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A sombra do Brasileirão de 2018

O Campeonato Brasileiro de futebol deste ano ainda está em meio à primeira rodada – faltam dois jogos, que serão disputados na noite desta segunda-feira (16). Entretanto, já é possível identificar uma sombra que vai acompanhar todas as partidas desta temporada na principal competição do esporte mais popular em âmbito nacional. Enquanto a Fifa e as maiores ligas do planeta discutem há anos a adoção de árbitro de vídeo, pensando em modelos e discutindo a eficiência desse advento, os dirigentes locais preferiram fazer da novidade uma verdadeira influência externa. No processo de comunicação, pelo menos.
Foi assim em Vitória x Flamengo, no último sábado (14). O árbitro Wagner Reway (Fifa-MT) viu toque de mão num chute que acertou o rosto de Éverton Ribeiro, que estava em cima da linha do gol e acabou expulso logo aos 10min do primeiro tempo. Depois, ele e os auxiliares validaram lance em que Willian Arão estava impedido e tornaram possível que os cariocas fossem às redes – Réver marcou aos 26min da etapa final do confronto que acabou num empate por 2 a 2. Influenciaram de forma determinante no resultado e no andamento da partida, e prova disso é que acabaram afastados pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) – a equipe que trabalhou no Barradão, em Salvador (BA), foi encaminhada a uma reciclagem.
O Flamengo havia sido um dos defensores da adoção do VAR (árbitro de vídeo) já no Campeonato Brasileiro de 2018. Em votação promovida pela CBF, foi acompanhado por Bahia, Botafogo, Chapecoense, Grêmio, Internacional e Palmeiras entre os defensores da ideia. Perderam para um contingente que julgou alto o custo – a confederação nacional trabalhava com uma estimativa de R$ 20 milhões para as 380 partidas deste ano.
O ponto central da reunião em que a CBF discutiu a possibilidade de adotar o VAR no Brasil, contudo, não foi o resultado da votação. A questão é que não houve qualquer debate sobre o modelo ou o porquê de a ferramenta ter esse custo. Não houve discussão sobre alternativas, parcerias ou outros caminhos que pudessem tornar viável a adoção do árbitro de vídeo. E mais importante: não houve por parte dos clubes uma pressão para que a conta fosse parar nas mãos da entidade que comanda o futebol nacional, tem nas mãos a responsabilidade sobre as competições locais enquanto produtos e tem sido superavitária há anos.
Também não houve na reunião em que o VAR foi rechaçado uma discussão sobre o modelo de arbitragem no Brasil. Não houve qualquer conversa sobre profissionalização de árbitros ou caminhos para que eles sejam mais bem preparados. Cobrá-los a cada erro é o caminho mais curto para desviar foco e construir narrativas em que o culpado é sempre o outro. O difícil, no caso da mediação de jogos de futebol no país, é trabalhar para que os erros não aconteçam.
A mesma questão vale para a pressão que o Palmeiras tem feito na FPF (Federação Paulista de Futebol) por suposta interferência externa em um lance da decisão estadual. No segundo tempo da partida em que o Corinthians vencia por 1 a 0, resultado que levava a disputa para os pênaltis, Ralf travou Dudu na área. O árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza chegou a apontar a infração, mas mudou de ideia e no fim anotou apenas escanteio. Foram oito minutos de ínterim entre uma coisa e outra.
Se está convicto de que houve interferência externa, o Palmeiras tem total direito de perseguir seus direitos e fazer pressão para que a decisão seja colocada sob lupa. Mas cabe ao acusador o ônus da prova, algo tão fora de moda no país ultimamente, assim como um cuidado com a pessoa por trás da decisão. A narrativa de que o time foi prejudicado por “alguém de fora” é conveniente para reduzir a pressão sobre a equipe alviverde, mas joga aos leões os profissionais que estavam trabalhando naquele jogo – e que em última instância acertaram, importante dizer.
Em nota oficial emitida na semana passada, o Palmeiras cobrou uma série de medidas da FPF. Pediu, entre outras coisas, a imediata adoção do VAR nas partidas do Estadual. Mais uma vez, um pedido que ignorou o cerne da questão: Como? Com qual modelo? Com quantas pessoas? Operado por quem? Com qual custo? Com qual regulamento?
As semifinais da Superliga de vôlei têm usado árbitro de vídeo em ambos os naipes. E isso não encerrou totalmente as polêmicas – o modelo adotado por eles limita a revisão a alguns tipos de lances, e os árbitros erraram em situações não compreendidas no espectro.
Há uma série de modelos e caminhos possíveis para o VAR, portanto. Dependendo da escolha, é possível que o árbitro de vídeo seja usado para dirimir muitas polêmicas, mas não consiga resolver todas. No futebol brasileiro, porém, ainda não houve qualquer debate sobre todo esse universo de coisas entre o “usar” e o “não usar” o recurso.
Do jeito que está colocada, a questão do VAR é apenas uma sombra. A cada erro que acontecer no Campeonato Brasileiro de 2018, os prejudicados vão reclamar e lembrar que o futebol nacional está aquém das principais ligas do planeta nesse aspecto. Em todas as rodadas haverá gente falando que deixou de somar pontos por causa de falhas humanas, como se a mudança para a máquina fosse uma transposição simples.
Todavia, esse caminho não é nada simples. Se os árbitros que hoje são mal preparados forem os operadores do VAR e não tiverem treinamento adequado para a tecnologia, como garantir eficiência? Se a possibilidade de revisão estiver condicionada à existência de um replay que encerre totalmente a polêmica, o poder não será colocado inteiramente nos geradores de imagem?
Há muitas questões sobre o VAR, e nenhuma delas é se o sistema deve ou não ser adotado no Campeonato Brasileiro. Enquanto a conversa estacionar nessa dicotomia, a sombra que acompanhará toda a competição nacional em 2018 servirá apenas para o que tem sido usada: criar subterfúgios narrativos e evitar as verdadeiras responsabilidades.

