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A visão sistêmica e o jogo

Aos leitores da Universidade do Futebol, minhas desculpas.

Não tenho conseguido cumprir pontualmente a produção dos textos. Cabeça de treinador é algo que só se conhece vivendo muito de perto. E às vezes ainda ficam faltando alguns pontos a se conectar. Mesmo assim, posso garantir que não deixarei de produzir algo, ainda que só para “encher o saco” de vocês.

A coluna atual vem dar complemento às duas anteriores: “O futebol total e o jogo brasileiro” e “O jogo e as táticas coletivas”.

Juntas, elas representam uma linha moderna de entendimento do jogo de futebol e uma forma diferente de se trabalhar e têm sido o norte das minhas ideias na atual fase profissional.

Conceber, construir, analisar e interferir no jogo de forma sistêmica!

O que seria isso?

É simples: o jogo só existe como jogo – dois times, de onze jogadores cada, que se opõem em uma área de aproximadamente 7.000 metros quadrados, 17 regras que regulam a sua dinâmica e com os pés sendo o instrumento principal de manejo da bola para a maioria dos seus participantes.

O produto disso é uma infinidade de circunstâncias táticas que o torna sui generis dentre os esportes em forma de jogo. Por isso também não há como entendê-lo por partes. Quando o dissecamos em setores e ou detalhes táticos, devemos fazê-lo com o cuidado de não perder a relação que as partes têm entre si e com o próprio jogo.

Parece óbvio dizer isso, mas os futebolistas em geral insistem em preponderar o método cartesiano para entender e trabalhar o jogo: depois juntam as ações e as partes, setores e ou estruturas, achando que vai se chegar ao entendimento do todo. Na verdade, é mais ou menos assim que acontece, mas não é bem assim.

Será que dá para entender? Vamos tentar explicar, mesmo porque será difícil quebrar paradigmas sem entender e aceitar o conhecimento da complexidade sistêmica.

Para começar, vamos empregar corretamente o significado do “juntar”, que na visão sistêmica existe como a ação de interagir partes indissociáveis que se transformam em um todo maior. Um jogo simplesmente emendado não é um jogo.

É sutil a diferença de interpretação do jogo entre as propostas moderna e a tradicional, mas, como toda sutileza, produz respostas incríveis. O jogo muda, o treino muda, a visão e a competência do treinador mudam. Trabalhar o jogo em todos os âmbitos sob a perspectiva da complexidade sistêmica é conceber o universo das táticas individuais, de grupo e coletivas como responsáveis mutuamente por quase todos os fenômenos de campo.

O que fazer, como fazer, quando fazer e por que fazer em ações individuais, de grupo e coletivas se completam no significado do jogo. Quando a gente entra nessa discussão, parecemos interpretar o cachorro “correndo atrás do próprio rabo”, e não vamos chegar a lugar algum.

É provável que até saia fumaça das nossas cabeças ao pensarmos sob a perspectiva sistêmica! Mas não quero complicar o entendimento do leitor.

Posso garantir que é plenamente viável e necessário traduzir para a realidade do futebol o conceito da complexidade sistêmica. Tudo se transforma como em passe de mágica em treinos na forma de jogos simples e inteligentes. Tenho exercitado isso há anos e a cada treino e jogo sempre descubro novidades interessantes.

Tem muita gente complicando sem necessidade a interpretação e o trabalho desta nova forma de pensar e construir o jogo de futebol.

Vamos aproximando aos poucos da “vaca fria”! Não há como entender esse jogo sem percebê-lo como um todo. Nessa visão, não existe “defesa fraca”, “meio-campo inexistente”, “ataque inoperante”. O máximo que podemos admitir é que “algumas peças” não estão conforme as necessidades do coletivo e ou funções táticas e, por isso, são passíveis de troca. Mas o jogo tem por obrigação, que apresentar uma dinâmica que segue princípios e usa as táticas, individuais, de grupo e coletivas, que o permita existir como jogo. As peças e/ou estruturas vivem indissociavelmente em função de um “sistema” denominado jogo.

O jogo pelo jogo, o jogo através do jogo! Entender e trabalhar o jogo pela dinâmica do próprio jogo! Este é o preceito básico da Periodização Tática, metodologia de treinos e concepção de jogo que está mexendo com a cabeça dos treinadores no mundo.

Grande maioria, dentre os técnicos de futebol, sabe intuitivamente do que se trata, mas não está consciente da sua complexidade e funcionalidade. Por isso não consegue manejá-la. É tudo muito mais simples do que parece. É só treinar jogando intencionalmente, desenvolvendo recursos táticos para o jogo da sua equipe.

