídia. A Fifa, por exemplo, trabalha com a HBS, empresa que gera imagens oficiais de todos os eventos da entidade. Emissoras que compram direitos têm câmeras exclusivas, mas apenas para uma fatia da transmissão. No geral, a instituição assegura um controle sobre o que é exibido e como é exibido.

O modelo Fifa-HBS é uma solução para um jogo de interesses. Afinal, a Globo não tem obrigação de pensar no melhor para o clube ou para o futebol nacional. A empresa paga para exibir um produto e tem de pensar apenas no melhor jeito de obter retorno.

Os interesses dos clubes devem ser protegidos pela CBF, por uma associação entre eles ou pelas próprias instituições (individualmente falando). A Globo precisa ser vista realmente como uma parceira, e não como mais um concorrente pelas mesmas verbas de marketing das empresas.

O controle da informação é parte fundamental em qualquer planejamento de comunicação. Sem isso, é impossível pensar em como aproveitar bem os espaços e as propriedades disponíveis. Para saber comunicar, é importante saber proteger.

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Por um futebol melhor

O futebol e uma das maiores representações da cultura brasileira. Neste esteio, ir aos estádios de futebol esta arraigado no cotidiano nacional.

Não obstante, acompanhar o clube de coração tem se tornado uma atividade cada vez menos prazerosa.

Com a construção das novas, modernas e confortáveis arenas a afirmativa acima parece contraditória, mas não é. Uma onda exagerada de proibições e regulamentações têm deixado a ida aos estádios cada vez mais chata e sem graça.

Primeiro proibiram as bandeiras, depois a cerveja. Mais tarde, a emoção dos grandes clássicos com as grandes torcidas foi substituída pela enfadonha torcida única.

E, mais recentemente, pretende-se regulamentar ate o tradicional churrasquinho nas imediações dos estádios.

Enquanto os europeus e os EUA incentivam o game day e tornam a experiência de um jogo de futebol algo espetacular, o Brasil parece não se importar em atrair os torcedores aos estádios.

Precisamos regulamentar e proibir menos e cuidar mais de nossos torcedores.

A Liga Americana e a segunda divisão inglesa já possuem uma media de público muito superior a nossa e se não nos movermos, podemos tornar o futebol um esporte da TV e não do povo.

Portanto, está na hora de clubes, federações e poder público reverem as medidas adotadas e preocuparem-se com a satisfação da maior razão para a existência do futebol: o torcedor. 

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Como apoiar o atleta no período de suspensão

Recentemente vimos casos de suspensões de alguns atletas de futebol por um período de longo prazo e nestas situações sempre nos perguntamos como se pode apoiar de maneira efetiva os atletas que passam por estes momentos.

Estes casos são mais comuns do que acostumamos acompanhar e tornam-se uma dura realidade no universo do futebol. Neste cenário, pode ser valioso que o atleta tenha um apoio efetivo na manutenção da sua carreira como atleta profissional. Eventualmente, quando isso não acontece, o atleta pode inclusive chegar ao ponto de uma prematura aposentadoria no esporte profissional.

O trabalho de coaching pode torna-se um grande aliado do atleta num momento de cumprir o período de suspensão da sua prática profissional. Este trabalho pode oferecer diversos benefícios ao atleta tais como:

• Visão clara sobre si próprio e sobre onde ele pode chegar em sua carreira, através de reflexões intensas e sessões de autoconhecimento

• Oferece uma forma valiosa para o atleta se manter na direção de seus objetivos, mesmo reconhecendo que deverá passar por essa etapa dura em sua vida

• Por apoiar o atleta na definição de metas claras e objetivas, o coaching contribuirá com o desenvolvimento do atleta

• Estimula novos aprendizados e evolução comportamental
Sabemos que os clubes ainda não contam com esse tipo de trabalho na forma contínua em sua atividade cotidiana, mas a cada dia podemos ver dados que comprovam a eficácia do trabalho de Coaching e o surgimento de novos Coaches bem preparados para entregar resultados sustentáveis no universo do futebol.

Se pensarmos sobre os atletas que passam por situação deste tipo e no tamanho do mercado brasileiro, quantos e quantos poderiam ser impactados positivamente por um trabalho sério de Coaching? Inúmeros, não é verdade?

