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A importância de um veículo como a Universidade do Futebol para o desenvolvimento da modalidade no país

Primeiramente, sinto-me lisonjeado em ocupar, a partir de hoje e semanalmente, o posto do colega Antonio Afif, um dos mentores e condutores do projeto da Universidade do Futebol.

Projeto que pretendeu, desde sua fase embrionária, contribuir com a evolução do futebol no Brasil, nos mais variados aspectos que, somando-se em suas especialidades, são reunidos sob o guarda-chuva da gestão.

Evidenciaremos, portanto, a pertinência da Universidade do Futebol no contexto evolutivo da gestão do futebol no Brasil.

Talvez uma das características ainda marcantes no contexto do futebol no Brasil seja a nostalgia provocada pelas conquistas desportivas e os diferentes estilos de jogo, ocorridos no país a partir da década de 1950.

Com efeito, ao passo em que essa noção contribuiu, na prática, para a inserção desportiva do futebol nacional em âmbito internacional e, na teoria, para a construção de sua mítica imagem, por outro lado, serviu de acomodação administrativa e intelectual, ao longo das décadas seguintes, provocando, até mesmo, a negação de que esse esporte seja um “produto” com valor de mercado.

“Realmente, há um saudosismo pelos tempos românticos, mas, a despeito da comercialização do futebol, a mística não acabou. Helal defende essa tese: ‘No que diz respeito à comercialização do futebol, (…) minha suposição era a de que o advento da propaganda nos estádios e nas camisas dos times, assim como a transmissão de jogos pela TV, tiravam muito da aura mística e sagrada do futebol, fazendo com que este universo se transformasse em um mero meio comercial, desencantando os torcedores e contribuindo para a queda do público. Essa hipótese não foi confirmada pela pesquisa. Apesar de haver uma certa nostalgia pelo tempo ‘não comercial’, mais ‘romântico’ e ‘amador’ do futebol, os torcedores acostumaram-se à mudança e parecem ter entendido que a comercialização foi o meio encontrado para que os clubes equilibrassem seus orçamentos.” (VIEIRA SANTOS, 2002, p. 92).

Outra opção passa a existir após o reconhecimento de tal característica. Em outras palavras, o que fazer com a gestão do futebol enquanto produto de um mercado consumidor – agora, afetado internacionalmente, pela globalização, mas que também dela pode fazer uso?

“Saldanha já falava em seu trabalho clássico, ‘Subterrâneos do futebol’, de 1963, que ‘qualquer time de primeira divisão, onde haja profissionalismo na Europa, tem um treinamento de alta categoria. Alguém poderia argumentar que ‘nós estamos certos e eles errados’. Que nosso espontaneísmo e nossa anarquia é que são bons. A prova é que ‘ganhamos copas do mundo pra cima deles’. Isto é absolutamente falso. A anarquia não é forma de desenvolvimento em nenhum setor de atividade humana. Se um matuto que conhece segredos da agricultura, por exemplo, obtém êxito apenas com sua enxada e com seus palpites se vai chover ou não, é lógico que o seu talento para o plantio obteria muito melhores resultados se utilizasse um trator em vez de uma enxada e os métodos modernos de agronomia’.” (VIEIRA SANTOS, 2002, p.48).

De forma geral, o sistema em que se desenvolve todo o futebol brasileiro, ainda sofre para romper com velhas e, hoje, inadequadas formas de gestão de seus negócios. O anteriormente mencionado saudosismo ainda ecoa nas instituições e nas pessoas, fazendo com que o passado determine o presente e, consequentemente, limite as perspectivas de futuro.

“O consultor de organização de empresas Michael Hammer certa vez observou: ‘Um indício de que a empresa tem problemas é quando me dizem que já foram muito competentes no passado. O mesmo ocorre com os países. Não se deve esquecer a própria identidade. É muito bom que tenham sido extraordinários no século XIV, mas isso foi antes, e agora é agora. Quando as recordações têm mais peso do que os sonhos, o fim está próximo. A marca distintiva de uma organização verdadeiramente bem-sucedida é a disposição de abandonar o que lhe trouxe o êxito e começar de novo.” (FRIEDMAN, 2005, p.434).

Portanto, a visão purista e idílica do futebol, no Brasil, deve perdurar, apenas no sentido de revigorar-lhe na essência – porém, como combustível de uma grande indústria que necessita, constantemente, de gestão profissional em busca da manutenção e expansão de suas atividades.

“O futebol brasileiro passou por grandes mudanças, mas muito pouco realmente se transformou. Houve mudanças na legislação e uma grande expansão na estrutura física. A gestão melhorou, principalmente, dentro de campo. No âmbito estritamente administrativo houve avanços, mas a profissionalização ainda é um processo em andamento. A primeira e, talvez, única transformação real ocorreu quando da sua popularização (ou democratização) e profissionalização dos jogadores, processo que revolucionou as relações de trabalho, ocorrido entre as décadas de 1920 e 1930.” (VIEIRA SANTOS, 2002, p. 21).

