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TPJO (Tensão Pós Jogos Olímpicos): "Fecham-se as cortinas e termina o espetáculo"

Sempre que se encerram os Jogos Olímpicos nós, amantes do esporte, sentimos aquele vazio, aquela tristeza, o famoso TPJO (Tensão Pós Jogos Olímpicos), o que fazer até passarem-se quatro anos ?  Afinal para quem vive do, pelo e para o esporte e nas horas vagas se entretêm com ele sem dúvidas vive um momento mágico.

Torcer, como um povo sofrido pelo sentimento de união da nação, de força, de superação. Criticar, como observadores, o planejamento, a falta de investimento, o desvio de verbas, o descaso com a ciência. Misturar entre tantos outros sentimentos, orgulho, frustração, indignação, alegria e emoção com o hino nacional raramente tocado. É sem dúvida uma complexa relação que estabelecemos com os jogos, para alguns excessiva, para outros natural, enfim opiniões tão diversas como as possibilidades de reflexão que se abrem.

Modernidade, organização, precisão, imagens sensacionais, não dá para esquecer da famosa imagem em “câmera ultra-lenta”, nem tão pouco das falhas como o sumiço da vara, que transformou a atleta Fabiana Murer em verdadeira protagonista de uma tragédia Grega.

Faço minha reflexão, com muito receio, pois dei uma repassada nos textos anteriores, e gostaria de ser menos pessimista e ranzinza com as questões tecnológicas no esporte nacional, sobretudo no futebol, mas sou brasileiro e não desisto de trazer em textos futuros boas novas para a torcida brasileira eternizada na voz do saudoso Fiori Giglioti, (que fico aqui imaginando como ele teria narrado o ouro de Cesar Cielo), mas enquanto isso tento me ater nas condições sob aquilo que conduz meus olhares.

Sempre ouvimos ao término dos jogos, o discurso de reflexão, de aprendizado, de evolução do esporte nacional, e ficamos numa análise mais racional desapontados com a distância que nossa estrutura está em relação as demais. Ouvimos promessas, expectativas de evolução fenomenal para o próximo e tão orgulhosamente chamado ciclo olímpico, mas o fato é que parece um discurso gravado numa fita cassete e transposto para um CD ou DVD, e provavelmente na próxima, esse discurso já esteja gravado no BLU-RAY (para alguns, a evolução do DVD).

Mas o amigo da Cidade do Futebol pode se perguntar o que dizer do Cesar Cielo ? Com muito orgulho e emoção vibrei com a conquista desse fantástico nadador brasileiro que treinou ou treina nos Estados Unidos com um técnico australiano, e que por sorte nossa não desistiu de representar seu país natal, que acredito pouco ter contribuído com o desenvolvimento desse campeão olímpico.

As cortinas foram fechadas, e é mais do que necessário para aqueles que defendem e atuam no esporte de competição em alto nível , que mais do que os batidos discursos, de nossos dirigentes, pós jogos olímpicos temos que observar profundamente as razões de tais diferenças. E esse observar vai muito além de por um óculos para enxergar melhor.

Nos aspectos tecnológicos a frase Alan Kay em destaque no inicio dessa coluna, representa um ponto importante no qual precisamos refletir.

Enquanto para nós o show de imagens é o marco da invenção tecnologia que fica desses jogos, para outros países habituados a tecnologia, que nasceram ou fizeram nascer deles inúmeros recursos, o desempenho esportivo é fruto de nada mais nada menos que um cotidiano de planejamento , de investimento (e isso falta no nosso pais, e não só no aspecto financeiro, mas também no aspecto de prioridade dos profissionais e capacitação para lidar e exigir tais condições).

Um cotidiano que leva o treinamento de um Michael Phelps para túneis de água e recursos biomecânicos para aproveitar sua estrutura corporal aos melhores e mais adequados movimentos dentro da água, que leva aos atletas o treinamento numa Hydro Physio Lifestyle Water Resistance, equipamento de treino resistido na água, que estuda ação dos adversários em busca do melhor proveito como a técnica da seleção feminina de futebol dos Estados Unidos, enfim poderíamos aqui enumerar uma gama de recursos e possibilidades que pudemos observar no decorrer desses jogos, mas seriamos extremamente repetitivos.

E antes que nos conformemos que tudo isso é muito caro para a realidade brasileira, lembro que temos no Brasil, empresas e universidades que desenvolvem grandes trabalhos e pesquisas, que acabam achando mercado muito mais receptivo fora do nosso país, principalmente pela capacidade dos profissionais estrangeiros de priorizar tais recursos no planejamento e treinamento.

Fica a reflexão, fica o olhar, ficam os recordes e as medalhas, ficam as imagens, mas sinceramente espero que não fiquem os discursos. Espero que possamos nascer para o mundo tecnológico no esporte.

