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O futebol pode (e deve) salvar vidas*

Caros amigos da Universidade do Futebol,

A popularidade do futebol nas últimas décadas ajudou esse esporte a atrair grande interesse por parte de patrocinadores e mídia, fazendo com que, na atualidade, um grande volume financeiro seja movimentado nesse negócio ao redor do mundo.

Esse fenômeno ficou conhecido como ¨a comercialização do futebol¨, que promoveu, em última análise, sua transformação, de um mero esporte amador, em um verdadeiro ramo de atividade profissional, com diversas frentes de atuação.

Mas toda essa força do futebol não pode resumir-se a isso. Há algo muito maior do que isso. O futebol tem o grande poder de dar à população (que é a grande responsável por esse fenômeno da comercialização) um justo retorno, se não financeiro, ao menos, no âmbito social.

O futebol, se bem administrado, pode efetivamente reinserir indivíduos na sociedade. Pode desenvolver regiões menos favorecidas, alimentar e proporcionar um sonho a um jovem atleta, e, ainda, estampar um sorriso no rosto de cada um de nós. Enfim, não há limites na quantidade de benefícios que o futebol pode proporcionar à população.

Mas essa função social não sai do papel se as pessoas que dirigem o esporte não passem a tomar medidas reais para tanto. Já existem, de fato, diversos programas nesse sentido. Mas hoje, gostaria de sugerir mais um programa para o nosso país, à semelhança do que já acontece em outros países.

Trata-se de um programa para incentivar os torcedores a doarem sangue.

De acordo com o site Filantropia.org, o Brasil necessita de 5.500 bolsas de sangue por dia. São inúmeras as vítimas que precisam de sangue para sobreviver e dependem dessas doações para sobreviverem. Mas a realidade é que ainda não temos doadores em quantidade suficiente para suprir a atual demanda.

Houve em 2003, um projeto de lei que tratou da concessão de livre acesso de doadores em espetáculos, incluindo jogos de futebol, mas que, até onde temos notícia, não foi levado a diante, ou que, de toda forma, não foi devidamente implementado.

Independentemente do esforço legislativo, os clubes e federações poderiam se antecipar ao problema, e promover ¨ex oficio¨ um programa de concessão de determinados ingressos para pessoas que comprovadamente fizeram doações de sangue.

Dentro de seus regulamentos, as federações poderiam repassar essa obrigação aos clubes, que teriam uma quantidade de ingressos separada para ser enviada aos postos de coleta de sangue credenciados. Esses ingressos seriam pessoais e intransmissíveis.

Sabemos que é raro no Brasil termos estádios completamente lotados nos diversos jogos, das diversas divisões, tanto a nível nacional como estadual. Assim, não há dúvidas de que há ingressos de sobra a disposição para essa finalidade.

No âmbito deste programa, os estádios aumentariam seus públicos (em benefício do espetáculo como um todo), bem como teríamos um aumento efetivo do número de doadores de sangue.

É claro que comentamos aqui o programa de forma genérica. Mas a sua implementação poderia ser feita de forma criativa, em que se propicia uma rotatividade na distribuição de ingressos (para que sempre se incentive que um novo torcedor faça doações de sangue), bem como mecanismos para que se evitem desvios na distribuição (e tentativa de comercialização) desses ingressos.

É assim que o futebol pode salvar vidas. Mas essa é apenas mais uma delas.

O futebol pode, e a população brasileira merece.

* Esta coluna foi escrita por sugestão do professor e amigo Carlos Teixeira.

Para interagir com o autor: megale@universidadedofutebol.com.br

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Os paulistas, os cariocas e o calendário

Se você lê (acessa) a Universidade do Futebol, é porque – logicamente – gosta de futebol. E se você gosta de futebol, é bem provável que tenha desaprovado a estratégia da Rede Globo em transmitir os jogos do Campeonato Brasileiro ao invés das finais da Libertadores.

O argumento da Globo é puramente racional. Se ela tem mais audiência transmitindo jogos com os clubes paulistas e cariocas, por que então transmitir um jogo em que nenhum dos dois estados está sendo representado? E os números comprovam que ela está certa, o que não é nenhum pecado.

Não é incomum o fato de competições continentais serem menos importantes do que competições nacionais. Acontece em vários lugares. Na Inglaterra, por exemplo, é muito mais importante ganhar a Premier League do que a Champions. Mais ainda, é muito mais difícil conseguir ingressos para qualquer jogo da Premier League do que pra outra competição. Tudo bem, final é sempre final. Mas isso não enfraquece a lógica.

O problema não é a Globo, tampouco os times paulistas e cariocas. O grande problema, aqui, é o calendário. Não se pode colocar dois jogos de competições diferentes na mesma data. O certo, nesse caso, seria não ter rodada do Brasileirão hoje. Assim como não pode ter rodada em dia de jogo oficial da seleção. Uma competição mata a outra.