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Aprender a executar + aprender a encontrar

Imagine-se num jogo de futebol. A cada instante nos vemos obrigados a agir da melhor forma possível e a aproveitar o máximo de cada momento. Mas estamos falando de um esporte onde o azar e a incerteza são características determinantes, ou seja, haverá sempre um “morrinho artilheiro”, um passe errado ou uma dúvida sobre o que fazer. O lado bom, é que podemos transportar muito disso para o adversário! Mas como podemos resolver o nosso lado?
Bom, os estudos sobre tomada de decisão no esporte nos trazem conceitos e aplicações práticas. Resumidamente, estes estudos vêm desde uma orientação psicofisiológica centrados na antecipação e no tempo de reação, passando por trabalhos com uma perspectiva cognitiva do processamento da informação onde o esportista tem um controle sobre sua resposta, e por hora, temos uma abordagem sobre a relação entre a percepção e a ação que trata da capacidade do atleta em dar uma resposta rápida e adaptada a partir de ajustes sobre o que se percebe em dada situação.
Evidentemente que um assunto desta importância não pode ser tratado de forma tão rasa e muito menos resumido em algumas linhas. Mas vale como pretexto de discussão e algum auxílio teórico, pois estamos falando do processo de formação do jogador de futebol.
Ora bem, pensando no desenvolvimento a longo prazo, os nossos jovens futebolistas estão aprendendo tanto os fundamentos técnicos (condução, passe, recepção, finta, chute, cabeceio, roubo de bola) como os movimentos fundamentais (correr, frear, girar, saltar, mudar de direção durante a corrida); isto é, estão aprendendo a executar tais ações de forma analítica e contextualizada. Neste caso, o ensino é conduzido de uma forma mais direta.
Por outro lado, o jovem precisa aprender a encontrar, de forma rápida e eficiente, as soluções para os problemas que surgem no decorrer do jogo. Para isso, ele deve treinar (melhorar a percepção, a tomada de decisão e a ação) sistematicamente as situações de jogo (1×1 até 11×11) de modo que fique mais “afinado” às ações dos adversários. Isto porque, por mais que as situações sejam pré-determinadas, elas não se reproduzem de forma exata e há sempre algo imprevisível pela frente. Neste sentido, o treino é conduzido de forma mais interrogativa e direcionado a resolver aquilo que é mais relevante.
Aqui chegamos num ponto chave! O papel do treinador é ajudar os jogadores em basicamente três aspectos: 1) torná-los mais conscientes e confiantes de suas responsabilidades quanto ao desempenho em uma situação de jogo; 2) deixar claro quando tomarem uma decisão inadequada, por quê é inadequada e quais as suas consequências e; 3) valorizar as soluções encontradas.
Esta interação jogador-treinador enriquece a análise do contexto da decisão e abre caminho para um diagnóstico mais rápido sobre o problema detectado e suas possíveis causas (perceptivo, decisional ou técnico), tornando o ajuste de comportamento em algo mais agradável e não apenas a execução de uma ordem. Além disso, quando sabemos a causa do problema, fica mais fácil resolvê-lo. Por exemplo, durante um exercício observa-se uma quantidade relevante de passes altos de média ou longa distância fora do alvo determinado. Neste caso, os jogadores perceberam um ponto vulnerável do adversário, decidiram corretamente pois encontraram uma maneira de alcançar o objetivo proposto, mas ainda não conseguem realizar o passe com precisão. Temos então, uma necessidade de melhorar este fundamento. Caso decidissem pelo passe longo, mesmo com o adversário todo defendendo o próprio alvo, tal decisão precisaria ser corrigida por algo que proporcionasse algum benefício para sua equipe.
Por fim, quando elaboramos uma sessão de treino, escolhemos os conteúdos de acordo com o objetivo proposto e conduzimos o ensino de acordo com o tipo de exercício selecionado, ou seja, a maneira como vamos conduzir o treino e transmitir as informações, é definida previamente.
 