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br

 

“A tecnologia só é tecnologia para quem nasceu antes dela ter sido inventada.”
( Alan Kay )

 

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Quem morreu?

“Que cara é essa, morreu alguém?”. Dessa maneira “delicada”, Dunga começou a entrevista coletiva de imprensa após a conquista da medalha de bronze pelo time de futebol do Brasil nos Jogos Olímpicos de Pequim.

Sim, o técnico da seleção, como bem colocou o repórter do “UOL” Bruno Freitas “surtou” quando foi atender à imprensa após o frustrante bronze na China. E o recado, segundo a reportagem, era para a TV Globo. Até o próprio Dunga confirmou isso:

“Aqui dentro tinha esquema. Comigo não tem. Acabei com o privilégio, e isso causa revolta”, disse o treinador, mostrando claramente que tentou dar nova cara ao relacionamento entre comissão técnica, jogadores e imprensa desde que assumiu o “trono” de técnico da seleção em 2006.

De fato Dunga não permitiu que o time do Brasil se tornasse uma espécie de figurinha carimbada da Globo, como havia acontecido com o time do Brasil de Parreira na Copa da Alemanha. Não que toda a invasão de privacidade fosse a única responsável pelo oba-oba exagerado em cima daquele time e, conseqüentemente, pela derrota apática para a França.

Só que, naquela ocasião, Dunga atuava como comentarista pelo BandSports. Da cabine do estádio em Frankfurt, viu o time de Parreira ser aniquilado por Zidane e Cia. E percebeu, na pele, a dificuldade que a imprensa “comum” tinha em conseguir alguma coisa com aquela seleção.

Quando assumiu o comando brasileiro, Dunga fez mais ou menos o jogo que acabou tornando-o figura abominável pela mídia em 1994. Sem regalias, sério, fechado, jogando duro. Assim começou a ser implantado o “estilo Dunga” na equipe do Brasil.

Só que, diferentemente de 1994, a seleção não ganhou o caneco, ou o ouro. Amargou o terceiro lugar, e com isso a paciência da imprensa com Dunga se esvaiu, assim como havia sido em 1990, quando ele virou o símbolo de uma geração derrotada em campo.

Agora, Dunga é sinônimo de insucesso fora de campo. Suas atitudes, que condiziam com aquilo que se considera bom jornalismo, acabaram se tornando sinônimo de antipatia e podem acabar por destruir o trabalho que começou a ser feito por ele (goste ou não goste, ele conquistou uma Copa América e um bronze olímpico).

Mas agora o buraco é mais embaixo. Dunga começou a atacar uma seara complicada. Envolve não apenas a mídia como um todo, mas uma das mais poderosas parceiras comerciais da CBF, que é a TV Globo. Afinal, ela é quem compra os direitos de transmissão das competições organizadas pela CBF. Ela é quem paga US$ 500 mil em média pelo amistoso do time nacional. Ela é quem muitas vezes tira alguns clubes da pindaíba, a pedido da própria CBF.

Será que Dunga está com a razão? Muitas vezes, sim. No caso do tratamento com a mídia, é notável que o trabalho ficou mais “justo”, permitindo a todos os veículos acesso a atletas e comissão técnica, sem papagaiadas de ficar acordado até tarde para dar “Boa noite” no Jornal Nacional.

Mas, sem a habilidade política que o cargo de técnico da seleção brasileira exige, quem será que vai morrer primeiro nessa história?

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br

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O treino tático e o conceito de processo

O que significa processo?
 
Estou eu aqui sempre a falar sobre o tal. Treinamentos exigem processo; educação exige processo; formação de atletas exige processo; resultados exigem processo. Das definições que o Moderno Dicionário Michaelis de Língua Portuguesa oferece, aquelas que melhor se encaixam naquilo que o “processo” que digo, se refere, vão todas na mesma direção.
 
Por exemplo: segundo o dicionário, processo pode ser a “sucessão sistemática de mudanças numa determinada direção”; pode ser “série de ações sistemáticas visando a certo resultado”, “ações ou operações contínuas que ocorrem de uma maneira determinada”, ou ainda “ação de ser feito progressivamente”.
 
Pois bem. Ainda que não nos prendamos nas definições, mas no conceito, continuará evidente que um treinador de futebol, profissional ou das categorias de formação, precisa (muito!) conhecer e entender sobre “processo”.
 
Na revista Soccer Coaching de dezembro/janeiro de 2008, em uma matéria sobre meu trabalho nas categorias de base, propus uma seqüência de exercícios referente a uma temática específica da marcação em zona.
 
É comum que me peçam algum exemplo de atividade para se trabalhar esse ou aquele conceito. O que é mais comum ainda é que na maior parte das vezes não há o entendimento de que esse ou aquele exercício, esse ou aquele treino, desvinculado do “processo”, não terá o efeito desejado e muito menos servirá para aquilo que fora destinado.
 