O Brasil sofreu bastante com o calendário no passado. Depois de 2002, a coisa deu uma melhorada significativa. Mas ainda existe um excesso de competições no primeiro semestre, e quase nada no segundo.

Uma boa parte da culpa recai na Conmebol, que não tem peito pra tocar duas competições como a Libertadores e a Sul-Americana ao mesmo tempo. Obviamente que isso enfraqueceria a Sul-Americana, uma vez que os clubes do segundo escalão da Venezuela, Bolívia e Peru, dificilmente, atrairiam audiência ou patrocínios. Mas é o que precisa ser feito para fazer um composto geral decente.

Mas o Brasil também não pode ser eximido. O calendário fica apertado muito por conta dos campeonatos estaduais. Não que eles não tenham que existir, mas bem que eles poderiam ser mais curtos. Com mais tempo para o Brasileirão, seria possível reservar datas específicas para cada competição.

Não é uma questão que vai ser resolvida logo. Muito pelo contrário. Se muito, daqui apenas a algumas gerações. É possível que não seja resolvida nunca. Enquanto isso, você – que gosta de futebol, vai continuar a desaprovar as atitudes da Globo. A não ser que você seja paulista ou carioca, é claro.

Para interagir com o autor: oliver@universidadedofutebol.com.br

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Conversas no fim da tarde

Não recebo e-mails. O que me chega vem no bico de Oto e seus morceguinhos-correio, em papel. Tem de tudo: alguns missivistas curiosos duvidam que eu seja de fato um eremita vivendo no fundo de uma caverna. De quê eu viveria? Afinal, dizem, um homem precisa comer. É porque não conhecem do que é capaz a terra quando bem tratada. Meus tomateiros e pés de couve alimentariam bem mais que uma família. Inhames e carás nunca me faltam, além da frondosa árvore de fruta-pão. Nasceu-me, perto daqui, sem que a plantasse, uma pitangueira.
 
A jabuticabeira já existia quando para cá me mudei. Tenho os pequis e as gabirobas, e até melancias, eventualmente, uma ou outra. As mangas fazem lama no chão. Já me perguntaram se sou vegetariano. Respondo que vegetariano fui ficando, pois que não há açougues por perto, e animais, onde vivo, são companhia, não comida.
 
Tenho amigos, mas não os quero próximos. O jovem João Paulo manda-me cartas convidando-me para deixar o exílio. Não, eu não deixaria a companhia de Aurora, de Oto e Arnaldo. Fazem-me bem, e bastam-me. Ao João Paulo respondo que não foi algum mal que me expulsou da cidade, mas apenas a caverna que se mostrou mais atraente que todas as luzes, todos os carros, todos os shopping centers.
 
Nem deixar os estádios de futebol lamento. Já não os frequentava há muito quando vim para cá; violência em excesso, sabem? Do futebol sinto falta, ah, isso sinto! É só o que explica eu ter na caverna uma televisão, alimentada a duras penas por uma bateria solar. Por sorte, onde vivo, há sol quase todo o ano. Como consegui uma televisão alimentada por bateria solar? Por aqui os mistérios são muitos.
 
Aurora chegou depois de mim. Antes, viveu à beira de muitos gramados. Um dia teve o marido morto por uma bolada, um petardo que, errando o alvo, atingiu-o quando estava pousado lá, onde, dizem os cronistas, a coruja mora. Os filhos, ah, os filhos!, os das corujas emplumam e saem por aí, as mães nunca mais os veem.
 
Aurora, depois da morte do marido, abandonou os campos de futebol, voou a esmo, pensou mesmo em fazer como os condores machos quando perdem suas fêmeas. Aqui ela desceu para descansar e se encantou com o lugar. Sabe tudo de futebol. Arguta, acompanhou-o, desde o 1, 2, 3, 5 até o 1, 4, 5, 1. Desdenha de todos.
 
Um dia chegou uma carta de um missivista dizendo achar absurdo alguém se encerrar no fundo de uma caverna, abandonando o convívio com os humanos. Que pode fazer um homem de bom pelos outros quando corta os laços com os amigos, com as crianças, com as pessoas na rua, com os parentes? Respondi-lhe perguntando: que diferença faz isolar-se em uma caverna ou em um apartamento no vigésimo quinto andar de um edifício? Entre os dois isolamentos, prefiro o do campo. Uma sobrinha confessou-me, pouco antes de eu vir para cá, que participava de novecentos e setenta e seis comunidades no Orkut; nunca conheceu uma alma das milhares que se somavam em todas as comunidades. Seu Messenger estava cheio de endereços, centenas, catalogados, fichados, rastreados, todos de ilustres desconhecidos. Ela tinha dois telefones celulares, três amigas e um amigo de carne e osso. Não perco meu tempo combatendo as cidades ou as pessoas que nelas moram. Apenas gosto do campo.
 