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Entre o Direito e o Intermediário

Bem-vindos ao nosso “Entre o Direito e o Esporte”. Hoje vamos continuar a nossa conversa sobre aqueles que nós amamos sempre que trazem aquela estrela para o nosso time, aqueles que lembramos toda vez que esse jogador vai embora, aqueles que são conhecidos como intermediários. Hoje vamos ver mais sobre os regulamentos do “mundo do futebol” que batem na porta dessas figuras do nosso esporte.
E para deixar tudo mais tranquilo, a gente vai seguir esse esquema hoje: vamos começar com o que a FIFA fala sobre tudo isso – é pouco, prometo. Então a gente saí da Suíça para chegar ao Brasil e ver como a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) repassa para os intermediários por aqui. E daí vamos conversar sobre um detalhe bem importante – o tal do “conflito de interesse”.
Fechou?
Quem lembra daquela história da pirâmide? Pois é, cá estamos de novo. A FIFA regulamenta e o resto do “mundo do futebol” segue – por isso que é importante saber o que ela fala do alto de seus bancos. A FIFA é quem cuida do futebol e cuidar do futebol significa proteger e melhorar o que existe. É tipo fazer uma boa pizza margherita, sabe? Não precisa inventar muito e é só seguir o que sempre deu certo. E no caso dos intermediários foi um pouco essa a lógica – regular o mercado da maneira mais próxima do que já existia, melhorando no que parecia possível.
Foi assim que a FIFA criou o regulamento para trabalhar com intermediários. Esse Regulamento é um guia geral para o “mundo do futebol”. Um guia que não fala diretamente com os intermediários, com os clubes, e com os jogadores. Um guia que mira nas Federações Nacionais. Essas Federações Nacionais têm que criar os seus próprios manuais levando em consideração esse guia e o seu dia a dia. É por isso que a CBF repassou por aqui o seu próprio regulamento que é o que a gente vai ver agora.
A Confederação Brasileira de Futebol fez a nossa pizza de catupiry dessa boa pizza margherita – que sempre pode ser melhor. Mudou um pouco aqui e ali para deixar um pouco mais com a cara do que a gente tem por aqui, sabe? Assim que saiu o Regulamento Nacional de Intermediários (RNI). Esse regulamento traz o que o intermediário precisa para se cadastrar e se registrar na CBF, traz o básico para o contrato de representação entre intermediário e clube ou jogador, e traz o básico sobre transparência no trabalho do intermediário. Esse regulamento bate na porta do intermediário para deixar o seu dia a dia mais claro – são os seus princípios gerais.
A gente já sabe que atleta e clube podem contratar intermediários, certo? E esses intermediários podem ajudar clube e atleta durante uma transferência ou numa negociação de contrato de trabalho. É aí que entra a ideia de due dilligence– que é a palavra chique para dizer um “faça a lição de casa antes de contratar alguém”. Esse deverdas partes passa pela ideia de conflito de interesses.
Afinal, o que é um conflito de interesse?
Imagina que você cansou da vida de pizza e resolveu dar uma mão e representar a sua tia com o negócio de molhos de tomate dela. Você conhece todo mundo do ramo mesmo, daí fica fácil. Imagina agora que uma pizzaria te contratou para comprar o melhor molho de tomate para fazer calzone. O que você faz?
A resposta é fácil se o molho da sua tia for o melhor. Você avisa a pizzaria, avisa que você representa a sua tia, e avisa que a sua tia te paga por essa intermediação. Até aí sem problemas – e isso vale para o futebol também se um jogador for o molho de tomate e seu intermediário representar o clube também. Não tem o menor problema desde que todos saibam disso antes e autorizem por escrito.
Agora, e se o molho da sua tia não for o melhor só que você não quer repassar outro por que quer dar preferência para o molho da sua tia porque ela te paga melhor. Como fica? É, aí é mais complicado. O intermediário tem que seguir alguns princípios básicos – transparência e honestidade valem para qualquer relação social das nossas vidas. E aí a grande questão é colocar os interesses do seu cliente antes do seu. Senão…
Senão é um risco que você corre – e pode perder o cliente. Pior. Pode perder até o direito de intermediar qualquernegociação desse tipo. É um risco grande. É por isso que é importante se perguntar se o que você está fazendo é algo que gostaria que fizessem com você. E se ficar na dúvida, bom… é legal pelo menos perguntar para alguém que você confie.
Lá fora todo cuidado é pouco. E do mesmo amor que a torcida tem por um intermediário, pode vir um ódio que pode fechar portas. A vida de intermediário é uma vida complicada e esses regulamentos estão aqui mais para ajudar do que para atrapalhar – mesmo quando parece que não é bem assim.
Hoje a gente fica por aqui. Espero que tenham gostado do nosso “Entre o Direito e o Esporte” aqui na Universidade do Futebol. E nos vemos na próxima sexta-feira para conversar sobre o contrato dos intermediários. Que tal? Deixo meu convite para falarem comigo por aqui, pelo meu LinkedIn ou pelo meu Twitter. Bom final de semana para vocês, e até logo!
 