Conceber e treinar taticamente o jogo não quer dizer desprezar valências técnicas, físicas e psicológicas. Mesmo por que o treino em forma de jogo tem “superpoderes” que tratam de desenvolver as plenitudes individuais e coletivas demandadas no próprio jogo. Ainda assim, concebo os ciclos de treinos no futebol perfeitamente capazes de absorver enfoques físicos, técnicos e psicológicos em suas sessões. Além dos táticos, é claro.

Um segredo importante da Periodização Tática como metodologia de treinos para os esportes coletivos é sempre usar os componentes táticos do jogo, ainda que como pano de fundo, em todas as sessões.

A escola brasileira precisa ir fundo nessa forma de conceber e treinar o jogo para resgatar a organização tática do seu estilo de jogar. De tanto valorizarmos o nosso talento em habilidades individuais no manejo da bola, nos esquecemos do próprio jogo. O jogo do toque de bola e ações coletivas se perdeu com a supervalorização do individual. E, ao contrário do que muita gente boa pensa, não adianta criticar e ou apenas pedir aos jogadores e treinadores que façam o jogo taticamente bem jogado.

Aprender as lições do Barcelona é entender os conceitos táticos que regem o seu jogo e transformá-los em forma de treinar e jogar considerando a complexidade sistêmica da sua dinâmica. Tudo contextualizado à realidade brasileira.

Já afirmei e o continuo fazendo: o jogo brasileiro tem condições de ser tão produtivo quanto o do Barcelona ou ainda melhor. Será preciso tempo e mudança radical nos procedimentos atuais de treino e concepção do jogo.

Valorizar o passe em detrimento do drible na maior parte das circunstâncias táticas do jogo é mudança que demanda competência e tempo na aplicação de conteúdos. E estamos falando apenas de um dos importantes conceitos táticos do jogo dos catalães.

Até a próxima resenha.

Para interagir com o autor: ricardo@universidadedofutebol.com.br

 

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Uma palavra

“Uma vírgula muda tudo” era o slogan de uma campanha publicitária alusiva ao centenário de fundação da Associação Brasileira de Imprensa (ABI).

O material apresentava vários exemplos de como minúcias podem alterar radicalmente o significado de qualquer oração. Havia exemplos do quanto a pontuação podia atribuir valores (“23,4” ou “2,34”), instituir pausas (“Não, espere” ou “Não espere”) e até representar opiniões contraditórias (“Não queremos saber” ou “Não, queremos saber”).

Se o emprego da vírgula pode causar um estrago tão grande, usar uma palavra pressupõe responsabilidade ainda maior. Há muitos vocábulos cujas acepções são popularmente distorcidas. É o caso de “medíocre”, termo usado muitas vezes em contextos extremamente pejorativos, mas que significa “mediano”, “banal” ou “ordinário”.

A distorção semântica em torno da palavra “medíocre” veio à cabeça quando pululou na imprensa esportiva do Brasil o vocábulo “irrecuperável”.

O adjetivo foi usado pelo presidente do Santos Futebol Clube, Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, em entrevista ao repórter Jamil Chade, de “O Estado de S. Paulo”. Em encontro na Suíça, o dirigente brasileiro foi interpelado pelo jornalista sobre a transferência do meia Paulo Henrique Ganso para o São Paulo.

“Vão ter de acompanhar com muito cuidado o jogador. Na minha opinião, o que ele tem é incurável”. Essa foi, ipsis litteris, a declaração de Luis Álvaro que o jornal paulistano publicou. Foi o suficiente para a condição física de Paulo Henrique Ganso ser dissecada em diferentes veículos de mídia.

Paulo Henrique Ganso, 23, chegou ao Santos em 2005, ainda nas categorias de base. No profissional, o meia tornou-se um dos alicerces do elenco que ergueu três taças do Campeonato Paulista (2010, 2011 e 2012), uma da Copa Kia do Brasil (2010) e uma da Copa Santander Libertadores (2011).

Canhoto, esguio e eficiente no passe, Ganso também chamou atenção por ter um estilo de jogo que atualmente é raro. Em poucos meses, passou a ser tratado como o favorito a vestir a camisa 10 da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2014.

A trajetória do meia, contudo, nunca teve consistência. Assim como a ascensão foi extremamente rápida, o bom momento físico e técnico foi efêmero.

Ganso sofreu uma intervenção cirúrgica no joelho – a segunda do atleta, que já havia sido operado quando ainda estava nas categorias de base. Todo o histórico de lesões virou lenha na fogueira que Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro iniciou com a entrevista a “O Estado de S. Paulo”.

Via site oficial do Santos, o presidente emitiu nota para desmentir o teor da declaração. “Gostaria de esclarecer de forma veemente que em nenhum momento afirmei que a contusão do atleta Paulo Henrique Ganso é incurável”, diz o texto de Luis Álvaro.

Não, nunca afirmou. Isso é axiomático. Dizer que “O que ele tem é incurável” é muito diferente de dizer que “a lesão dele é incurável”. Sabe a história de “uma vírgula muda tudo”?