Hoje, então, apresentarei uma idéia, de como em dado período específico, do planejamento ou da periodização tática, pode-se construir (de forma processual) o conceito de marcação em zona (referente à linha de defesa e à de meio-campo) aplicada ao 1-4-4-2 em linha a partir da linha três (no fim do texto, veja o quadro explicativo que resume as atividades – use-o para acompanhar a leitura).
 
 
 
Em um primeiro momento, a lógica básica para a construção da marcação zonal em linha (das linhas de defesa e meio-campo) ocorre a partir do desenvolvimento do conceito da ocupação racional do espaço, independentemente da quantidade de jogadores adversários distribuídos em dado setor do campo.
 
Então, progressivamente, com poucos jogadores, podemos criar situações de igualdade e desvantagem numérica para a defesa, de tal forma que aumentando o número de jogadores cheguemos efetivamente nas duas linhas de quatro.

 
Como a idéia de início é construir o conceito da marcação zonal, é importante que os jogadores que estão defendendo tenham liberdade de ação e posicionamento, para que orientados pelo treinador comecem a perceber racionalmente qual a melhor ocupação do espaço em função da posição da bola, estando eles em igualdade ou desvantagem numérica.
 
 
 
Quando, na evolução das atividades, a defesa estiver efetivamente com oito jogadores realizando o exercício em igualdade e desvantagem numérica, há de se partir então para outro nível da construção dos conceitos: a formação efetiva das duas linhas.
 
 
 
Na concepção e apresentação das atividades desse novo nível, a construção das linhas inicialmente não é explícita na intervenção do treinador, mas ocorrerá em conseqüência da estrutura das próprias atividades.
 
Nesse novo nível, antes efetivamente do 11 contra 11 é necessária ainda a execução em igualdade e desvantagem numérica (figuras 11 e 12).
 
 
 
Depois do11 contra 11, outros níveis precisam ser alcançados até que o 1-4-4-2 em linha esteja bem organizado para responder ao maior número possível de situações-problema. A construção da orientação do espaço da linha de ataque também é algo que precisa ser inserido no desenvolvimento de todos os níveis de construção para se chegar efetivamente no “jogo formal”.
 
E esse, caro leitor, é o seu desafio. Como você faria para desenvolver o conceito de forma integrada com a linha de ataque? Se essa for fácil, pense então como faria para realizá-la de forma “pressionante”; ou ainda, como trabalharia para desenvolver esse conceito de marcação a partir da linha 1 (linha mais adiantada)?
 
Até a próxima…
 
Quadro resumo-esquemático:
 

Para interagir com o colunista: rodrigo@universidadedofutebol.com.br

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Opiniões devidamente fundamentadas

Caros amigos da Universidade do Fubebol,

É muito comum ouvirmos que advogados e números não são muito amigos. Essa afirmação não deixa de ser totalmente falsa. Confesso que os números, cálculos, planilhas, etc, não são o meu forte. Nossa classe de advogados prefere as palavras aos números.

Entretanto, como tudo na vida, qualquer argumentação deve ser devidamente fundamentada. Palavras não passam de palavras a menos que por trás delas exista algo de concreto, que dê substância e credibilidade necessária à linha de argumentação desejada.

Essa breve introdução deve-se ao fato de ter sido recentemente publicado um estudo de fundamental importância para o ambiente do direito desportivo mundial. O Professional Football Players Observatory, sediado em Neuchatel, Suiça, acaba de publicar o Annual Review of the European Football Players´s Labour Market.

Esse estudo apresenta dados relativos às cinco maiores ligas europeias, relativamente ao movimento dos diversos jogadores inscritos pelos clubes afiliados a tais ligas. Esse estudo foi, ao final das contas, apoiado pela FIFA, uma vez que dá grande substância ao tão discutido projeto da lei do 6+5. Além disso, permite compararmos esse projeto com a regra da UEFA dos home-grown players.

Com números na mesa, conseguimos analisar melhor as propostas de alteração na regulamentação vigente, que tem por objetivo desenvolver jovens jogadores da Europa (em detrimento do crescente processo de imigração de jogadores estrangeiros à Europa) e também fortalecer as seleções nacionais européias.

Com esse estudo, a FIFA pode verificar que sua preocupação com o crescente número de estrangeiros no futebol do velho continente é legítima. E também que esse fato provoca um desestímulo para os clubes europeus formarem jogadores em suas categorias de base.

O estudo aponta que mais da metade de todos os gols da última temporada naquelas ligas foram marcados por estrangeiros. E que clubes com maior número de estrangeiros tem um rendimento superior, em média, do que clubes com maior caráter doméstico.

