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Treinamento no futebol: teoria e prática

Caros leitores da Universidade do Futebol,

é com grande orgulho que inicio minha caminhada junto a vocês neste espaço extremamente nobre do futebol brasileiro. Sei que o desafio é muito grande, mas firmo o compromisso de fazer o que for preciso para trazer colunas dignas do mesmo.

Espaço que será preenchido por colunas de campo. Tais colunas trarão discussões práticas de nosso dia a dia de treino/aula no futebol. Idealizei a forma pensando nas diversas discussões que tive com inúmeros colegas que buscavam entender como todo o conhecimento adquirido ao longo dos anos pode ser colocado de modo integral na prática. A ideia é trocar experiências carregadas de conhecimento e alinhadas com as novas tendências do futebol.

Serão várias as abordagens dentro desse tema a fim de propiciar um espaço amplo e rico em discussões de campo. Desde a elaboração de atividades, passando pela abordagem, pelo processo, conteúdos físico/técnico/tático/mental, pelo relacionamento com a comissão, enfim, por tudo aquilo que faz parte da prática de milhares de profissionais que têm o sonho de conquistar o reconhecimento de seu trabalho.

Nosso espaço, assim, começa com uma discussão extremamente pertinente: teoria versus prática. Antes mesmo dos primeiros passos de minha formação acadêmica, iniciei um longo e desafiante caminho na prática.

Observava tudo o que era feito nos campos de escolas de futebol, projetos sociais, categorias de base, equipes profissionais, etc. Naquele momento tudo era anotado e visto como um grande aprendizado. Minha vontade era “juntar” tudo e aplicar esse “pseudo-processo” de treino em um grupo qualquer. Como ainda não podia, resolvi guardar aquilo para o momento certo.

Logo que iniciei minha graduação, fui bombardeado com inúmeras informações e minhas observações começaram a fazer mais sentido. Porém, muita coisa parecia inexplicável ainda.

Resolvi então aliar minha formação com a prática e fui a campo. Com o tempo notei que algumas coisas davam certo, outras nem tanto. Fui percebendo que havia certo ar de desconfiança da prática sobre a teoria e vice-versa. Essa questão me inquietou por muito tempo e me fazia a seguinte pergunta:

Prática ou teoria? O que resolverá seus desafios no dia-a-dia de treino?

Fui testando e aplicando teorias distintas com atividades vistas na prática. No fim das contas vi que o processo de treino, por mim elaborado, era uma grande colcha de retalhos com diversas linhas teóricas e práticas.

Neste momento um de meus professores abordou a dicotomia entre teoria e prática. Ele afirmou que toda teoria surge de observações e questionamentos provenientes da prática. Além disso, disse que a teoria e a prática não resolverão nenhum problema por si só, mas é preciso definir uma linha e aliar ambos em busca de um objetivo.

A partir deste momento todas as informações por mim obtidas começaram a fazer sentido. Notei que minhas observações da prática não deviam ser reproduzidas em meus grupos de qualquer forma. Era preciso um referencial a se seguir. A partir do mesmo, o processo tinha que ser construído e aplicado na prática.

Criei vários processos. A prática me ensinou que nem tudo sai conforme esperamos. A cada dia aprendia coisas novas com a prática (coisas que não faziam parte da teoria, muitas vezes). Observei que a teoria por si só não passava de texto no papel e que a prática por si só não respondia minhas perguntas.

Vi que teoria e prática devem caminhar juntas para dar sentido ao processo. Uma atividade de 3 x 3, com dois golzinhos e dois toques deve ser concebida a partir de um referencial teórico e tem sentido se funcionar na prática. Sendo assim, elaborar o processo fica mais palpável e menos aleatório.

Para mim, hoje é impensável juntar inúmeras atividades vistas em outras equipes e aplicar em meu grupo, como no início de minha formação. A teoria me dá um norte e a experiência na prática me diz o que pode ou não dar certo, além de me dizer como e onde o grupo está em sua evolução.

Com tudo isso, vejo ainda que muita coisa precisa ser aprendida e aplicada. Esse processo é contínuo e a cada dia surge uma informação nova.

Por fim, o desafio é aliar teoria e prática.

Vamos a campo! Até a próxima!

Para interagir com o autor: bruno@universidadedofutebol.com.br

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A hora de decidir

Na última semana, os vídeos publicados de Arouca mostravam um resumo do seu comportamento defensivo e de transição ofensiva nas duas partidas da final da Copa Libertadores da América. Para finalizar o tema, serão apresentados outros dois vídeos, desta vez, em relação ao comportamento ofensivo e de transição defensiva do volante, completando os quatro momentos do jogo.

É importante mencionar novamente, caso alguém não tenha lido a coluna anterior, que o objetivo dos vídeos e dos demais dados divulgados não é de estabelecer julgamentos de valor e que será responsabilidade do leitor refletir sobre as informações e construir sua opinião a respeito da hipótese de convocação do atleta santista para a seleção brasileira.

