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Projeções do COB para 2016: crescimento de 100%

Os Jogos Olímpicos de Londres caminham para o seu final e o Brasil conquistou 15 medalhas e há expectativa de outras em modalidades como o vôlei, cujas finais ainda não ocorreram. Assim, a meta estabelecida pelo COB já foi atingida.

Há 20 anos, em 1992 (Barcelona), foram três medalhas; em 1996 (Atlanta), quinze; em 2000 (Sidney), doze; em 2004 (Atenas), dez; e em 2008 (Pequim), quinze. Dessa forma, a tendência é que se mantenha a média recente que atesta a evolução da equipe olímpica brasileira.

Os investimentos no esporte de alto rendimento aumentaram 48% desde Pequim e para o ciclo olímpico do Rio esta verba deve aumentar de 370 milhões de dólares para 700 milhões de dólares.

Com este aumento, o Comitê Olímpico Brasileiro tem a intenção de dobrar o número de medalhas, conquistando trinta em 2016.

Este crescimento de 100% é superior ao chinês que, de 63 medalhas em Atenas (2004), alcançou 100 medalhas em Pequim (2008), um acréscimo de 59%.

Além disso, pela proporção investimento x medalha, cada pódio chinês custou 30 milhões de dólares,enquanto cada conquista brasileira custará 23,3 milhões de dólares.

Importante destacar que medalhas olímpicas não podem ser compradas e que só o dinheiro não é suficiente, deve haver instituições, qualificação de treinadores, atletas experientes, enfim, o investimento deve ser contínuo.

Outro aspecto importante constado pelo COB é de que as grandes potências olímpicas para manterem seu padrão de medalhas devem conquistá-las em pelo menos treze modalidades, e o Brasil costuma chegar ao pódio em poucas categorias.

Metade das conquistas brasileiras são oriundas de vela, vôlei e judô. Em 2016, o COB pretende conquistar medalhas em dezoito modalidades.

A fim de alcançar a meta de 30 medalhas em 18 modalidades, o COB utilizará um programa de computador que levará em conta o número de medalhas em disputa em cada modalidade e dentre elas está o boxe, que conquistou três medalhas em Londres.

Ademais, será conferida experiência internacional aos atletas a fim de se evitar deslumbramentos.

Se tudo der certo, daremos um salto fantástico no Rio de Janeiro em 2016. Entretanto, deve-se ficar atento para que o crescimento seja duradouro como o chinês e não fracassado como o grego, que após avançar 23% entre 2000 e 2004 (saltou de 13 para 16 medalhas), conquistou apenas quatro em 2008.

Para interagir com o autor: gustavo@universidadedofutebol.com.br
 

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Clubes buscam novos endereços

Com a desatualização de suas casas, muitos clubes, no Brasil e em outros países, buscam novos endereços para ter seus estádios. O grande motivo é a impossibilidade de reformar, por limitações do entorno ou da capacidade do equipamento atual.

O Chelsea, como mostrei em uma coluna aqui na Universidade do Futebol, está em busca de um novo local para um estádio icônico e com capacidade maior. O Corinthians já deixou de ter o Pacaembu como palco principal de seus jogos para ter agora seu próprio estádio. Assim como o Grêmio e como muitos outrosclubes italianos e suas modernizações visionárias.

É totalmente compreensível a busca por novos espaços que sejam fonte renda e que tragam mais identidade e força para o clube. No entanto, como ficam os vários estádios abandonados? Virarão museus? Um galpão abandonado é facilmente transformado em edificações para outras atividades, mas e os estádios? É difícil imaginar uma atividade.

Que jogos o Pacaembu, por exemplo, terá? Shows são proibidos no estádio por causa da vizinhança. Quais atividades manterão o estádio? É interessante que cada estado tenha seu estádio público, mas a que custo?

O Morumbi é um exemplo de fidelidade. O São Paulo tem uma identidade e orgulho de seu equipamento, embora localizado em um terreno com entorno muito bem firmado e construído, ou seja, limitado para expansões e até mesmo para receber grandes eventos. Os que permanecem têm certas dificuldades, mas o que se faria se o São Paulo abandonasse um estádio como o Morumbi?