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O cansaço é mesmo físico no futebol?

Ainda nem chegamos no meio da temporada. Não temos nem três meses de jogos oficiais aqui no Brasil. E o velho discurso de cansaço, desgaste físico e excesso de jogos permeia as entrevistas de muitos técnicos e jogadores.
Primeiro existe uma crença no inconsciente coletivo do futebol brasileiro de que jogar duas vezes por semana cansa. Quebrar crença é algo dificílimo em qualquer setor. Todo gatilho vai reforçar o que se pensa: se o time perde é porque está cansado; se um atacante desperdiça um gol feito é porque faltou perna; se um zagueiro chega atrasado no lance é por conta da sequência de jogos. Enfim, o viés físico toma conta das explicações. Se esquece que o jogo é complexo, sistêmico e integrado.
A vertente física é uma das esferas do jogo. Mas ela não se sobressai a técnica, a tática, ao psicológico, cognitivo, etc. É tudo junto. Ao mesmo tempo.
Tudo já começa pelo treino. Jogadores mais fortes e resistentes fisicamente vão jogar um futebol de mais qualidade? Tenho minhas dúvidas…Correr em volta do campo ou saltar na areia fará os jogadores implementar melhor as ideias de jogo da comissão técnica? Creio que não.
O jogo tem mais qualidade quando os jogadores respondem coletiva e ordenadamente melhor aos problemas que se apresentam nos quatro momentos (ataque, defesa, transição ofensiva e transição defensiva). E trazendo a parte física ele tem que ser um suporte a maneira de jogar. É diferente a preparação de uma equipe que joga com a manutenção da posse de bola, com passes curtos e apoios da preparação de um time que joga de maneira reativa, no contra-ataque e com bolas longas.
Fico incomodado quando se fala do jogo em apenas um aspecto. Não podemos esquecer que o futebol é multifatorial. Nunca há uma única explicação para uma vitória e para uma derrota. Só correr mais não vai te aproximar da vitória. Melhor do que correr bastante é correr certo, atingindo o objetivo do jogo, que é se sobressair ao adversário com o menor gasto de energia possível.
Falar que o time está cansado me parece pobre. Soa como uma desculpa de que o treino e as ideias de jogo não estão sendo bem trabalhadas.

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A importância da gestão da imagem no esporte

Por imagem se entende enquanto sendo a representação visual e o domínio subjetivo. Ou seja, no domínio visual, são os objetos, pinturas, gravuras e desenhos. No campo subjetivo, associações, esquemas, representações da mente humana sobre algo. Estas representações são baseadas em experiências, vivências anteriores dos indivíduos (que as compartilham) em relação a algo, resultado da interação e comunicação com ele. Em outras palavras, a imagem é construída a partir de um conjunto de dados compartilhados pelas pessoas, com base em informações que acabam por conferir significados – atributos – aos objetos.

Em um segundo momento, os objetos se associam. Como visto no parágrafo anterior, cada um destes objetos possui atributos próprios. Por associação, os atributos de um são relacionados a outro e vice-versa. Exemplo: quando um futebolista é contratado por um clube por “se encaixar no perfil da instituição”. Ou então, quando um narrador ou comentarista é contratado por emissora de rádio ou TV por possuir uma característica de trabalho que o veículo de comunicação busca. Um restaurante, ao oferecer para influenciadores, almoços ou jantares, em troca de postagens nas redes sociais, vai ter essa relação implementada.

“Diga-me com quem andas que te direi quem és”, já diz o ditado.

Aos poucos vêm à cabeça vários exemplos dentro do universo do esporte. Provavelmente os mais marcantes são os de fabricantes de chuteiras e indumentária, com os atletas, até mesmo porque sua comunicação é bastante presente. Entretanto, ela também acontece entre e em organizações de administração do esporte (federações). Em muitos casos seus membros podem ser figuras públicas – por popularidade, carisma, cargos exercidos públicos ou de projeção -, que também possuem atributos a eles relacionados, que podem ser positivos e negativos.