Na final da Copa Libertadores, ofensivamente, a atuação de Arouca está resumida no vídeo abaixo:
 


 

A seguir, o trecho restante correspondente ao comportamento de transição defensiva do jogador nas duas partidas:
 


 

Para observar o desempenho ofensivo, é possível analisar sua criação de linhas de passe, sua desmarcação, sua mobilidade em diferentes setores e com isso definir em qual região do campo o atleta pensa melhor o jogo. Com a posse de bola, é possível observar os comportamentos mais utilizados e os recursos técnicos para realizá-los bem como sua qualidade de execução. Além disso, analisar seu desempenho quando se encontra mais próximo ou distante do centro do jogo.

Em relação à transição defensiva, quando o próprio jogador perde a bola, permite-se a compreensão da atitude realizada predominantemente e a classificação quanto a sua eficácia. O mesmo pode ser feito quando um companheiro de equipe perde a bola e Arouca executa um dos seguintes comportamentos: ataque imediato à bola, retardamento da ação ofensiva adversária ou então recomposição para sua área de atuação defensiva.

Finalizando, ainda sobre esta questão, é importante interpretar o tempo gasto para a mudança de atitude do atleta em caso de perda da posse.

O treinador da seleção nacional (e sua comissão) deve ter acompanhado lance a lance os 180 minutos da decisão. E se você fosse o treinador da seleção brasileira: convocaria o volante Arouca para sua equipe? É hora de decidir…

Obviamente, os 16 minutos (somatória do tempo das imagens do volante nos quatro momentos do jogo ao longo da final) não são suficientes para uma escolha desta magnitude. Apesar da dimensão do confronto, somente a análise de uma sequência de jogos possibilita um completo relatório de desempenho do jogador.

Como o Modelo de Jogo do técnico da equipe santista é diferente do seu (lembre-se que você é o treinador da seleção brasileira), é sua responsabilidade interpretar se os comportamentos nos quais o atleta está acostumado a cumprir se assemelham ao esperado por você para a função do volante. Se não se assemelham, pode ser importante observar o potencial de transferência de pelo menos alguns princípios de jogo para o seu modelo.

Se os comportamentos ofensivos, defensivos e de transição se assemelham ao esperado por você, o próximo passo é compará-lo aos demais jogadores em potencial para o exercício desta posição. Uma boa análise qualitativa e quantitativa, com dados, imagens, percentual de aproveitamento e desempenho perante adversários de alto nível de dificuldade facilitará a escolha.

Após as convocações, sabemos que o tempo para treinamento e aperfeiçoamento do Modelo de Jogo será extremamente reduzido. Logo, convoque quem você julgar que terá condições de colocar em prática sua ideia de jogo.

A reflexão proposta nesta coluna se estende para muito além de uma situação hipotética de convocação para a seleção brasileira. Mais do que observar Arouca no Santos, Jorge Henrique no Corinthians, Fábio no Cruzeiro, Nei no Internacional ou quaisquer outros jogadores e suas possibilidades de vestirem a camisa amarela, cada profissional do futebol deve analisar o maior número possível de jogadores próximos do seu ciclo de ação para realizar variados tipos de intervenção.

Por exemplo: dentro de uma mesma equipe, como está o desempenho de cada zagueiro segundo os quatro momentos de jogo e em relação ao seu Modelo? Comparando todos os meio-campistas de uma determinada competição de curta duração, qual apresentou princípios de jogo mais condizentes com o futebol europeu? Para a contratação de um lateral-direito, que é carência de uma determinada equipe, quais as características do jogador que se procura? Promover um atacante da categoria de base ou contratar um jogador?

O exercício de analisar um atleta de forma completa e ver as influências que as características (táticas-técnicas-físicas-emocionais) do mesmo podem gerar em sua equipe, sendo um integrante ou um adversário, é apenas mais uma das inúmeras funções de um treinador.

Para finalizar, duas perguntas: você costuma fazer este exercício?

E, como não poderia ser diferente, você convocaria o Arouca para a seleção brasileira? Aguardo sua resposta!

Para interagir com o autor: eduardo@universidadedofutebol.com.br

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Quem tem a informação, tem o poder

Saudações a todos!

Estava assistindo ao jogo do Brasil no último domingo, já havia assistido à Argentina no sábado, e fiquei pensando o porquê hoje não há mais diferenças gritantes entre as melhores e as piores seleções. E o bom, para o deleito dos apreciadores de futebol, é que não foram as melhores que regrediram, mas sim as piores que evoluíram.

Tenho certeza de que entre os vários fatores que levaram a esse equilíbrio, o mais importante é o acesso rápido à informação. No entanto, não basta ter a informação, é fundamental saber lidar como ela e transformá-la em conhecimento.