Arnaldo, o bagre cego que me faz companhia no fundo da caverna, nunca viu a luz, e não sente falta dela. Os bagres cegos vivem todos em lugares assim, onde não precisam da luz. Alguns correm risco de extinção; não é o caso de Arnaldo. Ele não sabe quando chegou aqui e nem porque chegou. Sua percepção de tempo não lhe permite saber nada do que veio antes e nada do que vem depois, donde sua falta de religiosidade. Apesar de não crer no sobrenatural, tem uma fé cega nas pessoas, especialmente naquelas que ocupam cargos de mando. Não sabe sua idade, obviamente, mas acredito que seja muito velho. Gosto dele, mesmo sabendo que guarda relíquias do General Garrastazu. Cultua, acima de tudo, dedicação e fidelidade a duas proeminentes figuras do esporte brasileiro: o presidente da CBF e o presidente do COB. Arnaldo acha que os maiores problemas brasileiros são: faltar com o respeito às instituições, não saber de cor o hino brasileiro, e a supressão, nos currículos escolares, da disciplina Educação Moral e Cívica.
 
O que mais me perguntam é de onde vem minha paixão pelo futebol. Há algo em todos nós que de nós toma conta, diante do que, somos passivos. Supera a razão. Está além do bem e do mal, do amor e do ódio, e os mobiliza. Conheci Pelé menino, eu, ele, adolescente. Eu o odiava mais que tudo na vida. Desde que Pelé chegou ao Santos, meu time passou a ser surrado pelo dele. Tudo que eu queria era que ele parasse de jogar. Vocês conhecem ódio de menino, daquele tipo que faz a gente querer que o outro morra, até a mãe e o pai. E o pior é quando eu me pegava, secretamente, admirando as jogadas dele; é quando eu também me odiava.
 
Ninguém fazia o que ele fazia, mas ele não era do meu time. E eu sabia que, por melhor que meu time jogasse, ainda seria pior que o dele. Minha paixão pelo futebol, portanto, não nasceu de uma relação de amor, mas de uma relação de amor-ódio de menino, que negava e admirava o que aquele jogador número dez fazia sem ser do meu time. Foi Pelé quem me fez amar o futebol, mesmo sendo ele a pessoa que eu mais odiava no mundo depois de cada gol que fazia contra o meu time. Que jogadas, que gols! Custava estar do meu lado?
 
Oto é um morcego que mora no fundo de minha caverna, entre milhares de outros. Seu maior prazer é perseguir revoadas de mariposas que chegam aqui em bandos no começo de algumas noites. Depois vem o futebol, que ele discute com entusiasmo. Tem pavor de Aurora; corujas adoram ratos e seus parentes. Há pessoas que me escrevem perguntando por que Oto é especial, se há tantos milhares de outros morcegos na caverna. É porque ele fala. A exemplo de Arnaldo, Oto tende a acreditar nas pessoas, mas ele não é cego, e isso faz muita diferença.
 
Temos, aqui na caverna, um grupo de morcegos-correio, que levam e trazem correspondência. As iniciativas de Oto são fantásticas; adoro seu entusiasmo. Ele organizou várias equipes que jogam um joguinho muito interessante, parecido com futebol, só que os morceguinhos ficam todos de cabeça para baixo.
 
Nem sempre minha paciência é suficiente para explicar minha amizade com Oto, Arnaldo e Aurora. Morcegos, bagres e corujas não falam, dizem as pessoas, e mandam cartinhas ironizando o que chamam de minha senilidade. Não respondo; certamente não conhecem a amplitude da linguagem, muito além das palavras e frases que proferimos uns para os outros. A solidão revela outros poderes de comunicação. Os incrédulos também não devem acreditar na linguagem dos pés que pessoas do mundo todo praticam em qualquer lugar que se jogue futebol. Na última Copa do Mundo, na Alemanha, França e Itália disputaram a partida final assistida por chineses, indianos, brasileiros, peruanos, croatas e todos os outros povos da Terra. Se reunidos em um galpão, representantes desses países, cada qual em sua língua, formariam uma Babel incompreensível. Em torno do futebol, entendiam-se todos; falavam a mesma língua, tão surda aos ouvidos, tão sonora aos sentidos.
 
Durante
o dia, os morcegos dormem, a coruja dorme, Arnaldo dorme. Fico só, e, às vezes, também durmo. Nosso dia começa quando o dia acaba e a noite vem. Ligamos a televisão quando tem jogo, conversamos e, às vezes, saio da caverna e entro pela madrugada conversando com Aurora, especialmente quando as nuvens passeiam longe daqui e a gente pode falar de futebol e outras coisas, e olhar as estrelas e a lua. É quando, no céu, alguém joga futebol. Sei disso porque, de vez em quando, esse alguém dá um chute e uma bola de fogo risca o céu, em direção ao gol. Sem saber disso, as pessoas dizem que é uma estrela cadente; a ciência diz que é um meteorito.         

