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O bom passe e a estratégia de contra-ataque

“Tenham como princípio que só se pode ser vencido por erro próprio e que só se atinge a vitória por erro inimigo” (Sun Tzu – A Arte da Guerra).
 
Pois bem. No jogo de futebol, as situações que levam a gols e que potencialmente podem levar à vitória ocorrem basicamente de duas formas: pelo erro (desequilíbrio) defensivo de uma equipe, gerado e induzido por uma ação do adversário, ou de uma segunda forma, pelo erro próprio, de fato, da própria equipe.
 
Em outras palavras, uma equipe constrói sua vitória desequilibrando o adversário com estratégias ofensivas e defensivas, ou vence por “incompetência” do adversário, que gera seus próprios desequilíbrios (ou “se faz as brechas ou se aproveita as que aparecem”).
 
Notório que no jogo de futebol as jogadas que resultam em gols têm em sua maioria um tempo muito pequeno de duração (alguns segundos). Essas “jogadas rápidas” acabam sendo maciçamente originadas em situações de “erro próprio”, erro que, aproveitado pela outra equipe desencadeia contra-ataques. Os contra-ataques, com igualdade, desvantagem ou vantagem numérica são, segundo pesquisas científicas (das mais antigas até as mais recentes), proporcionalmente à sua ocorrência (e excluindo-se as jogadas de bola parada), a melhor maneira para se chegar com perigo à meta adversária.
 
Uma equipe, quando está tentando recuperar a posse da bola, pode, segundo sua estratégia, buscar essa recuperação de forma direta ou de forma indireta. Na forma direta, busca-se o confronto rápido e ativo. Na forma indireta, busca-se fechar os espaços e espera-se o erro adversário.
 
Equipes com bons passes (com média pequena de erros nesse fundamento em suas partidas) são aquelas que raramente sofrem contra-ataques. Como eles (os contra-ataques) são seqüências ofensivas perigosas e eficientes que podem resultar em gols, acabam acontecendo em menor freqüência contra essas equipes (de bons passes).
 
Em outras palavras, como os contra-ataques em sua maioria ocorrem depois de erro do adversário (erros de condução, drible, passes, etc.) e é o passe o fundamento que mais ocorre no jogo, equipes que passam melhor tendem a sofrer menos contra-ataques. Se sofrem menos contra-ataques, reduzem as chances de sofrerem gols.
 
É claro, e que fique mais claro ainda, que não é só de contra-ataques que vive uma partida de futebol. Jogadas de bola parada, ataques posicionais (aqueles construídos a partir de um número maior de toques na bola, com maior duração), ataques rápidos e reposições são estruturas tão importantes e estratégicas quanto os contra-ataques, e com ele compõem as “formas” e dinâmicas do jogo de futebol. O ponto chave é que em comparação com outras situações de bola em jogo, jogadas de contra-ataque são mais eficientes e eficazes.
 
Notemos, no entanto, que o contra-ataque (pois nada impede que seja assim) poderia ser oriundo de uma forma direta de recuperação da posse da bola (e não necessariamente indireta) – aliás, deveria ter em sua maioria início a partir de uma forma direta de recuperação.
 
Como muitas vezes jogadores e treinadores não estão acostumados com a aplicação prática do conceito de sistema defensivo (em sua essência), acabam não observando a possibilidade de criar estratégias para não mais aguardar o erro adversário, mas sim induzi-lo diretamente a isso.
 
O São Paulo (primeiro colocado na tabela do Campeonato Brasileiro de 2007) é uma equipe de excelente qualidade de passes. Erra muito pouco. Trabalha bem a bola. Sofre poucos contra-ataques. Toma poucos gols (é a defesa menos vazada da competição). E de raros os gols sofridos pela equipe, só em um jogo, contra o Boca Juniors, sofreu dois. E o que a equipe argentina fez que equipes brasileiras que jogaram contra o São Paulo não fizeram estrategicamente (nos lembremos antes de responder que nos últimos confrontos com equipes nacionais o São Paulo defendera um pênalti no fim do jogo contra o Atlético-MG e depois de algumas partidas sem tomar gols, sofrera um do Santos)?
 
A resposta: dificultou o passe são-paulino. Como? Marcando pressão a saída de bola da equipe, forçando-a diretamente ao erro. E o que mais? Uma lição de como se marca em zona no meio campo defensivo (com sete jogadores voltando para fazer a marcação, e não oito, nove ou dez) e outra de como se pode arriscar com inteligência (subindo com os dois laterais ao mesmo tempo para o ataque e alternando cinco a sete jogadores dentro do meio-campo ofensivo, participando efetivamente da construção das jogadas).
 