Há alguns poucos anos, quem tinha a informação, tinha o poder, pois a informação era restrita. Exemplos dessa realidade estão por todos os lados. Na política, os mais velhos lembrarão do AI5, institucionalizado em dezembro de 1968, que entre vários atos, censurou a informação, aplicando as normas em todos os meios de comunicação, inclusive nas músicas, cinema, teatro, jornais e revista. Portanto, os poucos que tinham a informação usufruíam de muito poder.

Entre todas as mídias, a mais influente era a televisão, pois como era o único meio de fazer a informação fluir em “massa”, contava a notícia do jeito que melhor lhe atendia. No esporte, também não faltam exemplos. Soviéticos, cubanos, americanos e alemães tinham métodos específicos de treinamentos, guardados a sete chaves, que lhes garantiam enorme vantagem em diversas competições.

Com a evolução da tecnologia, esta realidade mudou e a internet é a grande responsável, já que permite amplo acesso e fluidez das informações. As pessoas comuns, que antes apenas liam ou ouviam sobre determinada situação, sem poder interagir, hoje têm total poder, não apenas para consultar, mas para opinar sobre qualquer assunto.

No mundo coorporativo, essa troca de informações e saber o que fazer com cada uma delas, como aplicá-las na sua empresa, no seu negócio, no seu clube, são fundamentais para potencializar o sucesso dos objetivos. Atualmente, as empresas divulgam e trocam, mesmo entre negócios concorrentes, ações de sucesso, de insucesso, o que foi feito, o que faltou fazer, etc. Qualquer profissional “mais antenado”, antes de iniciar um projeto, consulta a internet, o Google, as redes sociais, para ver quem já fez algo parecido, onde errou, onde acertou, economizando tempo e dinheiro e ganhando qualidade ao aumentar sua assertividade.

No esporte, existem bons exemplos de como a troca de informação é importante para o sucesso de todos. Há algumas semanas, ouvi uma entrevista do Giovanni, bicampeão olímpico de vôlei, hoje técnico campeão brasileiro da modalidade. Ele, ainda um jovem técnico, creditou grande parte do seu sucesso, e do sucesso da modalidade no Brasil, à troca de informações.

Ele contou que constantemente os técnicos das principais equipes do Brasil se reúnem, divulgam o que estão fazendo, que tipo de técnicas e táticas aplicam, os prós, os contras, resultados e frustrações, entre outros. E a partir dessa troca, da difusão das informações, cabe a cada um aplicar do seu jeito, saber como implantar no seu grupo, perante as características particulares de cada equipe.

Após refletir sobre a questão da informação, concluí que as seleções de Venezuela, Bolívia e Peru estão mais próximas de Argentina, Brasil e Uruguai, pois têm acesso às informações – sabem como cada jogador se comporta, quais as táticas dos treinadores, técnicas de treinamentos – e conseguiram usá-las de forma positiva.

Evoluíram e com certeza fizeram as grandes seleções se mexer, sair da zona de conforto, o que é bom para todos e garante maior qualidade aos espectadores.

Da mesma forma que eu refleti sobre o assunto, convoco vocês a refletirem também e deixo algumas perguntas:

– Você tem informações sobre sua área de atuação, sua função?

– Sabe o que outras pessoas que atuam na mesma área, na mesma função, estão fazendo?

– Conhece casos de sucesso e de insucesso?

– Você tem um perfil nas redes sociais? Participa de grupos? Interage nos fóruns de debates?

– Criou ou desenvolveu um novo processo de execução? Divulgou? Pediu opiniões?

Se a maioria das repostas foi sim, parabéns, você tem a informação e sabe lidar com ela para potencializar seu sucesso. Se a maioria das respostas foi não, corra, informe-se, ainda é tempo, mas não demore, se não ficará eternamente no banco de reservas!

E não adianta ficar fazendo cara feia.

É isso, pessoal. Agora, intervalo, vamos aos vestiários e nos vemos na próxima semana.

Abraços a todos!

Para interagir com o autor: ctegon@universidadedofutebol.com.br  

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A influência da regra no futebol feminino

Durante todo o mês de junho dedicamos espaço para discutir aspectos relacionados à seleção, formação e detecção de talentos. Como, obviamente, um mês não foi suficiente para esgotar o assunto, voltaremos com ele num futuro próximo em período oportuno.

Antes de iniciar com o texto desta semana, primeiro quero agradecer pelos comentários e discussões (presenciais ou à distância) que tive com muitos de vocês, leitores. Por favor, continuem usando esse espaço para interagir colaborando para o nosso progresso.

Voltando para o assunto da coluna propriamente dita, neste mês de julho, aproveitando o gancho da Copa do Mundo de futebol feminino, quero dedicar espaço às mulheres.