Por outro lado, países com maior número de estrangeiros em suas ligas possuem um rendimento médio inferior aos outros países. É o caso, por exemplo, da Inglaterra, que tem uma porcentagem superior a 60% de estrangeiros (sendo o Manchester Utd. detentor de mais de 80% de estrangeiros em seu plantel). E, coincidência ou não, a seleção nacional dos inventores do futebol moderno aparece apenas na 14ª posição no ranking da FIFA, não tendo sido sequer classificada para a Eurocopa deste ano.

Interessante notar, ainda, que clubes com maior porcentagem de “jogadores estáveis” leva nítida vantagem sobre aqueles clubes que contratam grande quantidade de novos jogadores todos os anos. Dos 10 clubes que menos contratam na Europa, 6 deles terminaram suas ligas entre os 5 primeiros colocados.

Esses são apenas alguns dos números que podem ser extraídos da versão final do estudo. Em uma primeira análise, podemos perceber que a motivação das propostas de alteração legislativa da FIFA e UEFA para um melhor desenvolvimento do futebol local são legítimas. Mas que, apesar disso, elas devem sofrer grande pressão no sentido contrário por parte dos clubes (principalmente dos mais poderosos), que não vão aceitar imposições que tirem os seus rendimentos dentro de campo.

De qualquer maneira, temos que reconhecer que as propostas para novas legislações somente pode acertar o alvo em cheio, caso sejam feitas e confirmadas por estudos numéricos, que suportem as características das novas leis.

É nessa medida que nós, advogados, temos que nos render aos números. Eles são, de fato, literalmente fundamentais.

Para interagir com o autor: megale@universidadedofutebol.com.br

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Uma coisa leva a outra

Globalização é um fenômeno engraçado. Você vê uma coisa em um lugar e, quando menos percebe, você descobre que essa coisa na verdade é conseqüência de um outro negócio que ta acontecendo em outro lugar, que por sua vez é também uma conseqüência de mais outra coisa, de mais um outro lugar, e assim por diante.

Ok, não é um negócio muito engraçado.

De qualquer maneira, isso é reflexo de um mundo com pouquíssimas fronteiras, com amplo desenvolvimento tecnológico, com redes de informações globalmente disseminadas e tudo mais. Por um lado é legal, porque o mundo fica maior e mais interessante. Por outro lado, é muito ruim, porque você começa a sofrer com problemas que não são de fato seus. É a tal da história da borboleta que bate a asa nos Estados Unidos e causa um furacão no Japão. Borboleta desgraçada. Sorte dela que ela é estadunidense. Se fosse o contrário, certamente os Estados Unidos dariam um jeito pra invadir o Japão.

Coisa semelhante acontece com o Brasil, apesar de ele não ser, obviamente, uma borboleta. Mais especificamente, com o futebol brasileiro. Ainda não dá pra ver com muita clareza, mas uma crise braba pode estar se aproximando. Uma crise daquelas.

Tudo porque uns bancos estadunidenses ficaram empolgados com o momento econômico favorável que o mundo estava passando até o ano passado e resolveram abrir o caixa pra qualquer um que aparecesse pela frente e emprestaram dinheiro para quem não devia, sem perguntar pra esse alguém se ele teria condições de devolver esse dinheiro emprestado. Ele não tinha. E começou uma crise de crédito gigantesca nos Estados Unidos. As pessoas começaram a parar de pagar os bancos, que, sem perspectiva de reaver a grana, executou os bens das pessoas, principalmente os imobiliários. Com isso aumentou a oferta de imóveis a tal ponto que o mercado imobiliário, um dos mais fortes por aquelas bandas, começou a se desvalorizar. Aí veio o desespero. E quando os Estados Unidos se desespera, o mundo tem um faniquito.

A crise de crédito se espalhou pelo mundo todo, dos países mais desenvolvidos aos países emergentes. Afetou, principalmente, a Europa. A Espanha tem no mercado imobiliário um dos grandes combustíveis para seu desenvolvimento. Esse mercado entrou em colapso, o que afetou a capacidade econômica espanhola, que deixou de importar produtos de outros países por aquelas bandas, como Alemanha e Inglaterra. De processo em processo, a Europa se encontra quase à beira da recessão econômica. Isso significa menos dinheiro disponível no mercado, o que significa menos dinheiro para o futebol.

Com essa situação, os clubes e ligas da Europa precisaram rever seus planos. Alguns projetos de novos estádios foram adiados. Nem as más condições do mercado e muito menos a valorização do petróleo servem como incentivadores de grandes investimentos no momento. E estádio é um grande investimento que dificilmente se justifica economicamente. Então segura o projeto, assim como segura outros investimentos maiores, o que pode ser perfeitamente subentendido como valores de transferências mais polpudos. Ninguém, fora os clubes que tem os donos bilionários, vai investir em jogador, porque os grandes investimentos em jogadores chegaram a um patamar absurdo. Não é qualquer dia que você acha 20 milhões de euros pra comprar um jogador que nem é tão bom assim.

