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Combate ao Cambismo: Legado da Copa

Durante a Copa do Mundo, a polícia brasileira desmontou um milionário esquema de venda de ingressos.

O termo cambismo vem do período feudal, quando os comerciantes se dedicavam ao câmbio nas feiras e nos núcleos urbanos e cobravam taxas.

Atualmente, cambistas são aquelas pessoas que compram ingressos e revendem por preço superior ao estampado no bilhete.

No Brasil, o Estatuto do Torcedor tornou o cambismo crime em seu artigos 41-F ao estabelecer que quem vender ingressos de evento esportivo, por preço superior ao estampado no bilhete será apenado com reclusão de 1 (um) a 2 (dois) anos e multa.

A FIFA tentou combater a venda ilegal de ingressos fazendo constar o nome do comprador no bilhete, entretanto, no acesso aos estádios não houve qualquer fiscalização.

Ademais, a fonte dos ingressos vendidos ilegalmente pelo que foi apurado pela Polícia é uma empresa parceira da FIFA.

Vale dizer que nos termos do art. 41-G, do Estatuto do Torcedor também é crime fornecer, desviar ou facilitar a distribuição de ingressos para venda por preço superior ao estampado no bilhete com pena de reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa.

Esta pena será aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o agente for servidor público, dirigente ou funcionário de entidade de prática desportiva, entidade responsável pela organização da competição, empresa contratada para o processo de emissão, distribuição e venda de ingressos ou torcida organizada e se utilizar desta condição para os fins previstos neste artigo.

Muito embora as atividades sejam crime desde 2010, nunca houve uma punição efetiva aos cambistas, razão pela qual o desmonte deste esquema trará importante precedente para o combate ao cambismo.

O próximo passo será punir os “pequenos” cambistas que anunciam ingressos em redes sociais e até mesmo em classificados de jornais.

De toda forma, o primeiro passo já foi dado e este legado a Copa já deixou. 

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Derrotados por quem?

É triste ter que reconhecer o desempenho abaixo de qualquer expectativa da seleção brasileira de futebol, pela forma que aconteceu e pela maneira que nos comportamos em campo no jogo contra a Alemanha. Muitos vão tentar mensurar o tamanho da vergonha que ficou gravada na história do futebol mundial, mas vejo que são muitas as lições que o nosso futebol deve aprender com essa derrota avassaladora pela semifinal do mundial de futebol.

Em geral o fracasso no esporte ou em qualquer outra área de desempenho, tende a impactar diretamente em nossa autoestima. Numa ocasião em que uma equipe e futebol depara-se com uma derrota de um jogo importante ou talvez do jogo mais importante de uma competição uma pergunta vem a tona, o que fazer agora?

Penso que é hora de repensar toda a forma como administramos o futebol brasileiro, rever toda a nossa estrutura do futebol inclusive refletindo sobre o modelo que temos de desenvolvimento do futebol no país, se é que temos algum. Se nosso algoz na competição, a Alemanha, conseguiu após seu fracasso nas edições de 2000 e 2004 da Eurocopa quando foi eliminada na primeira fase. Uma grande reformulação foi realizada em busca de uma identidade própria para a seleção do futebol do país e a prova que a continuidade de um trabalho planejado e bem estruturado faz a diferença no futebol, foi a manutenção do trabalho na seleção alemã após o 3º lugar na Copa de 2006, no qual após Klinsmann deixar o comando da seleção o seu assistente-técnico Joachim Löew assumiu a seleção, esta mesma que nos deixou com esse sentimento de incredulidade sobre o resultado do jogo entre Brasil e Alemanha.

Nos cabe agora agir com humildade para reconhecer que o momento é de recomeço, quem sabe realizarmos um grande simpósio nacional sobre os rumos do futebol brasileiro para o futuro e com isso redescobrirmos nossa identidade. Para isso é necessário observarmos o que os outros países têm feito de melhor em termos técnicos, tecnológicos e no campo do desenvolvimento mental dos atletas, rever nosso modelo de gestão e nosso modelo de desenvolvimento do esporte no Brasil. Pelo exposto, agora me parece que em grande parte perdemos para nós mesmos!

Cabe aos responsáveis pelo futebol em nosso país esse exercício de humildade comentado acima e iniciar este movimento, precisa cair a ficha de que não podemos mais depender da magia ou genialidade individual para resgatarmos nosso futebol, sendo necessário sermos melhores em todas as disciplinas que fazem parte do futebol e a partir daí sim juntarmos a essa desejada excelência a nossa criatividade nata do brasileiro para a prática do futebol.

