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Um real motivo para a busca pelo melhor desempenho

Muitas vezes percebemos que diversos atletas não obtém o melhor desempenho de suas carreiras, mesmo tendo condições de atuarem nos melhores clubes e nem com a participação das melhores preparações em diversas pré-temporadas.

Podemos nos perguntar o que realmente acontece com a carreira destes atletas. Será que estão sem estímulo para avançar em seus melhores desempenhos ou não acreditam que podem evoluir em termos profissionais?

Quero contribuir com uma reflexão sobre um ponto que talvez possa ser um elemento chave nesta investigação: a falta de uma grande missão em sua vida profissional e a consequente ausência de metas que podem levá-lo a alcançar este resultado final de carreira.

Uma missão que pode nos trazer um propósito para nossas vidas é fundamental para cada um de nós e com o atleta funciona da mesma forma. Dentro de um processo de coaching esportivo o atleta pode definir sua missão e propósito, de forma que estes possam impulsionar seu desempenho profissional e consequentemente sua carreira.

Ao se elaborar a missão e o propósito, o atleta pode elaborar uma lista de grandes metas ou realizações desejadas para sua carreira, como se fosse uma verdadeira lista de sonhos ou desejos, até porque é importante compreender que todo bom planejamento de ações começa com um sonho a realizar.

Esta lista de metas ou objetivos podem ser categorizadas e classificadas, de forma que isto facilite a consequente priorização das ações a serem executadas, bem como os prazos para realiza-las. A partir deste ponto o atleta é orientado e estimulado a construir objetivos bem formulados, que sejam valiosos para ele e estejam de acordo com sua missão e propósito.

Neste ponto em particular acredito estar a grande chave do sucesso da formulação de metas e objetivos para um melhor desempenho profissional, pois de nada adiante termos metas audaciosas e objetivos bem formulados se estes não possuem alinhamento ou congruência com os desejos mais genuínos de quem os persegue.

É de fundamental importância este alinhamento e penso que muitas vezes esta reflexão e questionamento não acontece na vida do atleta, que passa muito mais a navegar conforme o sabor do vento, do que buscar sinceramente conquistas que o permitirão a ele ter inspiração e motivação suficientes para superar seus próprios obstáculos.

Como disse um dia Viktor Frankl: “Quem tem um porquê, enfrenta qualquer como”, e esta frase ilustra exatamente a importância de termos missão e propósito bem definidos nas faces profissional e pessoal de nossas vidas, independente de sermos atletas profissionais ou não.

Até a próxima!
 

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Precisamos de um projeto de nacionalização dos clubes brasileiros

É impressionante a energia que é gasta por “grandes especialistas” que analisam a gestão dos clubes brasileiros sobre a magia de se construir projetos de internacionalização das marcas destas entidades. De fato, trata-se de um campo ainda pouco explorado pelo mercado brasileiro e com grande potencial de aferição de receitas. Fluminense e Corinthians estão fazendo as primeiras incursões em solo americano, registrando grande repercussão positiva. É inegável!

Mas o que me preocupa mais e me tira um pouco o sono quando pensamos em “futuro do futebol brasileiro” é, na verdade, a necessidade de editarmos um projeto consistente de NACIONALIZAÇÃO DO FUTEBOL BRASILEIRO, com o perdão da redundância.

Aliás, esse termo não é novo. Aod Cunha, em um famoso documento que versa sobre o futuro da gestão do futebol, aborda em um dos itens que apenas os clubes que forem capazes de ter uma base nacional e internacional de torcedores / consumidores / simpatizantes terão orçamentos competitivos.

O fato é que, a cada semana, há algum tempo, leio ou vejo projetos de clubes europeus com projetos voltados para o mercado brasileiro. E com grande sucesso. Nas redes sociais, são raros os jovens (torcedores / consumidores / simpatizantes) que levantam uma bandeira em defesa do futebol brasileiro. Muito pelo contrário: a grande maioria dos debates redunda naquilo que ocorre no futebol internacional.

Em uma série de reportagens recente do “Bom Dia Brasil”, da TV Globo, o último episódio (em 26-dez-2014 – pode ser acessado aqui: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/edicoes/2014/12/26.html) mostrou o crescimento do apreço das crianças por craques e equipes internacionais. Nas escolinhas, as crianças preferem ir treinar com uma camisa de clube estrangeiro e não brasileiro. Isso é assustador!!! Sem falar na programação da TV Fechada, do acesso a Internet e dos jogos de vídeo game, que aproximaram este público do que ocorre lá fora.

Muito mais por eficiência do projeto de internacionalização que os europeus começaram já na última década que se somou ao trabalho de marketing ainda em fase de “descobertas” no futebol brasileiro. Ou seja, por aqui, os bons projetos, quando feitos, são isolados e/ou de curta duração.