Lee Nelson, comediante inglês, instantes antes de jogar cédulas de dólares em direção ao ex-presidente da FIFA, Joseph Blatter. | Foto: Arnd Wiegmann/Reuters

 

Com tudo isso, é preciso ser bastante cuidadoso e cauteloso em relação à nomeação dos colaboradores, diretores, conselheiros, em quaisquer organizações relacionadas ao esporte, aqui especificamente, o futebol. A opinião pública – com muita razão – exige transparência, responsabilidade e idoneidade. No caso da entidade máxima do futebol do país, depois de tantos escândalos que envolvem o atual e os antigos presidentes – e em processo, tomara, de renovação (com muitos cuidados políticos é verdade) -, é preciso pensar na imagem que se quer transmitir para a população ao nomear um diretor (no caso, de desenvolvimento). Quanto vale todo esse cuidado político? Não deve valer a pena.

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Mimimi paulista

A história que vai reverberar por mais tempo entre tudo que aconteceu no futebol brasileiro no último domingo (08) é a de Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza, 45, árbitro que trabalhou em Palmeiras x Corinthians, decisão do Campeonato Paulista. O condutor do clássico viu um pênalti do alvinegro Ralf em Dudu aos 26min do segundo tempo, em lance na linha de fundo, quando os donos da casa perdiam por 1 a 0 no Allianz Parque – o resultado levaria às penalidades a disputa da taça, enquanto o empate daria o título aos mandantes. Depois, ouviu do quarto árbitro que o volante havia batido na bola e atingido o capitão alviverde apenas na sequência do lance. Esperou quase oito minutos, conversou com atletas e com mais gente que estava na área externa e por fim reviu a decisão.
O pênalti que não foi pênalti mudou a história do Campeonato Paulista e teve repercussão muito além das quatro linhas. Mauricio Galiotte, presidente do Palmeiras, deu uma entrevista verborrágica após a partida. Disse, entre outras coisas, que a competição estava manchada pelo lance. Além disso, vetou jogadores de sua equipe na entrega de medalhas, ainda no Allianz Parque, e também optou por um boicote à festa de premiação do certame estadual. Um grupo de conselheiros ainda espera que o time alviverde organize uma represália e boicote o torneio a partir do ano que vem.
A questão toda em torno do lance é se houve interferência externa na decisão de Ribeiro de Souza, o que é proibido pelas regras. Há imagens que mostram movimentos não usuais do quinto árbitro e de outras pessoas que estavam no entorno do gramado. Há conversas suspeitas, ações suspeitas e uma série de cenas questionáveis nos oito minutos entre a marcação do pênalti e a revisão. O Palmeiras tem razão para questionar a liturgia e a origem das informações que chegaram ao árbitro – na transmissão em rede aberta, profissionais da TV Globo foram imediatamente unânimes ao questionar a falta. O Palmeiras pode achar que o árbitro mudou um posicionamento com base em uma percepção que não era definitiva – o lance é questionável mesmo após replays. O Palmeiras pode questionar até o impacto que a paralisação teve em seu time, que precisava de um gol para evitar as penalidades. O Palmeiras pode até achar que o roteiro do clássico abalou emocionalmente seus atletas – Dudu e Lucas Lima erraram suas cobranças, e o Corinthians ficou com o título.
O que o Palmeiras não pode é transformar o episódio em ferramenta discursiva de conflito. Quando disse que o campeonato estava manchado e questionou a relevância do Paulista, Galiotte colocou em dúvida o próprio esforço que seu clube havia feito nos meses anteriores. Se tivesse sido campeão, o mandatário alviverde adotaria um tom de desdém tão escancarado?
Do jeito que foi colocado, o discurso do dirigente pareceu mais uma resposta a seus pares do que uma análise fria. Pareceu um choro de mau perdedor. Ainda que a interferência externa tenha acontecido, o fato é que o Palmeiras reclama de um lance em que a marcação de um pênalti teria sido um erro.
Se o Palmeiras tivesse sido campeão graças a um pênalti equivocadamente assinalado, Galiotte teria adotado um discurso semelhante? E se a interferência externa não oficial é um problema tão grande para o time alviverde, por que a diretoria nunca se pronunciou para criar mecanismos que impedissem essas ações?
Em 2017, depois de um jogo em que o Corinthians venceu o Vasco no Campeonato Brasileiro com um gol irregular anotado por Jô, Marco Polo Del Nero, então presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) disse que urgia a adoção do árbitro de vídeo e que essa medida era irreversível para a principal competição nacional. Depois, apresentou aos clubes uma conta de R$ 20 milhões por ano e entregou o custo a eles. O orçamento foi reprovado, importante dizer, sem que houvesse questionamentos sobre a natureza desse valor.
A única tentativa recente de minimizar polêmicas no futebol brasileiro, portanto, esvaiu-se numa simples discussão sobre custo. Não houve parecer técnico ou debate sobre a necessidade de evolução. Não houve preocupação com o todo, o que também resume o posicionamento de Galiotte após a decisão do Campeonato Paulista.
Se houve interferência externa na decisão do árbitro, trata-se de um erro inaceitável. Galiotte, contudo, não pode fazer acusações e julgamentos sem apresentar provas. Ainda que os indícios levem a uma conclusão assim, não pode levantar dúvidas sobre pessoas e instituições sem se responsabilizar por isso.
E aqui uma adição importante: também não deve, se achar que foi lesado, fingir que não aconteceu nada. Não pode aceitar qualquer explicação da FPF (Federação Paulista de Futebol) e não deve deixar o tema morrer, ainda que isso abale relações políticas.
O desfecho do Campeonato Paulista de 2018 tem muito do que o Brasil tem vivenciado no campo político: acusações sem provas, pessoas tomando partido e análises enviesadas. O Palmeiras tem chance de dar um passo além e efetivamente transformar o choro em investigação ou plano de ação. Caso contrário, para usar uma expressão que tem sido comum nas redes sociais, a reclamação do clube não vai passar de mimimi.