Vamos em frente, a vida continua mas o recomeço é a única rota alternativa para o renascimento do nosso futebol.

Até a próxima! 

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Será que a culpa é do Felipão?

Deixei para escrever esta coluna após o jogo entre Brasil e Alemanha. A ideia inicial era ser, de fato, um pouco “oportunista”, aproveitando o fato de eu publicar textos aqui na Universidade do Futebol nas quartas-feiras, ou seja, um dia após o referido jogo desta semana.

Tinha em mente falar do Neymar e de, mais uma vez, o país deixar aflorada sua cultura de “lamentações eternas” sem querer debater e buscar as boas alternativas dentro de um elenco de boa qualidade, que poderiam dar novas soluções para uma equipe que não funcionou nos 5 jogos anteriores. Mas o tema perdeu a graça. Foi diminuído pela assustadora derrota do Brasil diante de um futebol que buscou uma evolução significativa nos últimos 12 anos.

Mas o jogo em si, apesar de parecer uma “obra do acaso” ou um “simples apagão”, responde muito mais angústias do que se imagina. Nos últimos 14 anos, desde que eu comecei a trabalhar e a estudar esporte, muitos especialistas vem falando da fragilidade de inúmeros processos de gestão do futebol brasileiro, tanto da parte técnica quanto do aspecto de negócios propriamente dito. Eu mesmo, frequentemente bato nesta tecla nas colunas escritas aqui semanalmente, há pelo menos 4 anos.

Vejo hoje muita gente criticando o técnico Luis Felipe Scolari. De fato, sobre o jogo em si (olhando tão somente para os 90 minutos de partida ou para a concepção da equipe enquanto time), é evidente que ele é o grande culpado. Vê-se em campo um amontoado de bons jogadores tentando fazer alguma coisa isoladamente em um esporte coletivo. É realmente difícil dar certo em razão da dinâmica e da evolução que a preparação das equipes teve nos últimos anos.

Para tirar a dúvida, basta pedir uma comparação, “em off”, para alguns dos jogadores desta seleção sobre os treinadores que eles tem (ou tiveram) nos seus clubes na Europa nos últimos anos com o que eles encontram agora no Brasil em termos de planejamento, preparação, conteúdo analítico e treinamento. Tenho certeza que as respostas seriam mais bem publicadas em programas humorísticos do que nos inúmeros programas esportivos que temos diariamente.

Felipão foi um grande treinador. Foi. Não podemos tirar este mérito dele. O vi, ainda na adolescência, treinando equipes como Grêmio e Palmeiras na década de 1990, bem montadas taticamente e, depois, merecidamente, na própria Seleção Brasileira e Seleção Portuguesa em 2002 e 2004/2006, respectivamente.

Contudo, o modelo de jogo que o futebol mundial encontrou como o mais eficiente naquela época era o da força física em detrimento à parte técnica, apesar de sempre termos tido bons jogadores que permitiam decidir jogos e campeonatos. Lembro de ter participado de várias palestras no início da década de 2000 falando somente de preparação física para o futebol. Nos Congressos, Cursos e Seminários da área, pouco se falava em aspectos táticos e da importância desta preparação em uma equipe de futebol de alto rendimento.

O(s) culpado(s), a bem da verdade, são os gestores (ou a falta deles), que insistem em escolher nomes por crenças antigas de resultados no futebol. Ainda se acredita que tudo o que ocorre no futebol é obra do acaso. Eis o nosso dilema: a grande maioria das escolhas para a montagem de comissões técnicas (tanto em clubes quanto na seleção) não passa pela análise de competências, mas sim por lógicas totalmente empíricas, ainda muito pautadas em um termo que se convencionou como “motivação” (lembrem-se: sem preparação e ferramentas adequadas, é como ir para uma guerra com paus e pedras contra um exército com armas de fogo superpotentes).

Por fim, respondo: não, o Felipão não é o grande culpado. Se ele optou por não se atualizar em termos de treinamento e preparação de equipes de forma adequada, é uma opção dele, que não cabe julgamento, apenas lamentações. A culpa é sim de quem o escolheu, acreditando que o futebol que se joga hoje é o mesmo de 20 anos atrás.