A discussão que não apareceu é que as duas histórias podem ser verdadeiras. Luis Álvaro pode ter dito que a situação de Ganso é incurável, mas pode ter feito referência a algo muito mais amplo do que a condição física.

A saída de Ganso do Santos foi precedida por intenso desgaste. O grupo econômico DIS, que detém um percentual dos direitos do atleta, tinha um problema com a diretoria do clube alvinegro. A indefinição sobre o futuro do camisa 10 acirrou essa discussão a ponto de criar um ambiente hostil para o jogador.

Dizer que o ambiente hostil é apenas um reflexo disso, porém, seria um reducionismo complicado. O problema de Paulo Henrique Ganso sempre foi maior do que o físico, o técnico ou o emocional.
O grande drama dele é a comparação constante entre o que ele é hoje e o que ele tem potencial para ser. A frustração advinda desse choque é que pode ser realmente incurável.

Analisar sutilezas como essas é um dos trabalhos mais importantes para qualquer jornalista. Geneton Moraes Neto disse uma vez que a regra básica para uma entrevista é fazer a pergunta: “Por que esse cara quer me enganar?”. Não são raros os textos que comparam entrevistas e danças.

Mais importante do que a declaração de Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro sobre Paulo Henrique Ganso é o recado implícito.

Há vários subtextos possíveis, que vão desde um questionamento sistêmico sobre o rendimento do meia (como o que este texto apresenta, aliás) até um simples subterfúgio para amenizar a perda no elenco do Santos.

Limitar o debate à condição física é ficar apenas em uma camada de algo multidimensional. Quem mais perde com isso é o consumidor da notícia.

Para interagir com o autor: guilherme.costa@universidadedofutebol.com.br

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Juiz no banco dos réus

Crise de organização, de criatividade técnica, de inovação tática, de formação. O estado moribundo também atinge a arbitragem.

Os árbitros têm sido protagonistas na maioria das rodadas do Campeonato Brasileiro de 2012. E, como a máxima do futebol, em minha opinião, se aplica perfeitamente, quando isso acontece é sinal de problema.

Empresto o título dessa coluna do jornal Zero Hora deste último domingo, que traz reportagem interessante sobre o tema, entrevistando árbitros brasileiros tarimbados.

Nela, as perguntas buscam encontrar causas e propor mudanças sobre a formação dos árbitros no país, a profissionalização da atividade, diferenças de estilos quando se apita fora do país, como na Taça Libertadores, o sorteio de árbitros.

Emito minhas opiniões específicas a respeito.

A profissionalização dos árbitros é mais do que bem-vinda. É necessária e já está atrasada em relação ao que se exigiu e se exige dos demais componentes da indústria do futebol.

A formação dos profissionais deve ser rigorosa e contínua. Obviamente que, para que seja atraente e justifique os investimentos, deve-se profissionalizar a atividade, para que a regularidade e qualidade da remuneração seduzam bons árbitros a ingressar nos quadros.

Não se pode considerar a arbitragem como algo secundário. Se assim for, os resultados dessa evolução exigida também serão, provavelmente, secundários.

Sobre o sorteio dos árbitros para os jogos, fui convencido, ao ler a reportagem, de que a imposição legal do Estatuto do Torcedor cria discrepância técnica ao tentar coibir manipulação e corrupção de resultados.

Isso pode acontecer com árbitros sorteados ou previamente escalados. E o Brasil é o único país que adota este procedimento.

Por fim, por que existem diferenças entre o estilo de apito dos árbitros brasileiros, no Brasil, e desses mesmos árbitros, nas competições internacionais?

Porque as circunstâncias são diferentes. Porque a cultura do futebol é diferente entre o Brasil e os demais países.

Como afirma Leonardo Gaciba, o desafio aqui é de ordem técnica. Os jogadores desafiam a arbitragem com simulacros, ludíbrios e desorientações. Inclusive má-fé e deslealdade.

Fora do Brasil, a dificuldade é de natureza disciplinar. Testar limites do árbitro para a violência e jogo duro, viril, truculento e, por vezes, desleal.

Não sei qual dos dois cenários é mais complexo.

Mas, como sou brasileiro, e vivi de forma diletante o futebol, dentro de campo – coisa que sigo fazendo – com maior ou menor grau de competitividade, prefiro analisar nossas circunstâncias do que jogar pedra nos vizinhos e hermanos.

Até no campeonato amador que disputo aqui, a animosidade e a agitação para com a arbitragem é excessiva.

E o excesso tem origem no comportamento dos jogadores que o disputam. Em geral, decorrente da falta de técnica, de condição física, e de sobra de frustrações acumuladas ao longo da semana.

Que não justificam o comportamento, embora expliquem por estarem amparados na condição humana.