*Bernardo, o eremita, é um ex-torcedor fanático que vive isolado em uma caverna. Ele é um personagem fictício de João Batista Freire.
 
Para interagir com o autor: bernardo@universidadedofutebol.com.br
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O Princípio de Peter no futebol

Pela primeira vez, pude conhecer o que pensa, realmente, o técnico mais badalado do momento. Em outras ocasiões, sempre aquele blábláblá enfadonho de repórteres esportivos em coletivas de imprensa pós-jogo, onde se pergunta o óbvio para obter o óbvio como resposta.

Mano discorreu a respeito do contexto do Corinthians, desde a sua chegada, e foi enfático ao falar de não ter gostado do que vira em termos de organização administrativa e como procedeu para modificar, positivamente, o quadro.

Ademais, afirmou que um dos componentes de sua carreira, agora vitoriosa, foi saber fazer a correta interpretação do que acontecia nas etapas da sua vida para tomar decisões estratégicas.

No início da década de 1980, Mano se esforçava para figurar no elenco de um clube de pouca expressão, no interior do Rio Grande do Sul. Já começava a titubear quanto à continuidade da carreira como jogador profissional por se achar medíocre. Foi ajudado a tomar a decisão de pendurar as chuteiras e empunhar a prancheta de técnico, quando ouviu um colega de clube, bradar orgulhoso que, após 10 anos como jogador, tudo o que tinha amealhado estava dentro de uma vistosa caminhonete.

Mano sabia que havia chegado ao seu nível de incompetência como jogador de futebol e decidiu terminar os estudos de Educação Física para perseguir outra carreira, na mesma área do esporte que amava, porém de forma mais promissora.

Sem saber, havia sido objeto daquilo que comprova o famoso Princípio de Peter na área de gestão.

O “Princípio de Peter” foi formulado, em finais de 1969, pelo Dr. Lawrence J. Peter, como chave para a compreensão dos sistemas hierárquicos (empresas, administração pública ou privada, partidos políticos, etc), e diz o seguinte:

“Numa administração estruturada hierarquicamente, as pessoas tendem a ser promovidas até ao seu nível de incompetência”.

Assim sendo, ao se considerar o princípio como válido, o processo de promoção dentro das organizações as transforma, no estágio final, em um conjunto de pessoas ocupando funções além de suas capacidades.

As pessoas evoluem e são promovidas quando demonstram capacidade superior à função que ocupam, até ficarem limitadas por uma função a partir da qual não conseguem mais progredir – atingem o limite de competência. Ou seja, ao final de sucessivas promoções por mérito, todos tendem a encontrar uma função na qual não conseguem mais se destacar.

O profissional terá atingido o seu nível de incompetência e estagnado. Como o rebaixamento ou “despromoção” não são habituais, as pessoas permanecem nessas posições, em prejuízo da organização a que pertencem.

Imaginemos isso num clube de futebol, ao se ter profissionais e cartolas medianos em seu desempenho, em cargos executivos. Todo o contexto da gestão fica a perigo. Em outras palavras, o triunfo dos incompetentes…

Dentro do alcance deste princípio, as perguntas tradicionais que os torcedores costumam fazer sobre quem administra seu clube do coração, por exemplo, “Como é que todo um bando de incompetentes consegue estar à frente do nosso clube?”, fazem sentido.

No Brasil, o título do livro de seu criador, L. J. Peter, é “Todo mundo é incompetente, inclusive você – as leis da incompetência”.

Pelo “inclusive você” acima, devemos tomar cuidado também, pois estamos todos sujeitos a ele.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br

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Muricy x Ricardo Gomes: em busca de parâmetros na gerência do futebol

Olá amigos. No texto de hoje, optei por fazer uma comparação que pode gerar polêmicas: entre o São Paulo de Muricy e o de Ricardo Gomes.  Ainda mais pelo pouco tempo que, com certeza, interfere numa série de fatores. Ainda que com as devidas críticas a esse tipo de comparação, resolvi fazê-las, mesmo que superficialmente, apenas para ilustrar eventuais caminhos para o que já escrevemos  em textos anteriores:

A necessidade de os dirigentes de futebol tomarem decisões em avaliações mais aprofundadas do que apenas (mas que, sem dúvida, é o mais importante) o resultado de jogo.

Antes, gostaria de iniciar com outra comparação para defender esse ponto de vista, de ir além da avaliação pura e simples do resultado de jogo, e, neste caso, estamos, mais especificamente, falando no que é comum no Brasil: perdeu dois jogos ou tomou uma goleada está demitido.