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Entre o direito e a negociação

Bem-vindos ao nosso “Entre o Direito e o Esporte”! E nesse abril nós vamos conversar mais sobre aqueles que são parte dos negócios do esporte, aqueles que são parte das notícias do futebol, aqueles que influenciam o dia a dia do nosso esporte mesmo fora de campo. Nesse mês nós vamos conversar sobre os intermediários (ou agentes, empresários, e todos os outros nomes que a gente já ouviu por aí).
Como todo começo de mês hoje nós vamos ver o que vai ter em cada uma dessas quatro semanas que fecha o primeiro quarto do ano. “Primeiramente”, vamos conversar sobre os regulamentos “do mundo do futebol” que falam dos intermediários (é, esse é o “melhor” nome hoje em dia). Na terceira semana vamos ver o contrato modelo do atleta com o agente por aqui – isso mesmo, mais “modelão”. E daí a gente fecha o mês falando de mais um registro, e dessa vez não é o do atleta.
Bora lá?
Imagina que você é dono de uma pizzaria na Itália. Na sua pizzaria você recebe vários jogadores famosos – afinal, a sua pizza é boa. Aliás, a pizza é boa e você é melhor ainda como “a cara” dessa pizzaria. Os clientes gostam de você, gostam das suas ideias, e gostam do jeito que você fala com eles. Você deixa uma boa impressão tão grande que te convidam para negociar um contrato aqui e outro ali. E quando você menos esperar vira um dos maiores intermediários da história.
Só que para sair da pizzaria e vestir a roupa de intermediário, você tem que saber onde pisa (não, não a cidade). Do mesmo jeito que você precisava saber a quantidade de farinha para fazer a pizza, como intermediário você precisa saber a idade mínima de um atleta para intermediar o contrato dele. Do mesmo jeito que você precisava saber as regras da vigilância sanitária para ter a pizzaria, como intermediário você precisa saber quais regras você tem que seguir na hora de fazer o contrato do seu cliente.
É por isso que é importante saber mais sobre os regulamentos “do mundo do futebol” que dão a base para o dia a dia do intermediário (e dos clientes – seja o seu clube ou um dos atletas). Uma base que tem que ser perfeita como o molho de tomate que é a essência da nossa pizza do fim de semana! E é bem isso que vamos ver semana que vem.
Imagina que você cresceu com um amigo que te destruía na quadrinha da escola. Você tentava, tentava e tentava. Mesmo assim só levava caneta! O tempo passou, esse amigo foi parar num time e você na faculdade. O tempo passou, seu amigo queria jogar bola e você começar a vida profissional. O tempo passou, seu amigo tinha que cuidar de tudo fora do campo e você sabia como ajudar.
Quando menos você percebeu, seu amigo é seu primeiro cliente. Você virou um intermediário. E como um intermediário precisa saber como fazer um contrato. Não se preocupe tanto, é exatamente aí que surge o “modelão” da vez! E é isso que vamos ver na nossa terceira semana aqui nesse mês de abril. O básico do contrato do intermediário com o seu cliente. Que tal?
Imagina que você sonhava em ser um grande jogador. Imagina que passou a sonhar em ser um jogador. Imagina que acabou indo vender chapéu na praia. Chapéus que a sua mãe fazia. Mãe que te ajudou a abrir o seu primeiro negócio – não, não uma agência de talentos. Seu primeiro negócio foi um bar. E lá um jogador ia nos seus dias de folga.
Até hoje você não sabe bem o que aconteceu naquele dia. Só sabe que esse jogador pediu ajuda. Você foi atrás e sabia das regras. E para ajudar o atleta dentro das regras, vocês assinaram um contrato de intermediação. Só que qual é o próximo passo? É sobre isso que a gente vai conversar na última coluna desse mês.
Você sabia como registrar aquele chope que você vendeu para o seu cliente naquele HH depois do trabalho. E você descobriu que precisava fazer a mesma coisa para transferir aquele seu outro cliente para o time que ele queria ir. Esse registro é uma parte importante no dia a dia do intermediário e é a garantia do negócio.
A vida de intermediário é curiosa e cheia de histórias. Histórias que montam o nosso futebol. Um futebol que é cheio das suas regras, dos seus modelos, e dos seus registros. É por isso que o jogo que passa na nossa televisão toda semana começa lá longe das quatro linhas – numa pizzaria, numa quadra de escola, ou até num bar.
Seja você um torcedor, um cartola, ou um atleta, é sempre bom saber como tudo isso afeta o dia a dia do nosso esporte. Afinal, o que acontece com aquele intermediário vai afetar o seu time, o jogador do seu time, e você como torcedor.
No fim do dia, o nosso futebol é paixão e também um negócio.
Espero que tenham gostado do nosso “Entre o Direito e o Esporte” aqui na Universidade do Futebol. E nos vemos daqui a uma semana para conversar sobre os regulamentos do “mundo do futebol” sobre os intermediários. Combinado? Deixo meu convite para falarem comigo por aqui, pelo meu LinkedIn ou pelo meu Twitter. Bom final de semana para vocês, e até logo!