Um exemplo da premissa acima está na escolha aleatória de jogos que alguns clubes do sudeste fazem no Norte, Nordeste ou Centro-Oeste, aproveitando as novas arenas da Copa 2014. A ideia, a bem da verdade, seria ótima, se fosse bem executada. O que ocorre é uma tomada de decisão baseada, mais das vezes, no desespero: o time vem mal há três jogos e a torcida não comparece. Então a “solução” é tirar o jogo do estádio principal para colocá-lo em um lugar X, que naquele momento poderá render uns trocados a mais. Um projeto como este pode e deve ser bem estruturado para o alcance de algo positivo, focado no fortalecimento da marca dos clubes em território nacional, cumprindo uma ação dentro de uma estratégia maior.

Em síntese, a premissa para iniciar um projeto de internacionalização dos clubes brasileiros deveria ser a seguinte: apenas quando a maioria dos jovens torcedores do clube conseguir, espontaneamente, falar mais de meia dúzia de nomes de jogadores do elenco atual do próprio time.

A ironia não é uma provocação. É simplesmente por acreditar que a conquista de novos territórios só é saudável sob o ponto de vista dos negócios quando se tem bases sólidas no seu mercado de origem.

E finalizo para reforçar todo o potencial que o mercado brasileiro ainda possui. Os clubes do exterior perceberam isso há algum tempo, após uma boa análise do nosso mercado. Se continuarmos ignorando esse fato, talvez as próximas gerações irão aprender língua estrangeira com o futebol e não mais dentro de escolas de idiomas especializadas… 

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Coisas que só acontecem no Botafogo

Há coisas que só acontecem no Botafogo. Diversos episódios históricos contribuíram para a consolidação dessa frase na cultura popular do futebol brasileiro – não existe clube nacional que seja mais ligado a superstições, por exemplo. Em 2015, porém, já é grande a lista de coisas que só acontecem no Botafogo. Ao menos no segmento de comunicação, o time alvinegro não precisou sequer de um mês para ser um caso raro no país.

Dois exemplos disso estão ligados à reformulação do elenco. Rebaixado à segunda divisão do Campeonato Brasileiro, o Botafogo mudou muitas peças desde o término de 2014. O processo de renovação do grupo de atletas tem sido norteado por uma contundente corta de custos – nenhum dos contratados tem salário superior a R$ 100 mil mensais.

O corte é ainda mais claro do que o que havia acontecido na temporada 2014, quando o Botafogo já havia feito um ajuste na realidade econômica de seu elenco. No início do ano passado, o time alvinegro reduziu de R$ 5 milhões para R$ 3,5 milhões mensais a folha salarial e acabou com arroubos como o negócio com o holandês Clarence Seedorf, que recebia R$ 700 mil por mês quando defendia o clube.

A adequação financeira é um processo, portanto, que tem relação com uma série de fatores. É um reflexo de aspectos como a realidade do mercado, as dívidas acumuladas pelo clube em anos passados e a busca por uma política de austeridade. A lista que podia compor uma justificativa para o novo momento é extensa, mas não foi nada disso que o gerente de futebol do Botafogo, Antonio Lopes, usou ao apresentar os reforços Alisson e Bill.

“Todos sabem que o Botafogo tem um orçamento elaborado pela direção, e o futebol precisa cumprir isso. Temos essa missão e logicamente temos uma faixa salarial para contratar e cumprir. Contratar com um salário de R$ 200 mil é fácil, mas a nossa realidade é outra. Tivemos de garimpar e monitorar jogadores”, explicou o dirigente.

A torcida do Botafogo já tinha vários motivos para estar preocupada. O time tem graves problemas financeiros, vem de um descenso no Campeonato Brasileiro e sofreu diversos abalos recentes de auto-estima. E aí, em meio a um processo de reformulação, um dirigente assume o discurso de “é o que tem para hoje” ao se referir aos reforços. Num momento assim, independentemente dos nomes, o processo de comunicação deveria ser o contrário. Alisson e Bill podiam ser arautos da esperança de um novo momento e da reconstrução do time, mas viraram reflexos de um momento ruim.

A apresentação deles, aliás, teve uma segunda aula de comunicação. Uma repórter interpelou Bill durante a entrevista coletiva e fez uma primeira pergunta sobre a transferência para o Botafogo.

“A gente comentou há pouco que você fez uma ótima campanha com o Ceará no ano passado, fez vários gols e foi artilheiro. Você ajudou o Ceará a ir para a primeira divisão, e mesmo assim aceitou vir para o Botafogo e voltar a disputar a segunda divisão. Queria que você dissesse o que o estimulou a ficar na segunda divisão”.

A resposta de Bill foi sensacional: “Olha, o Ceará não subiu. Ficou na segunda ainda. Infelizmente, por seis pontos a gente não subiu”.

