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Só se chega ao topo com uma base bem feita

Saudações a todos!

Vocês lembram que na coluna da semana passada citei o jogador de vôlei Giovane?

Coincidentemente, estava vendo o programa “Encontro de Craques”, no canal Bandsports, e quem estava lá? O próprio Giovane! No programa, ele falava de um assunto muito interessante e que está em total evidência no mundo coorporativo: a base e a formação no início de carreira.

O Sesi, time no qual ele é técnico, tem um projeto revolucionário e que com certeza dará muitos resultados para o esporte brasileiro. O clube elaborou uma metodologia de trabalho que é aplicada em todas as modalidades esportivas, como vôlei, basquete, judô e natação, entre outras. Os garotos e garotas, de 12 e 13 anos, recebem informações básicas sobre o esporte que praticam, como teoria, conceito e história.

Além disso, recebem treinamentos técnicos de como jogar. Segundo o exemplo que ele deu sobre o vôlei, foi criada uma forma de como se deve receber uma bola, como se deve levantar (o jeito e a técnica de bater na bola), como se deve passar, etc. Como ele mesmo disse, “(…) não pregamos que essa forma seja única, seja a melhor do mundo, mas é a nossa forma, o nosso jeito”. Ou seja, existe uma crença, os garotos e garotas sabem o porquê estão fazendo aquilo, por que fazem daquela forma, têm a base de sua atividade, o que será fundamental para o seu futuro.

Aprendi, nas palestras que presenciei da Universidade do Futebol, que no esporte existem outros grandes exemplos de uma formação de base sólida e com resultados expressivos. Só para ficar em dois casos de sucesso na base, temos o Barcelona e o São Paulo, este último brilhantemente coordenado pelo Marcelo Lima.

Hoje, o mundo coorporativo está carente dessa formação de base e sofrendo as consequências nas posições de direção. Os jovens chegam às empresas e começam a fazer o que lhes é pedido sem ao menos saber por que estão fazendo e crescem assim. Passam de estagiários para auxiliares, depois analistas e chegam às posições de chefia sem ter tido uma base sólida. Sabem apertar o botão e extrair a informação, mas não sabem de onde vem essa informação, por que vem, para onde vai ou como vai.

Dou sempre o exemplo da luz elétrica para evidenciar essa falta de base. Os jovens apertam o interruptor e a luz acende; se você pergunta por que a luz acendeu, eles respondem: “porque apertei o botão”, e ficam bravos se falha, se a luz não acende. Simples, né? Mas a grande maioria deles não tem ideia de que para acender a luz, foi necessário ter uma represa, uma barragem, uma turbina, um estação de transmissão, torres de transmissão, subestações, distribuição comum, poste, instalação local e, claro, o interruptor.

Com o aquecimento do mercado e a falta de mão de obra qualificada, as empresas retomaram suas formações de base. Hoje, existem empresas com processos de estágios e trainees muito bem elaborados, consistentes e que com certeza trarão ganhos significativos para as coorporações, mas esses frutos serão colhidos em, no mínimo, cinco anos. No entanto, até este dia chegar, existem oportunidades para os que estão aí, mesmo sem ter vivenciado uma experiência de base de formação.

Se você está vivendo este momento, se está inserido nesta coluna, não perca sua chance: veja o que é necessário para suprir sua carência, descubra a razão pelaquel você faz uma determinda atividade, procure saber de onde ela vem, para onde vai e como pode contribuir para melhorar. Fazendo isto, você terá melhores resultados e poderá chegar ao topo de sua área com uma base sustentável.

É isto, pessoal. Agora, intervalo, vamos aos vestiários e nos vemos na próxima semana.

Abraços a todos!

Para interagir com o autor: ctegon@universidadedofutebol.com.br  

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A maturação sexual como divisor de águas no futebol feminino

Conforme o combinado, continuamos nossa proposta de discutir aspectos relacionados ao futebol feminino, apesar da tristeza de nossa seleção já estar fora da Copa do Mundo.

Mesmo assim, manifesto publicamente meus cumprimentos a todas as atletas e comissão pelo ótimo trabalho desenvolvido, pois sabemos de todas as limitações em relação à falta de apoio e de estrutura de nosso país.

Mas o assunto desta semana refere-se ao aspecto maturação.

Sabendo que o crescimento e desenvolvimento humanos seguem processos contínuos de transformações, uma pessoa que cumpra seu ciclo normal de vida percorrerá as seguintes fases: recém nascido, bebê, criança (primeira infância e segunda infâncias), pré-adolescência, adolescência, idade adulta e senescência.

No geral, aspectos relacionados à aquisição de gestos motores têm seus períodos ótimos de desenvolvimento antes da idade adulta, enquanto que alterações de composição corporal são normalmente decorrentes de hormônios produzidos a partir da puberdade.