Agora sim, finalizando:

(1) Não desejo com esta coluna ser o “profeta de fatos ocorridos” ou “comentarista de resultado”. Mas é impossível deixar de lado o que ocorreu ontem sem reforçar a partir de uma análise que vem sendo feita há muito tempo, por mim e por tantos outros especialistas da área, muitos deles publicando suas excelentes opiniões aqui no Portal da Universidade do Futebol.

(2) Para olharmos para o lado bom das coisas, que este seja conhecido historicamente como o jogo da virada do futebol brasileiro e possamos fazer melhores enredos no futuro, sendo ou não campeão, mas jogando um futebol que dignifique o futebol brasileiro. 

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Barbosa

Logo depois daquela bola de Ghigghia ter passado entre os braços dele e a quadrada trave esquerda do Maracanã, ele olhou para cima suspirando fundo. Talvez sabendo que aquele instante se perpetuaria na história do futebol brasileiro. Aquela chaga seria eterna na carreira e na vida dele.

Hoje, no céu, os companheiros do goleiro de 1950 estão vendo o jogo pela Sky. Provavelmente.

Eles viram Muller fazer 1 a 0 no Mineirão. E não viram nenhum zagueiro brasileiro por perto, nem o excelente David Luiz, que foi desatento como não costuma ser.

Os zagueiros Augusto e Juvenal comentaram entre si que aquele erro do primeiro dos sete gols (e sete erros…) eles não cometeriam depois do escanteio. Até por que, em 1950, a bola saía pela linha de fundo e já jogavam na área. Não tinha lance ensaiado. Nem a chegada dos zagueiros. Muito menos alguém tão livre como ficou Muller em uma semifinal de Copa.

No segundo gol, Bauer e Danilo Alvim lamentaram a desatenção na entrada da área. Alguém brincou com Bigode que se ele havia sido muito cobrado pelos dois gols que saíram pelo lado esquerdo da defesa em 16 de julho de 1950. Imagina agora o que não detonariam Marcelo…

O terceiro gol alemão parecia ter sido feito contra os 200 mil torcedores anestesiados depois do apito final no Maracanazo. Todos olhando a Alemanha tratar a bola como se fosse o Brasil sonhado, no Mineirão.

O quarto gol foi uma infelicidade de Fernandinho. Daquelas que ninguém cometeu na final de 1950.

O quinto gol estava impedido. Quem se importa?

O sexto foi outra linha de passe. Ou seria o sétimo?

Perdemos as contas.

Jair Rosa Pinto e Zizinho lamentaram a falta de armação no jogo e em quase toda Copa. Reclamaram a ausência de craques como eles. Dois monstros que não ganharam o mundo. Mas conquistaram o planeta bola.

Ademir de Menezes, goleador de 1950, lamentou a péssima forma do artilheiro Fred.

Não poucos lamentaram a ausência do lesionado Tesourinha no time de 1950.

Mas Friaça falou e calou todos:

– Mas quem fez o gol da última partida fui eu, lá da ponta direita, onde jogava o Tesourinha…

Verdade. Ninguém chorou pela ausência de um dos tantos craques de 1950 como tanto se lamentou a perda de Neymar.

Chico lamentou que Hulk não conseguiu ser o jogador da Copa das Confederações. Não apenas ele. Todos jogaram muito mais em 2013 – quando não havia Alemanha. Nem Argentina. Nem Holanda.

Flávio Costa lamentou que tenha sido tão criticado pela perda do título de 1950. Mas entende que Felipão não pode ser tão crucificado como já está sendo.

– Pode sim! Montou o time errado! Meio-campo aberto e defesa remendada exposta. Tinha de saber que a Alemanha tinha mais time, experiência e entrosamento. Mexeu errado! O Parreira também não tinha que falar que éramos favoritos antes de começar a Copa. Onde já se viu???

Quase todos lembraram que o oba-oba em 1950 foi 2014 vezes pior que este ano.

Fato.

Houve um silêncio.

Não tanto como no final daquela tarde de julho de 1950.

Mas houve um silêncio entre todos eles.

Respeitoso silêncio.

Barbosa apareceu na sala de TV da classe de 1950 lá no céu.

Ele pegou o controle remoto, e começou a zapear.