A repórter fez uma segunda tentativa, e isso deixou a história ainda mais insólita. “A gente conversava com seu pai lá embaixo também, e ele disse que era Fluminense, mas que agora o time dele é o Botafogo. Queria saber se é um pouco isso para toda sua família, se jogar no Rio de Janeiro estimulou você. Outro ponto que ele acabou confessando é que um problema que você teve no Ceará foi com mulheres, mas ele já puxou sua orelha para isso não acontecer aqui”.

“Não. Sou casado, e graças a Deus muito bem casado. Isso que você falou é mentira. Você está doida? Esse negócio com mulheres já passou. Hoje eu sou muito bem casado, tenho dois filhos maravilhosos e chego ao Botafogo muito feliz de poder trabalhar aqui. Você me quebrou, hein? E outra coisa: não era meu pai, não. Só se meu pai saiu do caixão. Infelizmente, meu pai faleceu e minha mãe também”, respondeu Bill em tom bem humorado.

A repórter esbarrou em uma das questões mais básicas sobre comunicação. Não há mensagem adequada sem uma preparação bem feita, bem associada ao repertório. Não há conversa que não seja alicerçada em informações.

Na sexta-feira (09), no auge da crise em Paris, a repórter Cecília Malan entrou ao vivo na TV Globo. Questionada pelo apresentador Evaristo Costa sobre notícias de momento, ela respondeu com um sincero “Estou na rua, e aqui não tem internet”.

São duas distorções interessantes. A primeira repórter confiou totalmente em conversas, sem ter sequer checado se a fonte com quem havia conversado era realmente o pai do jogador. A segunda se resignou por dificuldades técnicas – agravadas, é claro, pela instabilidade da cidade e pela dificuldade para buscar informações num cenário tão ameaçador. A jornalista da Globo tinha ouvido o estouro de duas bombas enquanto fazia a entrada ao vivo anterior.

Ainda assim, os dois episódios são exemplos de como a comunicação pode ser truncada pela falta de repertório do emissor da mensagem. Independentemente da finalidade, a preparação é uma etapa preponderante nesse processo.

Também é o repertório que transformou uma terceira notícia do Botafogo em um dos episódios mais marcantes da janela de transferências do futebol brasileiro. Jefferson, principal ídolo do atual elenco e titular da seleção brasileira, renovou contrato e vai disputar a segunda divisão.

O movimento de Jefferson não é inédito – Marcos havia feito o mesmo quando o Palmeiras caiu, por exemplo –, mas o momento fez com que essa decisão tivesse enorme repercussão. Com o ocaso de Rogério Ceni, que está cada vez mais perto da aposentadoria, e a saída de outros bons valores, como Neymar, quais são os ídolos que sobram no futebol brasileiro? Quais jogadores que atuam no país são realmente identificados com seus clubes e servem como exemplos para seus torcedores?

Jefferson é uma raridade. Não apenas por ser ídolo num contexto em que isso é cada vez mais raro, mas também por ter valorizado a história. Ele podia ter priorizado aspectos como dinheiro ou permanência na seleção brasileira, por exemplo.

A questão agora é o que vai ser feito disso. O Botafogo tem obrigação de dar a Jefferson um tratamento adequado. A temporada atual tem de ser a de consolidação do goleiro como grande referência do futebol nacional.

O repertório que faltou à repórter é a maior arma do Bot
afogo no caso de Jefferson. Não é necessário fazer nada além de exaltar o que ele já fez pelo clube, mesmo nos momentos mais conturbados. Jefferson é exceção e deve ser tratado como nenhum outro jogador no cenário nacional. Mas será que “há coisas que só acontecem no Botafogo” também sobre isso? 

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O termômetro do futebol brasileiro

A temporada de 2015 começou!

Algumas contratações, muitas dificuldades econômicas, a manutenção no cargo de muitos treinadores na elite do futebol nacional e as dúvidas constantes sobre quais problemas limitam o retorno ao protagonismo individual e coletivo, do jogador e do jogo brasileiro, no cenário mundial.

Nas mesas redondas e reportagens que se discutem tais problemas, tem sido comum apontarem: o trabalho desenvolvido nas categorias de base, a pressão constante por resultados que afeta a qualidade do jogo, o desaparecimento gradativo dos campos de várzea (e, consequentemente, dos craques), a gestão predominantemente não profissional da maioria dos clubes brasileiros e até a baixa qualificação profissional dos nossos treinadores.

Opiniões com visão mais ampliada inter-relacionam os fatos e diagnosticam que um conjunto de elementos de todas as áreas que envolvem a modalidade, seja política, técnica ou administrativa, estão desajustados. Isto reflete negativamente nos 90 minutos.

Afinal, como atividade-fim, os 90 minutos (e somente eles) importam. É por esta preciosa hora e meia que todos os processos de um clube, dos administrativos aos técnicos são planejados e executados.

Sucesso terão os clubes que aliada às buscas por vitórias nos 90 minutos privilegiarem a sustentabilidade e o lucro como prática organizacional.