Universidades, museus, clubes, centros culturais? Algo bem inusitado, mas poderiam ser opções; mas, enfim, seriam equipamentos de múltiplas funções para conseguir dar conta financeiramente de um equipamento de grande porte como um estádio.

Vale lembrar que o brasileiro não tem costume de visitar museus. Temos um índice baixíssimo perto de países europeus. Então, neste momento de abandono, é o momento de fomentar a visitação, a cultura e educação, ou buscar usos mais inusitados ainda para conseguir evitar, aí sim, os elefantes brancos. Elefantes brancos não serão os da Copa do Mundo de 2014, mas aqueles deixados para a história.

Realmente era necessária a construção de novos estádios para a Copa do Mundo. Em alguns locais, os existentes não dariam conta mesmo com grandes reformas, por questões principalmente de segurança. Mas é realmente necessário pensar no que fazer com palcos de tantas partidas até então.

Estamos, assim como todos os proprietários desses estádios abandonados, fadados a encontrar uma atividade, uma forma de utilizar bem os espaços deixados para trás ou para uma possível e triste demolição.

Compreensível a atitude, mas problemática.

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Competição

A que mercado pertencemos? Onde a indústria do futebol está classificada? Com quem o futebol compete? Eis uma antiga discussão, que tem também um pouco a ver com miopia de marketing e a não compreensão sobre o setor em que a organização de fato atua.

Michael Porter, considerado um dos grandes nomes da estratégia organizacional, fala que a definição do trabalho estratégico deve passar pela compreensão e enfrentamento da competição.

Porter fala nas famosas cinco forças que moldam a competição no setor:

A ameaça de novos entrantes: caracterizado pelas organizações que investem para conquistar participação no mercado. Os clubes pouco sofrem com este fator no curto prazo por conta da longevidade que muitas marcas possuem e por não serem substituíveis tão facilmente quanto outros produtos de consumo.

O poder dos fornecedores: que transferem custos para os participantes do setor. No futebol, poderíamos exemplificar os agentes de futebol, que negociam contratos e comercialização de jogadores, fazendo pressão sobre as finanças dos clubes.

O poder dos clientes: podem captar valor ao forçar os preços para baixo ao exigir melhor qualidade ou mais serviços. Para o futebol, temos como clientes os patrocinadores, a mídia e os torcedores, para ficarmos nos exemplos mais simples. A questão é que raras vezes os supracitados são tratados de fato como clientes na acepção da palavra.

A ameaça de substitutos: desempenham função idêntica ou semelhante à do produto “original”, só que por meios diferentes. Considerando que estamos no mercado do entretenimento, todas as formas de fazê-lo podem ser substitutas ao futebol. Logicamente que marcas como Flamengo, Corinthians, Vasco, Palmeiras, São Paulo, Fluminense etc. são insubstituíveis. Mas na plataforma de consumo, em muitas situações, o são.

A rivalidade entre os atuais concorrentes: se manifesta sob formas como descontos de preços, lançamentos de novos produtos, campanhas publicitárias e melhorias nos serviços. Um patrocinador poderá escolher um ou outro clube por conta da sua organização, dos craques que as equipes possuem ou por um momento esportivo mais favorável.

Logicamente que seria leviano comparar os Jogos Olímpicos com o ofuscamento do Campeonato Brasileiro em virtude da dimensão dos dois eventos. Mas em histórico recente, muitos jogos de futebol têm perdido em público e audiência para outros esportes ou outras plataformas de entretenimento, como novela, shows, teatro, cinema ou passeio no shopping.

O breve relato serve para refletir sobre como efetivamente definimos nossas estratégias diante do mercado e do cenário macroeconômico e social existente. Entender estes movimentos e perceber as forças de cada aspecto é fundamental para a sobrevivência no médio-longo prazo.

Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br
 

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Culpa e desculpa

Um vídeo de grande repercussão, nesta semana, fez-me pensar a respeito dos rumos da gestão esportiva no Brasil, em termos estratégicos.

O futebol, obviamente, não escapou da crítica ali presente, também sendo citado como uma das causas do baixo grau de organização e desenvolvimento do contexto esportivo nacional, por canalizar os esforços de regulamentação legislativa e dos investimentos públicos e privados.