Todo o time de 1950 olhando para ele. Esperando algum comentário. Alguma lástima. Alguma cornetada. Algum suspiro olhando para o céu como aquele de 16 de julho. Ainda que, hoje, o suspiro seria olhar para os lados. Para os velhos companheiros de dor. De derrota. De vice-campeonato mundial.

Barbosa deu uma zapeada na TV. Vendo os comentaristas de sempre, cornetaristas de plantão, ex-atletas, ex-jornalistas, ex-treinadores, ex-árbitros, ex-colados, ex-croques, ex-colunistas, calunistas, todos detonando tudo. A torcida, a Fifa, a Dilma, o Aécio, a grama, o excesso de grana, a falta de gana, os cambistas, as cambalhotas, o Reich, o Fuhrer, a Alemanha, os godos, ostrogodos, visigodos, gordos e magros.

Barbosa ouviu muito, concordou pouco.

Alguns companheiros foram jogar caxeta. Alguns foram bater as asas de anjo em outros cantos.

Ele acabou sozinho.

Mais uma vez.

Suspirou fundo. Olhos para todos os lados.

Saiu da sala e foi até o gramado ao lado.

Viu a trave do campinho onde ainda hoje eles batem uma bolinha celestial lá no campo dos sonhos.

Foi até lá.

Quando encontrou os dez uruguaios de 1950 que já estão no céu. Todos batendo sua bolinha, em ainda mais respeitoso silêncio que o do Maracanazo.

(Ghigghia, justo o Ghiggia do segundo gol, ainda está vivo. Muito vivo. Só ele ainda está entre nós – não entre eles no campinho dos céus).

Os celestes nada falaram quando viram Barbosa de novo debaixo das traves.

Ele abriu os braços como se fosse fazer a defesa que todas as noites ele tenta fazer desde 16 de julho de 1950. Em vez de agarrar a bola que então e para sempre escapa, ele recebeu dez abraços respeitosos dos adversários. E, logo depois, mais dez abraços dos companheiros de vice-campeonato em 1950.

Ninguém falou nada. Apenas abraçou o goleiro que o Brasil culpou.

Acabada a sessão de abraços, Barbosa deixou a trave do campinho e voltou ao seu quarto para fazer a oração de todos os dias desde 16 de julho de 1950.

Quando pediu a Deus mais uma vez para que nenhum goleiro sofra o que ele passou.

Para que Júlio César e nenhum outro dos amarelos de 8 de julho de 2014 sofram o que a classe de 1950 sofreu eternamente.

Barbosa orou bastante.

Talvez, agora, seja escutado.

Mas, se não for, mais uma vez ele fez a parte dele.

Vergonha não é perder.

Vergonhoso é não saber perder.

Ainda mais quando não se está em campo e em jogo para ser derrotado.
 

*Texto publicado originalmente no blog do Mauro Beting, no portal Lancenet.

 

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Kaká fala sobre a Universidade do Futebol na coletiva de apresentação em seu retorno ao São Paulo Futebol Clube

Confira abaixo o áudio na íntegra:

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O Tio Sam se rende ao “soccer” e à Copa do Mundo

A Copa do Mundo entra na sua reta final e apenas oito seleções restaram na busca pela glória mundial: Alemanha, França, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Holanda, Argentina e Bélgica. Dentro e fora de campo a Copa do Mundo tem sido um estrondoso sucesso.

Este sucesso mostra-se ainda maior considerando a imensa repercussão da Copa do Mundo nos Estados Unidos, país conhecido por amar esportes bastante específicos como o Futebol Americano, Beisebol e Hóquei, além do Basquete.

Interessante observar que as ligas profissionais americanas são as mais valiosas do mundo e que o “Super Bowl”, a final do campeonato de Futebol Americano, é o evento esportivo mais assistido do planeta. Ou seja, os EUA são um mercado precioso para a FIFA e para o futebol.

Os indícios de que o futebol, enfim, tinha aterrizado na “Terra do Tio Sam” começaram com os 198.208 ingressos adquiridos pelos residentes nos EUA. Número só superado pelos brasileiros.

Na Copa, as expectativas se confirmaram e a partida entre Estados Unidos e Gana, válida pela fase de grupos, teve audiência de 15,9 milhões de pessoas, superior às finais da NBA, a mais famosa e valiosa liga de basquete do Mundo.

Aliás, os norte-americanos se reuniram para assistir às partidas do Mundial e chegaram até a fazer um abaixo-assinado para que se decretasse feriado nos dias de jogos de sua Seleção Nacional.