Sabemos, no entanto, que a obsessão pela vitória a qualquer custo desconsidera a fórmula básica de uma gestão empresarial.

Retomando o foco do texto para os 90 minutos e, mais especificamente, para o produto tático que muitas equipes do nosso futebol têm apresentado, na sequência da coluna serão divulgadas duas imagens (transferidas ao software Tactical Pad) extraídas de um jogo da Série A do Campeonato Brasileiro.

O objetivo da exposição destas imagens é instigá-lo e questioná-lo sobre como terminamos a temporada anterior e cronologicamente iniciamos a temporada atual, sem tempo hábil para profundas transformações em nosso jogo.

Abaixo, a primeira imagem:


 

A equipe do lado esquerdo da imagem tem a posse de bola com o jogador destacado. O adversário, em organização defensiva, mostra-se estruturado em 1-4-2-3-1, com a linha de defesa identificada em vermelho, de volantes em laranja e de meias em amarelo.

Nesta jogada, a equipe com posse realizou uma circulação da bola, alterou o corredor de ataque e realizou as seguintes movimentações durante a referida circulação:

Na sequência, a resposta coletiva da equipe sem bola na tentativa de neutralizar o ataque oponente:

Não “cobrir” a bola (pressionando a região do oponente portador da bola), expor o eixo central e acompanhar individualmente as trocas de posição gerando espaços vazios perigosos são alguns comportamentos de jogo que podemos observar nesta imagem.

Incomoda afirmar que as respostas desta equipe, bem diferentes do que as principais equipes do futebol mundial executariam num lance semelhante, também é a resposta de muitas outras espalhadas pelo país.

No final das contas, o que vale são os 90 minutos. No futebol brasileiro atual temos apresentado problemas durante boa parte deste tempo.

Gostaria de saber a sua opinião!

 

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Futebol amador e a Lei de Incentivo ao Esporte: aspectos jusdesportivos

Em Minas Gerais, nos meses de dezembro e janeiro, enquanto a bola não rola com Atlético, Cruzeiro e América, entra em campo a Copa Itatiaia que reúne equipes amadoras de Belo Horizonte e Região Metropolitana. Na região, o futebol amador, celeiro de craques, atrai a atenção desportiva neste início de temporada há mais de 50 anos.

Sob o ponto de vista técnico, a atividade esportiva pode ser profissional ou não-profissional (amadora). Segundo a Lei Pelé o desporto profissional é caracterizado pela remuneração pactuada em contrato de trabalho entre o atleta e a entidade desportiva. Por outro lado, a atividade não-profissional é identificada pela liberdade de prática e pela inexistência de contrato de trabalho, sendo permitido o recebimento de incentivos materiais e de patrocínio.

Assim, somente poderão disputar a Copa Itatiaia equipes que não possuam atletas com vínculo empregatício. Doutro giro, são permitidos incentivos como ajudas de custo e prêmios.

Importante destacar que a Copa Itatiaia é realizada pela Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) "De Peito Aberto", por meio da Lei Federal de Incentivo ao Esporte, em parceria com a Vivo e Rádio Itatiaia.

As Oscips recebem esse título do Ministério da Justiça de forma a viabilizar parcerias e convênios com o governo e órgãos públicos, ou seja, “De Peito Aberto” é uma Organização Não Governamental que, ao comprovar uma série de requisitos como transparência administrativa, recebeu o título de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

Já a Lei de Incentivo ao Esporte (Lei 11.438/2006) permite que empresas e pessoas físicas invistam parte do valor que pagariam a título de Imposto de Renda em projetos esportivos aprovados pelo Ministério do Esporte, ou seja, para receber apoios financeiros, o projeto da Copa Itatiaia foi previamente aprovado por um órgão governamental.

Tais apontamentos mostram que a tradicionalíssima Copa Itatiaia, que se encontra em sua fase final, além de ser sucesso de público e qualidade técnica, ainda conta com o apoio de grandes empresas como a Vivo e a Rádio Itatiaia e com a aprovação de órgãos governamentais como o Ministério dos Esportes.

Portanto, a Copa Itatiaia é um grande exemplo de envolvimento social com atividade desportiva não-profissional viabilizada por meio da Lei de Incentivo ao Esporte.
 

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Liberdade de expressão

– Pai, o que é liberdade de expressão?

– É poder falar o que você quiser, filho.

– Valeu, pai. Então deixa eu xingar esse macaco filho da p#$@ do Luan!

– Não, filho. Peraí. Não é assim. Você não pod…

– Vou chamar aquele mico de chaminé do avesso! Ele vai se fu$5#@ aquele retardado, placenta de p#$%! Viado da p%$$@, só faltava ser judeu, aquela b2$&@ de terrorista muçulmano do cacete!

– Filho!!! Que é isso?

– É o que penso desse m#@$% do c@#@&%$!

– Não é assim. Você pode falar o que pensa só quando você pode arcar com isso. Não é para sair detonando, xingando, maltratando.

