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A relação entre os princípios operacionais e os meios táticos – parte II

Olá a todos!

Definitivamente, a bola (a vida e o tempo) não para! Menos de um mês após o péssimo desempenho do Santos na final do Mundial de Clubes no Japão, as calorosas manifestações a respeito do ocorrido, além das possíveis soluções para que daqui a um ano a história seja diferente, já se esfriaram.

Neste período, novos gols e notícias contribuem para o esquecimento do dia em que o futebol brasileiro “não viu a cor da bola”.

Como membro integrante deste futebol brasileiro, porém, sem sofrer da mazela do esquecimento, minha breve pausa para as comemorações de fim de ano já deu espaço para novos estudos. Afinal, para um dia chegar “lá” (sim, na final do Mundial de Clubes), não vejo outra solução que não seja a de debruçar numa busca diária por conhecimento e autoconhecimento (competências bem diferentes) no que se refere à capacitação teórica-prática para intervenção na modalidade.

Antes de me aprofundar no tema semanal, abro espaço para um comentário em relação à publicação da semana anterior, em que recebi alguns e-mails mencionando a alta complexidade da atividade em questão e sobre a dificuldade de aplicá-las em atletas em formação. A resposta individual aos leitores já foi devidamente realizada, no entanto, resolvi mencionar também neste espaço por julgar como um questionamento feito por outros leitores.

De fato, a atividade apresenta um excessivo número de regras e complexidade para ser aplicada de uma única vez em atletas sem experiência prévia. Mas, para atletas com histórico em treinamento por meio de jogos, que tenham referências coletivas comuns, facilidade para a compreensão da lógica do jogo elaborado e numa equipe em que este jogo seja um facilitador para o aperfeiçoamento do momento ofensivo (previamente estabelecido e conhecido pelos jogadores), jogar este jogo é perfeitamente possível.

Se vocês se lembrarem, quando redigi o Jogo 1, mencionei a importância de quaisquer atividades que viessem a ser publicadas serem desenvolvidas respeitando um importante princípio metodológico da Periodização Tática: a progressão complexa. Portanto, para criar uma atividade mais ou menos complexa, conheça o nível da sua equipe!

Aproveito também para responder as inquietações de outros leitores: não sigo ou copio livros de jogos e/ou atividades prontas. Recorro a elas eventualmente para que me surjam ideias e me apoio firmemente nas leituras de Frade, Bayer, Garganta, Leitão, Scaglia, Gomes, Greco, Weineck, Bompa (sim, também leio sobre treinamento físico) e nos membros da Comissão Técnica com quem trabalho para elaborar os treinos.

Escolhi publicar um jogo “difícil” para mostrar ao leitor um mundo de possibilidades. E neste mundo de possibilidades, não se esqueça de desenvolver os jogos que façam sentido ao seu Modelo e a Lógica do Jogo de Futebol.

Lógica que, para cumpri-la, fazer gols será indispensável. E para auxiliá-lo nesta tarefa, apresento uma tabela de relação entre os meios táticos ofensivos e os princípios operacionais ofensivos:

Se o objetivo da fase defensiva é a recuperação da posse de bola, o objetivo da organização ofensiva a todo o momento deve ser o de fazer o gol. E da mesma forma que para recuperar a posse, muitas vezes, a melhor forma de fazê-la é orientar funcionalmente a equipe (lembre-se que ela é uma unidade complexa) para outro comportamento, na ação ofensiva, para desfazer-se dela, ou seja, finalizar, orientações hierárquicas anteriores deverão ocorrer.

Amplitude não faz gol! Entretanto, Dani Alves e Tiago Alcântara abriram caminhos no meio-campo santista ao “prenderem” Danilo e Léo nas faixas laterais do campo.

Mobilidade e Desmarcação podem ser trabalhadas num tradicional jogo de “Passa 10” e que fará simplesmente sua equipe “andar em círculo”. A Mobilidade e Desmarcação (as mesmas do “Passa 10”, mas diferentes) do trio Xavi, Iniesta e Fábregas permitiam a aproximação do alvo na confusa marcação santista através da manutenção da posse.

Demais relações podem ser estabelecidas para todos os outros meios táticos. Como podem perceber, não sofro da mazela do esquecimento.