Como disse Zé do Carmo (ex-atleta de Futebol Profissional), em seu depoimento ao livro Coaching Esportivo escrito por mim e por Lulinha Tavares: “O trabalho de Coaching contribui para que possamos acreditar que somos capazes de ultrapassar barreiras e limites antes intransponíveis”. E o atleta na situação de suspensão de longo prazo necessita justamente ultrapassar uma das barreiras mais impactantes em sua carreira, a inatividade e a dúvida sobre seu retorno a prática profissional.

Assim, fica o estímulo para que cada vez mais possamos abordar essa e outras questões que podem contribuir definitivamente para o apoio adequado aos atletas nos momentos de maior dificuldade em suas carreiras. Com isso podemos aumentar as chances de manutenção de uma carreira esportiva, bem como o prolongamento do tempo da prática esportiva de alto desempenho como o futebol profissional.

Até a próxima! 

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O valor do patrocínio (parte 02 de 03)

A relação do patrocínio com a quantidade de pessoas que uma propriedade é capaz de atingir: eis uma métrica simples, mas amplamente difundida no mercado publicitário. Logicamente, tem-se que se considerar inúmeros outros fatores, como a forma e o impacto de interação com as pessoas, associados com questões intangíveis, que são inerentes a atividade esportiva.

Mas por que ainda se considera a visibilidade como métrica principal? Talvez a resposta esteja no tamanho dos números. A relação de visibilidade do futebol com o espaço ocupado na mídia televisiva é muito alta. Os custos de anúncios em TV são igualmente elevados.

Naturalmente, o valor final de visibilidade de um clube qualquer que disputa uma primeira ou segunda divisão de Campeonato Brasileiro será muito grande. Os muitos cifrões antes da vírgula dão a ilusão de algo absurdamente bom. E até é, mas deve-se olhar com muito cuidado para estes montantes!

A questão é de compreensão de realidades e de visão mais holística do patrocínio. A queda de alguns números proporcionais de audiência na TV associado a um aumento exponencial da frequência do público na internet e redes sociais, por si, já enseja um debate para termos uma medição mais efetiva de todo o impacto causado por uma propriedade esportiva.

O que falar então dos conteúdos “on demand”, que atinge especialmente os consumidores “hard users”? Quem são e qual o valor de diferenciação deste público? E as ações de relacionamento dentro do estádio: quanto custam e quanto valem?

Existe um mundo imenso para além da televisão que precisa ser vivido tanto pelas propriedades quanto pelos patrocinadores. E a chave do sucesso está na capacidade de alcançar e de dialogar com os diferentes públicos. Quanto mais pessoas pudermos atingir com ações de qualidade, naturalmente o valor do patrocínio será maior (sempre ponderando para a qualidade deste alcance, que pode variar o seu montante final).

Na última coluna desta (breve) série, falarei um pouco mais sobre os nichos e a relação de valor do patrocínio em relação ao alcance dos diferentes públicos. 

 

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O valor do patrocínio (parte 01 de 03)

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Finanças dos clubes brasileiros em 2014

Receita total dos maiores clubes do Brasil

O 20 maiores clubes em receitas do Brasil apresentaram um faturamento conjunto de R$ 3,11 bilhões em 2014, uma queda de 1,4% em comparação com 2013.

A metodologia do estudo considera sempre os 20 maiores clubes em receitas de cada ano. Até o fechamento do estudo, o Criciúma não disponibilizou seu balanço.

Para ler a coluna na íntegra, basta clicar aqui

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O Nordeste, a Inglaterra e o boxe: futebol é entretenimento

O técnico Arrigo Sacchi, que comandou a seleção italiana na Copa do Mundo de 1994, disse uma vez que o futebol é “a coisa mais relevante entre as coisas menos relevantes do mundo”. É um segmento que emprega milhares de pessoas, movimenta cifras incalculáveis e tem papel preponderante como agente formador. Por isso, a verdade é que exigimos demais do futebol.