– É o que eu penso dele, pai. Vou falar o que eu acho dele. Ninguém tem nada a ver com isso.

– Quem fala o que pensa não pensa no que fala, filho.

– Mas você falou que liberdade de expressão é isso?

– É. Mas você precisa respeitar a liberdade de quem não gosta da sua expressão.

– Então você é contra falar o que pensa?

– Não. Eu sou contra quem fala o que vem à cabeça – se é que vem alguma coisa. Sou contra quem fala pelos cotovelos e com cotovelite. Sou contra quem pensa com o fígado. Sou contra quem usa o que há de melhor no humor para causar e tacar terror. Sou a favor de que todos se manifestem sobre tudo. Mas que todos arquem com as consequências e com a própria consciência. Ou a falta dela.

– Eu acho que tem mais é de ser sincero sempre, pai!

– Nem sempre é virtude a sinceridade. Certas coisas podem ser pensadas. Mas não ditas. E, sobre certos assuntos mais complexos, eu gostaria que as pessoas entendessem e respeitassem as opiniões contrárias. Até dos que não parecem entender muita coisa, e menos ainda respeitar quem pensa diferente.

– Não entendo.

– Você vai entender um dia quando for adulto, filho.

– Mas e isso que aconteceu em Paris com o pessoal daquela revista? Eles foram mortos por detonarem todo mundo? Mas não era brincadeira? Você não diz que com bom humor a gente supera tudo?

– Isso você vai entender menos ainda quando for adulto, filho.

– Tem hora que eu não quero crescer, pai.

– Tem dia que eu gostaria de pegar você e o mundo no colo e botar para dormir para ver se a gente pode começar tudo de novo.
 

*Texto publicado originalmente no blog do Mauro Beting, no portal Lancenet.

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O atleta pensando no futuro

Sempre que iniciamos uma temporada no futebol, muitos atletas têm a oportunidade de viver um momento de reflexões e avaliações sobre o que se deseja para um futuro próximo. Uma boa estratégia para avançar na direção que se deseja são usar a abusar do poder das metas e vou compartilhar com vocês alguns pontos valiosos sobre esse assunto na coluna de hoje.

James Allen disse: “Você se tornará tão pequeno quanto seu desejo de controlar; tão grande quanto sua aspiração dominante”. Sabemos que uma das maiores descobertas da humanidade é que as pessoas possuem a possibilidade de tornarem-se aquilo em que pensam a maior parte do tempo. Se pesquisarmos o comportamento de muitos atletas profissionais de alto desempenho poderemos perceber que eles possuem em comum um pensamento no futuro, para onde desejam ir e o que podem fazer para aumentar as chances de chegar lá. Assim, podemos compreender quer orientação para o futuro é de grande importância na vida dos atletas que buscam seus melhores resultados na carreira esportiva.

Existem dois pontos citados por Brian Tracy, em seu livro Metas, que podem auxiliar um atleta que deseja estar orientado para o futuro.

•Recusar-se a comprometer seu sonho

Ao se praticar a idealização e orientação para o futuro o atleta geralmente não compromete seus grandes sonhos de carreira e consegue manter-se mais alinhado com o que deseja. Assim, passa a não aceitar metas muito pequenas e fáceis de atingir, ele sonha alto e passa a se projetar mentalmente para frente. Para imaginar como seria isso, sugere-se ao atleta responder às seguintes perguntas sobre a sua carreira daqui num período de cinco anos:

1.Como seria ela?
2.O que você estaria fazendo?
3.Onde estaria?
4.Em qual clube ou país estaria jogando?
5.Que nova habilidade teria desenvolvido?

•Fazer

A diferença básica entre as pessoas que realizam muito e as que realizam pouco é a “orientação para a ação”. Os grandes destaques esportivos que geralmente alcançam grandes resultados são intensamente voltados para a ação, estão constantemente em movimento e colocam muitas ideias valiosas em prática. Os atletas podem refletir sobre a capacitação de se orientar para a ação respondendo as perguntas abaixo, imaginando que alcançou o mais algo grau de desenvolvimento profissional possível para ele.

1.Quais ideias inovadoras em seu campo de atuação teriam concretizado daqui a cinco anos?
2.O que deveria ter feito diariamente para manter o foco na ação de tarefas para desenvolver competências e aptidões de que se precisa para ser um dos profissionais de mais alto desempenho na sua área esportiva?

Com essas reflexões o atleta estará mentalmente estimulado para conseguir responder a seguinte e importante pergunta: Como posso alcançar as aptidões, habilidades e competências necessárias para ser uma referência no alto de desempenho nos próximos anos e com isso conseguir materializar os resultados desejados?

Acho muito valiosa a reflexão acima sugerida neste momento do ano, porém cabe lembrar que ela também poderá ser feita em qualquer momento da carreira, desde que o atleta passe a ter intenso desejo de ter uma carreira acima da média no seu campo de atuação.