Se um dia chegaremos “lá”? A vida e o tempo dirão! Enquanto isso, façamos o que nos cabe…

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A relação entre os princípios operacionais e os meios táticos

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Investimento no consumidor dos esportes: temos muito que aprender

Aproveitando o merecido descanso de fim de ano, tive a oportunidade de conhecer as lojas oficiais da NBA, da NHL e da NFL. Assisti, tambem, à uma partida da NBA e estive no Madison Square Garden para um jogo de hóquei. Nestas situações, percebi o quanto temos que aprender quanto ao tratamento do esporte como um negócio. Essas experiências serão detalhadas na próxima coluna.

Nesta oportunidade, gostaria de retornar em um ponto que já tenho mencionado em palestras e em artigos. Trata-se do investimento no torcedor como um negócio.

Destarte, o futebol movimenta milhões, criando outros tantos empregos e transformando todos habitantes e adeptos do planeta em potenciais consumidores. O adepto de futebol tem direitos que devem ser respeitados, sobretudo levando em consideração que o futebol deve sua magnitude às imensas multidões. Desta forma, os clubes, tendo em vista um investimento futuro, devem adequar as suas estruturas e iniciativas aos anseios e necessidades dos adeptos.

A criação de excelentes condições para os torcedores traz resultados financeiros e desportivos, como se constata nas inúmeras iniciativas da “Premier League” inglesa, do Barcelona e, no Brasil, do Internacional. O adepto, cada vez mais exigente, irracional e apaixonado, capaz de distorcer a realidade pelo seu clube, deve ser tratado como protagonista.

Os cinco principais direitos do adepto como investimento futuro:

[1] As competições devem possuir regulamentos transparentes e critérios técnicos, bem como arbitragem justa e independente.

[2] Os bilhetes devem ser vendidos de forma organizada, sendo garantida a celeridade, eficiência e segurança na venda. A mesma deve ser feita em diversos locais e por diversos meios (ex. internet).

[3] Os estádios devem ser acessíveis por transportes públicos, devendo possuir como infraestrutura: estacionamento, restaurantes, WCs, etc. Tudo, com acessos amplos, facilitando a entrada dos adeptos, além de assegurar acessibilidade aos deficientes.

[4] O torcedor tem direito de receber informações claras por recepcionistas, ou funcionários do clube, bem como o direito de acomodar-se num assento confortável e numerado. A numeração deve corresponder à do ingresso.

[5] Finalmente, a segurança deve ser garantida no interior e exterior dos estádios. A mesma deve estar presente durante, antes e após as partidas, com policiamento visível, monitorização por câmaras e limitação do acesso a adeptos sem ingresso.

Estas medidas trarão, além de benefícios aos torcedores, uma fidelidade ao clube, aos eventos e aos seus participantes. Adeptos bem tratados são sinônimo de estádios e cofres cheios, independentemente dos resultados desportivos, da venda de bilhetes, de direitos de TV, ou de produtos licenciados. Percebe-se o resultado do respeito aos direitos do adepto pelas receitas da “Premier League” inglesa, a terceira mais rentável do mundo (atrás das norte-americanas MLB – Beisebol – e NFL – futebol americano).

Os jogos da Liga Inglesa têm em média uma ocupação de 91%, independentemente da classificação do clube, e em alguns casos, como o Manchester United, 100%. Esta fidelidade coloca nove clubes ingleses entre os 25 mais ricos do mundo, dois entre os 10 mais valiosos nas diversas modalidades e três entre os seis com maiores patrocínios.

O respeito pelos adeptos conduz ao resultado desportivo, como se apreende de exemplos como o Barcelona, que é o atual campeão do Espanhol, da Copa e da Supercopa da Espanha, da Uefa Champions League e do Mundial de Clubes; e o Internacional, que conquistou a Libertadores da América e o Mundial de Clubes em 2006, a Copa Sul-Americana em 2007, tendo sido, em 2009, vice-campeão Brasileiro e da Copa do Brasil.

Assim, mais do que atender aos direitos da imensa comunidade de adeptos, a atenção aos seus anseios corresponde a um investimento com retorno financeiro, de visibilidade e em títulos.

Os Estados Unidos mostram, como ninguém, a forma de se organizar um evento esportivo, com atenção ao público e com retorno milionário e vitorioso exteriorizado pela valorização do seu desporto e, também, pelo imenso número de medalhas olímpicas e títulos mundiais.