Começo fazendo uma analogia do futebol com a bolsa de valores, com a maior “cara de pau” de alguém que não é da área e pode cometer alguns deslizes, mas vamos lá, como diria Vicente Matheus: “quem sai na chuva é para se queimar”.

Uma determinada empresa, ao avaliar que passos devem ser dados, considera inúmeros critérios. Ao contrário do que muitos de nós, leigos nesta área, pensamos, não é apenas o resultado, mensurado como lucro ou déficit, que determina os rumos que serão tomados. (e lembro que quando dizemos que não é apenas o resultado, não estamos o excluindo e sim agregando outras possibilidades). Existem critérios e parâmetros que podem variar conforme as expectativas, as experiências, as informações, ou ainda, outros fatores que determinam a análise. Um crescimento registrado num mês pode não ser motivo de satisfação, assim como um déficit pode também não ser sinônimo de crise.

Ilustrando esse exemplo, se tal empresa registrou um crescimento de 25% no mês de julho, ao considerar apenas o resultado mais significativo, seus donos deveriam estar satisfeitos. Porém, quando se tem critérios mais precisos, pode se verificar o quanto o mercado cresceu. Se o mercado cresceu 50%, a empresa não o acompanhou, ou ainda, se formos seguir outros parâmetros, se a empresa vinha crescendo 40% todo mês, esse mês apresentaria um decréscimo que deve ser analisado. Poderíamos seguir com outras tentativas de ilustrar o que pretendemos dizer, mas prefiro neste momento entrar no âmbito do futebol, até por me sentir mais seguro para falar sobre ele.

Sem dúvida que tem de se respeitar as particularidades. Na bolsa de valores, fazem-se campeões e rebaixados a cada minuto, no futebol na temporada são poucos os campeões.

Neste ponto essa primeira comparação trás a idéia de mapear as tendências e padrões, definir critérios e parâmetros para além do resultado de jogo (vitórias e derrotas). Muitas vezes, o placar do jogo esconde uma série de outros fatores que, se bem analisados ou ao menos identificados, podem contribuir e muito para evitar outras derrotas ou conseguir mais vitórias.

Se nesse ponto, o amigo se perdeu um pouco na lógica do texto, retomo a ideia para reafirmar, que cada clube pode desenvolver seus parâmetros de avaliação da comissão técnica, mas deve ter mecanismos para isso, a fim de que não seja apenas ver o placar do jogo. Pode ser analisando uma sequência, o dia-a-dia no clube ou outros fatores mais visíveis, mas também podem ser elementos mais aprofundados, baseados em relatórios e estudos de temporadas passadas, de metas estabelecidas e, ai, assim como na bolsa de valores, os especialistas analisam índices, fórmulas, variações. O futebol pode também definir algumas características em busca de uma ferramenta mais qualificada de análise. Com certeza, faltam pessoas capacitadas para analisar tais informações e, indo mais afundo para desenvolver e definir com qualidade as mesmas. Lembrando que não é necessário que a fórmula de um seja a de todos.

Nesse ponto, sem entrar em elementos técnicos e táticos específicos para não confundir nem trazer muita informação para este breve espaço, trago alguns dados numéricos, e apenas numéricos (com certeza seriam mais ricos considerando outras dimensões como o espaço, o tempo, a sequência e momentos do jogo) sobre o São Paulo e sua recente troca de técnico.

Para despertar a reflexão do amigo que me acompanha, não debaterei as informações, deixo para fazer em outro momento, mesmo porque utilizo tais informações nesse texto para levantar a questão de desenvolverem-se parâmetros e critérios para a avaliação e tomada de decisão no futebol.

São consideradas as médias dos seguintes grupos de jogos:

– 380 jogos do Campeonato Brasileiro – Série A – 2008
– 38 jogos do São Paulo no Campeonato Brasileiro – Série A – 2008
– seis jogos de Muricy Ramalho no Campeonato Brasileiro – Série A – 2009
– três jogos de Ricardo Gomes Campeonato Brasileiro – Série A – 2009

Bom, é possível observar algumas coisas, mesmo sem entrarmos em detalhes muito mais significativos que nos trazem informações mais ricas para se trabalhar no cotidiano do futebol, o espaço para refletirmos sobre as possibilidades que podem ser desenvolvidas.

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br

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A nova mídia no esporte

“O Keirrison não apareceu no treino. Também não me deu nenhuma satisfação. Mesmo se ele não for negociado, comigo não joga mais”.
9:49 PM Jun 26th from web

Duas horas depois…

“Não sou mais técnico do Palmeiras. Fui demitido por descordar (sic) das atitudes do Keirrison”.
11:51 PM Jun 26th from web  

Os dois trechos acima mostram bem como foi a “saga” da demissão de Vanderlei Luxemburgo do cargo de técnico do Palmeiras. Via Twitter, a nova mania da internet, Luxa foi do céu ao inferno como treinador do clube paulista. E, assim, iniciou uma nova era  na comunicação dentro do esporte no Brasil.