A equipe brasileira, pouco acostumada a receber esse tipo de marcação, ainda se esforçou para manter o controle e sair jogando com toques rápidos em vez do tradicional “chutão’ para se livrar da bola. Mas como tudo que é bom dura pouco (não devemos acreditar nisso!), com 15 minutos de jogo já estavam os jogadores brasileiros investindo nos chutes (e não lançamentos) para frente. Com 20 minutos já eram maioria.
 
No “maior tratado de guerra de todos os tempos”, A Arte da Guerra de Sun Tzu, infere-se que “a invencibilidade repousa na defesa”. Não perder é garantir equilíbrio defensivo o tempo todo; é não errar.
 
Então, buscar estratégias para garantir que o adversário não seja capaz de se manter em equilíbrio defensivo o tempo todo é o ponto de partida para que ao se atingir o “não perder” uma equipe seja capaz de alcançar o “ganhar”. O futebol é um esporte em que a defesa sobressai ao ataque. São muitas seqüências ofensivas e poucos gols (diferente, por exemplo, do basquete). Então, teorizar sobre a facilidade de não se perder parece mercadoria fácil de se comprar. Mas isso está errado, pois ao se admitir esse pressuposto fechamos os olhos para as possibilidades de se ir contra ele.
 
É a preguiça do pensar que está fincada no futebol. É a “inércia acomodativa da involução”.
 

E por falar nelas (a preguiça do pensar e a inércia acomodativa), o “Foca” (Kerlon) cruzeirense que se cuide. Os “preguiçosos” de plantão (postes parados no tempo – inércia do não movimento), como não querem pensar no como desarmar a jogada diferente, já fazem suas promessas e previsões – “o Foca vai ficar sem nariz”. Pois bem. Melhor sem nariz do que sem cérebro…

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A importância do esporte na TV

Nos últimos anos, a Band deixou de ser o “Canal do Esporte”. Após quase duas décadas de tardes de domingo que começavam em Rui Chapéu e acabavam no Apito Final, de tardes intermináveis para as mulheres e memoráveis para os homens, a emissora paulista havia decidido deixar vincular tanto a sua imagem ao esporte.
 
A estratégia era clara. Apostar na mulher, quase sempre desamparada ou, pior, estigmatizada pelos diferentes canais de televisão. A Band decidiu falar para a mulher ao mesmo tempo em que surgiu a Rede TV!, ao mesmo tempo em que a Record decidiu partir para ser a segunda no ranking de audiência.
 
Mas, nessa época, não foi só o esporte que deixou a Band. De 2000, quando exibiu a conquista do Mundial da Fifa pelo Corinthians, a 2004, a Band engatou um maré brava de audiência. De terceira, às vezes segunda emissora do país, ela caiu para o quarto lugar, ultrapassada pela Record. Para piorar, no ano seguinte, começou a ser deixada para trás pela imberbe Rede TV!.
 
O declínio parecia não ter fim. A Record, com Campeonato Brasileiro das Séries A e B e com as Copas do Brasil e Sul-Americana, aliados a programas cada vez com mais qualidade, consolidou-se em terceiro e começou a rivalizar com o SBT pelo segundo lugar na medição do Ibope. A RedeTV!, com Liga dos Campeões e Série B, aliados a Pânico, Leitura Dinâmica e Luciana Gimenez (?!?!?!), começou a se consolidar em quarto lugar.
 
E a Band?
 
Foi em 2005 que a retomada começou. Campeonatos Inglês e Italiano e a Liga dos Campeões da Europa. Com eles, o telespectador voltou a pensar na Band como alternativa para assistir esporte. Com a voz de Luciano do Valle no comando das transmissões, o público passou, ainda meio nostálgico, a voltar para a Band, que chegava a dar 12, às vezes até 16 pontos de audiência na competição entre clubes da Europa.

Em 2006, com a ginástica, a Band conseguiu números expressivos no Ibope, graças à febre Daiane dos Santos. Veio 2007 e, com ele, a volta dos campeonatos nacionais à tela da Band. Além deles, mundiais sub-17 e sub-20, e agora a Copa do Mundo feminina.
 
Resultado: a Band já começa a querer se consolidar em terceiro lugar na audiência, desbancando o SBT! E outros programas da emissora, como Jornal da Band, reprise da Família Dinossauro e Datena (?!?!?!?!), começam a se consolidar no horário, chegando até a beirar o segundo lugar no Ibope.
 