Sendo assim, diferente dos meninos que saem da infância para adolescência com melhora de desempenho pelo aumento de testosterona, nas meninas a maturação pode ser um fator prejudicial.

Pelo fato do estrogênio (hormônio feminino) gerar acúmulo de gordura na região dos seios e do quadril, geralmente as meninas apresentam queda de rendimento nesta fase da vida, já que a gordura corporal é um tecido que pesa, ocupa espaço, porém não produz trabalho.

Isso significa que uma jogadora pré-puber, independente de sua capacidade técnica e de suas habilidades adquiridas, poderá ter seu desempenho futuro determinado por sua herança genética, pois quanto maior o acúmulo de gordura corporal pós puberdade, maior será o prejuízo em seu desempenho para o futebol.

Além disso, se contarmos que muitas meninas iniciam a vida sexual precocemente e passam a usar métodos contraceptivos que contribuem para maior retenção de líquido, alteração metabólica e maior acúmulo de gordura, temos mais um aditivo prejudicial ao rendimento esportivo.

Considerando, então, que as alterações advindas da puberdade são até certo ponto imprevisíveis, i.e., não há como estimarmos com acurácia o que irá acontecer exatamente com a estatura final, o tamanho dos seios ou a quantidade total de gordura que será acumulada em uma menina – esse é um problema longe de ser resolvido.

A única solução é deixar esse aspecto de lado e focar atenção no ensino correto dos gestos técnicos, desenvolver habilidades específicas da modalidade e, principalmente, massificar a prática para o maior número possível de meninas pré-púberes.

Desse modo, as garotas que geneticamente não sofrerem tantas transformações negativas para a prática do futebol poderão manter o desempenho e quem sabe um dia transformar a prática em carreira; e aquelas que, lamentavelmente, não se mantiverem competitivas, poderão utilizar a modalidade como lazer ou prática para manutenção de parâmetros de saúde, utilizando o futebol como meio de atividade física.

Mas será possível o futebol ser utilizado por mulheres como manutenção da boa forma e de parâmetros relacionados à saúde?

A resposta virá na próxima quinta!

Até lá.

Para interagir com o autor: cavinato@universidadedofutebol.com.br

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Um país sem memória

“Para todos os professores de História do Brasil, no seu trabalho anônimo de explicar as raízes de um país sem memória”. É nesta simples e impactante frase que Laurentino Gomes faz a dedicatória do livro 1822, que trata da época em que se proclamou a Independência do Brasil sob a regência de D. Pedro.

Se mudássemos algumas palavras do contexto e reproduzíssemos para a noção do futebol tupiniquim, teríamos um resultado muito semelhante. As ações de resgate histórico são muito pontuais e dispersas, diferente daquilo que percebemos em mercados mais maduros em termos de marketing esportivo e trabalho da marca dos clubes de futebol.

Quem vai a Barcelona fatalmente reservará um período do passeio para conhecer o Camp Nou e o memorial do “Més que un Club”. Para os amantes ou não da modalidade, fazendo parte da grande maioria dos roteiros turísticos da cidade.

Este é apenas um exemplo de tantos outros que poderíamos citar…

No Brasil, o Museu do Futebol, no Pacaembu, é dos poucos exemplos positivos que temos. Alguns colegas que já o visitaram sempre comentam e recomendam o espaço pela qualidade e diversidade, mesmo aqueles que não são tão apaixonados pelo futebol – o que representa uma informação bastante valiosa com um olhar sobre a geração de novos negócios e o potencial do segmento.

Ainda assim, as entidades de esporte apenas o apóiam, sem desenvolver um trabalho mais sólido e próximo neste campo, sem que haja uma atuação mais direta para o potencializar de fato. O Museu do Futebol é na verdade parte da iniciativa de um veículo de mídia com o governo local, o que mostra o olhar totalmente míope que os agentes do esporte têm sobre seu próprio produto.

Voltando a exemplos análogos: se formos a Berna, capital da Suíça, poderemos visitar o Museu de Albert Einstein; em Amsterdam, capital da Holanda, é possível conhecer o Museu de Van Gogh; no Brasil, não sabemos contar a história do maior atleta do século, Pelé, uma das personalidades mais conhecidas do mundo.

No meu ponto de vista, impera no Brasil uma cultura de passado bastante estranha. Acredita-se que a história de alguns clubes ou do futebol esteja em bens tangíveis, como um estádio, servindo como desculpa para não modernizá-lo ou colocá-lo no chão para construir um novo.

Em Stanford Bridge, o estádio do Chelsea, restou apenas um muro para cumprir este efeito, servindo como memorial do clube. A antiga arena veio abaixo para na atual se trabalhar os conceitos e mensagens que remetem ao passado da equipe.