O crescimento do futebol nos EUA não é fruto do acaso, mas, consequência de planejamento, trabalho e profissionalismo iniciados na Copa do Mundo de 1994, realizada naquele país.

Naquela oportunidade, muitos norte-americanos sequer sabiam da realização da Copa do Mundo em seu território e hoje, vinte anos depois, cerca de 20 milhões de pessoas praticam o futebol nos EUA.

A MLS, liga profissional de futebol, possui média de público de 18 mil torcedores, superior à média do Campeonato Brasileiro (14.995).

O Seattle Souders, que disputa a MLS, possui a média de 43 mil torcedores por jogo, número não alcançado por equipes brasileiras.

Ademais, o faturamento dos clubes da MLS teve um aumento de 300% nos últimos 5 anos.

A tudo isso soma-se a excelente participação da Seleção norte-americana na Copa do Mundo que chegou às oitavas de final e disputou a vaga nas quartas em pé de igualdade com a festejadíssima geração de ouro da Bélgica.

Enfim, a Copa do Mundo de 2014 colocou os EUA definitivamente no mapa do futebol mundial. Em razão deste trabalho, em poucos anos a MLS será uma das Ligas mais valiosas do mundo e a Seleção Nacional passará a entrar nas competições com chances reais de título.

A FIFA agradece e prepara-se para virar seus olhos para outro promissor mercado, o chinês. 

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O Tio Sam se rende ao "soccer" e à Copa do Mundo

A Copa do Mundo entra na sua reta final e apenas oito seleções restaram na busca pela glória mundial: Alemanha, França, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Holanda, Argentina e Bélgica. Dentro e fora de campo a Copa do Mundo tem sido um estrondoso sucesso.

Este sucesso mostra-se ainda maior considerando a imensa repercussão da Copa do Mundo nos Estados Unidos, país conhecido por amar esportes bastante específicos como o Futebol Americano, Beisebol e Hóquei, além do Basquete.

Interessante observar que as ligas profissionais americanas são as mais valiosas do mundo e que o “Super Bowl”, a final do campeonato de Futebol Americano, é o evento esportivo mais assistido do planeta. Ou seja, os EUA são um mercado precioso para a FIFA e para o futebol.

Os indícios de que o futebol, enfim, tinha aterrizado na “Terra do Tio Sam” começaram com os 198.208 ingressos adquiridos pelos residentes nos EUA. Número só superado pelos brasileiros.

Na Copa, as expectativas se confirmaram e a partida entre Estados Unidos e Gana, válida pela fase de grupos, teve audiência de 15,9 milhões de pessoas, superior às finais da NBA, a mais famosa e valiosa liga de basquete do Mundo.

Aliás, os norte-americanos se reuniram para assistir às partidas do Mundial e chegaram até a fazer um abaixo-assinado para que se decretasse feriado nos dias de jogos de sua Seleção Nacional.

O crescimento do futebol nos EUA não é fruto do acaso, mas, consequência de planejamento, trabalho e profissionalismo iniciados na Copa do Mundo de 1994, realizada naquele país.

Naquela oportunidade, muitos norte-americanos sequer sabiam da realização da Copa do Mundo em seu território e hoje, vinte anos depois, cerca de 20 milhões de pessoas praticam o futebol nos EUA.

A MLS, liga profissional de futebol, possui média de público de 18 mil torcedores, superior à média do Campeonato Brasileiro (14.995).

O Seattle Souders, que disputa a MLS, possui a média de 43 mil torcedores por jogo, número não alcançado por equipes brasileiras.

Ademais, o faturamento dos clubes da MLS teve um aumento de 300% nos últimos 5 anos.

A tudo isso soma-se a excelente participação da Seleção norte-americana na Copa do Mundo que chegou às oitavas de final e disputou a vaga nas quartas em pé de igualdade com a festejadíssima geração de ouro da Bélgica.

Enfim, a Copa do Mundo de 2014 colocou os EUA definitivamente no mapa do futebol mundial. Em razão deste trabalho, em poucos anos a MLS será uma das Ligas mais valiosas do mundo e a Seleção Nacional passará a entrar nas competições com chances reais de título.

A FIFA agradece e prepara-se para virar seus olhos para outro promissor mercado, o chinês. 