As palavras acima atestam que o desenvolvimento do futebol brasileiro esteve condicionado a fatores alheios à capacidade de gestão profissional das instituições, salvo rara exceção do trabalho realizado dentro do campo, na área técnica.

Esse privilégio, indolente, permaneceu inabalável, ao longo de décadas do século XX, porque assim foi o posicionamento dos tomadores de decisão na gestão do futebol nacional. Porém, esse posicionamento comodista vê a globalização do futebol cobrar o atraso, com crescente grau de exigência. 

“No entanto, a gestão desse grande negócio ainda está muito aquém do que se esperaria de uma indústria tão importante. A diferença é notável, se compararmos com outros países, principalmente os da Europa, Estados Unidos e Japão, com outros ramos da indústria do entretenimento (do qual a indústria dos esportes em geral e do futebol, especificamente, faz parte) e maior ainda se comparada com outros setores, como o financeiro. Portanto, partimos do princípio que a transformação do futebol em negócio é um movimento já existente e irrefreável e, sendo assim, além de estabelecer regras claras para a atuação dos agentes, é necessário, pelo bem do futebol, gerir essas transações de maneira mais profissional possível.” (VIEIRA SANTOS, 2002, p. 05).

Indústria, entretenimento, negócio. São termos, freqüentemente, aplicados ao profissionalismo do moderno futebol mundial, cujos reflexos dentro do país já são, indubitavelmente, sentidos.

O desafio aos tradicionais modelos de gestão do futebol nacional são amplificados pela globalização. Todavia, a tomada de decisão profissional rumo a sua evolução, inerente ao controle administrativo, pende da resolução das diferenças entre o antigo e o novo, o arcaico e o moderno. 

“No Brasil, os avanços na gestão, sejam dentro do campo, sejam na esfera administrativa, têm sido cercados por suspeitas e resistências, principalmente das lideranças ligadas a antigas oligarquias regionais, que ainda mantém sob seu poder as federações estaduais. Donos do melhor futebol do planeta, nós teríamos o que aprender? Esse misto de arrogância, atraso estrutural e, talvez, excesso de purismo ou cuidado com a cultura, acaba dificultando a implementação de hábitos e culturas mais profissionais dentro do futebol. A identidade, fortemente arraigada, dificulta grande parte das mudanças e transformações, embora estas estejam ocorrendo de qualquer maneira, forçadas por variáveis independentes e externas.” (VIEIRA SANTOS, 2002, p. 40).

As

sim, a definição sobre o que vem a ser gestão moderna do futebol brasileiro, é contundente, porém precisa: “No caso do futebol, devido à resistência em adotar inovações, a gestão moderna é, simplesmente, a que utiliza os métodos comuns de gestão, praticados por qualquer organização profissional.” (VIEIRA SANTOS, 2002, p.13).

Reconhece-se, pois, a dificuldade de adaptação na fase de transição entre as duas linhas da gestão do futebol nacional.

 

Entretanto, justamente nessa dificuldade transitória que é possível, aos clubes, resignar-se em favor do planejamento, em sintonia com o que deve ser feito em âmbito administrativo interno, bem como pautados pelas tendências oriundas de um mercado do futebol globalizado e profissional.

 

Com efeito, “a mercantilização do futebol já é um fato. Resta-nos agora decidir que tipo de comercialização queremos: uma amadora, oligárquica, retrógrada e corrupta ou uma profissional, organizada, com regras claras, onde as pessoas sejam tratadas como consumidores e sejam respeitadas por isso.” (VIEIRA SANTOS, 2002, p.91)

 

Em resumo: deixar de transferir a responsabilidade pela condução dos rumos da gestão do futebol brasileiro e passar a, pelo menos, tentar controlar e influenciar a administração dos clubes, a partir de fatores endógenos, minimizando os riscos causados pelas variáveis externas.

 

Nesse sentido, ratifica-se como um excelente fórum de discussões e busca por informações de qualidade o portal da Universidade do Futebol, cuja contribuição de inúmeros especialistas nas mais diferentes áreas do conhecimento contribuirá para o desenvolvimento evolutivo deste esporte. 

 

O futebol brasileiro necessitava de conteúdo. Não necessariamente mais, mas melhor. E, a partir de agora, isso está ao alcance de todos, como resultado de anos de envolvimento dos seus idealizadores e colaboradores, que não merecem outra palavra senão “parabéns”.