Penso que temos um campo enorme para trabalhar o intangível, ou seja, o imaginário das pessoas e o que as mobiliza ao lembrar das histórias e dos momentos vividos pelos ídolos, torcedores e dirigentes em épocas gloriosas (ou não) de suas agremiações.

É possível, sim, fazer diferente e sair do já enfadonho e pouco criativo processo de lançar modelos de camisa comemorativa do passado e fazer os antigos ídolos desfilarem ou darem o pontapé inicial em datas especiais antes de algum jogo.

O resgate histórico de jogos, acervos, documentos, craques, casos etc. é só mais uma área dentro dos aspectos ligados às marcas dos clubes do futebol brasileiro que merecem maior atenção e podem trazer resultados positivos tanto para a marca, quanto para o incremento das receitas das entidades.

Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br

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A montagem de um elenco

Montar um elenco de uma equipe profissional de futebol não é uma das tarefas mais simples. Mas o que deve servir de parâmetro e quem são as pessoas que precisam gerir e tomar decisões neste processo?

Virou chavão no futebol dizer que hoje os clubes devem agir como uma empresa e como tal tomar decisões racionais e fundamentadas.

Como consequência da impregnação desse chavão temos uma dicotomia marcante. De um lado os que acreditam fielmente que esse é o caminho para o futebol, já que cada vez mais é um negócio e como tal necessita de processos racionais para obter sucesso. Por outro lado temos os críticos desse processo e defensores do romantismo, da paixão e significados culturais que o futebol possui.

Tanto um como outro devem considerar a outra parte, já que os extremos não condizem com uma administração necessária ao futebol. Sim, o futebol é um negócio, e como tal, seus resultados, ainda que possam aparecer financeiramente, são bem mais potencializados quando vêm juntos ao resultado de jogo, isto é, junto a conquistas e vitórias.

Como complemento, não adianta apenas usar os processos gerenciais de grandes multinacionais e trazê-las ao futebol, haja vista que as emoções sempre existentes no mercado como um todo, porém fazem parte de forma incisiva e marcante no ambiente esportivo, seja para o torcedor, para o diretor do clube, jogadores, enfim todas as partes envolvidas.

Assim, ao montar um elenco, devemos respeitar alguns critérios, inclusive com o uso de recursos tecnológicos, científicos, psicológicos, e com isso fazer projeções.

 


“Como Ensinar Futebol”: conheça o novo curso on-line da Universidade do Futebol

 

Nas próximas colunas abordaremos tópicos específicos que acredito serem importantes para a montagem de uma equipe. Começamos com:


Compartilhamento de responsabilidades

 
Não pode ficar a cargo de uma única pessoa (o técnico). A responsabilidade deve ser compartilhada; para tanto, é necessário que as pessoas envolvidas estejam aptas a opinar com conhecimento necessário sobre o futebol, sobre a mentalidade de trabalho (a famosa filosofia de jogo).

Assim conseguimos mesclar os extremos citados anteriormente. Com mais opiniões ou mesmo relatórios sistematizados sobre os atletas, racionalizamos o processo de contratação, minimizando a aquisição por simples e pura emoção, o que poderia resultar em custos não justificáveis, que não alcancem os objetivos esperados por fatores que poderiam ter sido identificados.

Ainda, ao compartilhar as responsabilidades, diminui-se a dependência da montagem de um único profissional, o que para o futebol, com mudanças tão drásticas de comando em curto espaço de tempo, torna-se fundamental.

Para que isso ocorra, é imprescindível o desenvolvimento de recursos dinâmicos, interativos e modernos, a fim de que esse processo possa ser amplamente desenvolvido.

Compartilhar não precisar ser apenas em duas pessoas (técnico e diretor), mas pode envolver funções diferentes, com maior ou menor peso, mas que devem ser consideradas em função das variáveis apresentadas.
 
Sabemos que em uma reunião presencial com muitas pessoas a decisão acaba ficando prejudicada, porém ao passo que se sistematiza e organiza um procedimento para isso, podemos pensar em um recurso que agrupa relatórios com diferentes pontos observados por diferentes profissionais, facilitando assim o processo de análise, tornando uma reunião de decisão mais objetiva e analítica com base em documentos adquiridos e disponibilizados com rapidez e precisão.

Na próxima semana, continuaremos com mais um tópico a respeito da montagem de um elenco discutindo sobre que profissionais devem ser ouvidos na montagem e quais os recursos podem auxiliar neste processo.

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br  

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Precisamos dos ovos

O fulano vai ao médico e diz:

– Doutor, tenho um problema grave na família!

O Doutor, preocupado, retruca:

– Mas o que é, me diga?

O consulente lhe relata:

– Meu irmão, Doutor. Ele pensa que é uma galinha!

Ao que o Doutor, prontamente, vaticina:

– Pois então vamos interná-lo imediatamente. Traga-o aqui.