Mas a condição humana também deveria levar, para dentro de campo, atitudes como à de Klose, que marcou um gol de mão, validado pelo juiz que, posteriormente, acatou o pedido do jogador para anulá-lo, num gesto de honestidade e caráter que vem desde fora do campo. Veja no link abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=HTfYDHFJwKg

A Lei de Gerson segue ecoando nas entranhas do futebol brasileiro e isso o impede de evoluir, rompendo com o que já não serve mais.

Além disso, a cultura da reclamação pura e simples, para se levar vantagem em detrimento da justiça e do bom senso representa, perigosamente, o que a sociedade brasileira, efetivamente, deseja para si.

Se o mesmo ímpeto fosse canalizado para protestos efervescentes nas ruas, como acontece na Espanha, contra a corrupção na política, tenho certeza que nosso futebol também estaria em outro estágio de civilidade e evolução.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br

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Banco de jogos – jogo 6

No jogo de futebol, algumas movimentações estão mais associadas à conservação da posse de bola do que a progressão ao alvo. Como o objetivo do jogo é fazer mais gols que o adversário, ações táticas mais agressivas, associadas à criação de superioridade numérica e aproximação da meta do oponente, são necessárias. Entre elas: a ultrapassagem, caracterizada pela progressão à frente da linha da bola, e a penetração, conceituada como a ocupação do espaço nas costas dos defensores.

Tais movimentações, capazes de gerar rupturas nas linhas de defesa, precisam ser treinadas se forem comportamentos esperados pelo treinador em seu Modelo de Jogo. Na sequência, um exemplo de treino que pode potencializar a ocorrência dessas ações.

Jogo Conceitual em Ambiente Específico de Ultrapassagem e Penetração

– Dimensões do campo oficial. ~ 100m x 70m;

– Campo dividido em 3 faixas horizontais (30, 40 e 30m);

– Demarcação de 2 linhas (tracejadas em azul), distantes 10 metros da linha do meio campo;

– Tempo de atividade, incluindo esforço e pausa, a critério da Comissão Técnica, em função dos objetivos desejados.

 


 

Plataforma de Jogo Equipe A (preta): 1-4-4-2 (duas linhas)
Plataforma de Jogo Equipe B (azul): 1-4-3-3



Regras do Jogo

1.Até a linha tracejada no campo defensivo são permitidos, no máximo, 2 toques na bola e passe somente pra frente;

2.Entre a linha tracejada defensiva e a linha 2 são permitidos, no máximo, 2 toques na bola;

3.Receber a bola de costas no campo de ataque e perder a posse de bola = 1 ponto para o adversário;

4.Receber um passe à frente da linha da bola a partir da linha 2, quando, no momento do passe o jogador que recebeu estava atrás da linha da bola = 1 ponto;

5.Receber um passe nas costas da linha de defesa adversária no campo de ataque = 1 ponto;

6.Receber a bola em situação de impedimento = 1 ponto para adversário;

7.Gol = 5 pontos;

8.Gol a partir de penetração ou ultrapassagem = 10 pontos

Assista aos vídeos com os exemplos de algumas regras:

Regra 4
 


 

O jogador número 2 da equipe preta recebe um passe do jogador número 11 e, antes do passe, encontrava-se atrás da linha da bola. Esta ação vale 1 ponto para a equipe preta.

Regras 3 e 5
 


 

O jogador número 11 da equipe preta recebe a bola de costas e o jogador número 4 da equipe azul recupera a posse de bola. Em seguida, após troca de passes, o jogador número 8 da equipe azul faz um passe nas costas do jogador número 6 da equipe preta e o jogador número 10 recebe a bola. Estas ações valem 2 ponto para a equipe azul.

Regra 8
 


 

Após a equipe preta ter pontuado (Regra 4), o jogador número 2 cruza para o jogador número 10, que faz o gol. Esta ação vale 10 pontos para a equipe preta.

Aguardo dúvidas, críticas e sugestões. Abraços e bons treinos!

Para interagir com o autor: eduardo@universidadedofutebol.com.br

Leia mais:
Banco de jogos – jogo 1
Banco de jogos – jogo 2
Banco de jogos – jogo 3
Banco de jogos – jogo 4
Banco de jogos – jogo 5

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Debates em Quito acerca da segurança nos estádios de futebol

O seminário tem por objetivo fomentar debates sobre a segurança em eventos esportivos e contará com a participação de jornalistas, empresários, diretores de clubes, torcedores e outros, para que, a experiência em cada uma das áreas do esporte, possa enriquecer o debate.

Nesta última quinta-feira foram proferidas palestras com participação dos convidados e, hoje [sexta], serão realizadas visitas a locais onde ocorrem os espetáculos esportivos em Quito, para conhecer in loco as necessidades para melhoria das condições.