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O nome da rosa

Li, como toda a gente, O nome da rosa de Umberto Eco. A história passa-se na Idade Média e o autor conta-nos como um monge de nome Guilherme de Baskerville, acompanhado do jovem Adso (que só depois de velho narra o que viu) quer descobrir uma morte estranha, numa abadia do norte da Itália. – morte que é a primeira de uma série de sete, que Baskerville interrompe ao desmascarar o culpado. No centro da abadia, levanta-se uma enorme biblioteca, considerada a mais importante e completa de toda a cristandade. Durante a investigação, Guilherme de Baskerville encontra-se em concorrência com a Inquisição e com o seu incontornável representante Bernard Gui, o qual defende que os hereges são os homicidas que Guilherme procura, designadamente os seguidores de Dolcino, o criador de uma seita hostil ao papado. Consegue, através de horrendas torturas, arrancar confissões, favoráveis à sua tese, a vários monges. Mas não convence Baskerville. Este a conclusão a que chega é bem diversa: conclui que as mortes não são obra de hereges e que os monges morrem, ao tentarem ler um livro misterioso, ciosamente guardado na biblioteca. A cena final do livro põe frente a frente Baskerville e o assassino, um cego que era um dos monges mais velhos da abadia. Desmascarado, o assassino faculta ao investigador o livro que já havia provocado sete mortes. Tratava-se do segundo volume da Poética de Aristóteles (384-322 a. C.), uma obra desconhecida até então e na qual o Estagirita faz uma profunda reflexão, chegando mesmo a abordar a questão do riso. Acusado por Baskerville, Jorge, o assassino, tem um comportamento estranho e, em vez de esconder o livro, aconselha ao investigador a sua leitura.

 

Baskerville começa a leitura do livro, mas muniu-se de um par de luvas, pois que descobriu que as páginas do livro se encontravam envenenadas, com um líquido que nelas deitara o monge criminoso. E não escondeu a questão seguinte: por que pretendia ele matar os monges que lessem a Poética de Aristóteles? Porque o livro falava do riso e o riso é o contrário da fé. Pergunta-lhe Guilherme: Mas quais são os efeitos perniciosos do riso?… Responde Jorge: “O riso é a fraqueza, a corrupção, o amolecimento da nossa carne. É a diversão para o camponês, a licença para o alcoólico e até a Igreja instituiu o Carnaval, espaço de muitos crimes e vícios. Portanto, o riso não passa de uma coisa vil (…)”.  Mas Baskerville queria saber mais: “Se há tantos livros que falam do riso, da alegria. Por que só este lhe inspirava tamanho terror? Declara o criminoso: “Porque era do Filósofo (Aristóteles). Cada um dos livros desse homem destruiu uma parte da ciência que a cristandade tinha acumulado, ao longo de séculos. Os primeiros Padres transmitiram-nos o que era preciso saber sobre o poder do Verbo e bastou que Boécio comentasse o Filósofo para que o mistério do Verbo divino pudesse ser questionado e parodiado. O livro do Génesis diz-nos o que é preciso saber sobre a composição do cosmos e bastou a Física do Filósofo para tudo o que nos foi ensinado fosse repensado. Cada palavra do Filósofo, em que (pasma bem!) há bispos e papas que acreditam, é um perigo para a cristandade”. Jorge faz do livro de Aristóteles o pretexto das suas angústias, diante dos problemas da Igreja. Baskerville, ao invés, não teme o riso, nem a crítica, pois que chega mesmo a pensar num cristianismo sem igreja.

 

Como se vê, o riso, o anedotário, a mordacidade intencional dos dissidentes, dos críticos, dos resistentes, que se opõem a qualquer cartilha ortodoxa, é considerado um perigo, pelos instalados, pelos carreiristas, pelos conservadores. Há muitos séculos, como hoje.

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A importância da Universidade do Futebol para o desenvolvimento da modalidade no país

Olá amigos. Nesta semana temos um marco para o futebol brasileiro. Não! Não é uma final de Copa do Mundo, nem tampouco a definição das cidades que serão sedes.

Trata-se da solidificação de um projeto que teve suas sementes plantadas há algum tempo e que agora se apresenta de forma imponente.

Nasceu a Universidade do Futebol!

Para o amigo mais assíduo, o contato já havia se estabelecido com os primeiros esboços do que seria essa Universidade, para os mais novos, sejam bem vindos. Para ambos, convido à reflexão sobre a importância e o significado desse marco para o desenvolvimento do futebol no Brasil. (Sim! Apesar das cinco estrelas, temos muito a desenvolver).

O primeiro ponto que deve ser destacado é o conceito de Universidade. Em geral idealizada como uma instituição na qual o conhecimento é elaborado, desenvolvido e difundido, e retornado à sociedade. Processo esse no qual é imprescindível a participação de pessoas das mais diferentes frentes, seja no ensino, seja no aprendizado.

Enfim, uma Universidade do Futebol! Que não se melindrem os profissionais que se julgam tão aptos e sabedores de tudo sobre futebol. Numa Universidade, o espaço é aberto para todos. Tal compartilhamento e convívio de diferentes saberes, tanto em formas como em profundidade, consiste na pedra fundamental para o sucesso de um projeto universitário.

Um projeto que deve abrir nossas mentes sobre a necessidade de aprendermos e ensinar constantemente, de reconhecer que o agrupamento e a transmissão de conhecimento enriquece a modalidade, e que o saber de cada um não deve ficar guardado a sete chaves, mas sim, compartilhado e posto a uma constante evolução em prol de cada um e do futebol enquanto ciência.