E recebe como resposta:

– Isso eu não posso fazer! Preciso dos ovos…

Tanta coisa pesada e inacreditável que acontece no futebol nos faz, por vezes, perder o gosto, o entusiasmo.

Poderíamos listar aqui um sem número de “falcatruas e crocodilagens”, parafraseando um amigo, que fazem do esporte algo menos atraente aos impulsos sérios, profissionais e comprometidos que muitos desejamos aplicar à indústria.

De escândalo na Fifa em escolha de sedes de competições às novelas de estádio para a Copa 2014 no Brasil.

De CPI do futebol às declarações totalitaristas de Ricardo Teixeira na entrevista à Piauí.

Da maluca proposta de trem-bala Cuiabá – São Paulo, que usa como justificativa desenvolvimentista – e muito mais eleitoreira – a Copa do Mundo.

Das obras e licitações atrasadas, sendo, muitas delas, já necessárias ao país, com ou sem Copa do Mundo.

Passando, também, pelo mais novo golpe: cobrança de propina para que falsários assegurassem Centros de Treinamento na lista dos locais a receber delegações estrangeiras em 2014.

E, sem deixar de mencionar que, dentro de campo, até o futebol de Messi se apequena, quase some, numa enfadonha Copa América, tecnicamente falando.

A grande questão é que somos apaixonados pelo futebol, e a ele nos dedicamos intensamente.

A paixão é aquilo que move nossa vida.

Preciso consultar meu médico.

Só espero não sair mais confuso ainda, se ele me perguntar quem veio primeiro: o ovo ou a galinha…

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br

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Treinamento no futebol: teoria e prática

Caros leitores da Universidade do Futebol,

é com grande orgulho que inicio minha caminhada junto a vocês neste espaço extremamente nobre do futebol brasileiro. Sei que o desafio é muito grande, mas firmo o compromisso de fazer o que for preciso para trazer colunas dignas do mesmo.

Espaço que será preenchido por colunas de campo. Tais colunas trarão discussões práticas de nosso dia a dia de treino/aula no futebol. Idealizei a forma pensando nas diversas discussões que tive com inúmeros colegas que buscavam entender como todo o conhecimento adquirido ao longo dos anos pode ser colocado de modo integral na prática. A ideia é trocar experiências carregadas de conhecimento e alinhadas com as novas tendências do futebol.

Serão várias as abordagens dentro desse tema a fim de propiciar um espaço amplo e rico em discussões de campo. Desde a elaboração de atividades, passando pela abordagem, pelo processo, conteúdos físico/técnico/tático/mental, pelo relacionamento com a comissão, enfim, por tudo aquilo que faz parte da prática de milhares de profissionais que têm o sonho de conquistar o reconhecimento de seu trabalho.

Nosso espaço, assim, começa com uma discussão extremamente pertinente: teoria versus prática. Antes mesmo dos primeiros passos de minha formação acadêmica, iniciei um longo e desafiante caminho na prática.

Observava tudo o que era feito nos campos de escolas de futebol, projetos sociais, categorias de base, equipes profissionais, etc. Naquele momento tudo era anotado e visto como um grande aprendizado. Minha vontade era “juntar” tudo e aplicar esse “pseudo-processo” de treino em um grupo qualquer. Como ainda não podia, resolvi guardar aquilo para o momento certo.

Logo que iniciei minha graduação, fui bombardeado com inúmeras informações e minhas observações começaram a fazer mais sentido. Porém, muita coisa parecia inexplicável ainda.

Resolvi então aliar minha formação com a prática e fui a campo. Com o tempo notei que algumas coisas davam certo, outras nem tanto. Fui percebendo que havia certo ar de desconfiança da prática sobre a teoria e vice-versa. Essa questão me inquietou por muito tempo e me fazia a seguinte pergunta:

Prática ou teoria? O que resolverá seus desafios no dia-a-dia de treino?

Fui testando e aplicando teorias distintas com atividades vistas na prática. No fim das contas vi que o processo de treino, por mim elaborado, era uma grande colcha de retalhos com diversas linhas teóricas e práticas.

Neste momento um de meus professores abordou a dicotomia entre teoria e prática. Ele afirmou que toda teoria surge de observações e questionamentos provenientes da prática. Além disso, disse que a teoria e a prática não resolverão nenhum problema por si só, mas é preciso definir uma linha e aliar ambos em busca de um objetivo.

A partir deste momento todas as informações por mim obtidas começaram a fazer sentido. Notei que minhas observações da prática não deviam ser reproduzidas em meus grupos de qualquer forma. Era preciso um referencial a se seguir. A partir do mesmo, o processo tinha que ser construído e aplicado na prática.

Criei vários processos. A prática me ensinou que nem tudo sai conforme esperamos. A cada dia aprendia coisas novas com a prática (coisas que não faziam parte da teoria, muitas vezes). Observei que a teoria por si só não passava de texto no papel e que a prática por si só não respondia minhas perguntas.