Até quando o SBT vai manter o esporte fora da sua grade?

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Brasil versus México

Estudos que analisam o comportamento das pessoas perante situações de risco demonstram que a maioria das pessoas tende a assumir riscos maiores para evitar perdas do que para obter ganhos. Em outras palavras, quando se está para perder algo arrisca-se mais para minimizar a possibilidade dessa perda se concretizar. Quando a idéia é correr maiores riscos para obter ganhos a maioria das pessoas tendem a ser contidas.
O grande matemático John Allen Paulos, em seu livro “A lógica do Mercado de Ações” (página 32), nos apresenta, baseado em estudos de Amos Tversky, Daniel Kahneman e Paul Slovic (“Julgamento sob Incertezas”)a seguinte situação:
“Imaginemos um benfeitor que ofereça US$ 10 mil a todos os membros de um grupo, e então proponha a cada um deles a seguinte escolha:
a)    dar a cada um deles mais US$ 5 mil, ou;
b)    dar a cada um mais US$ 10 mil ou zero, dependendo do resultado de um sorteio de Cara ou Coroa.
A maioria das pessoas prefere receber mais US$ 5mil.
Agora comparemos essa situação com a escolha apresentada a outro grupo, quando um benfeitor lhes oferece US$ 20 mil e então lhes propõe as seguintes alternativas:
a)    tirar de cada um deles US$ 5mil, ou;
b)    tirar deles US$ 10 mil ou zero, dependendo do resultado de um sorteio de Cara ou Coroa.
Nesse caso, na tentativa de evitar qualquer perda, a maioria das pessoas prefere o sorteio de cara ou coroa. A conclusão, como geralmente ocorre, é que as escolhas oferecidas aos dois grupos são as mesmas: a certeza de receber quinze mil dólares ou um sorteio de Cara ou Coroa para determinar se ficarão com US$ 10 mil ou US$ 20 mil”.
Repare que sem percebermos, por vezes somos manipulados pelo nosso medo. E isso não é “privilégio” dos momentos de importantes decisões sobre ganhos ou perdas financeiras. No jogo de futebol há uma grande e constante oscilação de situações de maior ou menor risco, de maiores ou menores ganhos, de maiores ou piores perdas.
É típico do jogo de futebol, que treinadores imponham as suas equipes maiores riscos defensivos na tentativa de reverter um resultado negativo; se arrisquem mais. Não é incomum que se observe equipes apresentando melhor desempenho nesses momentos de “maiores riscos”.
Um jogador a mais participando do “volume ofensivo”; um jogador a menos na sobra defensiva, realmente, seja qual for a “estratégia tática”, incomum mesmo é vê-la em uma ocasião em que o risco não seja conseqüência de uma perda que quer ser evitada.
E assim como o “medo” da perda pode induzir indivíduos a essa ou aquela conduta, isso também não é diferente para a equipe como estrutura tática.
No jogo de futebol, todas as situações representam relações de equilíbrio e desequilíbrio. O tempo todo, as equipes tentam gerar desequilíbrios, umas nas outras ao mesmo tempo em que buscam se manter em equilíbrio. Em outras palavras uma equipe tenta se manter equilibrada e desequilibrar a outra ao mesmo tempo.
Pesquisas que usam como ferramenta de estudo o “rastreamento” de jogadores e equipes ao longo das partidas de futebol tem apresentado um tipo de informação que por vezes passa desapercebida por nossos treinadores e preparadores físicos, mas que pode ser muito relevante para as questões de equilíbrios e desequilíbrios, perdas e ganhos, riscos e manipulações.
Trata-se de um tipo de dado que demonstra que existe uma constante alternância de distâncias percorridas (e velocidades de deslocamento) por faixas de tempo ao longo do jogo. Interessante que a alternância da distância percorrida por uma equipe desencadeia alternância da distância percorrida pela outra equipe (e o mesmo acontece com a velocidade). Isso quer dizer que quando uma equipe aumenta o volume de deslocamentos e sua intensidade, acaba por desencadear o mesmo na equipe adversária.
No jogo, a intensidade dos deslocamentos e o seu volume podem refletir a capacidade de uma equipe de se estruturar taticamente para se manter em equilíbrio defensivo e para provocar desequilíbrio defensivo no adversário. Se compreendermos que os elementos técnico-tático-físico-mental compõem uma estrutura indissociável torna-se evidente que a falta de inteligência tática de um jogador pode fazê-lo “correr errado” mesmo que corra em grande volume e intensidade. Ao mesmo tempo, a constante interação com a equipe adversária (que tenta provocar desequilíbrios táticos) e com a própria plataforma de jogo (leia-se esquema tático) requer condição física condizente para que isso aconteça.