Para o evento, além de mim, proferiu palestra a inglesa Ctharine Ann Long, diretora de serviços para os torcedores da Premier League (Head of Supporter Services at teh Premier League).

O mote para o evento foi a edição de uma Ordenanza (espécie de lei municipal) pelo Município de Quito fixando regramentos para a infraestrutura, acesso e segurança dos torcedores nos estádios da cidade.

Na primeira experiência da nova norma, durante a partida entre Equador e Bolívia, válida pelas Eliminatórias para o Mundial de 2014, não houve ocorrência de fatos violentos.

Por outro lado, a Associação Equatoriana de Futebol manifestou insatisfação em virtude da diminuição da capacidade do estádio.

Assim, durante o evento, na primeira palestra, apontei a importância da infraestrutura adequada nos estádios de futebol com fundamento nas recomendações da Fifa e da Uefa.

Depois, na segunda exposição, apontei as causas da violência, os principais pontos da legislação sul-americana, as experiências positivas de países europeus e, ao final, sugeri soluções para a violência nos estádios de futebol.

Nesta sexta, após a visita aos estádios de futebol da cidade, será redigida uma conclusão cujo conteúdo será objeto da coluna da próxima semana.

Diante de uma análise preliminar, constata-se a relevância acerca do debate do tema, eis que uma avaliação da legislação sul-americana demonstra que há muito o que evoluir, o que se pretende com este seminário promovido pelo município de Quito, que desde já parabenizo pela iniciativa.

Para interagir com o autor: gustavo@universidadedofutebol.com.br

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A Volkswagen e o patrocínio ao Neymar

Desde março deste ano, período em que foi assinado o contrato de patrocínio da Volkswagen ao atleta Neymar, a montadora alemã tem realizado ações de ativação estruturadas, com adequação à mensagem, e que apresentam continuidade, em um acordo de patrocínio que vai até 2016 (longo prazo).

A estratégia de associar a marca da empresa ao melhor atleta do futebol brasileiro e com maior evidência no país, principalmente em um período pré-Copa do Mundo no país do futebol, e promovendo ações relevantes para os consumidores, credencia a Volkswagen como um dos maiores patrocinadores esportivos do país.

Atualmente, o jogador participa de diversas campanhas publicitárias da marca, e usa modelos da Volkswagen no seu dia a dia. O modelo escolhido para o jogador promover foi o novo Gol, associando diretamente o produto da empresa com as características da modalidade patrocinada, bem como com a tarefa principal do jogador patrocinado em campo, mostrando a importância e a emoção do “Gol”.

Em uma das campanhas, o cenário escolhido para finalizar o comercial foi o Maracanã, estádio que está em obras para a Copa 2014. Neymar mostra que o primeiro gol do novo Maracanã é o da Volkswagen.

Além disso, a montadora é também patrocinadora da CBF e da seleção brasileira desde 2009. Esse conjunto de investimentos nas principais propriedades da plataforma futebol no Brasil faz com que a Volkswagen esteja presente na mente do consumidor com grande valor agregado.

Além da televisão, as campanhas estão sendo veiculadas em anúncios de revistas, nos aplicativos para Iphone e ações na internet, desta forma, integrando todas as mídias.

*Victor Lima é graduado em Ciência do Esporte pela UEL, e MBA em Gestão e Marketing Esportivo pela Trevisan Escola Superior de Negócios. Atualmente, é Co-Líder do Núcleo Futebol na BSB – Brunoro Sport Business.

Ele substituiu Geraldo Campestrini nas últimas três semanas na Universidade do Futebol, em virtude das férias do colunista.
 

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Bolas, laranja e gente

A proposta do presente espaço é fazer uma abordagem crítica e didática sobre o trabalho da mídia no futebol. Sem melindres ou adulações, a ideia é usar exemplos concretos para discutir conceitos de jornalismo esportivo e propor discussões que possam enriquecer o debate.

A história desta primeira coluna começa no dia 11 de setembro de 2012. O ex-jogador Paulo Cézar Caju, campeão do mundo com a seleção brasileira em 1970, publicou em seu blog no site do jornal O Estado de S. Paulo uma coluna intitulada “O fundo do poço se aproxima” (http://tinyurl.com/9xn585j).

No texto, Caju avalia o atual momento do futebol brasileiro a partir de diferentes aspectos. O colunista critica jogadores, árbitros, treinadores, dirigentes e até jornalistas.

“Por fim, ainda temos de aturar os analistas de computador, comentaristas que nunca chutaram uma laranja e ‘resolvem’ todos os problemas com uma arrogância irritante”, escreveu.

Criticar jornalistas é sempre uma seara intrincada. Poucas profissões lidam tanto com o ego. É extremamente difícil tomar partido em um grupo que vive de “publicar antes”, “apurar melhor”, “escrever com mais fluidez” ou coisas do tipo.