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Controle da carga de treinamento aplicado ao futebol

O corpo humano é controlado pelo sistema nervoso que é divido anatomicamente em sistema nervoso central e periférico e funcionalmente é dividido em sensorial, somático ou autonômico. O sistema sensorial capta as informações, o somático é responsável por nossas ações voluntárias e o autonômico regula nossas funções sem nossa consciência.

À medida que os estímulos (internos ou internos) interagem entre si, o organismo se ajusta frente a cada situação para garantir a sobrevivência.

A elevação da frequência cardíaca e da respiração durante a prática de exercício físico são exemplos dessas respostas assim como a produção de hormônios, a sudorese, o sono, etc.

No treinamento esportivo, uma das formas de controlar a carga ocorre pela monitoração da frequência cardíaca em conjunto com escalas de percepções subjetivas de esforço. Em modalidades intermitentes como o futebol, apesar de algumas limitações, essas ferramentas têm sido utilizadas com frequência e auxiliam bastante na preparação dos atletas.

Pelo fato de o sistema nervoso autônomo se estressar frente a estímulos físicos e mentais, além da condição física, também é possível verificar o nível de estresse que cada jogador se encontra.

Mas como saber o momento de dar descanso ou um novo estímulo para cada atleta?

Recentemente, a monitoração do controle autonômico surgiu como alternativa para verificar se o atleta está recuperado e pode receber uma nova carga de estímulo ou se ele ainda necessita de um período de descanso maior.

Com um eletrocardiograma ou um frequencímetro que permita o registro do intervalo de tempo entre cada batimento cardíaco, existe a possibilidade de se realizar alguns cálculos que expressam a variabilidade da frequência cardíaca e consequentemente verificar a modulação autonômica de cada sujeito.

No geral, se a condição de estresse é alta, espera-se maior participação da atividade simpática. Se a condição de estresse é baixa, então a modulação da atividade parassimpática é quem deverá predominar

De forma bem simplista é como se nosso corpo funcionasse sobre uma gangorra. Num dos lados da gangorra temos o sistema nervoso parassimpático (ativado em condição de calmaria) e do outro o simpático (ativado em condição de estresse).

Em condições normais esses dois sistemas deixam a gangorra em equilíbrio e no caso de um sistema pesar mais do que o outro esse desequilíbrio pode significar problemas.
Imagine, por exemplo, um atleta que se estressa em uma condição de treino e se recupera bem rápido e outro que se estressa igualmente, porém demora muito tempo para se recuperar. Nesse caso, se a mesma carga de treino for ministrada para ambos, obviamente que eles terão respostas diferentes ao ponto de um poder melhorar muito sua condição, enquanto o outro poderá até correr riscos de saúde ou de lesão.

Para que isso não ocorra, a monitoração do controle autonômico cardiovascular pode servir como parâmetro de controle de carga interna e consequentemente evitar que os atletas entrem, por exemplo, em supertreinamento.

Apesar da complexidade do assunto, espero que sua gangorra esteja perfeitamente equilibrada já que esse também é um bom indicativo de saúde cardiovascular.

Até a próxima!

Para interagir com o autor: cavinato@universidadedofutebol.com.br

Para saber mais:

Bricout VA, Dechenaud S, Favre-Juvin A. Analyses of heart rate variability in young soccer players: the effects of sport activity. Auton Neurosci. 2010 Apr 19;154(1-2):112-6.

Buchheit M, Mendez-Villanueva A, Quod MJ, Poulos N, Bourdon P. Determinants of the variability of heart rate measures during a competitive period in young soccer players. Eur J Appl Physiol. 2010 Jul;109(5):869-78.

Yu S, Katoh T, Makino H, Mimuno S, Sato S. Age and heart rate variability after soccer games. Res Sports Med. 2010 Oct;18(4):263-9.

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Futebol alemão – capítulo 2

Conforme prometido no final de 2011, estamos fazendo uma breve análise do desenvolvimento do futebol alemão à luz de reportagem publicada na edição de outubro da revista Sport Business International. O alcance de um patamar de sucesso pode estar centrado na profissionalização e na governança da liga e dos clubes.

E isso começou quando os clubes, orientados pela liga, passaram a adotar uma gestão que acompanhou os rumores daquilo que se tornou o “Fair Play Financeiro”, proposta pela Uefa e que será exigido para todos os clubes europeus a partir da próxima temporada, em uma tentativa de melhor regular a questão financeira dos mesmos.