Intitulado “O Esporte pede desculpas”, são apontados diversos fatores que poderiam explicar e justificar os resultados ruins nos Jogos Olímpicos de Londres.
 


 

Penso que, em essência, são duas as formas de análise sensata do “quadro de medalhas”, até aqui, metade da competição já disputada.

Uma delas, individualizante, põe os atletas e/ou equipes sob a luz. Por que Cielo, Murer, futebol feminino, basquete feminino, Diego Hipólito, não conseguiram melhor desempenho?

Por que, se, dentre outros fatores, são os mesmos adversários que normalmente se encontram com os brasileiros nas demais competições internacionais – algumas de mesmo grau de exigência?

Por outro lado, temos um histórico déficit sistêmico no esporte brasileiro, quando olhamos de cima.

Faz muito pouco tempo que temos um estímulo a um maior número de esportes para proliferar no país.

Ainda assim, esbarra-se no baixo número e qualificação do aparelhamento e instalações capazes de forjar novos atletas.

Associado a isso, a organização das competições no país força, obrigatoriamente, os atletas promissores – não os de ponta, que já estão lá – a saírem do país para treinar e competir.

Por fim, mas como ponto mais importante, falta-nos estímulo maciço e qualificado da prática esportiva nas escolas.

Sim, esporte escolar. Esporte como educação. Esporte no ensino fundamental, médio e superior, que possibilite aumentar o número de praticantes com nível competitivo médio, para que, na ponta do alto rendimento, mais e melhores atletas disputem competições internacionais representando o país.

Como ocorre nos Estados Unidos.

Como poderia ocorrer aqui no Brasil, com vários esportes, incluindo o futebol.

Enfim, um sistema esportivo-educacional que, no mínimo, formaria um grande número de cidadãos inseridos na sociedade e que disseminariam os valores que lhes proporcionara o esporte.

Quando, e se esse momento chegar, as críticas negativas ou os grandes elogios aos nossos atletas e equipes serão mais sensatos.

Até lá, prefiro ficar na torcida, na arquibancada, e não pensar em culpa ou desculpas.

Simplesmente, torcer, pois é o que resta no cenário de carência de pensamento e ação integrados para aproveitar o potencial esportivo do país como transformação social, como primeiro passo, e medalhas no pescoço, como consequência.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br 
 

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As sutilezas do jogo de futebol: ataque a bola, velocidade e complexidade

Antes da minha coluna propriamente dita, devo dizer (escrever) que é um grande prazer participar novamente, semanalmente desse espaço.

Mais ainda por poder dar sequencia ao trabalho do colunista e amigo Bruno Baquete, e retomar algumas discussões que outrora deixei pelo caminho.

Importante destacar que na minha ausência das colunas, dentre outras coisa, pude me dedicar a análise de uma infinidade de dados que comigo estavam sendo armazenados por anos, ávidos para se transformarem em informação científica.

E agora, formatados para publicação, passo-os ao Bruno, para que sejam discutidos e publicados. E nesse revezamento de atribuições e produções, ganhamos todos nós.

Pois bem.

Então, agora vamos lá…

A análise da velocidade no jogo de futebol não deve estar restrita somente à observação dos movimentos dos jogadores (com ou sem bola).

Ela (a análise da velocidade) deve estar condicionada, além da execução da ação, propriamente dita, à percepção, interpretação, avaliação e tomada de decisão do jogador.

Da percepção para a ação, temos o tempo total entre um problema emergente e a resposta a ele em uma circunstância de jogo.

A boa “leitura” das situações-problema em uma partida de futebol pode permitir dedução antecipada das próximas ações dos adversários, e tornar mais rápidas e eficientes as respostas a essas ações.

Em um jogo ocorre um sem número de interações sistêmicas, a partir das quais, a ação de cada um dos jogadores interfere de imediato (direta ou indiretamente) na ação de seus companheiros e adversários.

Então, jogadores que “encurtam” o hiato entre o “perceber?…?agir”, acabam por exigir de seus companheiros e adversários, reações de mesma magnitude temporal, especialmente daqueles mais próximos de onde está a bola.

Tomemos como exemplo a distância entre um jogador de posse da bola e seu marcador, que se aproxima para tentar um desarme.