Jornalismo é competitivo por natureza, seja entre diferentes veículos ou mesmo no ambiente das redações, e incita posturas que muitas vezes resvalam até na arrogância.

Por isso, era de se esperar que Caju não ficasse incólume. A resposta mais célebre foi publicada no dia seguinte, no blog que o jornalista Leonardo Bertozzi mantém no site da ESPN (http://tinyurl.com/9etsdmz).

O post chamado “Sobre bolas e laranjas” tem um perfil muito mais emotivo do que a coluna de Caju. Bertozzi relata experiências pessoais como goleiro em campeonatos de escola e em jogos no condomínio. Também diz que brinca de chutar laranjas com a filha Laura, e usa tudo isso para falar sobre a relação que tem com o futebol.

A segunda coluna, até pelo tal perfil emocional e menos ranzinza, suscita empatia maior do que o texto inicial de Caju. Contudo, as duas publicações servem como mote para uma discussão um pouco mais abrangente: os requisitos inexoráveis para a formação de um jornalista esportivo.

O uso de ex-jogadores na crítica esportiva não é exclusividade do Brasil e nem do futebol. Aliás, não se trata sequer de uma prática recorrente apenas no esporte. No entretenimento, por exemplo, críticos são assiduamente rotulados como “cineastas frustrados”, “músicos frustrados” ou simplesmente “frustrados”.

Um dos grandes exemplos disso é a revista francesa “Cahiers du cinéma”, fundada na década de 1950. A publicação foi fundada por André Bazin, Jacques Doniol-Valcroze e Joseph-Marie Lo Duca, e posteriormente reuniu alguns dos principais nomes do cinema francês (François Truffaut, Claude Chabrol, Jean-Luc Godard e Eric Rohmer, só para citar alguns).

A revista chamou atenção por assumir posturas contundentes e por publicar críticas verborrágicas de gente que desejava mudar a cara do cinema. As análises pessimistas sobre a área eram oriundas de profissionais que estavam dispostos a provocar mudanças ou que militavam em busca de um modelo diferente.

O problema é quando a crítica é vazia, e isso leva a um primeiro ponto sobre a formação da crítica no esporte. Ataques à qualidade do jogo ou à qualidade do espetáculo são comuns – e muitas vezes pertinentes, diga-se –, mas não fazem sentido se forem simplesmente para tomar partido.

O também ex-jogador Tostão mantém uma coluna no jornal Folha de S.Paulo e lamenta frequentemente o atual nível técnico do futebol no Brasil. Mas usa isso como mote para falar sobre a formação de atletas e o trabalho de base que (não) é feito no país, e isso dá sentido à análise inicial.

Um jornalista precisa saber escrever. Parece redundante dizer isso, mas a proficiência no uso do idioma escrito é cada vez menos disseminada.

Um jornalista precisa saber fazer análises contextualizadas, que tentem perquirir determinado assunto e não reflitam apenas os gostos pessoais. Mesmo em espaços opinativos, um jornalista deve expor argumentos e embasar teorias. A opinião rasa não é relevante.

Isso nos leva a outro ponto: analisar demanda visão sistêmica. E visão sistêmica demanda entendimento. Isso não tem nada a ver com a vivência esportiva de quem produz o comentário.

Vivemos em um país de ranço tecnicista, que ainda ensina esporte com uma perspectiva militarizada e não fomenta o entendimento sobre o jogo. Independentemente da modalidade, o atleta baseia a eficiência em um misto de empirismo e instinto. É o famoso “fazer o certo sem saber por que fez”.

O atleta que não compreende o jogo pode até analisá-lo. Basta citar experiências e relacionar acontecimentos recentes com situações que ocorreram durante a carreira dele. Contudo, alguém que não sabe os meandros da modalidade não consegue colocar isso em perspectiva.

Isso mostra que a formação de analistas esportivos está intrinsecamente ligada à formação esportiva como um todo, e aqui eu não falo do alto nível competitivo. A visão sobre o jogo pode ser desenvolvida na escola ou no condomínio citados no texto de Leonardo Bertozzi.

Compreender o jogo, todavia, não é apenas saber como as peças se deslocam ou como os lances acontecem. O entendimento passa por algo básico, mas raro: notar que o esporte é feito de pessoas.

Pessoas são complexas, cheias de camadas e multidimensionais. Portanto, nenhuma análise é completa se não unir o viés técnico do esporte a um contexto pessoal.

Tostão escreveu certa vez que o comentarista ideal reuniria características diferentes de vários profissionais que estão na mídia esportiva brasileira atualmente.

Na minha opinião, o comentarista ideal teria de pinçar deles a visão técnica, o domínio do idioma e o entendimento do jogo. No entanto, só seria ideal se pudesse desenvolver também um conhecimento profundo sobre gente.