Vi que teoria e prática devem caminhar juntas para dar sentido ao processo. Uma atividade de 3 x 3, com dois golzinhos e dois toques deve ser concebida a partir de um referencial teórico e tem sentido se funcionar na prática. Sendo assim, elaborar o processo fica mais palpável e menos aleatório.

Para mim, hoje é impensável juntar inúmeras atividades vistas em outras equipes e aplicar em meu grupo, como no início de minha formação. A teoria me dá um norte e a experiência na prática me diz o que pode ou não dar certo, além de me dizer como e onde o grupo está em sua evolução.

Com tudo isso, vejo ainda que muita coisa precisa ser aprendida e aplicada. Esse processo é contínuo e a cada dia surge uma informação nova.

Por fim, o desafio é aliar teoria e prática.

Vamos a campo! Até a próxima!

Para interagir com o autor: bruno@universidadedofutebol.com.br

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Sobre boleiros e boleiras

Há não muito tempo, o título desta crônica seria inimaginável, principalmente entre nós, brasileiros, pois futebol era tido como coisa pra homem e… Ponto final.

Hoje, muitos se pegam diante da TV acompanhando a nossa seleção feminina de futebol com muito mais entusiasmo do que assistem aos rapazes na Argentina.

Do que vejo, concluo que tem muita mulher jogando melhor do que muito marmanjo e que a tese de que a ginástica – assim se chamava a atividade física – deveria ser estendida às mulheres desde que respeitada suas formas feminis e as exigências da maternidade futura, como apregoava ao final do século XIX Rui Barbosa, tido em meados do século passado, até os anos 1980, nada mais nada menos como o “paladino da educação física brasileira”, ficou no passado, embora até hoje muita gente ainda não se conforme com outros papéis sociais da mulher que não o de mãe…

Mas não só no jogar futebol se percebem mudanças, como também na apropriação pelas meninas de jargões próprios à cultura futebolística, que até recentemente só faziam parte do vocabulário dos meninos…

Isso tudo me fez recordar uma situação por mim vivida na metade da década de 1980. Na ocasião estava vivendo com minha família em São Paulo, dando tratos ao meu processo de titulação acadêmica, cursando mestrado na PUC/SP. Morávamos em um apartamento em Perdizes, bairro paulista onde ela se localizava…

… Num belo dia, me via às voltas com o estudo de um – dos muitos – texto, quando vi entrar pela porta meu filho Alexandre, sujo, suado e com cara de poucos amigos.

Percebi mascarada em seu silêncio a vontade de falar. Fechei o livro, sinalização de que estava aberto à conversa, rapidamente por ele iniciada…

– Oi, pai! Tô vindo lá da quadra… Jogamos contra o time daquele prédio lá da esquina…

– E como foi o jogo, perguntei…

– IH pai! Nos f…! Perdemos de goleada…

Antes mesmo que eu pudesse dizer qualquer coisa, desandou a falar:

– Sabe pai, eles jogaram melhor… Nada deu certo pra nós…

E percebendo que eu estava interessado na história, se empolgou:

– Mas teve um lance pai… A menina veio pelo alto… Matei ela na caixa pai! Aí vi um carinha se aproximando e não tive dúvidas, meti ela no meio das canetas dele… Aí percebi outro chegando e… Dei um drible da vaca, pai! Quando dominei ela, vi o goleiro saindo e não tive dúvidas: taquei o pé embaixo dela e mandei ela lá onde a coruja dorme, pai, um golaço!

De imediato pensei com meus botões: “estou rico!”. Sim, pois se com aquela idade ele tinha feito tudo aquilo, era só uma questão de tempo pra ele chegar a algum time europeu… Mas logo em seguida caí na real e me dei conta tanto de como era grande a capacidade imaginativa da criança, quanto do fato de que aquele diálogo seria impossível de ser feito se no lugar dele estivesse uma filha…

Sim, pois àquela altura somente um menino teria acesso a expressões próprias ao universo do futebol, já que às meninas era vetada a entrada nele, sob pena de ser de imediato estigmatizada por se fazer presente em um lugar de ingresso restrito aos homens…

Assim sendo, dificilmente uma garota saberia que a menina do relato era a bola; que caixa era o peito e matar a menina na caixa era amortecê-la (carinhosamente) nele…

… Que canetas eram as pernas do moleque; que drible da vaca significa jogar a bola de um lado do adversário e ir buscá-la pelo outro; e, por fim, que lá onde a coruja dorme era o ângulo superior da meta ou arco defendido pelo goleiro…

Hoje esse diálogo já se faz possível, pois o futebol deixou de ser território exclusivo dos homens. Parte por conta do processo de emancipação feminina, da luta das mulheres por igualdade de gênero. Parte, por outro lado, da indústria cultural do entretenimento própria à sociedade de consumo, que percebeu o potencial consumidor de um segmento social até então impedido de consumir tudo aquilo que fosse pertinente ao mundo do futebol…

Mas o desafio da construção da cultura corporal esportiva dos brasileiros e brasileiras longe ainda está de superar os preconceitos. O portal UOL nos traz uma foto das nossas atletas de futebol com os seguintes dizeres: “Atletas defendem ensaios sensuais e reclamam de preconceito com gays”.