Antes que você pense que abordaremos aspectos da regra feminina (menstruação), quero esclarecer que o título da coluna não se refere a nenhum trocadilho e nosso foco será mesmo voltado para a regra do futebol. Não que a interferência da menstruação sobre o desempenho do futebol não seja interessante. Podemos até discutir este assunto numa outra oportunidade, mas é que nesta semana este tópico não vem ao caso. O que desejo mesmo é discutir até que ponto a regra do futebol feminino ser idêntica à do masculino auxilia ou prejudica a modalidade.

Diferente de outros esportes como basquete e vôlei que possuem regras ajustadas para as mulheres (diminuição da altura da rede e da cesta, por exemplo), no futebol feminino não há mudança nenhuma em relação ao futebol masculino. Essa medida, por muitas vezes, torna a modalidade monótona, pouco competitiva e até certo ponto sem graça, pois considerando que as mulheres, por natureza, apresentam maior percentual de gordura, menor estatura, menos força, velocidade, potência e resistência do que os homens, é natural que a dinâmica do jogo seja completamente diferente já que apesar das diferenças gritantes entre homens e mulheres, o espaço, o número de jogadores e o tempo da partida são idênticos entre o futebol masculino e feminino.

Sem adaptações, ocorrem discrepâncias tamanhas as quais geram dois mundos absurdamente distintos. Você já parou para pensar a razão do sucesso ou o fracasso de outras modalidades coletivas serem mais ou menos semelhantes para ambos os gêneros e no futebol ser completamente diferente?

E por que a imprensa discute a convocação de um ou de outro jogador para a seleção masculina, mas nem conhece quem irá para a seleção feminina, nem muito menos onde cada menina joga? Sem falar no tempo e no espaço dedicados ao futebol feminino e masculino na mídia impressa e televisiva.

Não dá para determinar se as discrepâncias entre o futebol feminino e masculino em nosso país são causa ou consequência de fenômenos sócio-econômico-culturais, mas penso que se houvesse algum tipo de ajuste, poderíamos ter efeitos positivos, completamente diferentes do atual.

A figura abaixo representa um círculo vicioso que explica, em parte, os problemas enfrentados pelo futebol feminino.


 

Não pretendo inventar outra modalidade ou alterar o pensamento e o comportamento da maioria da população, mas talvez se tivéssemos gols, tamanho de campo e o número de jogadoras adaptados de tal modo que deixassem o jogo mais atrativo, ou até mesmo ter incentivo das federações e a obrigação dos clubes em formar e manter o futebol feminino, poderíamos inverter o quadro atual do futebol feminino e quem sabe um dia até ter a atenção da população repartida de forma equânime para homens e mulheres.

Tal mudança provocaria uma série de oportunidades de negócios, geração de mais empregos, alavancagem econômica de clubes e atletas e ao invés do circulo vicioso, poderíamos gerar um ciclo virtuoso.

Sei que esse pensamento pode até ser utópico, mas que seria legal ver jogadoras fazendo propagandas de produtos, valendo os mesmos milhões que os atletas masculinos e provocando as mesmas discussões e brincadeiras de torcedores apaixonados pelos seus times nas versões femininas, ah, isso seria…

Para interagir com o autor: cavinato@universidadedofutebol.com.br  

Leia mais:
Aula gratuita: futebol feminino – nível básico

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Gurus

Pesquisando em um banco de dados pessoal, encontrei alguns ensinamentos do guru Randolf Brenan, que teceu alguns pensamentos relacionados a comportamento social, os quais procurarei analisar sob a ótica do futebol:

1. “Esperteza é sinônimo de desonestidade”

Já ouvi algumas vezes a frase no meio do futebol: “ah, aquele cara é bom, mas é muito sincero. O futebol é dos espertos!”. Isso cheira a desonestidade, na minha modesta opinião. Devemos ser astutos até o limite daquilo que a legislação permite e os códigos de ética pré-estabelecidos na nossa sociedade estipulam. O resto é desculpa para a transgressão, que nada tem a ver com os ideais propostos pela natureza do esporte.

2. “Confiar e conhecer as pessoas antes de julgá-las, sem adotar qualquer pré-conceito”

Vemos muito isso no ambiente do futebol: por vezes um determinado treinador não serve porque não foi jogador. Outros já o excluem por ter sido atleta profissional e não sentou em um banco escolar acadêmico. O conhecimento científico é fundamental no mundo do futebol, mas o conhecimento tácito por vezes é de extrema relevância também para um ambiente de gestão de um grupo de atletas e a participação em um contexto de comissão técnica.

José Mourinho explica em um de seus livros que não prescinde de um membro em sua comissão técnica que tenha sido ex-jogador por reconhecer sua habilidade de lidar de maneira distinta com os atletas. Por outro lado, a capacitação contínua e até acadêmica é importantíssima para ex-atletas que desejam ascender em uma carreira no esporte.

O fato é que, de ambos os lados, percebe-se um pré-julgamento desnecessário entre os pares que só prejudica a ampliação de conhecimento, saindo da prática para a área acadêmica.