Para interagir com o autor: guilherme.costa@universidadedofutebol.com.br

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Reputação

Ao assistir ao muito bom filme norueguês “Headhunters”, o protagonista chama a atenção para algo que realmente importa na vida e nos negócios: a reputação.

Ao assistir também ao programa Sportv Repórter sobre a organização e estruturação do futebol na China, o tema foi novamente abordado.

Naquele país, muito está se investindo na contratação de jogadores, técnicos, preparadores físicos de outros mercados para construir a credibilidade da Liga Chinesa – abalada por escândalos de corrupção na arbitragem, manipulação de resultados e falta de histórico na formação de talentos e desenvolvimento interno do mercado.

Além disso, havia visto o mesmo programa na TV por assinatura, mas que tratava da longevidade e do sucesso que jogadores como Seedorf, Zé Roberto, Índio, Forlán, D’Alessandro, Paulo Baier, Elano, têm feito no Brasil e como se explica este fenômeno.

Nesse ponto, em especial, comparei com minhas observações atentas, nas andanças pelo interior do estado do Paraná, dos Jogos Escolares Bom de Bola. O arquétipo dos jovens de 12 a 17 anos sobre o que vem a ser um jogador de futebol bem-sucedido e modelo a ser seguido está mais para Neymar do que para Zé Roberto.

A reputação é construída por nós em todos os momentos. Nossas ações e omissões forjam o conjunto de características que, aos olhos da sociedade, definem como somos considerados ao se travarem as relações pessoais e profissionais.

Analisar a reputação das pessoas é um meio eficiente de controle social natural, espontâneo e universal porque, em mercados, instituições, corporações, grupos de pessoas, esta avaliação dinâmica favorece a evolução das relações sociais segundo parâmetros definidos pelos seus próprios atores.

Enquanto os jovens não souberem a diferença entre fama (efêmera) e sucesso (perene e que baliza a reputação), a formação e retenção de talentos em nosso futebol serão deturpadas.

No exemplo do futebol chinês, o volume de investimentos realizados também visa acelerar a construção da reputação positiva do mercado e, com isso, estabelecer um ciclo virtuoso e atrativo como destino de negócios.

O futebol brasileiro necessita, também, fortalecer a reputação para além-campo. Mesmo porque isso já vem sofrendo há alguns anos na já exaustivamente mencionada crise técnica por que passamos.

A configuração em verdadeira liga de futebol seria um grande passo para alçar a gestão dos clubes e das competições a um patamar autossustentável e autorregulado.

O endividado futebol nacional – que, se não tomar cuidado, vai ficar ainda mais – deveria fazer uso da credibilidade conquistada dentro de campo para se estruturar profissionalmente fora dele.

“Crédito é mais importante do que dinheiro”, indica o ditado, que se aplica de verdade nas relações pessoais, profissionais e sociais.

Quem tem crédito costuma gozar de ótima reputação. Que, ao fim e ao cabo, é o que importa na vida.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br

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A análise do modelo de jogo

A competição é o meio ideal para o acompanhamento da evolução do modelo de jogo de uma equipe. Nela é possível analisar o desempenho individual e coletivo em cada um dos momentos do jogo.

Quanto melhores forem as ferramentas de análise, mais precisas serão as informações que o treinador terá em mãos para a elaboração de seu planejamento semanal.

Melhores ferramentas de análise não significam, necessariamente, as com grande poderio tecnológico. Como já foi abordado em outra coluna, é possível estabelecer uma leitura ampliada de uma equipe dispondo somente de um papel e uma caneta. Basta um significativo aprendizado tático do jogo de futebol.

Posto isso, como você analisa sua equipe?

Somente quantifica passes, desarmes, lançamentos e finalizações? Suas ferramentas de análise estão proporcionando informações precisas do seu modelo de jogo?

Já se preocupou em quantificar elementos qualitativos do seu jogar? Na tese do treinador Rodrigo Leitão (2009), podem ser observados alguns comportamentos de jogo que foram analisados ao longo de 18 partidas oficiais de uma equipe sub-17 e que servem como exemplos para uma proposta de análise qualitativa do modelo de jogo.

Os comportamentos analisados pelo treinador foram o de tempo para a recuperação da bola, tempo para a recomposição da equipe ao meio campo, número de chutões da própria equipe, número de chutões do adversário, êxitos na primeira bola, êxitos na segunda bola e zonas de maior incidência de desarmes e de interceptações.

De acordo com o modelo de jogo idealizado, o objetivo era que cada um dos itens apresentasse uma resposta específica ao término das 18 partidas.

Eram elas: redução do tempo de recuperação da posse de bola para valores próximos de cinco segundos; redução do tempo de recomposição à linha 3; diminuição para valores próximos do zero do número de chutões da sua equipe e aumento do número de chutões do adversário; aumento do percentual de êxito nas “primeiras” e “segundas” bolas, visto que ocorreriam com maior frequência em virtude do aumento de chutões dos oponentes e maior incidência de desarmes nas faixas laterais ofensivas e de interceptações no campo de defesa.

