O futebol é uma manifestação cultural, um fenômeno que reflete a própria vida. Sendo assim os conhecimentos que nos orientam a vida, também podem orientar a instituição do futebol. Este saber evolui constantemente.
Na década de 50, por exemplo, os conhecimentos empíricos ou formais de um treinador de futebol eram suficientes para conduzir, com sucesso, todo o processo em busca de um ótimo rendimento esportivo.
Com o passar do tempo, nas décadas de 60, 70, 80 e a conseqüente evolução dos conhecimentos, através das especializações, o saber de uma só pessoa, representada pela figura do treinador, já não conseguia dar conta das demandas que o futebol progressivamente começou a ter.
Conhecimentos especializados sobre medicina esportiva, preparação física, fisiologia, fisioterapia, nutrição, psicologia entre outras ciências passam a ter cada vez mais importância, obrigando a uma nova conformação das comissões técnicas que conduzem os trabalhos junto às equipes de futebol.
A Era da Informação, acelerada pela disseminação da Internet, na década de 90, estimula ainda mais este processo.
Hoje em dia tanto clubes quanto seleções necessitam de estruturas cada vez mais complexas, formada por profissionais das mais diferentes áreas, relativizando o trabalho que há décadas atrás era realizado basicamente pelo treinador.
Tal evolução coloca alguns desafios ao futebol profissional: primeiro é a questão financeira. Como conseguir recursos para contratar os serviços de um número sempre crescente de profissionais especializados? Em segundo é a própria questão da administração, coordenação e integração de todos estes profissionais, reunidos para otimizarem os resultados esportivos, num cenário cada vez mais competitivo.
Soluções criativas e inovadoras terão que ser encontradas, se quisermos continuar evoluindo nesta modalidade esportiva. Novas estruturas, novos conceitos, melhor formação de nossos profissionais são alguns dos ingredientes que precisaremos para nos reciclar e darmos conta dos desafios futuros do nosso futebol pentacampeão.
O treinador, por sua vez, deve ser o responsável pela tática de jogo, pela escalação da equipe e ser o líder natural que consiga integrar e potencializar o talento e a arte de cada um de seus atletas na prática. No mais tem que ser inteligente e perspicaz o suficiente para saber integrar-se com os demais profissionais responsáveis por outras áreas e conhecimentos.
Comandar um trabalho de alto nível no futebol definitivamente não é mais tarefa para apenas uma pessoa.
Para interagir com o autor: medina@universidadedofutebol.com.br