O que os clubes alemães fizeram foi antecipar-se à mudança. Sabendo que o modelo anterior seria insustentável no longo prazo, nada mais natural do que perceber esta transição e se adaptar a ela gradativamente, ao invés de abruptamente, como serão obrigados a fazer os clubes e ligas de outros países.

O resultado começa a aparecer no médio-longo prazo e agora passa a ser um modelo a ser seguido. O simples registro vale como uma lamentação ao ver que nenhum clube no Brasil ou a principal organizadora das competições nacionais são capazes de lançar e adotar uma forma de gestão com olhar para o futuro e não olhando para o retrovisor.

Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br
 

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Tecnologia para monitorar comportamento fora do campo: será necessário?

Olá, amigos!

Que este ano que se inicia possa trazer grandes frutos e conquistas a todos e que possamos seguir neste espaço a debater sempre com seriedade, conhecimento, trocando nossas experiências acerca de diversos temas que nos despertam as curiosidades relacionadas ao universo do futebol. Um grande 2012 a todos!

No texto desta semana, trago para discussão um aplicativo divulgado recentemente para que qualquer usuário possa se motivar e fiscalizar a prática de exercícios. É o GymPact.

Nesse aplicativo, a pessoa vincula o GPS às metas estabelecidas de sua presença a locais específicos para a prática de atividades físicas. Assim, se ela se ausenta num dia programado, o aplicativo debita um valor em dinheiro da conta da pessoa; se a pessoa freqüenta, ela recebe como prêmio.

“O usuário só pode se cadastrar fornecendo um cartão de crédito, e o GPS é usado o tempo todo para saber se você realmente está na academia. Se você falta à aula, o aplicativo tira US$10 de sua conta e coloca no “bolo”. É desse bolo – o bolo dos perdedores, aqueles que não foram à academia e ainda perderam o troco – que também sai o pagamento caso o pacto seja mantido. Os pactos são feitos semanalmente – bom para aqueles com ritmos bem inconstantes”.

É interessante e inusitada a proposta, porém quando recebi a indicação desta reportagem, enviaram-me junto o seguinte questionamento:

“Será que não vale a pena os clubes investirem nisso para que seus jogadores sejam mais controlados principalmente no período de férias?”.
 


 

Entendo a preocupação, dados os frequentes deslizes de muitos atletas quanto aos cuidados com suas condições físicas. Temos que deixar claro que o período de férias é importante na lógica do treinamento, já que se trata de um período transitório que deve ser respeitado. E complementamos ainda que tais deslizes não se dão só no período de férias – é possível observar tais fatos em pleno decorrer da temporada competitiva.

Acredito sempre que a tecnologia contribua com os processos desportivos, porém temos de separar bem, e sobretudo definir, o que é feito como imposição do que é feito com clareza e discernimento.

Assim como no futebol brasileiro muitos pregam que é impossível culturalmente liberar os atletas das concentrações (veja coluna em que debatemos o tema), pelo mesmo motivo se justificaria tal recurso tecnológico de fiscalização do atleta.

Seria possível se desenvolver diferentes níveis de controle, desde a presença ou não no local indicado, até mensurações de atividades realizadas, ou não. Ainda que alguns sejam criativos o bastante para burlar qualquer forma de controle, seja tecnológicou ou mesmo a famosa cartilha dos técnicos mais tradicionais, concordamos que poderia surtir algum efeito.

Entretanto, da mesma forma que defendo a tecnologia no esporte, defendo também o desenvolvimento de pessoas mais inteligentes (com o risco do termo não ser o mais adequado) nos quesitos de compreensão do grande campus esportivo (termo oriundo dos estudos de Bourdieu). Falamos tanto em formar atletas inteligentes, modelagem de jogo, capacitação dos profissionais do futebol, atualização tecnológica, enfim, em diferentes níveis discutimos uma valoração dos aspectos voltados a inteligência no futebol.

É nesse ponto que acredito a tecnologia deve ser pensada, para facilitar o controle de treinos, mensurações, diagnósticos e planejamentos. Mas à medida que se torna um instrumento de punição, de controle, de aposta na má fé, reforça-se cada vez mais o caráter descompromissado de quem já tem essa intenção.

A punição, na minha opinião, para o atleta que não adota uma postura profissional hoje, não é fiscalizar o que faz ou que não faz, e sim analisar o quanto isso afeta ou não seu desempenho em campo. A partir disso, tomam-se as medidas contratuais cabíveis, renegando o passar a mão na cabeça ou a bronca ao atleta.