Futebol, Ciência? Sim, a multidisciplinaridade do futebol pode levar alguns a fazer referências a algumas ciências aplicadas à modalidade e outros a simplesmente considerarem o futebol enquanto uma ciência, mas deixemos essa rusga de lado. O fato é que a ciência encontra diferentes segmentos no futebol.

Apenas para elencar algumas que surgem rapidamente à cabeça (o amigo com certeza lembrará de outros tantos). Eis algumas áreas de conhecimento que formam a grande teia de saber do futebol:

Fisiologia – Medicina – Fisioterapia –  Nutrição – Bioquímica – Biomecânica – Psicologia -Preparação Física – Sociologia – Antropologia – História – Técnica- Tática – Pedagogia – Ludicidade – Treinamento – Gestão – Marketing – Jornalismo – Construção – Tecnologia – …

Uma rede de saber que exige profissionais especializados nas mais diferentes especialidades. A Universidade do Futebol vem suprir uma carência, ocupando um espaço, que é de fato ilimitado, possibilitada pelas atuais tecnologias do mundo virtual, no qual o conhecimento pode se propagar em lugares e velocidades incomensuráveis.

Para o sucesso da Universidade, é preciso que todos nós reconheçamos nossa importância, através de nosso envolvimento e participação, seja enquanto receptores ou transmissores de conhecimento, tendo em mente que o compartilhamento é a base para a evolução da modalidade.

Na ânsia de pesquisa, ensino e extensão, os pilares tradicionais de uma Universidade, destacam-se a inovação e modernidade das idéias e recursos disponibilizados, focando cursos, conteúdo e troca de experiências em torno do universo chamado futebol.

Desejo sucesso para todos nós, calouros desta Universidade, que possamos aprender, compartilhar e tornar este espaço mais do que um espaço de discussão, um espaço de consolidação e desenvolvimento da ciência futebol.

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br

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Por um futuro melhor

Final de semana de clássicos pelo Brasil. Corinthians x São Paulo na capital paulista, Cruzeiro x Atlético-MG em BH, no Rio, Botafogo x Flamengo e por aí vai. Sinônimo de semana cheia antes, durante e depois dos jogos para a imprensa. E, para o torcedor, certeza de muita polêmica.

A morte de um atleticano em Minas Gerais (sem contar diversos outros problemas de confrontos entre cruzeirenses e atleticanos em BH e arredores) ou o clima de guerra transferido para o campo de jogo entre Corinthians e São Paulo nos deixa, porém, com um grande ponto de interrogação quando o assunto é o papel da mídia no crescimento do esporte.

Em São Paulo, a busca desenfreada pela polêmica por parte dos colegas de imprensa contribuiu decisivamente para os ânimos de corintianos e são-paulinos ficarem exaltados nos 90 minutos de futebol no Morumbi. Tudo por conta da carga de ingressos a ser destinada para a torcida alvinegra, visitante no domingo, naquele que será o estádio paulista da Copa de 2014. 

Estádio que, diga-se de passagem, está com mais da metade de seus assentos comprometidos comercialmente. Seja com torcedores ou com empresas que ajudam a pagar a conta cada vez mais cara do futebol profissional de hoje. Comprometidos como apregoa a imprensa na maior parte do tempo, em busca da antecipação de receita e de um caixa em dia para o clube. 

Só que qual é a notícia disso? Não é mais fácil criticar a elitização, a “arrogância” de só dar 10% dos 60 mil e poucos ingressos colocados à venda, ou qualquer outro motivo que faça vender mais jornal, sintonizar mais o rádio, ligar mais a TV ou clicar mais o site?

Infelizmente o bom senso do jornalista é turvado quando o assunto é a audiência. Em busca da fama, do reconhecimento, da venda do produto ou do raio que o parta, não dá para saber. O fato é que, em vez de agir com a razão, o “coleguinha” quase sempre olha o impacto do que escreverá ou falará apenas do ponto de vista da “notícia”, esquecendo-se de fato da real causa ou da própria realidade daquilo que se escreve, fala, noticia.

Por isso mesmo que hoje, segunda-feira, dia 16 de fevereiro de 2009, o esporte no Brasil encontra uma nova chance de tentar levar o bom senso para as pessoas da mídia. 

O lançamento da Universidade do Futebol® pode ser mais um marco no lento processo de criação de uma nova era para o esporte mais popular do mundo. Era em que a informação é baseada no conhecimento, na troca de ideias, na inteligência, e não na mera busca incessante pelo que é notícia, pelo sensacionalismo puro das notícias popularescas.

Trabalho árduo, que leva tempo para ser construído e, principalmente, para mostrar os seus reflexos. Porque, ao longo dos anos, o futebol profissionalizou-se, ou tentou se tornar mais capacitado para a complexidade que assumiu em pouco mais de um século de existência. 