Nada melhor do que lembrar a frase do cartunista Laerte, “senta aqui, Bolsanaro”, proferida em tom de brincadeira por ocasião de sua participação em debate sobre homofobia realizado no espaço da FSP na Flip – Festival Literário de Parati, para, brincando, levar a sério a construção de valores ético-políticos que não os defendidos por aquele “nobre” deputado.

Para interagir com o autor: lino@universidadedofutebol.com.br

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A hora de decidir

Na última semana, os vídeos publicados de Arouca mostravam um resumo do seu comportamento defensivo e de transição ofensiva nas duas partidas da final da Copa Libertadores da América. Para finalizar o tema, serão apresentados outros dois vídeos, desta vez, em relação ao comportamento ofensivo e de transição defensiva do volante, completando os quatro momentos do jogo.

É importante mencionar novamente, caso alguém não tenha lido a coluna anterior, que o objetivo dos vídeos e dos demais dados divulgados não é de estabelecer julgamentos de valor e que será responsabilidade do leitor refletir sobre as informações e construir sua opinião a respeito da hipótese de convocação do atleta santista para a seleção brasileira.

Na final da Copa Libertadores, ofensivamente, a atuação de Arouca está resumida no vídeo abaixo:
 


 

A seguir, o trecho restante correspondente ao comportamento de transição defensiva do jogador nas duas partidas:
 


 

Para observar o desempenho ofensivo, é possível analisar sua criação de linhas de passe, sua desmarcação, sua mobilidade em diferentes setores e com isso definir em qual região do campo o atleta pensa melhor o jogo. Com a posse de bola, é possível observar os comportamentos mais utilizados e os recursos técnicos para realizá-los bem como sua qualidade de execução. Além disso, analisar seu desempenho quando se encontra mais próximo ou distante do centro do jogo.

Em relação à transição defensiva, quando o próprio jogador perde a bola, permite-se a compreensão da atitude realizada predominantemente e a classificação quanto a sua eficácia. O mesmo pode ser feito quando um companheiro de equipe perde a bola e Arouca executa um dos seguintes comportamentos: ataque imediato à bola, retardamento da ação ofensiva adversária ou então recomposição para sua área de atuação defensiva.

Finalizando, ainda sobre esta questão, é importante interpretar o tempo gasto para a mudança de atitude do atleta em caso de perda da posse.

O treinador da seleção nacional (e sua comissão) deve ter acompanhado lance a lance os 180 minutos da decisão. E se você fosse o treinador da seleção brasileira: convocaria o volante Arouca para sua equipe? É hora de decidir…

Obviamente, os 16 minutos (somatória do tempo das imagens do volante nos quatro momentos do jogo ao longo da final) não são suficientes para uma escolha desta magnitude. Apesar da dimensão do confronto, somente a análise de uma sequência de jogos possibilita um completo relatório de desempenho do jogador.

Como o Modelo de Jogo do técnico da equipe santista é diferente do seu (lembre-se que você é o treinador da seleção brasileira), é sua responsabilidade interpretar se os comportamentos nos quais o atleta está acostumado a cumprir se assemelham ao esperado por você para a função do volante. Se não se assemelham, pode ser importante observar o potencial de transferência de pelo menos alguns princípios de jogo para o seu modelo.

Se os comportamentos ofensivos, defensivos e de transição se assemelham ao esperado por você, o próximo passo é compará-lo aos demais jogadores em potencial para o exercício desta posição. Uma boa análise qualitativa e quantitativa, com dados, imagens, percentual de aproveitamento e desempenho perante adversários de alto nível de dificuldade facilitará a escolha.

Após as convocações, sabemos que o tempo para treinamento e aperfeiçoamento do Modelo de Jogo será extremamente reduzido. Logo, convoque quem você julgar que terá condições de colocar em prática sua ideia de jogo.

A reflexão proposta nesta coluna se estende para muito além de uma situação hipotética de convocação para a seleção brasileira. Mais do que observar Arouca no Santos, Jorge Henrique no Corinthians, Fábio no Cruzeiro, Nei no Internacional ou quaisquer outros jogadores e suas possibilidades de vestirem a camisa amarela, cada profissional do futebol deve analisar o maior número possível de jogadores próximos do seu ciclo de ação para realizar variados tipos de intervenção.