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Cadê o futebol ofensivo brasileiro?!

O futebol brasileiro construiu suas vitórias através do jogo bem jogado. E esse jogo foi marcado pela ofensividade – sim, também é possível jogar bem tendo como principal virtude a defesa. Porém, quando passamos a chamar a atenção do mundo ganhando três entre quatro Copas do Mundo (de 1958 a 1970) nos caracterizamos pelo drible, velocidade, alegria, malemolência dos nossos craques.
O mundo mudou e o futebol também. Muitos brigam com isso, mas é a realidade. Antes não tínhamos celular. Hoje o mundo está na ponta dos nossos dedos. Antes a pedagogia do futebol de rua formava nossos craques. Hoje nossos garotos não conseguem ter as tais dez mil horas de prática, necessárias para a excelência de qualquer atividade.
O movimento recente de nossa ‘escola’ vem produzindo muito mais defesas do que ataques. Se diminuímos o número de craques formados e exportamos a maioria deles precocemente para a Europa, a saída que nossos treinadores encontraram foi trabalhar princípios e sub-princípios defensivos. Hoje vemos nos principais clubes do Brasil compactação, marcação por zona, sempre com coberturas bem executadas.
O próximo passo então é resgatar o que fazíamos, mas sabendo que só o talento não vai resolver. Com essas defesas bem estruturadas, apenas ataques com ideias e conteúdos vão funcionar. Nada de somente fazer a bola chegar ao terço final do campo e lá os jogadores saberão o que fazer.
Dá para trabalhar conceitos ofensivos. Dá para treinar. Existem mecanismos de fazer o jogador entender que mesmo sem a bola ele tem importância. Ele pode abrir linhas de passe, dar apoio, levar a marcação, gerar amplitude abrindo o campo e ter uma enorme relevância, mesmo sem tocando na bola.
É treino, é convencimento, é mudar a crença individualista geral que reina na nossa cultura. Dá trabalho. Mas dá para fazer.

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Complementar o outro sendo você mesmo

O mundo atual está tão obcecado pelo padrão, pela mesma configuração, que quem foge um pouco desse protótipo estrutural, é taxado de louco ou vulgarizado por não seguir diretrizes balizadoras.
O futebol, um reflexo social, também tem essa problemática, pois está se transformando em uma produção serial, ou seja, todos padronizados com o mesmo perfil. Isso induz a enlatar os jogadores como sardinhas com um selo de atributo único, obcecado pelo controle, pela velocidade, pelo padrão, desvalorizando a natureza da diversidade e a vida contemplativa do jogar sendo você mesmo.

Processo padronizado do futebol atual

Independentemente da realidade, a palavra padrão tomou conta. E o padronizar é um cancro que existe em vários níveis processuais. Dentro de uma lógica hierárquica, ao existir uma ideia macro padrão sem uma sensibilidade devida para os pormenores, enrijecendo a singularidade e os detalhes, por mais que seja defendida com unhas e dentes e pareça astuta na sua lógica, dependendo de sua operacionalização e entendimento, corre o risco de sagrar um protótipo único de jogador com caudilhismo e não criar um contexto natural evolutivo diverso.

Processo formatado do jogador

Mas a diversidade e a natureza singular de cada um é um fator que humaniza as relações. Todos os lastros antropológicos e culturais demonstram que a diversidade e sua ramificação comunicativa é um fator “sine qua non” para a evolução da espécie. Encontrar esse equilíbrio entre ideias e singularidade, é o grande imperativo para não enlatar as capacidades naturais e processuais de cada indivíduo.