Hoje, conhecimento e estudo são tão ou mais importantes que a bola na rede, a defesa espetacular ou o grito de campeão da torcida. O futebol é uma ciência tão complexa quanto a química, a física, a matemática, as ciências humanas, as relações sociais. É muito mais que um jogo, é um integrado sistema de forças que atuam e movimentam os mais diferentes setores da economia. Desde o cardiologista que deve cuidar da saúde do torcedor aflito até a mulher que compra a lingerie do time para agradar o marido fanático. 

Por isso mesmo que é preciso ensinar e estudar futebol a cada dia que passa. Nos últimos dois anos e meio pude acompanhar mais de perto o caminho que levou à construção da Universidade do Futebol®. Projeto que talvez seja, atualmente, o mais completo conceito de transformação do futebol de mera paixão a mercado importante de trabalho.

Que a nova era do futebol comece. E leve um futuro melhor para todos nós, apaixonados pelo esporte e que vivemos dele. Sim, porque se hoje é possível viver do esporte (às vezes até em melhores condições do que em muitas profissões), quem sabe não será possível, em breve, viver do ensino do futebol, nas suas mais variadas formas? É por esse futuro que começa hoje a Universidade do Futebol®.

Vida longa ao conhecimento. E que ele leve o bom senso para os jornalistas, formadores de opinião que, atualmente, são cada vez mais meros causadores de casos para quem tenta ser profissional na maior paixão mundial.

PS: Apesar do caráter totalmente voltado à integração e à troca de conhecimento, é impossível não deixar de mencionar aqueles que tornaram possível começar a existir, de fato, a primeira universidade para estudo de futebol no país.

Meus sinceros agradecimentos e, especialmente, cumprimentos para a turma toda. Ao Medina, o homem à frente da idéia, e a seus fiéis escudeiros, Gheorge (que definitivamente não é apenas um Zé), Seo Afif, Tega, Alcides e companhia bela. Sem eles, esse dia provavelmente nunca teria chegado.

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.vom.br

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Quotas para jogadores ‘domesticamente treinados’

Caros amigos da Universidade do Fubebol,

A Football League inglesa, liga que controla o que seria a segunda divisão de clubes da Inglaterra (chamada the Championships), além das Ligas 1, 2 e 3 (correspondentes a terceira à quinta divisões), acaba de anunciar a implementação de quotas para jogadores domesticamente treinados em seus campeontatos locais.

Como já havíamos mencionado em outras colunas, a UEFA, a nível continental, tem atualmente em vigor um sistema semelhante, denominado “home-grown players rule”. Esse sistema, em linhas gerais, visa promover a inclusão de jogadores formados na Europa nos campeonatos de clubes europeus, independentemente de suas nacionalidades (entendendo-se por formação a participação em três temporadas durante o período entre 15 a 21 anos).

Essa decisão tomada pela Football League é inédita por dizer respeito, pela primeira vez, a quotas para jogadores formados na Inglaterra em campeonatos nacionais.

Segundo a nova regra, toda equipe de 16 jogadores selecionada para um determinado jogo da liga deverá conter ao menos 4 jogadores treinados domesticamente (sendo que o conceito de trenado domesticamente é basicamente igual àquele utilizado pela UEFA).

Todos nós sabemos que já existem quotas para estrangeiros provenientes de países de fora da União Européia, o que atualmente é lícito e exequível. No entanto, é interessante notar que o mesmo não pode ser aplicado para jogadores estrangeiros provenientes de países integrantes da União Européia. Neste último caso, a restrição com base na nacionalidade do jogador é considerada como discriminatória com base no Tratado da União Européia e nas diversas decisões da European Court of Justice e, porntanto, ilícita.

Desta forma, a solução que parece ter “caído nas graças” das autoridades da bola, e também nas autoridades públicas, é a restrição por base na formação do jogador, independentemente da sua nacionalidade.

Em outras palavras, se um jogador francês atuou em um clube da Football League durante 3 anos ou mais no seu período de 15 a 21 anos, ele será beneficiado pela nova regra e terá mais facilidade para atuar na Inglaterra.

A tendência (e também a expectativa das autoridades européias de futebol) é que a regra evolua até o ponto em que apenas uma minoria não cumpra o requisito dos 3 anos de formação local para para poder lá atuar.

É certo que essa seria uma grande utopia, tendo em vista, por outro lado, a grande abertura que as recentes decisões propiciaram para a livre movimentação de jogadores, não só na Europa, mas ao redor do mundo.

Temos que acompanhar essa tendência, de suma importância, uma vez que são inúmeros os brasileiros que são transferidos para a Europa. E agora essas transferências terão mais essa relevante restrição.