E isso tem reflexo direto no Brasil. Se o mercado tava começando a se acostumar com a idéia de ter transferências de jogadores novos por dezenas de milhões de euros, como foi o caso do Robinho, Breno e Pato, é possível que ele tenha que reaver esse posicionamento. Faltando 10 dias pra fechar a janela, foram poucos os jogadores que saíram do país, principalmente para jogar na Europa. A ascensão do mercado árabe se justifica por esses parâmetros apresentados.

Se bobear, voltou mais jogador do que foi embora. Se bobear mais ainda, é possível que alguns clubes fiquem melhores no segundo turno do que no primero. O São Paulo, por exemplo, que, descontando o Adriano que era um caso a parte, se reforçou com o André Lima e Anderson, os dois repatriados. Alex Silva, Miranda e Hernanes, que todo mundo meio que achava que iam pra Europa no meio do ano, não devem sair. Porque ninguém está disposto a pagar. Só os árabes, mas esses não são jogadores para o mercado árabe. São para a Europa. Mas a Europa não tem dinheiro.

Como a transferência de jogadores responde por uns 20% daquilo que um clube arrecada, há de se perguntar como ficarão os clubes que dependem tanto desse canal de receita.

A crise de crédito dos Estados Unidos pode fazer a indústria do futebol brasileiro enfrentar uma crise sem precedentes. Pelo menos não é o contrário. Senão seríamos invadidos por faniquitos estadunidenses.

Para interagir com o autor: oliver@universidadedofutebol.com.br

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O futebol em 2020: atraso ou avanço?

Caros amigos, recentemente pude analisar um estudo feito por uma empresa de consultoria e previsões sobre o futebol em 2020.

Tal estudo traça um mapa de tendências das evoluções tecnológicas e os impactos que causarão no futebol, seja no aspecto da competição, do entretenimento ou no business.

Dentre os assuntos estão: a questão dos “bandeirinhas” (assistente de arbitragem) robotizados que permitem identificar com precisão aspectos hoje ditos polêmicos, o registro dos atletas através de sensores que podem facilitar uma série de procedimentos e estimular uma possibilidade inimaginável de analise e informações, estádios com pontos de comunicação no qual comissão técnica e jogadores podem manter constante contato, ciência aplicada que permite encurtar tempo de recuperação de lesões, a nanotecnologia auxiliaria uniformes que podem ajudar na prevenção de lesões e otimizar desempenho, uniformes utilizando a tecnologia para uma publicidade dinâmica.

Vendo isso me chama atenção, e desperta muita preocupação a respeito desse universo chamado futebol. Não! Engana-se quem imagina que iria comentar sobre o romantismo do futebol e todo esse aspecto tradicional e envolvente. O tempo passa, as coisas são dinâmicas, a tradição é sempre construída e saudosa, o passado sempre nos parece melhor e mais belo. Mas prefiro me ater a necessidade de se atualizar e utilizar a tecnologia como facilitadora e otimizadora do trabalho profissional.

Se estamos falando de um futebol moderno, profissional nas suas ações e diretrizes, essas previsões do futuro e das evoluções, colocando 2020 como foco, me deixam preocupado e extremamente decepcionado com o atraso e mentalidade excessivamente conservadora dos dirigentes e ditos profissionais do futebol.

Vamos comparar pelos exemplos indicados pelo estudo:

Sobre os assistentes robotizados: o futebol americano utiliza-se a muito tempo de câmeras para eximir as duvidas, enquanto o futebol renega esses avanços com um vigor surpreendente. O tênis utiliza câmeras e sensores para registrar o toque de bola na rede ou a marcação de bola dentro ou fora da quadra. E o que falar do Judô essa tradicionalíssima e conservadora modalidade, na qual pudemos ver nos jogos de Pequim um quarto arbitro utilizando o vídeo como recurso.

Sobre os sensores em atletas: falo com propriedade de participar de um projeto que é desenvolvido junto a um clube da elite do futebol brasileiro , há algum tempo , no qual essa isso tem se tornado uma realidade, sendo iniciado seu desenvolvimento a quase 2 anos.

Comunicação técnico e jogadores: no futebol americano mais uma vez temos exemplo de que já é feito a muito tempo, e ainda temos o exemplo de Luxemburgo em 2001 com o polêmico ponto eletrônico.

Ciência aplicada para prevenir e recuperar lesões: lembro de minha época de graduação no qual tive contato com diversos estudos do Laboratório de Bioquímica do Exercício (Labex-Unicamp) no qual se analisavam indicadores bioquímicos que permitiam prever possibilidades de lesões (com certeza hoj está muito mais avançado que isso e falta-me competência para descrever melhor).