À medida que o marcador chega mais perto do jogador que tem a bola sob seu domínio, o ângulo de passe desse jogador se modifica. E estando o ângulo de passe condicionado a essa aproximação, o posicionamento em campo, de qualquer jogador que queira servir de apoio ao portador da bola, também estará condicionado a ela (a aproximação).
Isso significa que para dar sequência a uma jogada a partir da transmissão da bola, o jogador de posse dela, necessitará que seus companheiros se movimentem na mesma magnitude temporal do problema gerado pelo defensor que está se aproximando.

Na figura que segue podemos ver uma ilustração sobre esse exemplo.

O jogador “A” está de posse da bola. Os jogadores “A1” e “A2” são seus companheiros oferecendo linhas de passe. O jogador “D” (em vermelho) é o marcador, que do “quadro 1” ao “quadro 4” vai se aproximando da bola.

Notemos que quanto mais próximo da bola está o defensor, maior a necessidade de que os apoios se distanciem entre si para continuar oferecendo linhas de passe. Ao mesmo tempo, mais evidente a precisão de que o passe fique mais lateralizado.

Se os apoios se movimentassem em direção ao seu companheiro que está com a bola, talvez pudessem manter entre si a distância, mas diminuiriam em demasia o tamanho triângulo formado por “A”, “A1” e “A2”.

De qualquer maneira, quanto mais rápido o marcador se aproximar da bola, menos tempo terá o portador e seus apoios para continuar com as mesmas opções de ação.

A análise da velocidade no jogo de futebol envolve uma série de questões que precisam ser bem compreendidas, especialmente para que se entenda o significado de “velocidade no jogo” e “velocidade de jogo”.

O mesmo vale para qualquer variável, dimensão, conceito, habilidade ou capacidade relevante para o jogar.

O jogo de futebol é um sistema complexo. Toda auto-organização decorrente da interação e interdependência dos elementos desse sistema resulta em um dinamismo que se expressa na sutileza dos seus detalhes.

Olhar para os fenômenos do jogo, e perceber tais sutilezas, é o primeiro passo para entendê-las, e intervir nelas.

Para interagir com o autor: rodrigo@universidadedofutebol.com.br
 

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O papel do treinador na dimensão individual – parte I

Somos unânimes quanto aos objetivos do treinamento. Na sua operacionalização, porém, aplicamos meios e métodos distintos, baseados em nossas experiências, crenças e conhecimentos teórico-práticos, na constante busca pelo aperfeiçoamento da nossa equipe.

Quem procura atuar a partir de uma perspectiva sistêmica deve respeitar o conceito dos fractais, já discutido em outra coluna, em que toda situação de treino criada deve ser uma parte representativa do Todo. Como o Todo, na essência, é Jogo, é fundamental que os treinos assumam essas características para que o princípio da especificidade seja contemplado.

E numa comissão técnica que assume (ou ao menos tenta assumir) uma periodização que tenha as situações de jogo como norteadoras do planejamento de treinos, dúvidas (naturais) surgem ao longo do desenvolvimento do trabalho.

Dentre essas dúvidas, uma parece ser predominante: a necessidade de realizar exercícios técnicos diversos (finalizações, cruzamentos, cabeceios) para complementar o trabalho. Sob esta ótica, acreditam que os erros individuais das ações técnicas do jogo serão corrigidos simplesmente com a repetição destas “mesmas ações” em situações de treino analíticas.

As justificativas para fazerem este complemento são bem variadas e abrangem além da destacada necessidade do aprimoramento técnico, a necessidade do atleta adquirir confiança na repetição do gesto e até a opinião do próprio treinador que pode não ter visto essas “mesmas ações” ao longo dos treinamentos e, portanto, realiza o complemento.

Influenciados pelo pensamento tecnicista, muitos treinadores simplificam o real problema de suas equipes. Simplificam, pois essas “mesmas ações” reproduzidas em exercícios analíticos, na verdade, estão muito distantes dos problemas impostos pelo jogo.

Quantas vezes você já viu um atleta finalizar seis bolas em sequência, todas aproximadamente na mesma distância do alvo? Acontecem quantas vezes num jogo a ida de um lateral a linha de fundo em que ele ergue a cabeça, vê que na área só tem companheiros de equipe e que ele deve cruzar a bola sem que o goleiro possa interceptar o cruzamento? E o volante que inverte uma bola sem qualquer pressão de espaço e tempo no setor que, no jogo, é o mais ocupado do campo?