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br
 

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Banco de jogos – jogo 2

A dinâmica imposta pela equipe do Barcelona é invejável. Com a posse de bola, constroem um jogo apoiado, com movimentações constantes para chegar à zona de risco adversária. A posse pela posse é observada somente quando a lógica do jogo está sendo cumprida com relativa facilidade.

O jogo identificado abaixo torna propensas as ocorrências da mobilidade com trocas de posição e do apoio, que são ações táticas observadas na organização ofensiva da equipe catalã, e que serão necessárias para se aproximar da vitória na atividade em questão.

Jogo conceitual em ambiente específico de mobilidade com trocas de posição e apoio

– Campo dividido nas zonas de altíssimo, alto e médio risco e também nos setores A, B, B’ e B”;

– Com isso, ocorrerá a formação de retângulos com as seguintes medidas aproximadas:

Altíssimo Risco: 16 x 40m
Alto Risco: 8 x 40m
Médio Risco: 24 x 14m

 

 
 

Plataforma de Jogo Equipe A (azul): 1-4-4-2 Losango
Plataforma de Jogo Equipe B (verde): 1-3-5-2

Regras do Jogo

1.No campo de defesa cada jogador pode dar no máximo dois toques na bola; caso dê o terceiro toque = 1 ponto para o adversário;

2.No campo de ataque, nos setores A, B, B’, B” e de médio risco, cada jogador pode dar no máximo 3 toques na bola; caso dê o quarto toque = 1 ponto para o adversário;

3.Nos setores de alto e altíssimo risco, a quantidade de toques é liberada;

4.O jogador que realizar um passe à frente da linha 3 (com exceção do passe originário do setor A e da zona de altíssimo risco) não poderá permanecer no mesmo setor em que estava quando executou o passe; caso permaneça no mesmo setor = 1 ponto para o adversário;

5.Passe originário do setor A, à frente da linha 3 com troca de posição, ocupação do Setor A por outro jogador e manutenção da posse de bola = 1 ponto

6.Seis trocas de passe consecutivas à frente da linha 3, com as trocas necessárias de setores = 2 pontos

7.Seis trocas de passe consecutivas à frente da linha 3, com as trocas necessárias de setores + gol = 10 pontos

8.Demais gols = 3 pontos

Veja, abaixo, os exemplos:
 

Regra 4

 
 

O atleta número 8 da equipe Azul realizou um passe para o seu companheiro número 7 e, na sequência da jogada, não trocou de setor. Desse modo a equipe adversária marca 1 ponto.
 

Regra 5

 

 


 

O atleta número 5 da equipe Azul realizou um passe para o seu companheiro número 10 e trocou de posição com o atleta número 8. Como o jogador número 10 manteve a posse de bola a favor da sua equipe, passando para o número 7 (e trocando de setor), 1 ponto para a equipe Azul.
 

Regra 6

 

Como pode ser observado nas figuras, a equipe verde realizou seis trocas de passe no campo de ataque com as devidas trocas de setores. (5 passou para 6; 6 passou para 10; 10 passou para 2; 2 passou para 9, nove passou para 11 e 11 passou para 10). A equipe verde marca 2 pontos.

 

Regra 7

Se na sequência da jogada após a troca de seis passes ocorrer o gol, ele valerá 10 pontos. Demais gols (bola parada e ações em que não houve a troca de seis passes) equivalem a 3 pontos.

Para dúvidas, críticas ou sugestões, escreva-me. As trocas de informações e discussões são as grandes potencializadoras da construção do conhecimento.

Obrigado por ter me acompanhado no ano de 2011, já adianto o convite para caminharmos juntos no próximo ano e que não faltem desafios, conquistas, aprendizados e muito trabalho.

Um abraço e que venha 2012!

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A Copa de 2014, as Olimpíadas de 2016 e os aeroportos

Logo após o Brasil conquistar o direito de organizar a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, uma das primeiras preocupações aventadas foi atinente à infraestrutura.

Dentre os inúmeros itens necessários à realização destes megaeventos, a operacionalidade dos aeroportos possui vital importância, já que é por meio deles que o “Brasil receberá o mundo”.

Por este motivo, todos os aeroportos brasileiros devem passar por ampliações e reformulações. Certamente as referidas intervenções são necessárias, sobretudo neste momento de aquecimento econômico e ampliação das rotas aéreas e do maior acesso das classe C e D às passagens aéreas.