Por exemplo: dentro de uma mesma equipe, como está o desempenho de cada zagueiro segundo os quatro momentos de jogo e em relação ao seu Modelo? Comparando todos os meio-campistas de uma determinada competição de curta duração, qual apresentou princípios de jogo mais condizentes com o futebol europeu? Para a contratação de um lateral-direito, que é carência de uma determinada equipe, quais as características do jogador que se procura? Promover um atacante da categoria de base ou contratar um jogador?

O exercício de analisar um atleta de forma completa e ver as influências que as características (táticas-técnicas-físicas-emocionais) do mesmo podem gerar em sua equipe, sendo um integrante ou um adversário, é apenas mais uma das inúmeras funções de um treinador.

Para finalizar, duas perguntas: você costuma fazer este exercício?

E, como não poderia ser diferente, você convocaria o Arouca para a seleção brasileira? Aguardo sua resposta!

Para interagir com o autor: eduardo@universidadedofutebol.com.br

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Quem tem a informação, tem o poder

Saudações a todos!

Estava assistindo ao jogo do Brasil no último domingo, já havia assistido à Argentina no sábado, e fiquei pensando o porquê hoje não há mais diferenças gritantes entre as melhores e as piores seleções. E o bom, para o deleito dos apreciadores de futebol, é que não foram as melhores que regrediram, mas sim as piores que evoluíram.

Tenho certeza de que entre os vários fatores que levaram a esse equilíbrio, o mais importante é o acesso rápido à informação. No entanto, não basta ter a informação, é fundamental saber lidar como ela e transformá-la em conhecimento.

Há alguns poucos anos, quem tinha a informação, tinha o poder, pois a informação era restrita. Exemplos dessa realidade estão por todos os lados. Na política, os mais velhos lembrarão do AI5, institucionalizado em dezembro de 1968, que entre vários atos, censurou a informação, aplicando as normas em todos os meios de comunicação, inclusive nas músicas, cinema, teatro, jornais e revista. Portanto, os poucos que tinham a informação usufruíam de muito poder.

Entre todas as mídias, a mais influente era a televisão, pois como era o único meio de fazer a informação fluir em “massa”, contava a notícia do jeito que melhor lhe atendia. No esporte, também não faltam exemplos. Soviéticos, cubanos, americanos e alemães tinham métodos específicos de treinamentos, guardados a sete chaves, que lhes garantiam enorme vantagem em diversas competições.

Com a evolução da tecnologia, esta realidade mudou e a internet é a grande responsável, já que permite amplo acesso e fluidez das informações. As pessoas comuns, que antes apenas liam ou ouviam sobre determinada situação, sem poder interagir, hoje têm total poder, não apenas para consultar, mas para opinar sobre qualquer assunto.

No mundo coorporativo, essa troca de informações e saber o que fazer com cada uma delas, como aplicá-las na sua empresa, no seu negócio, no seu clube, são fundamentais para potencializar o sucesso dos objetivos. Atualmente, as empresas divulgam e trocam, mesmo entre negócios concorrentes, ações de sucesso, de insucesso, o que foi feito, o que faltou fazer, etc. Qualquer profissional “mais antenado”, antes de iniciar um projeto, consulta a internet, o Google, as redes sociais, para ver quem já fez algo parecido, onde errou, onde acertou, economizando tempo e dinheiro e ganhando qualidade ao aumentar sua assertividade.

No esporte, existem bons exemplos de como a troca de informação é importante para o sucesso de todos. Há algumas semanas, ouvi uma entrevista do Giovanni, bicampeão olímpico de vôlei, hoje técnico campeão brasileiro da modalidade. Ele, ainda um jovem técnico, creditou grande parte do seu sucesso, e do sucesso da modalidade no Brasil, à troca de informações.

Ele contou que constantemente os técnicos das principais equipes do Brasil se reúnem, divulgam o que estão fazendo, que tipo de técnicas e táticas aplicam, os prós, os contras, resultados e frustrações, entre outros. E a partir dessa troca, da difusão das informações, cabe a cada um aplicar do seu jeito, saber como implantar no seu grupo, perante as características particulares de cada equipe.

Após refletir sobre a questão da informação, concluí que as seleções de Venezuela, Bolívia e Peru estão mais próximas de Argentina, Brasil e Uruguai, pois têm acesso às informações – sabem como cada jogador se comporta, quais as táticas dos treinadores, técnicas de treinamentos – e conseguiram usá-las de forma positiva.

Evoluíram e com certeza fizeram as grandes seleções se mexer, sair da zona de conforto, o que é bom para todos e garante maior qualidade aos espectadores.

Da mesma forma que eu refleti sobre o assunto, convoco vocês a refletirem também e deixo algumas perguntas:

– Você tem informações sobre sua área de atuação, sua função?