Queremos que ele empregue mais pessoas, seja mais austero, divida melhor as receitas e forme pessoas melhores. Em muitos momentos, quase nos esquecemos de algo fundamental: antes de tudo, futebol é entretenimento. O término dos principais torneios estaduais do Brasil mostrou isso.

No último domingo (03), decisões no Ceará e no Rio Grande do Sul acabaram em batalhas campais entre torcedores. Futebol é coisa séria, sim, e mexe com paixões capazes de fazer com que até mesmo pessoas sensatas participem de coisas assim. E isso não é um juízo sobre o ato, mas uma constatação: trata-se de um segmento que exerce enorme impacto no aspecto emocional das pessoas.

É aí que muitas vezes nos perdemos. Por ser algo com uma carga tão dramática e que movimenta tanta gente, acabamos esquecendo que futebol é essencialmente entretenimento. Que pode e deve ser levado a sério – como outras áreas do entretenimento, aliás –, mas que não pode extrapolar essa noção.

E por que essa discussão é pertinente? Ora, vejamos o que aconteceu no último fim de semana: com tantas decisões de Estaduais e tantos jogos extremamente representativos, que tipo de entretenimento foi oferecido aos torcedores? Que tipo de lembrança eles terão além do que aconteceu nas quatro linhas?

Em São Paulo, por exemplo, nem a liturgia do Hino Nacional foi respeitada. Enquanto a música era executada, o Palmeiras entrava em campo – apenas o Santos estava perfilado. O atraso deveu-se a um desses absurdos logísticos do esporte nacional – a chegada do ônibus alviverde coincidiu com a entrada de uma torcida organizada, e o policiamento teve de ser destacado para acompanhar os adeptos.

A Fifa dá um exemplo simples disso ao criar produtos alusivos aos jogos da Copa do Mundo – eram camisetas em 2010, na África do Sul, e foram copos personalizados em 2014, no Brasil. O futebol brasileiro não consegue sequer organizar uma festa de premiação que seja atrativa para quem está no estádio ou vê a partida pela televisão.

Pensar no futebol como entretenimento é entender que a experiência de um jogo não tem a ver apenas com o que acontece dentro das quatro linhas. O torcedor é um consumidor que precisa ser instigado a todo instante e que tem de ser considerado em cada ponto do planejamento.

O futebol, afinal, concorre diretamente com o cinema e com o teatro. É o lazer das pessoas, e as pessoas investem em lazer porque esperam um retorno em experiências. Aqui vale a lógica dos apaixonados por viagem (“viajar é a única coisa que você compra e que faz você ficar mais rico”).

O último fim de semana teve um exemplo contrário. Ninguém passou incólume pela luta entre Manny Pacquiao e Floyd Mayweather. O duelo de boxe foi tratado como a “luta do século”, promovido exaustivamente e recheado de histórias além do ringue. Com tanto em jogo e tanto entregue ao público, o que aconteceu no ringue foi o de menos.

Agora tente lembrar de qualquer jogo de futebol no Brasil durante o último fim de semana. Mesmo com tanto em jogo, qual Estadual teve um esforço de promoção tão grande? Qual teve tantas histórias e tantas coisas para as pessoas acompanharem?

Em vez disso, os exemplos que ficam são as confusões. As brigas em campo e o que aconteceu em Santa Catarina são as marcas dos torneios regionais (uma disputa judicial impediu a federação catarinense de confirmar no domingo o título conquistado pelo Joinville).

Por isso, parece até utópico falar em conceito de entretenimento. Os torneios regionais do Brasil são exemplos do contrário: não conseguimos sequer fazer o básico na estrutura do esporte nacional.

Organizar adequadamente o esporte demanda conhecer melhor o consumidor. É o caso dos estaduais, por exemplo: eles são relevantes e importantes para a manutenção de toda a cadeia, mas ainda têm o mesmo apelo? Há sentido na manutenção das atuais bases? Existe um público para isso?

A Copa do Nordeste é uma demonstração do quanto é impensável manter os atuais formatos. É o torneio regional mais bem sucedido no Brasil em 2015 – na relação custo-benefício e na questão de popularidade. É um exemplo em muitos sentidos: promoção, geração de mídia espontânea, relação com os parceiros de transmissão, aproveitamento de recursos, divisão de receita e venda de produtos, por exemplo.