Até a próxima.
 

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O que é ser um bom gestor de esporte?

Vejo e leio, em inúmeras ocasiões, a classificação de comentaristas, de especialistas ou da opinião pública de um modo geral de que “Fulano, Presidente do Clube Tal, é um grande gestor. Um exemplo!!!”. Aí vem a indagação do título: o que é, de fato, ser um bom gestor de um clube de futebol?

Muitas das vezes a referida classificação é proveniente de uma imagem induzida por um grande feito, como a conquista de um título ou o acesso do clube a uma divisão superior de competições nacionais. Mas será que esta lógica está correta? É tão somente um resultado pontual que permite a classificação dos dirigentes como “um bom gestor”?

Ora, para uma classificação simples, o bom gestor, no meu modo de entender, é aquele que tem a capacidade de administrar uma organização a partir dos recursos gerados pela própria organização ao longo do exercício ou de um determinado período de tempo, sem gerar endividamento que afete a sustentabilidade da mesma para o futuro.

O que ocorre, em muitas situações, é que os clubes são alavancados momentaneamente com recursos do próprio dirigente ou de um núcleo de diretores mais abastados. Não vou nem entrar no mérito sobre os interesses deste tipo de aporte, que são infindáveis. O fato é que esses recursos não são provenientes, portanto, de uma gestão qualificada no clube mas sim em outro ramo de atividade que não o do futebol. Ou seja, um eventual salto em uma temporada pode não ser sustentável pois o dinheiro que foi injetado no clube de forma pontual não é fruto de um trabalho construído ao longo do tempo, mas sim de uma atividade empresarial alheia.

Na nossa história recente existem vários dirigentes com conquista de Campeonato Brasileiro, Copa Libertadores, Copa do Brasil, Campeonatos Estaduais ou acessos heroicos que, poucos anos mais tarde, mostraram a face perversa da falta de estruturação do clube e hoje são tidos como símbolos de “mal administradores”. Os “analistas do jogo de domingo” erraram feio!!!

Para não errarmos mais nestas análises, é fundamental avaliar as conquistas pontuais de forma mais holística. Perguntas simples como:

§ A que preço?

§ Com quais atletas?

§ Como gerou novos recursos?

§ Os recursos do clube pagam estes gastos?

§ Quais são os investimentos para o futuro?

§ Que tipo de parceria foi realizada com agentes / empresas / governos?

§ O que ficará após a conquista?

Se a mídia, a opinião pública e os especialistas sonham, como dizem a todos os ventos, ver um futebol brasileiro mais forte, é preciso melhorar em muito este tipo de análise. Não se é possível falar em futuro e nem pensar em planejamento, estratégias, projetos etc. quando reforça-se apenas ações pontuais. Os elogios e as críticas em relação a gestão e aos gestores do esporte que lideram os clubes de futebol precisam ser melhor estruturados para o bem do futebol!

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Eusébio da Silva Ferreira: um desportista e um Homem

Nasceu em Lourenço Marques (hoje, Maputo) e faleceu, em Lisboa, no dia 5 de Janeiro de 2014, o Eusébio da Silva Ferreira, ainda com 71 anos de idade, visto que só atingiria os 72, no próximo dia 25 do mês em curso. O mundo inteiro conhecia-o por Eusébio tão-só, ou pelo Pantera Negra, e fazia dele um dos mais notáveis jogadores de futebol de todos os tempos. Para o Manuel José, antigo jogador do Benfica e atual treinador de indiscutível qualidade, na RTP1, no dia do passamento do Eusébio: “Ele foi o maior jogador da história do futebol português”.

António Simões, seu companheiro de equipa e seu amigo, corroborou a ideia do Manuel José, salientando também que ele era simultaneamente vedeta, ídolo e… operário, pois que havia jogos em que ele, exímio atacante, se sacrificava, batalhando, no primeiro terço do campo, como qualquer defesa. Di Stéfano, presidente honorário do Real Madrid, ao saber da morte do Eusébio, opinou, emocionado e convicto: “Foi o melhor jogador de futebol de todos os tempos”. De referir que o Eusébio emitia igual juízo do Di Stéfano: “Para mim, o Di Stéfano foi o maior jogador de futebol de todos os tempos”.

E o Eusébio vira jogar o Garrincha, o Pelé, o Maradona, o Cruyff, o Messi, o Cristiano Ronaldo e outras figuras relevantes da prática do futebol. Coluna, telefonicamente, pois que vive no Maputo, disse à televisão portuguesa, de voz embargada pela emoção: “Estou triste! Muito triste!Ele era meu filho! Ele era meu filho!”. Seguiu-se um silêncio estático e sentiu-se que o Coluna, o grande capitão da equipa benfiquista do Eusébio – sentiu-se que o Coluna chorava.