Cometerá um equívoco quem, a partir de agora, reproduzir estes elementos qualitativos na análise de suas equipes. Afinal, tais comportamentos fazem sentido às ideias de jogo de Rodrigo Leitão (sintetizadas em sua tese), para a equipe em questão e que podem não ter nenhuma similaridade com as suas (ideias e equipe).

Acertará quem, a partir deste estudo, refletir sobre como adaptá-lo a sua realidade. Com os exemplos citados, fica evidente que elementos não faltam para compor uma boa análise.

Antes de tal avaliação, no entanto, espera-se a definição de um modelo condizente com os princípios de jogo do futebol moderno.

Infelizmente, estes modelos quase não são vistos na atualidade futebolística brasileira. O que vemos, por enquanto, é uma imprensa que enche os espectadores de números que dizem muito pouco sobre uma equipe, comentaristas que analisam fragmentos do jogo e treinadores que se alternam na dança das cadeiras do futebol brasileiro. Pagamos o caro preço dos modelos ultrapassados.

Precisam emergir profissionais que busquem a evolução e lutem pela construção de um jogo que atenda às demandas do futebol competitivo.

Assim, ao invés de observarmos aquele “scout analfabeto” (como já bem afirmou Leitão), poderemos nos deparar com elementos como: o tempo gasto para repor a bola em jogo, o número de invasões à zona de risco, os setores de maior incidência de perda da bola ou o tempo para ultrapassar o meio campo com a equipe em posse.

Como você analisa sua equipe?

Aguardo sua resposta!

Para interagir com o autor: eduardo@universidadedofutebol.com.br

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A Associação Portuguesa de Adeptos e os direitos do torcedor como interesse global

Desde o lançamento do livro “Direito do torcedor: A evolução dos direitos do consumidor do esporte” tenho escrito artigos, proferido algumas palestras e participado de programas de televisão e de rádio.

Após cada artigo ou evento, invariavelmente, recebo alguns e-mails de várias partes do Brasil e até do exterior. Tivemos pedidos do livro para países como Portugal, Espanha, Argentina e Inglaterra.

Diante disso, percebe-se, que a necessidade de se assegurar os direitos dos torcedores é um anseio mundial.

Neste esteio, antes, ainda, de lançar o livro, contatei o sr. Costa Pereira, presidente da Associação Portuguesa de Adeptos (http://www.apadeptos.org/), órgão que tem por objetivo proteger os direitos dos torcedores portugueses.

A APA tem atuado de maneira extremamente incisiva e efetiva no estabelecimento de direitos aos torcedores portugueses.

A fim de atender aos interesses dos consumidores de eventos esportivos de Portugal, a associação pretende, nos termos da Constituição portuguesa, enviar à Assembleia Portuguesa uma petição solicitando a criação da Lei de Proteção ao Torcedor.

Algo semelhante com a “Iniciativa Popular” prevista na Constituição brasileira, sem, no entanto, a necessidade do recolhimento de cerca de dois milhões de assinaturas.

O fundamento para a referida petição está no artigo 52 da Constituição portuguesa:

Artigo 52.º (Direito de petição e direito de ação popular)

1. Todos os cidadãos têm o direito de apresentar, individual ou coletivamente, aos órgãos de soberania, aos órgãos de governo próprio das regiões autônomas ou a quaisquer autoridades petições, representações, reclamações ou queixas para defesa dos seus direitos, da Constituição, das leis ou do interesse geral e, bem assim, o direito de serem informados, em prazo razoável, sobre o resultado da respectiva apreciação.

2. A lei fixa as condições em que as petições apresentadas coletivamente à Assembleia da República e às Assembleias Legislativas das regiões autônomas são apreciadas em reunião plenária.

3. É conferido a todos, pessoalmente ou através de associações de defesa dos interesses em causa, o direito de ação popular nos casos e termos previstos na lei, incluindo o direito de requerer para o lesado ou lesados a correspondente indenização, nomeadamente para:

a) Promover a prevenção, a cessação ou a perseguição judicial das infrações contra a saúde pública, os direitos dos consumidores, a qualidade de vida e a preservação do ambiente e do património cultural;

b) Assegurar a defesa dos bens do Estado, das regiões autônomas e das autarquias locais.

Dessa forma, constata-se que o Estatuto do Torcedor é uma lei moderna e que pode servir de base para outras legislações.

Ou seja, cabe ao cidadão brasileiro lançar mão da ferramenta legal que possui para assegurar seus direitos, eis que possui uma das melhores legislações do mundo. Basta aplicá-la.

Para interagir com o autor: gustavo@universidadedofutebol.com.br