Luxa popularizou o “comunicado oficial” a partir do Twitter. Ao usá-lo como meio para dizer oficialmente sobre sua demissão do Palmeiras, o treinador deu o alerta para quem é do meio que o twitter pode ser uma excelente forma de comunicar apenas o seu ponto de vista.

O Brasil entra, agora, na onda que invadiu o esporte americano há cerca de um ano. Foi na abertura da temporada de 2008-09 da NBA que atletas como Shaquille O’Neal deram popularidade ao Twitter. Da mesma forma que Luxa, usaram a ferramenta para expor suas ideias e, assim, evitaram incômodas perguntas dos jornalistas.

No Brasil, verdade seja dita, o “percursor” da mania do Twitter foi Mano Menezes, impulsionado pela Nike e por sua filha, que é jornalista. O “Twitter do Mano” é um dos que tem o maior número de seguidores, e o treinador sempre que pode coloca alguma frase para incentivar o torcedor corintiano.

Mas foi Luxa quem mostrou como o Twitter é bom para o mercado corporativo. Ao escrever, em 140 caracteres, sobre sua demissão, o treinador dissipou qualquer outra pergunta de jornalistas, principalmente por conta do horário do “post”, às 11h51min.

Até o seu ex-patrão decidiu usar o Twitter como porta-voz da até agora malfadada contratação do novo treinador do Palmeiras. Luiz Gonzaga Belluzzo, presidente do clube, tem usado o Twitter para deixar imprensa e, especialmente, o torcedor informado das negociações para o substituto de Luxemburgo.

As novas mídias conseguem ajudar, e muito, o esporte a se comunicar com as pessoas. O Twitter, pela praticidade que tem, tornou muito fácil a maneira de um atleta, um dirigente ou um alto executivo de uma empresa trabalharem com a internet.

Antes, sites oficiais e blogs exigiam, pelas características que têm, uma atualização constante do detentor das páginas. O Twitter permite que, em apenas 140 letras, o recado seja dado. E, mais do que isso, não exige a réplica e a tréplica de quem lê o que foi dito.

Grandes empresas já têm usado o Twitter para divulgarem suas ações de marketing. Na Fórmula 1, o “microblog”, como é chamado, virou febre entre os pilotos brasileiros, que com isso conseguem ficar mais próximos do torcedor.

O esporte carrega, em si, a força de apaixonar as pessoas. O Twitter aproxima, de certa forma, o ídolo do fã. E vira um belo anteparo para o assédio da imprensa. Sinal de novos tempos, em que a informação oficial é cada vez mais eficiente.

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br

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O conhecimento científico e a prática: a ciência precisa provar da prática e aprender com ela!

A aquisição de informação é quase que inevitável. O simples fato de estarmos vivos já nos permite passar por experiências que de certa forma vão compondo os nossos saberes.

Saber significa experimentar. Experimentar significa viver novas experiências a cada dia. Muitas são as experiências pelas quais passamos ao longo de anos de vida. Algumas vezes nos deparamos com problemas pelos quais já passamos, e o fato de tê-los vivido anteriormente nos ajuda na elaboração de soluções mais apropriadas para encará-los novamente. O fato é que por algumas vezes nos cegamos alicerçados pela tal “experiência” e nos fechamos a novas opiniões, novas sugestões, novos conhecimentos.

O conhecimento também é algo que também adquirimos, mas advém de outra fonte, não da experiência vivida, saboreada. O conhecimento vem dos livros, vem dos debates, vem das discussões, vem das observações. O conhecimento nos permite entender certos fenômenos sem que eles sejam “saboreados”. Então podemos conhecer o gosto de uma maçã mesmo sem nunca ter comido uma. Mas nunca saberemos de verdade o gosto dessa fruta se não a saborearmos.  Para conhecermos sobre o gosto de uma fruta que nunca comemos basta perguntar a alguém que já a comeu e teremos uma descrição do seu sabor. Para sabermos qual o gosto dela, devemos comê-la.

E é daí que parece um grande problema, principalmente ao observamos o Futebol (mas que está presente na política, na universidade, nas grandes empresas, enfim em diversos contextos do dia-a-dia das pessoas): a distância entre o conhecimento científico e a prática experimentada e vivenciada por aqueles que tem de vida quase a mesma idade que tem de Futebol.

O fato é simples, por vezes a Universidade produz conhecimento que não alcança a prática, o campo (ou chega nele atrasado), e portanto não contribui como poderia para o desenvolvimento maior do Futebol (nos seus mais diversos aspectos). Por outro lado, paira por vezes uma certa desconfiança daqueles que sabem sobre o Futebol (por que o experimentaram em suas diversas manifestações) a cerca do conhecimento científico que a comunidade acadêmica pode trazer à prática deste desporto (afinal será realmente que a Universidade conhece os problemas da prática?).