Para o dr. António Oliveira, jogador-artista e “portista” dos quatro costados: “os restos mortais do Eusébio deveriam repousar no panteão nacional. João Malheiro, o seu biógrafo oficial e amigo dileto, não escondeu, transbordante de ventura: “O Eusébio não morreu. Ganhou a eternidade”.

“In illo tempore”, a ausência de desenvolvimento económico e a extrema desigualdade entre as classes sociais; o facto de a União Nacional, o partido único, ser um cadáver insepulto e a Igreja do Cardeal Cerejeira (seu “amigo do peito”), depois de a Pacem in terris e de o Concílio Vaticano II, ter desaparecido de cena; o nascimento e o renascimento dos movimentos de libertação, nas colónias africanas – enfim, o salazarismo tornara-se praticamente inócuo e Portugal vergava-se ao peso de um crescente descrédito internacional. Pois nessa lusitana década de sessenta, governada por uma gerontacracia política que nem o próprio marcelismo conseguiu susbstituir ou erradicar, o Benfica é campeão europeu, o Sporting conquista a Taça dos Vencedores das Taças e a seleção nacional é a terceira entre as melhores seleções do mundo. E o Eusébio, um executante de suma mestria, ficou “per omnia saecula saeculorum” ao lado dos melhores da história do futebol.

Eu, que nasci no dia 20 de Abril de 1933, vi jogar várias vezes o Senhor Eusébio da Silva Ferreira que muito fazia sofrer o adepto do Belenenses, que eu sou. Aliás, se me é aqui permitida uma nótula de caráter pessoal, o Peyroteo foi também um rematador inspirado e, por isso, quero trazê-lo ao proscénio, para acrescentar que muito me doíam os golos que ele então fez aos “azuis”. Peyroteo e Eusébio – tinham lugar seguro, na seleção nacional que o Cristiano Ronaldo encima. Mas, adiante! Todos somos tempo. Daí, que a morte seja uma das coisas mais naturais da vida. A nossa imortalidade provém do legado que deixamos às gerações vindouras.

O Fernando Peres (ex-Belenenses e ex-Sporting), meu querido amigo, assinalou, na Sport TV: “O Eusébio é imortal, principalmente pelo exemplo que nos deixou”. Fisicamente, todos morremos. É, pelo espírito, pela corporização daqueles valores sem os quais impossível se torna viver humanamente, que nos imortalizamos. Relembro também Nelson Mandela…

Frequentemente exaltado pelos seus colegas e adversários – todos distinguem nele a sua humildade, ou seja, um homem que, embora um superdotado, timbrou em cumprir o seu dever, um mestre que foi permanentemente discípulo, um profissional sui generis que nunca desertou de fazer da prática desportiva um espaço onde se é melhor, não só pelos desempenhos físicos, mas também pelas qualidades verdadeiramente humanas.

O Desporto precisa de praticantes, como o Eusébio da, Silva Ferreira. O filósofo grego, Aristóteles, disse que “não oferecer ao humano mais do que o humano é atraiçoá-lo”. Queria ele dizer na sua que o programa do humanismo deve ser o da passagem do humano a mais humano. Viver, verdadeiramente viver, é ser capaz de transcender-me. Pelo trabalho, pela generosidade, pela honestidade de processos. Uma palavra de gratidão ao atual presidente do Sport Lisboa e Benfica, que sempre viu e distinguiu o Eusébio, como futebolista inigualável, mas também de um aliciante humanismo. Dante, numa das suas obras, confessou ser cidadão do mundo, na mesma medida em que os peixes são cidadãos do mar.

Cidadão do mundo, ou seja, de olímpica força de ânimo, de aliciante bondade, de inteligente tolerância. Eusébio da Silva Ferreira – desportista porque foi Homem, Homem porque foi desportista! Gaspar Ramos, inesquecível dirigente do futebol benfiquista, afirmou que o Eusébio divide em dois a História do Benfica: antes e depois de Eusébio.

No meu modesto entender, também a História do Futebol Português. Porque foi um atleta de inigualável valia? Sem dúvida! Mas também porque cumpriu exemplarmente todos os deveres inerentes à condição humana, tomada esta no seu sentido criador. Que descanse em paz!

E, para terminar, não escondo que estou ao lado dos que defendem que os restos mortais de Eusébio deveriam repousar no panteão nacional, em Lisboa. Pois não é verdade que o desporto é o fenómeno cultural de maior magia, no mundo contemporâneo? Sobrepairante a todos os juízos, ergue-se a voz de Pelé: “Lamento a morte de meu irmão Eusébio”. De facto, Pelé e Eusébio eram da mesma família – a dos génios!
 

*Manuel Sérgio é antigo professor do Instituto Superior de Educação Física (ISEF) e um dos principais pensadores lusos, Manuel Sérgio é licenciado em Filosofia pela Universidade Clássica de Lisboa, Doutor e Professor Agregado, em Motricidade Humana, pela Universidade Técnica de Lisboa.