Esse sucesso começa a chamar atenção de outros clubes. Tem muito a ver com a copa ter uma estrutura própria, muito mais ágil e profissional do que as federações estaduais. Num cenário em que uma liga nacional é politicamente inviável, esse é um modelo híbrido e já representa enorme evolução.

Não é necessário matar os estaduais para termos um futebol melhor. Precisamos apenas mudar o jeito de pensar sobre os campeonatos – e isso independe de quais campeonatos. Precisamos passar a ver o futebol como um produto de entretenimento, com todas as coisas necessárias a um bom produto.

É uma discussão que o Brasil precisa ter, mas que os dirigentes daqui evitam. Na Inglaterra, onde o tratamento dado ao futebol é o de um produto, os torcedores já entenderam bem isso. Não por acaso, na semana passada a torcida do Arsenal entoou um grito irônico sobre o Chelsea, que conquistou no último domingo o título nacional (algo como “Chato, chato, Chelsea”, como você pode ver aqui, ó: https://goo.gl/UUF2wz).

Os torcedores ingleses reclamaram porque não querem um jogo que seja apenas sobre vencer ou perder. Futebol é muito mais do que isso e envolve emoções que não podem ser traduzidas apenas pelo placar. A sobrevivência dos estaduais depende de os dirigentes entenderem isso.

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Atacante de lado, para marcar, só tem que acompanhar o lateral(!)(?)

É sabido que o futebol que se pratica hoje, em alto nível, é muito distinto do praticado décadas atrás. Maior envolvimento coletivo, maior velocidade do jogo (que acarreta maior exigência espaço-temporal) e maior similaridade de princípios entre as equipes são alguns elementos que conotam tal evolução.

Individualmente, no futebol moderno, espera-se que um jogador seja capaz de participar ativamente de todos os momentos do jogo, independentemente da função exercida.

Participar ativamente significa desempenhar variadas regras de ação (com ou sem bola) que estejam em consonância com o Modelo de Jogo da equipe e que contribuam na solução dos milhares problemas circunstanciais que surgem em uma partida.

Neste contexto, será levantada uma questão referente às regras de ação dos extremos/atacantes de lado. Antes de discuti-la, será apresentado um quadro com as regras de ação dos jogadores que exercem esta função.

Tais regras foram definidas de acordo com o que tem sido apresentado pelas principais equipes do futebol mundial, pelo que tenho estudado, pelo que vi e aprendi com treinadores e clubes que trabalhei e pelo que tenho esperado desta posição na equipe em que atuo como treinador.

Para ler a coluna completa, basta clicar aqui

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Copa América para a América

Nesta semana, Dunga convocará a seleção brasileira para a principal competição entre seleções do continente.

O campeonato sul-americano de seleções é o mais antigo do mundo quando se fala em selecionados nacionais.

Com o passar dos anos, dado o número reduzido de filiados (10), a CONMEBOL, passou a convidar seleções de outras Confederações, como México, EUA e até o Japão.

A CONCACAF, por sua vez, tem em sua competição continental esvaziada pelo baixo índice técnico das seleções e pela dominação de México e EUA.

Em 2016, como parte das comemorações do centenário da CONMEBOL, será realizada, nos EUA, a primeira Copa América de verdade com a participação das principais seleções das Américas do Sul, Central, do Norte e Caribe.

Este formato é mais competitivo e atrativo comercialmente, eis que colocará frente a frente fortes seleções como Brasil, Uruguai, Argentina, México e forças emergentes como EUA, Costa Rica, Chile e Colômbia.

Entretanto, este formato não deve ser repetido, pois, para tanto, CONCACAF e CONMEBOL deveriam abrir mão de suas competições continentais e realizar a Copa América em conjunto.

A realização da competição única, apesar de rentável e atraente, poderia trazer redução de força política das Confederações, por isso, dificilmente, haverá uma segunda verdadeira Copa América.

Perde-se a chance de fortalecer o futebol no continente americano e de se criar um embrião para uma futura competição continental de clubes.

Uma pena, pois, enquanto o futebol europeu se fortalece, as Américas ficam cada vez mais defasadas técnica e financeiramente.