Não significa que devemos retirar esses complementos que incidem sobre a dimensão individual da equipe e sim contextualizá-los (e aí eles deixam de ser complementos e fazem parte da periodização) com a realidade do Modelo de Jogo da equipe e, mais do que isso, do próprio Jogo.

Inicialmente, o treinador deve refletir se os erros observados que ele pretende corrigir tem origem exclusivamente técnica. Reitero a afirmação de outras colunas sobre os problemas do jogo (tático-técnico-físico-mentais) que são tantos para cada um dos seus onze jogadores, que é equivocado reduzirmos à somente uma vertente.

Então, uma vez que treinos (jogos) mais complexos, que envolvam maior número de jogadores e grandes princípios de jogo, podem não proporcionar a densidade de ações pretendida para um determinado problema de dimensão individual e diante do que foi abordado, qual pode ser a solução para o treinador corrigir problemas com essa origem?

A solução está nos Jogos Conceituais!

A partir das quatro situações hipotéticas abaixo, indicarei atividades conceituais que incidirão predominantemente sobre o problema.

1º Um centroavante precisa fazer mais penetrações;
2º Um meia não tem buscado a recuperação imediata da posse de bola após sua perda;
3º Um lateral tem errado muito as decisões quando chega à linha de fundo;
4º Um meia tem finalizado pouco.

Como o objetivo da coluna não é de trazer respostas prontas, antes de apresentar minhas sugestões, aguardo sua opinião, caro leitor.

Abraços e bons treinos!

Para interagir com o autor: eduardo@universidadedofutebol.com.br
 

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Abertura dos Jogos Olímpicos e os fatos de relevância jurídico desportiva

No último dia 27 aconteceu a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos. Eu tive a satisfação de acompanhar a festa em uma “fun fest” oficial realizada no Hyde Park, em Londres. 

Chamou atenção a estrutura extremamente organizada com abundância de banheiros e de pontos de venda de alimentos. Famílias e pessoas de todas as idades confraternizaram-se durante a abertura das Olimpíadas e curtiram os shows de Duran Duran e Snow Patrol.

No entanto, o evento teve algumas falhas. A primeira delas foi o sistema de som que emudeceu por alguns momentos. Além disso, não houve transmissão dos desfiles dos atletas, pois realizaram um show durante o desfile que foi abruptamente interrompido para exibir a chegada da tocha olímpica.

Outro ponto negativo diz respeito à frieza do povo inglês: as maiores manifestações se deram quando a Rainha apareceu no telão. Para completar, ao final da cerimônia os telões pediram silêncio por se tratar de área residencial.

Iniciados os Jogos Olímpicos, dois fatos chamaram a atenção do mundo jurídico desportivo.

O primeiro diz respeito à eliminação de duplas de badminton por conduta antidesportiva, eis que violaram o espírito esportivo ao jogarem para perder.

A Federação Mundial de Badminton eliminou quatro duplas femininas do badminton. As sul-coreanas Ha Jung-Eun, Kim Min-Jung, Jung Kyung-eun e Kim Ha-na, as indonésias Meiliana Juahari e Greysia Polii e as chinesas Yu Yang e Wang Xiaoli, atuais campeãs mundiais, foram acusadas de perder partidas intencionalmente. 

O outro envolveu uma esgrimista sul-coreana que foi prejudicada pela arbitragem e perdeu a chance de disputar a medalha de ouro. O fato se deu na semifinal olímpica, contra a alemã Britta Heidemann. Quando o combate já estava empatado na prorrogação, algum problema aconteceu com o cronômetro, que parou quando faltava um segundo para o fim. Foi aí que a esgrimista alemã aplicou três golpes em Shin A. Lam e, em um deles, conseguiu pontuar e garantiu sua vaga na disputa pela medalha de ouro. 

No primeiro caso, de fato, a carta olímpica, no capítulo 1, artigo 2º, confere ao COI a atribuição de promover a ética no desporto. Destarte, jogar para perder constitui violação a este preceito e o atleta deve ser punido exemplarmente.