A Universidade poderia aprender, crescer e construir mais e mais conhecimento se pudesse estar presente na prática do Futebol, pois conhecimento e sabedoria juntos podem estruturar informações mais aplicadas e concisas.

Clubes, equipes, técnicos, jogadores são as pedras mais preciosas que as Ciências aplicadas ao Futebol podem estudar.

E é esse o ponto.

Infelizmente, movida muitas vezes por uma soberba sem sentido, a Universidade certa daquilo que pode ensinar aos “homens do Futebol” se descuida e não percebe que é ela que tem muito a aprender.

E se os “homens da Ciência” têm coisas imediatas que podem ensinar (e claro, tem muito!), mas não são ouvidos, que não reclamem, e que tratem logo de fazer aquilo que deveriam estar habituados em seu ofício: provar (provem e serão ouvidos; mas que falem em uma língua que possa ser entendida)!

Para interagir com o autor: rodrigo@universidadedofutebol.com.br

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Movimento uniformemente parado

Dois fatos durante os últimos meses, um no Brasil e um na Europa, evidenciam a natureza um pouco insana da indústria do futebol.

No começo do ano, estava tudo meio parado, e parecia que esse tédio iria durar certo tempo. Times não contratavam jogadores nem técnicos, principalmente, esses últimos. Apesar da má performance de algumas equipes, dirigentes se refutavam demitir o comandante de seus times. A argumentação era que não havia boas opções no mercado. O sistema estava, de certa forma, imóvel e estável.

Bastou um time demitir, no caso, o São Paulo demitir o Muricy, para o sistema se tornar completamente instável. Se há poucos meses, todos os técnicos estavam minimamente tranquilos em suas posições, de repente, todos ficaram ameaçados. O sistema está, no presente momento, maluco. A sombra de Muricy ameaça muita gente. Quando ele se assentar, aparecerá a sombra de Luxemburgo. E assim por diante.

O mesmo acontece com o mercado de transferências. Estava tudo muito tranqüilo. A crise tinha esfriado os ânimos de muita gente. Mas eis que reaparece o Pérez pra por fogo no circo. Com a grana do C. Ronaldo, o Manchester já pagou o Valencia do Wigan, que por sua vez contratará jogadores menos valorizados e, talvez, em maior quantidade. Com a grana do Kaká, o Milan já comprou um zagueiro estadunidense, e agora promete levar o L. Fabiano. Com a grana dele, o Sevilla deve comprar outros atletas menos valorizados, o que pode abrir espaço para jogadores, atualmente, jogando no Brasil, assim como a grana do Benzema pro Lyon, e daí pra frente.

A mobilidade e migração de trabalhadores, tanto jogadores como técnicos, é uma das características mais preponderantes da indústria do futebol. Ela não obedece a padrões normais de outros mercados de trabalho, sendo muito reagente ao capital disponível no mercado específico do futebol, que, por sua vez, é variável de acordo com uma série de questões que vão desde a necessidade de chamar a atenção perdida, como o Real Madrid, ou uma briga por questões hierárquicas, como o Luxemburgo e o Palmeiras.

Uma hora ou outra ele volta a ficar parado. Mas, do jeito que as coisas estão indo, ainda vai demorar um pouco.

Para interagir com o autor: oliver@universidadedofutebol.com.br

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Thriller esportivo

“A maior personalidade em licenciamento de marca do país.

Eliana. Apresentadora, cantora, produtora, empresária.

Eliana está comemorando 21 anos de carreira. Uma marca que já movimentou mais de R$ 1 bilhão. Vamos planejar o que ela pode fazer por sua marca”.

Este é o anúncio da empresa de licenciamentos, participações e produções da multiartista Eliana na Revista Veja desta semana, cuja mudança da TV Record para o SBT não encontra rival no mercado interno de transferências em nosso futebol ao longo dos últimos meses.

Existem muitos indicadores do sucesso de Eliana na área de licenciamento de produtos – livros, filmes, brinquedos e CD – que justificam sua escolha por empresas que queiram associar suas marcas à imagem da artista.

Kaká foi apresentado, na semana passada, para um Santiago Bernabéu lotado por 55 mil torcedores do Real Madrid. Um verdadeiro evento, que atraiu a atenção de um número fantástico de meios de comunicação e jornalistas. Leonardo, brasileiro e atual técnico do Milan, clube anterior do jogador, o comparou a Tom Cruise, dada sua pertinência no imaginário das pessoas que acompanham o futebol mundial.

Recordes? Nada. Cristiano Ronaldo foi apresentado ontem. Mais caro, mais pessoas no estádio, mais jornais e TVs… O melhor jogador do mundo em 2008 também teve aparição e cortejo cinematográficos.