Uniformes que otimizam desempenho: não precisamos ir muito longe, basta observar a recente polemica, mais incorporada pelos atletas, quanto a utilização dos novos maiôs na natação.

Uniformes que possibilitam publicidade dinâmica: já existem clubes europeus fazendo experiências com tais possibilidades, desde o mais simples preenchimento do número até os recursos mais elaborados, já convencionais em outros setores.

Bom é uma análise muito breve a rápida, com comparações que vêm de imediato na cabeça, sem um aprofundamento de detalhes, mas é o suficiente para refletirmos sobre esse futuro do futebol.

Se o futuro aponta para questões que já estão ocorrendo, algumas com um relativo tempo em outras modalidades e as vezes no próprio futebol, é de se preocupar com o “futuro tecnológico atrasado do futebol.”

Será que a culpa é só dos “velhinhos” da International Board ?

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br

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Showman

“Vai ganhar, vai perder. Vai ganhar, vai perder. Vai ganhar, vai perder. Perdeu… Ganhou!!!!”. Foi dessa forma que mais da metade da população brasileira ouviu a narração da sétima medalha de ouro do americano Michael Phelps no “fantástico” Cubo D’Água, como ficou batizado o complexo aquático dos Jogos Olímpicos de Pequim.

O autor da pérola, misto de torcida com (des) informação, não poderia ser outro além de Galvão Bueno. O narrador principal da Globo já se tornou figurinha carimbada em algumas competições na China, não estranhamente sempre aquelas em que vão “ficar para a história das Olimpíadas”, como sempre faz questão de frisar.

A maneira como se comporta nas transmissões faz de Galvão uma espécie de ser eterno dentro do gênero de narração esportiva no Brasil. Por aqui, a técnica é o de menos. Mais importante do que alguém que tenha propriedade no assunto, é preciso uma pessoa que coloque emoção na garganta, que faça do “vai ganhar, vai perder” um estilo.

Dependendo da modalidade esportiva abordada, não restam dúvidas de que esse tipo de narração é adequado. Num jogo de futebol, por exemplo, em que a esmagadora maioria da população está acostumada a acompanhar, cabem aos telespectadores e aos comentaristas repararem nos detalhes técnicos. Tanto que o estilo “fulano passa para cicrano” não dá mais para engolir durante o rolar da bola. Muito mais divertido é o “manda o bambu daí” de Silvio Luiz.

Mas quando chegam as Olimpíadas, vemos uma nova realidade na transmissão esportiva brasileira. Afinal, com tanta modalidade em disputa, as emissoras têm de chamar toda a sua equipe para poder participar da transmissão. E aí o que vemos é uma salada de frutas de gêneros de narração.

Galvão entra na lista dos “imortais”, juntamente com Luciano do Valle e Silvio Luiz. Ícones da antiga escola da narração, os três inspiraram muitos que hoje estão por aí, mas que tentam fugir daquele estilo que virou grife. Afinal, não dá para imaginar alguém falando “pelo amor dos meus filhinhos” numa transmissão que não seja Silvio Luiz. Da mesma forma, comemorar uma medalha com um “ééééééééééééé… do Brasil” só pode ser privilégio de Galvão.

Com isso, em tempos olímpicos (e com TV a cabo, é claro) começamos a observar que esse antigo gênero de narração começa a virar espécie em extinção na TV brasileira. O “showman” acabou. Ou melhor, está próximo de acabar, quando se aposentar essa trinca de “monstros sagrados” do esporte brasileiro na televisão.

Nos outros canais, nas outras vozes, a emoção dá lugar à tecnicidade. Nada contra, pelo contrário, é uma evolução do conhecimento de quem transmite o esporte para nós. Mas com quem vamos nos irritar ou emocionar até chorar? A técnica exagerada faz do esporte algo sem a mesma emoção que tem.

Cléber Machado não consegue (e nem quer) ser Galvão Bueno. Tem muito mais conhecimento técnico. Sabe que quando um jogo está 3 a 0 para o adversário, o torcedor sabe que a chance de o Brasil virar é muito menor. Com isso, a vontade de narrar um ataque brasileiro é infinitamente inferior. E isso faz, muitas vezes, sua transmissão ser mais “pasteurizada”.

É preciso esperar para ver se o torcedor brasileiro estará acostumado a esse estilo mais sóbrio de narração. Se ele quiser um “showman”, não encontrará tão rápido alguém nessa nova geração. Sorte que essa trinca pode ter ainda mais umas duas ou três Copas do Mundo na bagagem.

Mas daqui a uns dez anos o “knowman” vai ocupar o espaço da transmissão esportiva. Será que isso representará o início de uma era mais preocupada com o conhecimento no esporte?