Inclusive, segundo o diretor de comunicação do COI, Mark Adams. “Há uma cláusula (na carta olímpica) de que jogadoras têm que fazer seus melhores esforços”, afirma ele.

Com relação à esgrimista, as decisões dos árbitros são soberanas, razão pela qual devem ser acatadas. Juridicamente, um caminho a ser seguido seria uma ação civil indenizatória por perda de chance, nada mais. Por perda de uma chance entende-se a conduta de alguém que faz desaparecer a probabilidade de um evento que possibilitaria um benefício futuro para a “vítima”.

Um exemplo concreto ocorreu em decisão do Superior Tribunal de Justiça envolvendo uma pessoa que teve frustrada a chance de ganhar o prêmio máximo de 1 milhão de reais no programa televisivo “Show do Milhão”, em virtude de pergunta mal formulada.

De toda sorte, entre erros e acertos, o saldo é positivo. Parabéns aos organizadores pelo evento e que o Brasil possa figurar por diversas vezes no pódio olímpico.

Finalmente, além dos Jogos Olímpicos, outro fato polêmico deve ser destacado, qual seja, o adiamento, em virtude do desgaste do gramado, da partida entre Flamengo e Atlético Mineiro que aconteceria neste sábado, no Engenhão.

Circulam na internet comentários de que teria havido violação ao Estatuto do Torcedor, entretanto trata-se de “papo de internet” sem qualquer fundamento legal, uma vez que a lei de proteção ao consumidor não traz nenhuma previsão a respeito.

Para interagir com o autor: gustavo@universidadedofutebol.com.br
 

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A importância da estrutura do clube para a formação de atletas e desenvolvimento de clubes

O Brasil há bom tempo tem equipamentos de base com qualidade baixa: simples e sem muita tecnologia ou conforto – exemplo disso era o CT de base do Corinthians localizado onde hoje se constrói o estádio, em Itaquera.

A partir de uma tendência européia, como a do centro de treinamentos do Milan, o Milanello, clubes brasileiros começaram a investir mais em seus equipamentos. Grande exemplo disso é o Parque São Jorge, do Corinthians, e o centro de base do São Paulo, em Cotia.

Ambos direcionam para uma nova perspectiva para os clubes nacionais. Mais um clube que terá um equipamento, em breve, é o Internacional, com a reforma no Beira-Rio.

Ter uma estrutura física digna e completa é fundamental para a manutenção de jogadores no clube, valorização do esporte e do atleta e é ainda essencial para o treinamento adequado e recuperação de atletas lesionados.

É fazendo os atletas se sentirem confortáveis, com sensação de lar, que se conseguirá maior resultado no esporte, pois passam ali muito tempo. Tem que ter privacidade, conforto e certas regalias bem como beleza.

A arquitetura é fundamental. Tanto para facilitar o treinamento e funcionamento, quanto para garantir o bem estar de todos que ali ficam, desde o infantil, até o time oficial. O Milanello conta com decoração e muito requinte e seria o ideal, mas, por ora, podemos considerar satisfatório o equipamento que temos. Já estamos caminhando.

É com essa estrutura que os clubes se desenvolvem em outros esportes que não o futebol, fazendo jus ao nome “esporte clube”, como Flamengo, São Paulo e Corinthians, por exemplo, e que, sem dúvida, trazem mais retorno financeiro e marketing para eles.

O Brasil ainda está longe da qualidade dos equipamentos europeus, principalmente não por poder comparar os lucros dos clubes, mas, conforme o país vai aprendendo e investindo na sua imagem, a estrutura de base tende a se adequar e cada vez mais ter novos talentos e times mais bem estruturados, bem montados, com jogadores que desenvolveram seu futebol em seu próprio ambiente.

A oportunidade das Olimpíadas pode forçar um investimento em alguns equipamentos de modalidades diferentes das do futebol – se não forçar, ao menos deveria, pois é a oportunidade, o momento de investir e desenvolver mais esportes.

Se os clubes têm atletas na natação ou na ginástica olímpica, por exemplo, seria o mínimo aproveitar o evento mundial para trazer benefícios aos esportes em forma de estrutura para crescimento das modalidades.