3. “Paciência e análise, em muitos casos, dá mais resultado do que ações e execuções desesperadas”

Vamos bater novamente na tecla do planejamento: vi e continuo vendo muitos clubes com trabalhos mal sucedidos por total falta de critérios e processos em sua gestão global. Dizem alguns: “precisamos subir de divisão neste ano, do contrário o clube fecha!”. E passam a contratar e mandar embora treinadores; contratar e mandar embora jogadores, formando um ciclo vicioso que não contribui em nada para uma perspectiva de futuro e prejudicando a sustentabilidade da instituição no longo prazo.

As entidades com o mínimo de estratégia e visão de futuro têm se mostrado com as melhores estruturas para o alcance de resultados em um patamar regular no alto nível.

Explicação final:

Tomei a liberdade de utilizar o espaço por uma questão pessoal e agradeço antecipadamente a concessão do mesmo pela Universidade do Futebol nesta semana. Fiz uma brincadeira com o Randolf Brenan, que é na verdade um nome fictício criado pelo consultor Max Gehringer, quando quis passar uma mensagem diferente para o seu público sobre o mundo corporativo.

Copiei o modelo com a finalidade de fazer uma justa homenagem ao meu pai, Sr. Juvêncio Campestrini. As frases e ensinamentos do tal “guru” são, na realidade, dele. Meu pai, hoje com 55 anos, juntamente com minha mãe, Rosemarie, sempre foi e é um eterno incentivador da minha carreira e da minha irmã, hoje na Itália cursando Engenharia Ambiental.

Na última semana me dei conta que completei 10 anos de profissão, ou melhor, que pelo menos entrei na área de Educação Física e Esportes. Em 2001 comecei o curso de Ciência do Esporte na UEL e desde então tive o apoio e a força irrestrita deles ao longo de toda a caminhada que percorri e venho percorrendo, com a conclusão do curso da pós-graduação, do mestrado e das atividades profissionais que vim desempenhando no período.

O meu “guru” tem um significado todo especial para mim. Guardo e tento reproduzir seus ensinamentos no dia a dia e, se algo dá errado, percebo que por algum motivo não fui um bom aluno em alguma de suas lições.

Tenho certeza de que todos os leitores possuem algum “guru”, seja ele na figura paterna, materna, de avós, professores, líderes, treinadores, chefes, padrinhos, tios, amigos – enfim, pessoas que contribuíram para a formação do caráter e, por isso, são fundamentais em nosso crescimento.

Entendi mais do que justo fazer referências à pessoa que me ajudou, ajuda e continuará tendo uma importância fundamental em minha vida! Obrigado por tudo nestes últimos 10 anos (ou quase 30 de vida) e que venham os próximos…

Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br

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Cobrar faltas tipo topspin, sidespin, knuckleball: isso é futebol?

Olá, amigos!

Li uma reportagem no portal G1 sobre um estudo das cobranças de faltas, tendo como tema central o jogador Juninho Pernambucano, do Vasco da Gama. A proposta foi realizada por Ken Bray, do departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Bath, na Inglaterra.

Não tive a oportunidade ainda de ler o estudo original, mas com base na matéria, podemos extrair um rico tema para debate e reflexão.

Em entrevista ao portal, o cientista relatou sobre os tipos de cobranças de faltas. E pelo que se percebe, a ciência identificou três variações de cobranças, assim classificadas:

Topspin: efeito que faz a bola realizar um movimento de subida e queda repentina; tal queda é responsável por fazer com que a gravidade ajude a bola a atingir uma mudança brusca de velocidade no movimento descendente.

Sidespin: efeito lateral na bola; a bola gira sobre um eixo vertical, movendo-se para um dos lados de forma incisiva.

Knuckleball: que praticamente não coloca efeito na bola (spin), o que chamaríamos no popular “futebolês” de chute “chapado”, reto; assim, a bola sofrerá apenas as forças aerodinâmicas, tendendo a se mover de forma imprevisível.

Nesse aspecto, as mudanças do material, de gomos e tecnologias aplicadas na construção da bola interferem bastante também.

Vimos que o estudo do futebol pode ser complexo e detalhado, mas para nós é imprescindível enxergar e visualizar como esse estudo pode ajudar no desenvolvimento do jogo. E talvez aí seja o ponto tão discutido por todos sobre a rixa “acadêmicos x profissionais”, a qual, pessoalmente, pode ser tanto para um como para outro uma vaidade exacerbada e prepotência, já que uma não é indissociável da outra.

Pois bem: se foram identificados esses três tipos de cobrança, podemos superficialmente lançar dois desafios para o desenvolvimento do jogo.

1. Como fazer para analisar tais variáveis e identificá-las nos perfis de cobradores de faltas adversários de forma a ajudar o goleiro de nossa equipe a ter uma intervenção mais precisa?