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br

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Soluções de um jogo de futebol

Jogar futebol é bem diferente de jogar xadrez (não desanime pela obviedade!). A dinâmica do jogo de futebol nem de longe faz lembrar a dinâmica de um jogo de xadrez.

Um é jogo de estratégias simultâneas; o outro de seqüenciais. Porém ambos são “jogo”, e por mais que suas lógicas sejam regidas por equações bem distintas ou por variáveis pouco parecidas, o fato de serem jogos confere aos dois, certas peculiaridades inerentes ao jogar.

Sem que precisemos ir a fundo no tema e nem filosofar a respeito, farei hoje uma exposição de uma estratégia aplicada em uma partida de futebol (ocorrida recentemente – e que não vou mencionar qual) em que os “movimentos táticos” empregados pelos treinadores se pareceram com a construção de um xeque-mate de uma partida de xadrez.

Um a zero em favor do time da “casa” (chamemos a equipe da casa de equipe “A”). Dez minutos do 2º tempo. O treinador da equipe visitante (chamemos a equipe visitante de equipe “B”) faz uma substituição: troca um jogador de meio-campo (um volante) por um atacante e adianta um dos seus três zagueiros para o meio; sai do 1-3-5-2 e passa a jogar no 1-4-3-3.

A equipe “B” tinha aparente intenção de com três atacantes, “forçar” a equipe “A” (que estava com três zagueiros – jogava no 1-3-5-2) a recuar mais um jogador (ou de meio-campo ou alas) para manter a “sobra”, garantindo vantagem numérica defensiva.

Quase que imediatamente após a intervenção do treinador da equipe “B”, o da equipe “A” fez uma substituição inusitada (inusitada?): tirou um zagueiro e colocou um atacante; saiu do 1-3-5-2 e foi para um 1-4-3-3.

No tabuleiro (o campo de jogo), o confronto de duas equipes que se enfrentavam no 1-3-5-2 ganhou novos lances (1-4-3-3 vs 1-4-3-3)

Interessante notar que, normalmente (quase receita de bola; quer dizer, de bolo…), uma equipe que está vencendo tende, após uma mudança desse tipo que mencionei (quando o adversário que está perdendo aumenta o número de atacantes em campo), a aumentar suas precauções defensivas, tentando por exemplo, de alguma forma manter a “sobra” defensiva e a vantagem numérica no confronto defesa versus ataque (em resumo, tende a se “fechar”).

Mas num lance típico de xadrez, onde o “ataque é a melhor defesa”, o treinador da equipe “A” percebendo a chance de reverter a situação a seu favor colocou mais um atacante em campo.

Raciocínio simples; com a intervenção do treinador da equipe “B” poderia ocorrer uma das três possibilidades mais comuns à seguir:

1)     A equipe “B”, com a substituição que realizou, tinha intenção de “forçar” o recuo de mais um jogador da equipe “A”, aumentando seu número de jogadores de ataque e diminuindo o número de jogadores de ataque adversários no seu campo de defesa.  Como “A” também aumentou o número de atacantes, se nenhuma das duas equipes cedesse, o jogo ficaria aberto e logo poderiam ocorrer gols de ambos os lados.

2)     A equipe “B”, preventivamente, recuaria um jogador para auxiliar a marcação e manter vantagem numérica na defesa. Esse jogador, fatalmente viria do meio campo ou da lateral (ou dos dois), o que de certa forma exigiria da equipe um tipo de jogo vertical, direto entre defesa e ataque, sem grandes construções ofensivas e sem poder aproveitar as possibilidades que o 1-4-3-3 poderia lhe oferecer.

3)     Mesmo com a substituição e com a intenção bem definida, a equipe “A” poderia ter que ceder a estratégia adversária e acabar ela (a equipe “A”) a ter que recuar mais um jogador e jogar de forma mais direta.

Pois bem. A equipe “A”, com o balanço defensivo bem definido, mesmo com a alteração da plataforma de jogo em pouco tempo fez o segundo gol. Logo em seguida fez o terceiro e o quarto.

Não demorou muito e outra substituição na equipe “B” sacramentava: ela, rendida a estratégia da equipe “A”, voltava ao seu 1-3-5-2 (no final do jogo a equipe “A” também retomara o 1-3-5-2 e fechara o jogo com mais um gol).

A equipe “A” vencera a partida. Goleada. “Especialistas” comentando; elogios ao treinador (outrora o “burro”). Há porém um fato interessante. Logo após (um minuto aproximadamente) a equipe “A” alterar a plataforma para o 1-4-3-3, a equipe “B” tivera uma chance real de empatar o jogo (grande goleiro! – e o que seria do treinador?). Depois, foi quase um jogo de ataque contra defesa; “A” atacando, “B” defendendo.

