Os Jogos Olímpicos são a maior celebração do esporte mundial. Entretanto, por divergências políticas e, principalmente comerciais, o futebol masculino não participa efetivamente dessa celebração.
Isso ocorre porque a FIFA, temerosa de que o torneio de futebol dos Jogos Olímpicos faça frente à sua principal competição (produto), cria uma série de limitações à participação dos atletas e, principalmente, não inclui a competição em seu calendário oficial.
Até os Jogos de 1984, somente atletas amadores, sem contrato de trabalho, poderiam participar.
Nas Olimpíadas de 1988 e 1992 permitiu-se a inscrição de atletas profissionais desde que não tivessem participado em Copa do Mundo.
A partir de 1992, as seleções puderam contar com três jogadores acima de 23 anos, independente de terem ou não disputado mundiais, permitindo-se 3 atletas acima da idade.
Ocorre que a FIFA, que poderia obrigar a liberação de jogadores para o torneio olímpico, apenas recomenda que os clubes cedam os atletas para as seleções. Ou seja, na prática, os clubes cedem os atletas se quiserem, razão pela qual as seleções não terão seus principais jogadores nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
Apesar disso, a FIFA não retira o futebol masculino dos Jogos Olímpicos para não perder a vitrine e a visibilidade e, o COI, por seu turno, acaba aceitando as migalhas do futebol para não perder os patrocinadores e o alcance mundial que a modalidade proporciona.
Entretanto, o sucateamento do torneio olímpico de futebol masculino vai acabar por afastar o público e trazer um marketing negativo tanto para o futebol, quanto para os Jogos Olímpicos.
Pelo status alcançado pelo futebol, as Olimpíadas não terão, para a modalidade, a mesma representatividade dos outros esportes, o que não justifica a preocupação da FIFA.
Por outro lado, comercialmente, uma competição mundial a cada dois anos pode pulverizar os patrocinadores.
Assim, o torneio olímpico de futebol masculino pode ser uma
grande competição de novos, permitindo-se a inscrição de jogadores que nunca participaram de Copas do Mundo (como em 1984 e 1988) e, desde que, incluída no calendário oficial da FIFA com consequente obrigatoriedade dos clubes liberarem os atletas.
Caso uma atitude não seja rapidamente tomada perderão a FIFA, o COI, os Jogos Olímpicos e, principalmente, o futebol que será representado na grande celebração do esporte mundial por uma competição sucateada, sem credibilidade e alijada do público.
Se a FIFA não quer uma grande competição olímpica de futebol masculino, que o retire dos Jogos e abra espaço para as suas modalidades no salão (futsal) e na praia (beach soccer).
Portanto, ou tratem o futebol de campo masculino olímpico com respeito, ou o retirem de vez dos Jogos Olímpicos.