Para interagir com o autor: megale@149.28.100.147

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Quotas para jogadores 'domesticamente treinados'

Caros amigos da Universidade do Fubebol,

A Football League inglesa, liga que controla o que seria a segunda divisão de clubes da Inglaterra (chamada the Championships), além das Ligas 1, 2 e 3 (correspondentes a terceira à quinta divisões), acaba de anunciar a implementação de quotas para jogadores domesticamente treinados em seus campeontatos locais.

Como já havíamos mencionado em outras colunas, a UEFA, a nível continental, tem atualmente em vigor um sistema semelhante, denominado “home-grown players rule”. Esse sistema, em linhas gerais, visa promover a inclusão de jogadores formados na Europa nos campeonatos de clubes europeus, independentemente de suas nacionalidades (entendendo-se por formação a participação em três temporadas durante o período entre 15 a 21 anos).

Essa decisão tomada pela Football League é inédita por dizer respeito, pela primeira vez, a quotas para jogadores formados na Inglaterra em campeonatos nacionais.

Segundo a nova regra, toda equipe de 16 jogadores selecionada para um determinado jogo da liga deverá conter ao menos 4 jogadores treinados domesticamente (sendo que o conceito de trenado domesticamente é basicamente igual àquele utilizado pela UEFA).

Todos nós sabemos que já existem quotas para estrangeiros provenientes de países de fora da União Européia, o que atualmente é lícito e exequível. No entanto, é interessante notar que o mesmo não pode ser aplicado para jogadores estrangeiros provenientes de países integrantes da União Européia. Neste último caso, a restrição com base na nacionalidade do jogador é considerada como discriminatória com base no Tratado da União Européia e nas diversas decisões da European Court of Justice e, porntanto, ilícita.

Desta forma, a solução que parece ter “caído nas graças” das autoridades da bola, e também nas autoridades públicas, é a restrição por base na formação do jogador, independentemente da sua nacionalidade.

Em outras palavras, se um jogador francês atuou em um clube da Football League durante 3 anos ou mais no seu período de 15 a 21 anos, ele será beneficiado pela nova regra e terá mais facilidade para atuar na Inglaterra.

A tendência (e também a expectativa das autoridades européias de futebol) é que a regra evolua até o ponto em que apenas uma minoria não cumpra o requisito dos 3 anos de formação local para para poder lá atuar.

É certo que essa seria uma grande utopia, tendo em vista, por outro lado, a grande abertura que as recentes decisões propiciaram para a livre movimentação de jogadores, não só na Europa, mas ao redor do mundo.

Temos que acompanhar essa tendência, de suma importância, uma vez que são inúmeros os brasileiros que são transferidos para a Europa. E agora essas transferências terão mais essa relevante restrição.

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Você já sabe o que vai acontecer. Eu já sei o que vai acontecer. Todo mundo sabe o que vai acontecer.
 
Quando o fuzuê da Copa do Mundo no Brasil acabar, o que deve acontecer mais ou menos em 2015 (depois da Copa e das eleições presidenciais e governamentais), irão pipocar inúmeras denúncias sobre o quanto foi desviado, sobre o legado e sobre o que foi prometido e o que não foi cumprido.
 
Normal. Se tiver Olimpíadas no Brasil, vai ser igualzinho.
 
A questão é: se sabemos de tudo isso, por que nos preocupamos tanto?
 
Ficou claro que o governo federal se vacinou um pouco depois do Pan. Pelas declarações, a responsabilidade pelo financiamento da Copa está mais na mão dos governos estaduais do que de qualquer outro agente público ou privado. O governo federal apenas liberará verbas pontuais para projetos que estejam integrados ao PAC.
 
O que parece bom, uma vez que apenas os estados que arcarem com a responsabilidade da Copa terão que se preocupar em pagá-la, dá margem a um sem número de possibilidades de má-utilização do dinheiro público. Com a fonte do financiamento sendo disseminada em núcleos separados, as dificuldades de fiscalização e controle dos gastos ficam significativamente maiores. Em estados menos desenvolvidos da nação, onde ainda imperam práticas de governança de dois séculos atrás, essa situação ficará ainda mais complicada.
 
Os efeitos dessa eventual má-utilização do dinheiro público, portanto, também ficarão disseminados, o que pode impedir a construção de um sentimento único de preocupação a respeito das possíveis similaridades que a Copa possa ter com o Pan.
 
Acredite. Vai ser similar. E não adianta se preocupar.

 
Isso vai acontecer.

 
Para interagir com o autor: oliver@universidadedofutebol.com.br  
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Dimensões tecnológicas na Copa de 2014: o jogo

Sempre que se fala em estrutura de estádio, é comum discutirmos, como fizemos nos últimos textos, a questão do conforto e benefícios para o espetáculo, a questão da comunicação e recursos para a imprensa, ou ainda aspectos de acessibilidade.

Um item sempre fica de fora da lista de necessidades de modernização e atualização tecnológica de um estádio. É a preocupação destinada ao jogo propriamente dito.

Seja ele visto como um espetáculo, envolto de interesses mercadológicos, seja ele entendido como uma manifestação cultural da sociedade, enfim, observado sob suas várias possibilidades de interpretação, não podemos esquecer que a célula básica é o jogo de futebol.