Talvez se “B” convertesse a chance em gol logo depois da alteração feita pela equipe “A” a história do jogo tivesse sido outra.

Em um jogo de futebol com grandes lances de xadrez, quem cede primeiro pode acabar perdendo a partida (“Futebol de Influência®“).

E aí; vai ced
er?

Para interagir com o autor: rodrigo@universidadedofutebol.com.br

 

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A especificidade do esporte

Caros amigos da Universidade do Futebol,

Como temos salientado, repetidas vezes, o esporte tornou-se, nas últimas décadas, um ramo de atividade econômica como tantas outras. Verificamos diversos partes envolvidas com grandes interesses econômicos, incluindo não só clubes, atletas e federações, como também mídia e empresas patrocinadoras e parceiras.

Porém o esporte é, ao mesmo tempo, diferente de todas as outras atividades, pela sua natureza extremamente específica. É o que conhecemos por “especificidade do esporte”. Esse termo, caso devidamente reconhecido pelos diversos tribunais do mundo, permite que algumas atitudes aparentemente não aceitáveis passem a ser permitidos no âmbito desportivo. 

É o caso, por exemplo, da venda coletiva de direitos de imagem a emissoras de TV (vis-à-vis a legislação concorrencial), ou a liberação de jogadores por clubes para defenderem suas seleções nacionais.

Nas últimas semanas, tivemos uma decisão tomada pela Corte Européia de Justiça (European Court of Justice) que pode influenciar decisivamente a evolução e aceitação do conceito da especificidade do esporte.

Em uma decisão, ainda preliminar, em um caso envolvendo a organização de evento de corrida de motocicletas na Grécia, aquela corte superior européia menciona que o esporte é uma atividade como outra qualquer, chegando a compará-la com o mercado de supermercados. E conclui que organizadores de eventos esportivos não podem gozar de exceções da legislação pela justificativa da especificidade.

A decisão, em especial, discute a questão da estrutura piramidal do esporte, em que federações são classificadas como únicas entidades autorizadas a organizar competições de determinada modalidade, o que pode colocar, dependendo da extensão da decisão, todo o atual sistema da organização desportiva em cheque.

Apesar de uma decisão ainda preliminar, ela demonstra que as cortes européias ainda vêem com grandes reservas a questão da especificidade do esporte. 

Como sabemos que as decisões européias sempre acabam a influenciar as decisões no resto do mundo (como aconteceu no caso Bosman), temos que ficar atentos para elas.

É claro que não se deseja aqui sugerir o drible da lei por conta do esporte. Porém temos que defender que o esporte tem peculiaridades que precisam ser entendidas e respeitadas pelas autoridades que legislam e julgam em todos os cantos do mundo.

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Mercado morno

Estamos chegando à metade de agosto e faltam apenas mais duas semanas para fechar a janela de transferências de jogadores para a Europa. Estranhamente, porém, o mercado parece estar bastante frio, tanto mundialmente quanto no Brasil.
 
Na Europa, por exemplo, não houve até o momento nenhuma grande transferência que venha a causar furor na imprensa. Na Inglaterra, as maiores novidades são Luiz Felipe Scolari no Chelsea e a renovação do Cristiano Ronaldo com o Manchester United. Fora isso, muito pouco. Teve o Jô indo pro Manchester City, o Keane indo pro Liverpool, e uma ou outra coisa além disso. Muitos boatos, sempre, mas pouca coisa de concreto. A bola da vez, que na verdade já era desde o fim da temporada passada, é a ida do Berbatov pro United por uns R$ 100 milhões. Robinho e Kaká ainda podem aparecer no Chelsea, mas nada disso passa de uma possibilidade.
 
No resto da Europa, muito pouco também parece estar acontecendo. Talvez a grande exceção seja o Barcelona, que vendeu algumas peças chaves e se renovou, principalmente, com Daniel Alves, Hleb e Keita. Outro brasileiro que também é um dos maiores protagonistas da atual janela de transferências é o Mancini, que finalmente saiu da Roma e foi para a Inter. Uma transferência interna do mercado italiano certamente importante, mas que também não adiciona muito à morosidade atual.
 
Essa morosidade pode ser especialmente sentida no mercado brasileiro, pelo menos por enquanto. São poucos, pouquíssimos os jogadores mais importantes da Série A que saíram até agora. O Grêmio, por exemplo, não teve nenhuma limpa no seu elenco. Nem o Palmeiras, nem o Vitória, nem o São Paulo e tampouco o Coritiba. Pelo menos até o momento.
 
Talvez o mercado esteja mudando. Talvez o mercado esteja buscando jogadores mais jovens. Talvez os jogadores brasileiros estejam muito caros. Mas talvez esteja todo mundo aguardando mais um pouco para liberar a verba.
 
Essas duas próximas semanas prometem.

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