Notabilizou-se como ensaísta do fenômeno desportivo e filósofo da motricidade. É reitor do Instituto Superior de Estudos Interdisciplinares e Transdisciplinares do Instituto Piaget (Campus de Almada), e tem publicado inúmeros textos de reflexão filosófica e de poesia.

 

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Rotatividade

O fim da farra que a Unimed promovia no Fluminense é o exemplo mais escancarado de algo que permeará toda a temporada 2015 do futebol brasileiro: a realidade financeira do esporte mais popular do país precisou mudar. Afundados em dívidas não equacionadas, os principais clubes nacionais tiveram de repensar suas despesas e reduzir o patamar que haviam estabelecido em anos anteriores. Isso criará uma natural fuga de talentos e estabelecerá um novo desafio para os profissionais de comunicação. Com mais rotatividade, o papel do ídolo terá de mudar.

No Fluminense, o aporte que a Unimed fornecia permitia que jogadores recebessem salários muito superiores às receitas do clube. Fred tinha vencimentos em torno de R$ 900 mil mensais, por exemplo, e Darío Conca chegava a R$ 750 mil a cada 30 dias.

Outros jogadores já foram submetidos à mudança de realidade. Diego Cavalieri chegou a pedir R$ 520 mil para renovar com o time carioca, não acertou e foi ao mercado. Para fechar com outra equipe, teve de reduzir drasticamente o patamar.

Em entrevista ao “UOL Esporte”, Gilmar Veloz, empresário do técnico Tite, disse que ele receberá menos do Corinthians em 2015 do que em 2013, ano em que deixou o time alvinegro. A justificativa para isso, segundo ele, é uma adaptação à nova realidade do mercado.

O Corinthians tem previsão de mais de R$ 40 milhões de déficit no próximo ano (para balanços, a temporada do clube vai até junho). O prejuízo é um fator comum a quase todas as projeções de contas de times nacionais (o São Paulo era uma exceção, mas fez uma suplementação de orçamento e já admite fechar a temporada com até R$ 60 milhões no vermelho).

Dívidas de grandes clubes brasileiros passam com folga a casa dos R$ 700 milhões. Em muitos casos, são quase oito vezes o faturamento anual. Além disso, estão mal equacionadas (têm perfil de curto prazo, com parcelas altas, e nem sempre são submetidas a baixas taxas de juros).

O futebol brasileiro ainda tem outras práticas nefastas, como empréstimos informais e receitas adiantadas. Clubes costumam recorrer a dirigentes ou conselheiros para pagar contas – o presidente Paulo Nobre já despejou mais de R$ 150 milhões no Palmeiras – ou pegar dinheiro referente a temporadas futuras. Isso compromete sobremaneira a capacidade de gestão no curto prazo.

Durante alguns anos, contudo, isso foi jogado a segundo plano. Empolgados com o incremento de receitas de mídia obtido após o término do Clube dos 13 e otimistas com o aumento dos patrocínios de camisa, clubes começaram a gastar mais. O faturamento do futebol nacional subiu muito, mas as despesas cresceram na mesma proporção.

A redução do investimento da Unimed no Fluminense jogou uma série de jogadores no mercado. Muitos deles começaram negociações buscando salários próximos do que o time carioca praticava. Todos ficaram frustrados.

Mais do que necessária, essa mudança de patamar do futebol brasileiro é benéfica. No entanto, é fundamental entender que haverá consequências. Os times locais, que durante alguns anos brigaram com equipes europeias ou com outros centros, terão de encarar nos próximos anos uma rotatividade maior.

Em dezembro, a revista “Forbes” publicou estudo baseado no mercado norte-americano. Por lá, 50% dos funcionários estão infelizes em seus empregos e 70% não estão sequer engajados com objetivos das empresas.

No futebol, comprometimento e entrega emocional são duas das principais cobranças feitas para os jogadores. Como um pequeno grupo ganha muito mais do que a média da população, a ótica distorcida é que eles “trabalham pouco” e “não podem reclamar”.

E por que as duas coisas têm relação com a redução do patamar salarial no futebol brasileiro? A lógica é que jogadores serão igualmente cobrados, mas receberão menos. Muitos deixarão de ter o nível de entrega exigido no futebol, e isso vai acelerar a debandada.

Nos últimos anos, o Brasil teve retornos como Ronaldo, Robinho, Luis Fabiano, Valdivia, Kaká, Juninho Pernambucano, Conca e Diego Tardelli, por exemplo. Com eles e novas estrelas, casos de Neymar, Barcos e D’Alessandro, a comunicação dos clubes teve em quem se apoiar.

Ainda é cedo para saber o tamanho da redução de investimento dos clubes brasileiros nos próximos anos. Até por isso, é impossível mensurar a debandada que o país vai vivenciar. No entanto, é fundamental que os clubes locais comecem a se preparar para um cenário de menos ídolo e mais rotatividade.