Diversidade nos anos 70. Foto: Divulgação

 
Atualmente existe um estado organizacional mais acentuado confundido com rigidez. Um bom processo deve ir contra isso e facilitar que o jogador encontre a si mesmo num primeiro momento, ausentando-se dos padrões estabelecidos. Não é simplesmente se reconhecer no espelho, mas saber de suas debilidades e potencialidades, entender o fio invisível de sua intervenção dentro de sua atuação e procurar também entender o outro para complementar com intencionalidade criativa sua atuação transformadora.
Encontrar e interpretar os mais distintos perfis ao mesmo tempo buscando complementos interativos, é a grande arte da diversidade microscópica que se ausenta de uma forma única preestabelecida. Estes estados que muitas vezes são invisíveis, não podem se equiparar por completo, mas podem compartilhar de certas estruturas profundas.

 

Interação dos jogadores

A interação dos jogadores, ou seja, uma supraconsciência, tem uma unidade do eu com ela, do eu com o eu, do eu com o outro e do outro com eu. Isso, por si só, revela cultura, qualidade e diversidade. E dentro desse mundo, complementar é interpretar e habilitar as capacidades dos integrantes com uma luminosidade progressiva que crie evoluções e propósitos para a singularidade de todos, sem uma classe única.
Riquelme deixou claro isso em uma entrevista no Jornal Marca: “Não podemos pretender ter 10 jogadores como Iniesta ou Busquets. No Atlético, Diego Costa se sente cômodo e desfruta. Seu estilo, podem gostar mais ou menos, porque a Espanha está acostumada com a qualidade, mas Diego é um atacante muito perigoso e difícil de marcar, estilo Luis Suárez no Barça. Lutam, são chatos… e servem, claro que servem”.

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A mudança no futebol: em nome da inovação, progresso e do avanço

É cada vez mais presente no cotidiano discussões sobre inovação, progresso, avanço. É da natureza humana ir adiante e querer algo mais. Até porque o ser humano se cansa do obsoleto, é contra o atraso e também o retrocesso. O futebol não foge desta dinâmica. O seu regulamento, esquemas táticos e organização evoluíram ao longo de pouco mais de 150 anos da modalidade. Impossível imaginar uma partida em que o árbitro atua sem cartões, como outrora. Daqui alguns anos é bem provável que falarão o mesmo sobre o vídeo-árbitro.
Esta coluna quer tocar no assunto da discussão em torno da confirmação da final única da Taça Libertadores. Quem dera todos os problemas do futebol fossem desta ordem, e não os de dopagem e o de manipulação de resultados. Este reboliço por conta de apenas um jogo para a decisão de um grande torneio traz à tona uma reflexão sobre inovação, progresso e avanço. Ora, se não fosse necessária uma alteração no calendário para só um confronto do campeonato continental de clubes (Taça Libertadores), a Confederação Sul-Americana sequer tornaria o tema público. Quer seja por pressão comercial ou política, quer seja por questões que dizem respeito à integridade do atleta e valorização da competição (tomara seja isso mesmo), é preciso mudar. Esta mudança não acontece da noite para o dia e ela é estudada. Inúmeros cenários são estudados e questionados. Em jogo estão a reputação do torneio e de toda uma instituição que é o futebol da América do Sul.

Fotomontagem dos estádios do Grêmio. O antigo, o Olímpico, e o atual, a Arena Fotos: Divulgação

Hoje todos enchem os olhos com os modernos estádios espalhados pelo Brasil. Não falo dos “elefantes brancos”, mas sim dos economicamente viáveis. Muitos foram contra as suas construções em nome de uma história e uma tradição construída ao longo de décadas. Isso não morre, caso sejam preservadas e cultivadas, a fim de que sejam transmitidas de geração para geração. Os tempos mudam, as prioridades e os objetivos também mudam. Os estádios de outros tempos, com capacidade para dezenas de milhares de pessoas, sem quaisquer condições de segurança e conforto, hoje não teriam sequer aprovação para serem construídos. Por analogia, impossível imaginar um carro fabricado hoje, sem o encosto para a cabeça no assento, ou retrovisor no lado passageiro, como era feito antes.
Outro exemplo é o do campeonato brasileiro ser disputado por pontos corridos e o quanto, na altura do debate se seria ou não implementado, isso impactaria nas receitas dos clubes. Bom, para este formato durar desde 2003 significa que algum êxito teve. Por último, toda a polêmica em volta da utilização do gramado artificial, com a entidade máxima do futebol (FIFA) a aprová-la. Se houve um sinal positivo de Zurique, não foi à toa. Como guardiã da modalidade, ela deve levar em consideração o jogo e a integridade do atleta.
Com tudo isso, assim como falado em outros textos nesta coluna, é tudo questão de costume. A mudança é necessária para que haja inovação, avanço e progresso. E é a única constante da vida, dizem alguns. Para cada mudança, são necessárias ações. Algumas serão certas e outras erradas. Serão bem-vindos os acertos. Os erros, sim, também serão. Oportunidade para se aprender! Que bom que estes erros são novos, e não os mesmos do passado. Sinal de que se vai para a frente.