2. Como desenvolver formas de treinamento, respeitando as capacidades e habilidades de cada jogador, já que podem apresentar ou não competências para tais tipos de efeitos nas cobranças, para que nossos atletas sejam formados com possibilidades variadas de realizar as diferentes ações?

Desta forma, acredito que estaríamos fazendo o papel de integrar tecnologia, ciência e prática, e não ficarmos, como fazem alguns, criticando o estudo por não servir para nada; ou como fazem outros, que acham que essa é uma das maiores descobertas do futebol, sem sequer saber como isso de fato pode ser útil.

E mesmo assim não podemos encerrar a discussão (que não é breve nem simples) sobre esses dois desafios, porque como bem sabemos, não adianta ser um excelente executor desses três tipos de faltas sem o elemento tático primordial nesse momento, que é tomar a decisão de escolher a melhor solução.

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br

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Copa América de futebol 2011: primeiro raio-x da seleção brasileira de Mano Menezes e o jogo contra a Venezuela

A atuação da seleção brasileira de futebol não deve ter agradado a maioria dos torcedores, especialistas e pseudo-especialistas em sua estreia contra a seleção da Venezuela, na Copa América 2011.

Com três atacantes, com uma proposta de pressão constante sobre a bola já no campo de ataque, e com a tentativa de tornar velozes as construções e as transições ofensivas, a expectativa sobre o desempenho da equipe do Brasil antes da partida era muito grande.

Pois bem.

O jogo terminou empatado (0 a 0), e as críticas (inevitável) já começaram.

Dentro do Modelo de Jogo proposto pelo Brasil, talvez tenha sido, o início do jogo, o momento de sua melhor expressão.

Tentativas intensas para tentar recuperar a bola, progressões rápidas ao ataque, boa ocupação do espaço e boa mobilidade. Características, comportamentos e ações que foram se diluindo com o tempo e quase desapareceram durante o jogo.

Se compararmos, como exemplo, os mapas de calor do 1º e do 2º tempos de jogo, notaremos a grande diferença na ocupação do espaço entre as duas etapas, e quanto ela (a ocupação espacial) foi perdendo densidade pelas laterais e ficou “pesada” pelo corredor central do campo de jogo.


 

No mapa de calor, cores quentes representam maior concentração de ações e cores frias, menor concentração de ações.

Então, a cor vermelha representa maior concentração de ações do que a laranja, que representa maior concentração do que a amarela, que representa maior concentração do que a verde, que representa maior concentração do que a azul.

Notemos que no 1º tempo da partida, o Brasil conseguiu, de maneira geral, uma ocupação razoável das faixas laterais esquerda e direita na intermediária ofensiva.

A boa amplitude só não foi eficiente porque, além de não estar tão avançada quanto deveria (a ocupação lateral), também não encontrou concentração condizente no corredor central, em regiões mais próximas do gol.

Apesar das infiltrações constantes do jogador Ganso, em tentativas de aproximação do atacante Pato, o desenho tático do Brasil ao atacar (algo próximo de um 1-3-3-4, variando para um ofensivamente mais eficiente, porém com dificuldades na transição defensiva, 1-2-4-4) não conseguiu levar vantagens numéricas setoriais no confronto com o desenho tático venezuelano.


 

No 2º tempo da partida, as regras de ação e de ocupação do espaço do Modelo de Jogo da seleção brasileira se perderam.

Além da dificuldade para atacar a bola (uma dificuldade aparentemente, mais do comportamento individual não condicionado dos jogadores, do que somente da tática coletiva), podemos observar no mapa de calor, na 2ª etapa do jogo, que a estruturação do espaço perdeu em amplitude, volume e proximidade do gol de ataque.

A má ocupação espacial geral fez com que o Brasil tivesse no jogo 83% de aproveitamento nos seus passes (a Venezuela 71%) – e Ganso, que pouco costuma errar, 58% (26 passes/15 acertos).


 

Ao observarmos a posição média dos jogadores do Brasil no 1º tempo, podemos notar que boa parte da amplitude conseguida pela seleção brasileira deu-se principalmente pela participação dos laterais, e que de certa forma o “centro de gravidade da equipe” (leia sobre o assunto – Leitão, R.A.A. O centro de gravidade do jogo e o centro de gravidade das equipes que jogam: a influência dos atratores. Anais do Congreso Internacional de Fútbol de Valencia. 2009) esteve no seu campo de ataque.

O centro de gravidade da equipe no campo de ataque, associado às imagens do jogo, mostra que em boa parte da 1ª etapa o Brasil teve um grande número de jogadores ocupando o espaço ofensivo do campo, o que, além de possibilitar (em tese) manutenção da bola neste setor, poderia facilitar o ataque a bola logo após sua perda.

No entanto, a sincronização coletiva para pressionar a bola, e o hábito não condicionado de pelo menos cinco dos seis jogadores que iniciaram o jogo, propiciaram, sim, algumas vezes recuperação rápida da bola, mas muito distante da meta ofensiva.