Desempenho, performance, resultado, comparação, detalhes que fazem a diferença entre vitória e derrota, itens esses que vão movimentar os corações dos torcedores e o humor dos investidores.

Mas e o estádio? Quais as necessidades que devem ser atendidas?

De bate pronto, me recordo da discussão de alguns anos atrás com a reforma da Vila Belmiro e mais recentemente com os ajustes no Parque Antártica. Entre críticas e elogios a questão do banco de reserva ser mais vistoso (que pese o espaço que se abre para patrocínio) e confortável. Lembro perfeitamente um famoso colunista de um jornal de São Paulo, dizendo que tudo isso era desnecessário. Justificava ele, que um banco de reserva confortável só serviria para um técnico passivo que não participa do jogo e para os jogadores que não são protagonistas (leia-se: não são titulares).

Um técnico que fica sentado no banco, pode representar que a equipe é bem treinada e não precisa de uma pessoa ao lado “berrando” o jogo inteiro para fazer as coisas se acertarem. E a noção de que os reservas não tem importância é uma visão ultrapassada, haja visto que muitos reservas são peças chaves de equipes, que hoje com os pontos corridos no Brasil torna tão evidente a importância de um elenco e de uma estratégia de utilização do mesmo. O tal conforto permite o jogador uma postura melhor, evitando possíveis desvios posturais que possam evoluir para algum quadro de lesão, por exemplo.

Outro ponto foi a instalação de grama no vestiário para aquecimento e no corredor que leva ao campo. Quantas críticas surgiram, julgando desnecessário, que era apenas uma forma de ganhar visibilidade, até que se compreendesse, que o risco de um escorregão para o jogador que está de chuteira é menor do que no piso normal, o impacto também é mais adequado para o trabalho de aquecimento, dentre outros benefícios.

Fica evidente que são avanços processuais, que fazem parte de uma otimização e facilitação dos procedimentos, minimizando riscos, melhorando qualidade do trabalho e conseqüentemente maiores possibilidades de resultado.

Na natação é tradicional a questão da depilação de todo o corpo dos atletas, ainda que estudos não entrem em acordo sobre os reais benefícios. Mas é um procedimento normal e incorporado na modalidade. É um detalhe que pode determinar o resultado. A quem diga que na natação milésimos de segundo consagram ou fazem cair no esquecimento, mas são os mesmos milésimos de segundo que podem definir um gol de uma partida.

Agora,  que outros elementos podem fazer parte de uma infra-estrutura de jogo?

Muitas são as possibilidades, vou me debruçar mais especificamente na idéia que defendo de uma Central de Inteligência de Jogo (CIJ). Mais adiante exploraremos mais afundo esse conceito.

Numa CIJ, por exemplo, podemos ter a estrutura de filmagens dos jogos, seja em ângulos específicos , seja em formas combinadas para diferentes tipos de análise. Exige uma estrutura de equipamento, uma central de informática, uma equipe de TI, mas, sobretudo, profissionais que saibam transformar os dados em informação essencial para o futebol.

Outra possibilidade é a utilização de scouts, sejam eles apenas quantitativos, sejam eles de análise de modelação de jogo, sejam eles para que fim for atribuído. Mas exige uma estrutura, sim, de fato, e o mais intrigante é que não é nada absurdo para a realidade brasileira. O que é necessário para criar essa central, não são coisas fora do comum. Dependendo do nível de serviço ou produto utilizado pelo clube, pode-se variar os equipamentos entre: um notebook, um computador central, um palm, um rádio, um projetor, etc.

Sem muito nos alongar e tornar repetitivos, vemos que as possibilidades são variadas e não são custosas a ponto de inviabilizar a montagem de uma estrutura no estádio. E nem por isso devem ser deixadas para depois, afinal um bom planejamento permite otimizar os espaços a fim de possibilitar que a tecnologia e todo o beneficio que ela venha a trazer não fique restrita a uma sala lá no alto do estádio, sem integração com o campo, com o vestiário e até mesmo com a sede do clube. (afinal a internet já está ai há um bom tempo).

Em termos de infra-estrutura de jogo acredito que o mundo e o Brasil possuem hoje soluções tecnológicas adequadas e satisfatórias, diria que algumas inclusive estão a frente da real percepção de sua importância hoje no meio.

A questão é que politicamente a infra-estrutura de jogo para um estádio pode não ser tão atrativa e mais, os profissionais do meio não juntam forças em busca de garantir condições para que se desenvolvam algumas dessas idéias, muitas vezes por não acompanharem ou se atualizarem sobre as possibilidades dos recursos tecnológicos aplicados ao futebol.

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br

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O fator Ronaldo

Já abordamos diversas vezes neste espaço a questão da presença de um ídolo dentro de um time de futebol. E, no último domingo, mais uma vez a força de mídia de um ícone se mostrou mais clara do que qualquer outro evento futebolístico.