Entretanto, ao contrário do que muitos afirmam, o sistema aéreo e os aeroportos brasileiros não estão muito aquém dos encontrados em outros países.

Por meio de experiência pessoal, em um dos maiores aeroportos do mundo, Heathlrow, em Londres, constatei falta de zelo com os passageiros.

Inicialmente, insta ressaltar que houve atraso de cerca de sessenta minutos, motivo pelo qual o vôo, oriundo de Lisboa, aterrisou na capital inglesa por volta de meia noite.

Assim, sistemas de transporte coletivo, como metrô (underground), trem urbano e ônibus, tão destacados como essenciais para a realização de grandes eventos, não estavam operando.

Não bastasse isso, não havia central de atendimento em funcionamento que propiciasse aluguel de veículo, ou informações acerca de táxis ou remisses. Sem informação, o maior aeroporto do mundo tornou-se um imenso labirinto.

Para contatar um táxi, foi necessário encontrar a saída mais próxima do ponto de táxi, sair do aeroporto, em um frio de cinco graus negativos e, ainda, aguardar que algum se posicionasse no ponto.

É óbvio que o Brasil tem muito a evoluir e é o que se espera, entretanto, não há países infalíveis e, o exemplo relatado é o de Londres, onde serão realizados os próximos jogos olímpicos.

Portanto, deve-se olhar para o Brasil com parcimônia, cobrar melhoras, mas valorizar o que temos.

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Férias do futebol e as "peladas" de fim de ano. E o descanso, onde fica?

Em meio à inter-temporada 2011/2012 ocorre pelo mundo afora as famosas “peladas” de fim de ano. Com cunho beneficente, muitas delas contam com a participação de ex-atletas e atletas atuais que se reúnem para ajudar ao próximo ao mesmo tempo em que se divertem.

Mas, apesar de toda boa intenção e legitimidade desses encontros futebolísticos, não podemos esquecer que muitos jogadores reclamam o ano todo do calendário exagerado e do excesso de jogos ao longo da temporada, porém, quando têm a oportunidade de permanecerem longe da bola e dos gramados, fazem questão de participar desses jogos.

Então, será que em época de férias, ao invés de descansarem, esses atletas continuam se desgastando e prejudicando seu preparo para a próxima temporada?

A resposta é não se pensarmos no cunho amistoso desses jogos. Pelo nível técnico, provavelmente essas partidas não acarretam sobrecarga emocional nem física para nenhum atleta. Pelo contrário. Ao participar de um evento beneficente, o jogador é capaz de sentir-se bem por ajudar outras pessoas e pelo fato de encontrar muitos amigos e se divertir ao invés competir – esse evento poderá até auxiliar no seu descanso e no seu relaxamento, especialmente no aspecto mental.

Isso porque ao serem expostos a um ambiente de descontração e livre de cobranças, mesmo que se estejam executando um esforço físico, a intensidade é mais baixa e do ponto de vista mental isso serve como alívio, pois muitos estão fazendo o que mais gostam, porém sem a pressão do dia a dia.


 

Mas se pensarmos no ambiente extra-jogo a resposta será sim, pois entre as coisas que poderão atrapalhar as férias desses atletas estão as viagens, o tipo e o tempo de hospedagem, as atividades pós-partida (como excesso de comida e/ou bebida que eles serão submetidos) e especialmente se conseguirão dormir bem ou mal.

Pelo exposto até aqui vemos que a decisão de aceitar ou recusar o convite para uma dessas peladas deverá ser de cada atleta. Para isso se faz necessário que o mesmo avalie todas as condições do evento e calcule se no final da festa ele estará se sentindo mais disposto ou mais cansado.

Em suma, se não houver exageros, esse período de relaxamento será extremamente benéfico para a recuperação, porque nessa época é desejável que haja uma alteração do balanço autonômico desse atleta em que o mesmo deverá sofrer uma diminuição da modulação autonômica simpática e um aumento da modulação autonômica parassimpática.

Por outro lado, se houver abuso, o sistema nervoso autônomo terá um comportamento antagônico ao desejado e ao invés do aumento da modulação parassimpática, haverá um aumento da modulação simpática. Isso poderá indicar piora da condição física e mental do atleta e, sem dúvida, o mesmo iniciará a próxima temporada já bastante prejudicado.