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O comprometimento pessoal de um atleta

Enquanto o mundial de futebol evolui e começa seu funil ocasionado pelo início das oitavas e posteriormente das quartas-de-final, muitas seleções que ainda permanecem passam por diversos desafios para se manterem na competição.

Algumas poucas conseguem mostrar um desempenho acima da média e com isso avançam sem grandes problemas, porém outras enfrentam o fantasma do rendimento abaixo do que esperavam e as dificuldades para irem adiante cada vez aumentam mais, como foi o caso da seleção brasileira no episódio da classificação dramática nos pênaltis no confronto frente à seleção chilena e de outras seleções durante este mundial.

Em alguns casos, uma equipe de futebol só consegue atingir o melhor de sua performance coletiva quando o comprometimento pessoal de cada atleta atinge o alto nível. Ninguém pode convencer o atleta de algo é importante extremamente importante para ele, a não ser ele próprio. Um bom exercício que os atletas podem fazer é classificar de maneira honesta e sincera a importância que cada para cada um deles a disputa de um mundial de futebol pela seleção de seu país. Isso pode ser feito com a resposta a uma simples pergunta:

Numa escala de 01 a 10, que importância tem para você (o atleta) ser excelente em seu desempenho dentro da disputa do mundial de futebol?

Provavelmente aqueles que responderem entre 09 e 10, de maneira genuína, possuirão a tendência de se tornarem excelentes nos seus respectivos desempenhos em campo. O compromisso de se fazer um trabalho excelente e de qualidade elevada torna-se um pré-requisito para a conquista do desempenho de excelência no futebol. Um técnico altamente respeitado e vitorioso da NHL, chamado Scotty Bowman, nos fornece interessantes comentários a respeito do comprometimento.

• Aceitar críticas: As estrelas de uma equipe precisam saber aceitar as críticas construtivas. Eles necessitam saber lidar até mesmo com as críticas injustas, se cometem um erro eles devem procurar reconhece-los e fazer de tudo o que puderem para não cometê-lo novamente.

• Não ter medo de errar: Se um grande atleta percebe uma pequena abertura que seja, ele demonstra coragem e tenta fazer a sua jogada. Não demonstra receio e nem se detém diante ao medo de errar.

• Manter a compostura: Os grandes atletas mantêm sua compostura em campo quando um juiz apita algo contra sua equipe, mesmo que ele não considere o julgamento da marcação correto. Eles conseguem se manter frios e procuram corrigir seu comportamento e com isso acalma os demais pelo exemplo de sua atitude.

O importante para as seleções que seguem adiante é estarem atentas a questão do comprometimento de seus atletas, pois se todos estiverem 100% comprometidos em realizar seus melhores desempenhos, o impacto coletivo será o melhor possível e com isso gera-se uma valiosa contribuição para a conquista de novas vitórias dentro de campo.

Até a próxima e vamos Brasil!  

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O futuro dos megaeventos

Entrevistas recentes de Patrick Nally, considerado o “Pai do Marketing Esportivo” no mundo (http://esportes.estadao.com.br/noticias/futebol,a-copa-do-mundo-e-uma-oportunidade-desperdicada-pelo-brasil,1521857) e de Lamartine Pereira da Costa, o principal e maior estudioso da área de Gestão do Esporte no Brasil (http://www.querodiscutiromeuestado.rj.gov.br/materia.php?publicacaoId=2454&t=#.U7P98vldWVN), abriram um tom de debate não apenas sobre a gestão da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Brasil, mas, principalmente, sobre o futuro destes megaeventos.

O que estamos vivenciando no Brasil desde 2007, quando o país foi anunciado como sede da Copa do Mundo de 2014, foi um ciclo com inúmeros percalços. A euforia misturada com a preocupação e o pessimismo foram o tom de todo o processo de preparação para o evento.

Por se tratar de algo intangível, só a vivência dos 30 dias de evento (que é o que estamos tendo neste momento), reforça sua grandiosidade e atmosfera positiva de celebração.

Para não sofrer com tantos problemas de opinião pública como tem sido acometido os megaeventos esportivos, a tendência, a partir de um processo de aprendizagem natural e contínuo, é realizar um investimento cada vez mais racional, tendo como premissa a otimização de recursos públicos que não se esgotem simplesmente no evento.

A breve reflexão deste texto é apenas o princípio para que haja um debate mais alongado sobre o tema. A leitura das entrevistas supracitadas é fundamental para o desenvolvimento do assunto.