A presença do atacante Ronaldo, do Corinthians, no programa Terceiro Tempo, da Band, não causou alvoroço apenas nos corredores da emissora paulista. Sim, porque fazia tempo que uma noite de domingo não era tão agitada dentro da Band. 

Por dever de ofício, estava transmitindo o Sul-Americano sub-20 pelo BandSports e pude comprovar in loco o quanto o simples fato de Ronaldo ir para os estúdios da Band mexeu com o cotidiano da emissora. Talvez desde as eleições municipais, em outubro passado, um tema não mobilizou tanta gente da equipe quanto a ida de Ronaldo ao programa dominical.

Câmeras instaladas do lado de fora da emissora, cinegrafista acompanhando desde a chegada até a entrada no estúdio para a participação no programa. Auditório repleto de gente, tal qual um domingo com Raul Gil. Gente esperando do lado de fora da Band para pelo menos ver de perto o jogador. E por aí vai…

Ronaldo é isso aí. Mobiliza a mídia, movimenta as pessoas, causa comoção por onde passa. Sua presença física (sem qualquer trocadilho) já é sinal de atenção dos holofotes. Tanto que o conteúdo do programa Terceiro Tempo foi o de menos. O que valeu mesmo foi a presença do jogador. Que num simples sorriso arrancou aplausos da platéia (mais do que previsíveis), risos do apresentador (mais do que óbvio) e suspiros dos convidados (mais do que básicos). 

E, para variar, mesmo com todo um cenário previsível e batido, Ronaldo garantiu para o programa comandado por Milton Neves uma “turbinada” na audiência. Com o Fenômeno como atração principal, o Terceiro Tempo atingiu média de 4,2 pontos no Ibope. Ou cerca de um ponto a mais do que o programa geralmente tem quando está com suas atrações corriqueiras.

Ronaldo, desde sua “volta” ao futebol brasileiro, mostrou-se um grande fenômeno de mídia. Com base nisso o Corinthians se apoia para conseguir mais dinheiro do novo patrocinador. Mas, até agora, esse tão sonhado patrocínio não veio. E nem deve vir. Pelo menos não enquanto o jogador não estrear pelo alvinegro. 

Sempre igual

Muricy Ramalho já se irritou numa coletiva de imprensa no ano. Deu suas tradicionais patadas. A ESPN, em represália, decidiu boicotar as entrevistas com Muricy. Que, após pedir desculpas, contou com a volta da emissora às intermináveis coletivas de imprensa.

A ladainha continua. Mas, na próxima semana, discutiremos quem é o prejudicado nessa história toda. Se é que existe algum…

Para interagir com o autor: erich@cidadedofutebol.com.br

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O desafio de Belluzzo

Luiz Gonzaga Belluzzo foi eleito presidente do Palmeiras, com o que me pareceu um apoio irrestrito da mídia. Pudera. É, possivelmente, o mais qualificado presidente de um clube de futebol da história recente do país.

Não sei dizer outro presidente de clube com título de Doutor ou que tenha sido conselheiro econômico da Presidência da República. Ou, então, que tenha ganhado o prêmio Juca Pato, seja lá que prêmio é esse. Pelo nome, parece ser importante. E engraçado.

De qualquer maneira, Belluzzo tem uma árdua tarefa pela frente. Não é fácil ser presidente de clube de futebol. Você é, ao mesmo tempo, muitas coisas. Para o conselho, você é o muro das lamentações. Para os jogadores, você é um caixa bancário. Para a imprensa, você é uma fonte inesgotável de notícias. E para a torcida, você é o demônio. E nem sequer ganha para isso.

Não só não ganha como também perde. E muito. Tempo, cabelo, essas, coisas. 

Se há uma coisa que presidente de clube não tem, é tempo. Afinal, você, de um dia pra outro, vira representante de uma organização que possui milhares de sócios oficialmente e sabe-se lá quantos milhões de torcedores. Não falta gente pedindo pra você fazer uma visita aqui, uma reunião ali, tomar um café acolá.

E é aí, nessa questão, que está talvez o maior desafio da presidência de Belluzzo. Não se podem questionar seus interesses, que obviamente estão voltados aos rumos da macro-organização do que um envolvimento maior com os meandros da instituição. Mas como uma pessoa tão atarefada e envolvida até com os rumos da nossa própria nação conseguirá equilibrar a demanda profissional com a demanda palestrina? O tempo, obviamente, vai dizer.

E também em tempo, o prêmio Juca Pato é um prêmio literário concedido pela União Brasileira dos Escritores. Já foram contemplados com ele o ex-presidente Fernando Henrique, Sérgio Buarque de Holanda, Carlos Drummond de Andrade, Érico Veríssimo e seu filho, Luiz Fernando Veríssimo, que bem que poderia a onda e se tornar presidente do Internacional.

Para interagir com o autor: oliver@cidadedofutebol.com.br