– Sabe o que outras pessoas que atuam na mesma área, na mesma função, estão fazendo?

– Conhece casos de sucesso e de insucesso?

– Você tem um perfil nas redes sociais? Participa de grupos? Interage nos fóruns de debates?

– Criou ou desenvolveu um novo processo de execução? Divulgou? Pediu opiniões?

Se a maioria das repostas foi sim, parabéns, você tem a informação e sabe lidar com ela para potencializar seu sucesso. Se a maioria das respostas foi não, corra, informe-se, ainda é tempo, mas não demore, se não ficará eternamente no banco de reservas!

E não adianta ficar fazendo cara feia.

É isso, pessoal. Agora, intervalo, vamos aos vestiários e nos vemos na próxima semana.

Abraços a todos!

Para interagir com o autor: ctegon@universidadedofutebol.com.br  

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A influência da regra no futebol feminino

Durante todo o mês de junho dedicamos espaço para discutir aspectos relacionados à seleção, formação e detecção de talentos. Como, obviamente, um mês não foi suficiente para esgotar o assunto, voltaremos com ele num futuro próximo em período oportuno.

Antes de iniciar com o texto desta semana, primeiro quero agradecer pelos comentários e discussões (presenciais ou à distância) que tive com muitos de vocês, leitores. Por favor, continuem usando esse espaço para interagir colaborando para o nosso progresso.

Voltando para o assunto da coluna propriamente dita, neste mês de julho, aproveitando o gancho da Copa do Mundo de futebol feminino, quero dedicar espaço às mulheres.

Antes que você pense que abordaremos aspectos da regra feminina (menstruação), quero esclarecer que o título da coluna não se refere a nenhum trocadilho e nosso foco será mesmo voltado para a regra do futebol. Não que a interferência da menstruação sobre o desempenho do futebol não seja interessante. Podemos até discutir este assunto numa outra oportunidade, mas é que nesta semana este tópico não vem ao caso. O que desejo mesmo é discutir até que ponto a regra do futebol feminino ser idêntica à do masculino auxilia ou prejudica a modalidade.

Diferente de outros esportes como basquete e vôlei que possuem regras ajustadas para as mulheres (diminuição da altura da rede e da cesta, por exemplo), no futebol feminino não há mudança nenhuma em relação ao futebol masculino. Essa medida, por muitas vezes, torna a modalidade monótona, pouco competitiva e até certo ponto sem graça, pois considerando que as mulheres, por natureza, apresentam maior percentual de gordura, menor estatura, menos força, velocidade, potência e resistência do que os homens, é natural que a dinâmica do jogo seja completamente diferente já que apesar das diferenças gritantes entre homens e mulheres, o espaço, o número de jogadores e o tempo da partida são idênticos entre o futebol masculino e feminino.

Sem adaptações, ocorrem discrepâncias tamanhas as quais geram dois mundos absurdamente distintos. Você já parou para pensar a razão do sucesso ou o fracasso de outras modalidades coletivas serem mais ou menos semelhantes para ambos os gêneros e no futebol ser completamente diferente?

E por que a imprensa discute a convocação de um ou de outro jogador para a seleção masculina, mas nem conhece quem irá para a seleção feminina, nem muito menos onde cada menina joga? Sem falar no tempo e no espaço dedicados ao futebol feminino e masculino na mídia impressa e televisiva.

Não dá para determinar se as discrepâncias entre o futebol feminino e masculino em nosso país são causa ou consequência de fenômenos sócio-econômico-culturais, mas penso que se houvesse algum tipo de ajuste, poderíamos ter efeitos positivos, completamente diferentes do atual.

A figura abaixo representa um círculo vicioso que explica, em parte, os problemas enfrentados pelo futebol feminino.


 

Não pretendo inventar outra modalidade ou alterar o pensamento e o comportamento da maioria da população, mas talvez se tivéssemos gols, tamanho de campo e o número de jogadoras adaptados de tal modo que deixassem o jogo mais atrativo, ou até mesmo ter incentivo das federações e a obrigação dos clubes em formar e manter o futebol feminino, poderíamos inverter o quadro atual do futebol feminino e quem sabe um dia até ter a atenção da população repartida de forma equânime para homens e mulheres.

Tal mudança provocaria uma série de oportunidades de negócios, geração de mais empregos, alavancagem econômica de clubes e atletas e ao invés do circulo vicioso, poderíamos gerar um ciclo virtuoso.

Sei que esse pensamento pode até ser utópico, mas que seria legal ver jogadoras fazendo propagandas de produtos, valendo os mesmos milhões que os atletas masculinos e provocando as mesmas discussões e brincadeiras de torcedores apaixonados pelos seus times nas versões femininas, ah, isso seria…

Para interagir com o autor: cavinato@universidadedofutebol.com.br  

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