Portanto, para não começar 2012 dando bola fora, é importante lembrar que mesmo não havendo nada proibido, todo exagero pode ser maléfico.

Feliz 2012 para todos!

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Futebol alemão – capítulo 1

Neste período de festas natalinas e virada de ano, quando fazemos inúmeras reflexões sobre o que já realizamos e a respeito dos projetos vindouros, reservei o espaço desta coluna para debater um pouco sobre as mudanças ocorridas no futebol alemão, inspirado sobretudo em reportagem publicada na edição de outubro da revista Sport Business International.

Os destaques a realizar em dois “capítulos” passam, no primeiro, por relatar a contribuição da Copa do Mundo de 2006 para o desenvolvimento do futebol local e, no segundo, por destacar a importância da organização e da boa governança em termos econômico-financeiros para sustentar o crescimento dos clubes e, consequentemente, da liga como um todo.

A reportagem da Sport Business relata como fundamental a entrega bem-sucedida da Copa do Mundo para o crescimento, tanto da primeira quanto da segunda divisão do futebol local. Pela remodelagem das arenas e a consequente melhora dos serviços de atendimento aos torcedores e ao cliente corporativo, a Copa foi capaz de trazer uma nova dimensão ao espetáculo.

O especialista em marketing esportivo Ulrich Roch descreve que nos últimos anos o futebol alemão viu crescer as receitas em patrocínio e exposição na mídia. E o continuísmo no pós-Copa esteve centrado na Liga Alemã de Futebol, na Federação Alemã de Futebol e na vinda de grandes estrelas do futebol local e mundial para atuar novamente na Bundesliga.

E o desenvolvimento contínuo para que haja crescimento ano a ano está centrado na criatividade e inovação para a oferta de serviços diferenciados para os torcedores dentro e fora dos estádios.

Fica aí um resumo dos principais fatores para a sustentação do posicionamento do futebol na Alemanha após a Copa do Mundo. Que o exemplo possa ser seguido aqui após 2014, valendo lembrar que a manutenção de um patamar de sucesso está centrada na profissionalização e na governança, que será relatado no primeiro texto de 2012.

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O futebol pode aprender com as inovações olímpicas

Olá, amigos!

Nesta última coluna do ano, aproveito para fechar mais um ciclo com algumas considerações do que virá pela frente.

É um ano de Olimpíadas, e em termos tecnológicos sempre surgem novas perspectivas para a preparação, análise, espetáculo e consumo esportivo.

Sempre digo que o futebol deve observar muito os demais esportes, para tirar lições sobre o uso da tecnologia para seu próprio desenvolvimento.

Quem trabalha no meio consegue ver mudanças em se comparando com três ou quatro anos atrás. O avanço é até significativo se considerarmos o ponto de partida baixo. Porém quando comparamos com outros esportes, a diferença se torna esmagadora, sobretudo no aspecto voltado ao desempenho do atleta.

Mas aí temos uma boa noção do porquê. Não basta olharmos as demais modalidades e copiar alguns elementos voltados a questões das capacidades físicas. Estas são facilmente incorporadas, porém tanto neste caso, como em outros, é imprescindível considerarmos a especificidade de cada esporte.

E no futebol é algo relativamente novo em se comparando a outras modalidades. Hoje, com os avanços dos estudos sobre o modelo de jogo no futebol, já é possível pensar em tecnologias que auxiliem neste processo de identificação e mensuração.

E é isso que precisamos entender no processo todo: os recursos não vão simplesmente mapear o futebol, e é necessário que os estudiosos definam e caracterizem a modalidade, os fatores preponderantes de sucesso, para enfim poderem intervir e desenvolver ferramentas que auxiliem no processo de treino, de planejamento, de gestão técnica e de desempenho na modalidade.

Assim, quando me refiro a observar e aprender com os outros esportes, é justamente em relação à questão de vanguarda que alguns deles têm em relação ao futebol. Mas jamais podemos fazer uma simples transferência de tecnologia: é necessário adequá-la e, para isso, necessitamos de estudos e bons profissionais que realmente aprofundem os fatores determinantes do jogo e consigam transferir isso para que a tecnologia possa ser benéfica e, sobretudo, eficiente.

Que neste ano olímpico possamos aprender e extrair informações valiosas com as novidades que surgirão.

Para todos os amigos que nos acompanharam ao longo do ano, desejo-lhes um grande 2012, repleto de sucesso, paz e sobretudo felicidade.

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br