Para interagir com o autor: lilian@universidadedofutebol.com.br
 

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Sem alinhamento

A notícia que dá conta que o América de Natal começa a vender cadeiras para o seu novo estádio chama atenção pela eterna discussão sobre a existência, manutenção e sustentabilidade de grandes equipamentos esportivos nas cidades brasileiras.

Como todos sabem, Natal é uma das sedes da Copa, com a Arena das Dunas. E junto com Cuiabá, Brasília e Manaus, é uma das escolhas de sede da Copa mais criticada por dizerem que não há futebol consistente na capital potiguar. ABC e o próprio América são as principais equipes da cidade.

O registro do fato aponta para problemas que virão a prazo. Primeiro, que não se faz estádio de futebol sem futebol – e pós-Copa 2014 o futuro do estádio das Dunas tende a ser sombrio, pelo cenário que tem se desenhado.

Segundo, que ainda impera o amadorismo dos clubes em negociações com seus respectivos rivais – muitos dirigentes acreditam que a rivalidade deve ser mantida 24 horas por dia, ao invés de procurar fazer bons negócios em conjunto para poderem crescer juntos.

Por fim, o investimento do poder público, que poderá ser infrutífero nesses casos.

Apesar do caso em voga (Arena das Dunas) ter gestão-operação da Amsterdam Arena, com amplo know-how sobre gestão de estádios, é difícil imaginar sua sustentabilidade sem futebol.

Enfim, este é o registro de mais um caso da falta de alinhamento entre poder público, empresa parceira do estádio e negociação com os clubes. Este pilar é fundamental para que o equipamento seja efetivamente rentável ao longo de sua operação.

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Formar, vencer e um até breve

Dia 10/07/2011 eu iniciava minha caminhada dentro das colunas da Universidade do Futebol.

Em todos os meus textos sempre tinha como objetivo contribuir de alguma forma para a evolução e transformação de nossa prática esportiva, seja no âmbito socioeducativo, como no alto rendimento.

Duas perguntas me acompanharam ao longo das 53 colunas que escrevi e vão me acompanhar por um longo tempo. São elas:

“Como ganhar jogos?” e “Como formar atletas melhores?”.

Vocês têm as respostas?

Se alguém tiver, me envie e podemos discutir muito e através de inúmeras óticas.

Essas perguntas se reinventam a cada dia e quanto mais estudo, mais caminhos com novos desafios se abrem. A cada dia tenho um novo problema circunstancial para resolver, e isso me faz crescer como profissional e como pessoa.

Na primeira coluna que escrevi, falava sobre a dicotomia entre teoria e prática; hoje já vejo que essas partes são indissociáveis, e a única coisa que posso fazer é ter partes fractais do conhecimento teórico/prático sobre o jogo.

Conhecimento.

Teoria.

Prática.

Tempo…

Toda essa busca por conhecimento está ocupando meu tempo e pela necessidade das produções científicas deixarei de escrever as colunas semanais nos próximos meses.

É um até breve, e não um adeus!

Além disso, preciso tirar um tempo para assimilar e acomodar novos conhecimentos que estão borbulhando em minha cabeça – aguardem que, em breve, virão informações novas comprovadas no dia a dia de treino e de jogo.

Mesmo sendo um até logo, gostaria de agradecer a toda equipe da Universidade do Futebol.

Em especial ao Gheorge e ao Bruno Camarão, que me ajudaram em todos os aspectos da coluna e sempre entenderam minhas dificuldades de horário!

Ao Tega e ao Medina, sonhadores, que me inspiram a continuar nessa luta por um futebol melhor a cada dia.

Aos colegas de trabalho que sei que buscam a cada dia formar atletas de uma maneira integral!

Aos professores e amigos Leandro, Gustavo e Eduardo.

Ao mestre Rodrigo Leitão, pelos debates que me fazem crescer a cada dia. Inclusive tenho a honra de anunciar como o substituto de minhas colunas e com quem faço a parceria para a produção dos artigos científicos.

À Bianca, pelo amor e apoio incondicional.

A vocês, leitores, que fazem tudo isso acontecer!

Obrigado por todos os e-mails que pretendo responder o mais rápido possível.

E, como de praxe:

Até a próxima!

Para interagir com o colunista: bruno@universidadedofutebol.com.br