 

No 2º tempo do jogo as coisas ficaram um pouco mais difíceis, especialmente porque a ocupação do espaço de ataque piorou, a mobilidade diminuiu, o centro de gravidade “baixou” e a pressão coletiva sobre a bola diminuiu muito em eficácia.

No geral do jogo, diria que ficou clara a proposta e o modelo idealizado por Mano Menezes – me parecem muito interessantes.

Condicionar o comportamento individual e coletivo para credenciar a seleção brasileira a cumpri-lo me parece um problema de tempo.

Da mesma forma, me parece um problema de tempo melhorar a “resistência de concentração” para jogar o jogo que se deseja, em seus 90 minutos.

O tempo, no entanto, é algo escasso no futebol, e especialmente na seleção brasileira, que terá pouquíssimos jogos oficias até a próxima Copa do Mundo (e cobranças estrondosas).

Mano Menezes já mostrou competência em um passado não muito distante para montar boas equipes, conquistar títulos e gerenciar grandes estrelas e torcidas do futebol.

O jogo que a seleção brasileira quer jogar me parece um bom jogo. Mas as únicas seis finalizações que conseguiu na partida contra a Venezuela mostraram que a distância entre o jogo que ela pode jogar hoje, e o jogo que ela quer jogar, ainda é grande.

Para mais informações específicas sobre o duelo em questão, leia o relatório completo da Scout Online. Clique aqui.

Para interagir com o autor: rodrigo@universidadedofutebol.com.br  

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Obrigado

Algum dia a hora chega. Já são quase seis anos aqui neste espaço. Tempo de muito aprendizado e de uma oportunidade tremenda de poder mostrar um pouco mais do que penso a respeito de futebol.

Infelizmente, a partir de hoje, deixo este nobre espaço. A agenda corrida já não estava permitindo que semanalmente eu conseguisse escrever meus textos para a Universidade do Futebol. Entre deixar o leitor na mão ou abrir mão de escrever, acredito que o mais correto é abrir o caminho para quem tem muito a compartilhar com você.

Toda despedida é dolorosa. Mas só tenho a deixar aqui o meu agradecimento para quem me ensinou muito ao longo desses seis anos.

O mestre Medina, os companheiros Tega e Afif, o amigo de toda hora Gheorge. Sem eles, nada do que você aprende diariamente nesta universidade virtual seria possível. Pode ter certeza que é da dedicação de grandes figuras como eles que foi possível termos essa evolução no futebol brasileiro nos últimos anos.

Não, ainda estamos muito longe de chegarmos ao mundo ideal. Mas é a troca de conhecimento que permite o crescimento. E é esse o maior legado da Universidade ao futebol brasileiro. Técnica, tática, treinamento, fisiologia, nutrição, administração, marketing, comunicação… Tudo está interligado e explicado nessa grande teia de conhecimento que é a Universidade do Futebol.

Por isso mesmo que é tão difícil dizer adeus. Muito mais com cara de um “até logo”. Agora é hora de reciclar, rever conceitos, relaxar um pouco a cabeça para poder aprender ainda mais. Enquanto isso, assumirei a condição de internauta, para conseguir rever conceitos e ampliar o conhecimento.

Obrigado a você, leitor. E, especialmente, a esses amigos tão especiais da Universidade. Sem vocês, podem ter certeza, nada tem sentido. Agora chegou a minha hora de vir para o lado de cá e “cornetar” um pouquinho.

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br  

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A mesada do papai

Você sabia que um dos melhores jogadores do mundo – seguramente vai ser o melhor em breve – ainda ganha “mesada” do pai?

Sim, Neymar, o brilhante “Menino da Vila”, recebe R$ 10.000 todo mês, das mãos do seu pai.

Ok. R$ 10.000 é muita coisa.

OK, mas é muito menos do que os contratos assinados pelo jogador, com o Santos e com os patrocinadores, lhe asseguram.

Ok, mas isso não interessa aqui.

O que interessa é a educação financeira que o pai do prodígio lhe transmite, independentemente de múltiplos assessores que rodeiam o craque nas mais distintas áreas.

Com 13 anos, Neymar recebia do Santos um salário de R$ 30.000.

O pai, então, decidiu se dedicar integralmente ao filho nessa educação e gestão da carreira.

E tinha muita experiência, porque, em suas próprias palavras, “sabia muito o que fazer para uma carreira não dar certo”, uma vez que havia sido jogador medíocre e perambulado por vários clubes pequenos profissionalmente.

À experiência, somou-se a autoridade paterna, vinculando o aumento da “mesada” às metas atingidas.

O pai deixou o filho comprar o primeiro carro, com 18 anos… financiado em 48 vezes, em parcelas pagas que cabiam no bolso.

Queria um carro melhor e mais caro.

O pai disse que se fosse artilheiro do Sul-Americano sub-20 e fizesse gols na final, teria.