Os ídolos são um grande e poderoso dínamo que move as indústrias das artes e dos espetáculos e é algo que pode começar a ganhar mais relevo no esporte em geral.

Isso se deve ao interesse pelo sportainment: mescla entre esporte e entretenimento. As pessoas querem se deleitar com espetáculos cheios de astros, de emoções (positivas e, até mesmo, negativas), de experiências sensoriais. E, estão dispostas a pagar por tudo isso, pois são momentos de refúgio da realidade cotidiana que, no mais das vezes, oprime ousadias subjetivas e levam pessoas a fazerem o que podem e o que não podem com seus espremidos orçamentos.

Em um caldo cultural favorável, a própria morte de uma pessoa importante do showbizz, Michael Jackson, passou, rapidamente, de momento trágico e triste para um filme cheio de suspense e negócios: Como morreu? Por quê? Quem cuida dos filhos? Quem cuida da herança e das dívidas? Prejuízo pelos shows cancelados? Não, os fãs querem guardar os ingressos como lembrança. Por falar em ingressos, você poderia tentar comprar o seu, via internet, para o funeral do cantor em Los Angeles. No meio disso tudo, muito dinheiro rolando, com vendas de CD e downloads de músicas nas alturas…

No futebol brasileiro, fica difícil imaginar algo semelhante ao que ocorre no Real Madrid. Nossos astros não estão aqui. Estão lá. A movimentação das riquezas da indústria do futebol também ruma para a Europa, num ciclo virtuoso.

Quem sabe, Flamengo e Corinthians, com Adriano e Ronaldo, desafiem este protocolo por meio de uma herança maldita de décadas de descaminhos administrativos em nosso futebol.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br

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Futebol, tecnologia e frases para refletir I

Olá amigos.

Costumo sempre utilizar algumas frases ditas por famosos sejam eles grandes intelectuais ou apenas, como diriam alguns, pessoas como nós, comuns, mas não menos inteligentes.

Algumas pessoas, às vezes se queixam, dizendo que a utilização dessas frases é um artifício pirotécnico, que servem apenas para impressionar, talvez até com a ideia de que quem as utiliza o faz por petulância e necessidade de referendar seus pensamentos com nomes mais conhecidos.

Não que isso não aconteça, mas eu, particularmente, penso de outra forma, acredito sim no  poder de captação que o nome conhecido dá a frase, mas muito mais do que isso, existem algumas que se encaixam perfeitamente de forma sucinta e direta naquilo que tentamos nos expressar com páginas e páginas de argumentos.

No texto de hoje me permito trazer algumas e coloco-as vinculadas a uma dada situação que observamos a respeito do mundo do futebol e da tecnologia ao qual nos referimos semanalmente.

Esses vínculos são frutos da subjetividade deste que vos escreve, mas gostaria de ouvir e receber dos amigos leitores o que algumas dessas frases lhes fazem pensar e que relações estabelecem com o futebol.

Sobre a centralização do poder nas mãos dos técnicos, e o egocentrismo exagerado de alguns deles, esquecendo, às vezes, de que os frutos de seu trabalho dependem muito da relação que estabelecem com seus subordinados. Ou ainda, por outro lado, sobre as pessoas que utilizam de artifícios para se eximir de suas responsabilidades:

“Ninguém é suficientemente competente para governar outra pessoa sem o seu consentimento”. (Abraham Lincoln)

Sobre as análises que se fazem após o resultado obtido, da qual julgo ser muito perigoso vincular sucesso, única e exclusivamente, ao resultado do jogo. Ainda que, o que vale de fato seja o resultado propriamente dito, julgo necessário que se desenvolvam mecanismos de avaliação concreta, condizentes com planejamento, com as condições oferecidas, com bases em parâmetros claros e coerentes, pois, senão, o que nos resta e concorda que:

“As melhores estratégias são escritas no pretérito”. (Alphonse Allais)

Sobre a resistência à implementação tecnológica no futebol, sobretudo na perspectiva de que a tecnologia é falha justamente por não atender a todas as expectativas (leia-se: o notebook não entra na área para cabecear uma bola), acaba-se por julgar a tecnologia como algo que não serve ao futebol, que não representa a necessidade  primária, que é fazer a mágica daquilo que deveria ser fruto do trabalho e do planejamento.

“Qualquer tecnologia suficientemente avançada parece ser mágica”.  (Arthur C. Clarke)

Bom amigos, planejo ao menos uma vez por mês trazer algumas breves reflexões e frases, e espero contar com a participação de vocês para estendermos o debate interpretativo dessas citações.

No texto de hoje, contamos com a contribuição de um trio composto por um advogado e ex-presidente americano, um jornalista e escritor francês, além de um escritor e inventor britânico.

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br