O filho conseguiu. O pai cumpriu o trato.

Neymar não foge muito do estereótipo dos craques do futebol brasileiro, ao nascer em berço humilde.

A diferença está no fato de que esse berço humilde sempre teve pai e mãe muito presentes na vida do filho.

Essa é a forja dos ídolos que se perpetuam.

E falando em educação financeira, dada a exuberância irracional do consumo no Brasil, pouca gente deve ter tido, em casa.

Até nas melhores famílias.

Taí uma oportunidade de negócio pro pai do Neymar.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br  

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Você convocaria o Arouca para a seleção brasileira?

“Acho que o Mano (Menezes) tem que olhar com carinho para este jogador. Se não fossem as lesões ele já poderia pintar numa convocação”. Essa foi a opinião de um comentarista esportivo durante a transmissão da final da Copa Libertadores, oportunamente, alguns minutos depois da participação do volante santista na jogada em que terminou com a finalização de Neymar e o 1 a 0 no placar. Como sabem, a partida terminou 2 a 1 para a equipe brasileira, que conquistou o título diante do Peñarol.

Para iniciar a análise individual de Arouca, é válido mencionar que todas as informações e vídeos divulgados na sequência da coluna não têm como objetivo estabelecerem julgamentos de valor, definindo acertos ou erros para cada ação. Caberá ao leitor a partir da interpretação das informações relatadas e observação das imagens, formar/melhorar uma opinião a respeito do referido atleta.

A final da Copa Libertadores permite uma análise do jogador exercendo regras de ação semelhantes em regiões distintas do campo de jogo. No confronto de ida, ainda com a ausência de Paulo Henrique Ganso, Arouca fez a função de volante com razoável estruturação do espaço pelo lado direito do campo e, na volta, com a presença do camisa 10, Elano retornou à posição de origem e Arouca exerceu a função de volante pelo lado esquerdo, predominantemente.

Na primeira partida, a plataforma de jogo utilizada pelo técnico Muricy Ramalho foi a 1-4-1-3-2 e como mandante utilizou a plataforma 1-4-4-2 (losango) como podem ser vistas nas figuras abaixo:

As ações técnicas de passe realizadas pelo volante na partida disputada no Uruguai totalizaram 30. Dentre elas, 12 tiveram predomínio vertical no sentido do alvo adversário, 10 predomínio horizontal, dois cruzamentos, dois passes para trás e quatro passes errados. Além disso, Arouca realizou duas interceptações, cometeu duas faltas e perdeu uma vez a posse de bola. Neste jogo Arouca não finalizou e não executou nenhum desarme.

No Pacaembu, Arouca foi o maior passador da equipe santista somando 43 ações. Destas, 19 tiveram predomínio vertical, 16 predomínio horizontal, quatro passes para trás e quatro passes errados. Em outras ações, recuperou seis vezes a posse de bola em desarmes e realizou duas interceptações. Perdeu a posse de bola por quatro vezes. Arouca também não finalizou neste jogo.

Os dados dos fundamentos técnicos acima (sem demais contribuições visuais/espaciais dos locais e situações de jogo nas quais tais ações aconteceram), não possibilitam uma análise global de desempenho do jogador. Com esses dados é possível somente perceber quais ações técnicas do futebol o jogador analisado executa com predominância.

Posto isso, a observação do jogo em sua fase ofensiva, defensiva e de transições em situações com e sem bola precisam ser inseridas para permitir uma análise mais completa.

Abaixo, veja uma sequência de lances sobre o comportamento do jogador santista na organização defensiva de sua equipe diante do Peñarol:
 


 

Dando continuidade na observação, o vídeo seguinte compreende uma síntese do comportamento de Arouca nas transições ofensivas da equipe santista:
 


 

Nos dois trechos publicados, informações importantes a respeito do desempenho de jogo do atleta podem ser obtidas. Para a fase defensiva, é possível perceber qual a região do campo mais utilizada para realizar suas ações defensivas, sua referência predominante de marcação, sua velocidade de recomposição, seu posicionamento entre bola e alvo, sua ação de recuperação da posse, sua velocidade de flutuação, entre outras questões.

Já para a transição ofensiva, pode-se visualizar sua predominância de comportamento em relação à movimentação, pode-se diferenciá-lo quando ele está mais próximo ou mais distante do centro do jogo, e ainda, quando recebe a bola é possível identificar setores/jogadores mais procurados.

Na próxima semana, o encerramento da coluna com a síntese das ações de Arouca na organização ofensiva e de transição defensiva da sua equipe contra o mesmo adversário e as conclusões.

Enquanto isso, veja a estreia da seleção brasileira na Copa América, analise o desempenho dos volantes que participarem do jogo e comece a estabelecer as devidas comparações.

Arouca poderia estar no lugar de Ramires, Lucas, Elias ou Sandro?

Para interagir com o autor: eduardo@universidadedofutebol.com.br

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