O ritmo de jogo de uma equipe pode conduzir o ritmo de jogo de outra equipe. Isso é fato. E se uma equipe “acelera” o ritmo de jogo sem que a outra acompanhe; o risco se torna iminente (para a que não acompanha) . A questão é que aumentar o ritmo de jogo não significa “apenas” mudar a performance física da equipe (mais volume e intensidade de deslocamentos).
Se não se pode separar o que é físico, do que é técnico, do que é tático, do que é mental (porque tudo “é” ao mesmo tempo, o tempo todo, o jogador e a equipe, o indivíduo e o grupo; então um está para o outro assim como o outro está para o “um”, numa interação multi-inter-translateral); quando se pensa em acelerar o ritmo de jogo, busca-se várias coisas ao mesmo tempo (por exemplo: a) aumentar a velocidade da transmissão da posse de bola (o passe); b) ocupar mais rapidamente os espaços; c) alternar em alta freqüência a criação desses espaços; d) acelerar o ritmo de jogo significa resolver mais rapidamente as situações-problema que aparecem o tempo todo no jogo.
O jogo de futebol é imprevisível e por mais que nos custe acreditar, é possível encontrar nele uma “lógica inexorável” norteadora que transforma esse jogo em um dos mais estratégicos dos nossos jogos desportivos coletivos (e como ainda se “engatinha” no campo da estratégia não podemos engolir a tese de que no futebol não há mais nada para se “criar” – haja paciência!). Por ser assim, dentro do imprevisível, devemos buscar os “possíveis previsíveis”, criando situações-problema a partir deles, “tornando-o (o jogo) menos imprevisível”.
Caros amigos, o futebol é o esporte dos paradigmas engessados.
Outro dia no Café dos Notáveis, alguém disse que numa situação de jogo, deixar a defesa da equipe no “mano-a-mano” enquanto se ataca é “pedir pra sofrer gol no conta-ataque”. Não, não, não, mil vezes não!!!
Ao invés do paradigma engessado, por que não, enxergar que se há um jogador a menos na sobra da defesa haverá um jogador a mais na organização do ataque àcom um jogador a mais, aumenta a opção de passe à se aumenta a opção de passe, dificulta a marcação adversária àse dificulta a marcação adversária melhoram as possibilidades de ataque e diminui as chances de se perder a bola. Então, em resumo: aumentam as chances ofensivas e diminuem a chances da perda de bola (o que indiretamente aumenta as chances defensivas).
É evidente que um jogador a mais por si só não é tudo. A estratégia precisa contemplar esse jogador a mais. Mas o risco para aumentar as chances de ganho faz com que se enxerguem somente as perdas!
Reflexão tática
No dia 12 de setembro a Seleção Brasileira de Futebol venceu a Seleção Mexicana em um jogo amistoso nos EUA. O placar; 3 a 1. Depois de não ter conseguido vencer os mexicanos nos últimos jogos, fora ecoado aos quatro cantos pela imprensa brasileira que o México aprendera jogar contra o Brasil (e o contrário também: o Brasil não mais sabia jogar contra o México).
Pois bem, no último jogo, vitória brasileira. E o que teve de incomum esse jogo se comparado aos outros?
Algo que pode ser analisado pontualmente e reflete bem a discussão desse texto:o ritmo de jogo.
Nos últimos confrontos, a dificuldade tática da equipe brasileira fora reflexo de uma “manipulação orquestrada” desse ritmo pelos mexicanos (na maior parte do tempo). O ritmo conduzido pelos mexicanos, por muitas vezes vinha provocando nos jogadores brasileiros dificuldades para ocupar os espaços, lentidão na circulação da bola (e grande velocidade quando se necessitava correr atrás dela) e demora na criação de linhas de passe. O número de erros passou a ser maior (numa equipe que pouco erra). Erros maiores, tensão maior. Tensão maior; riscos evitados. Uma coisa desencadeando outra; e no final as derrotas.
Ao analisarmos os scouts desses confrontos notaremos apenas a ponta do iceberg (maiores erros de fundamentos do que a média normal da seleção brasileira). E se analisarmos apenas a ponta do iceberg, provavelmente façamos o diagnóstico errado (como freqüentemente vem acontecendo). E diagnóstico errado é igual a tratamento errado. Então que fique claro, quando os problemas começam a ser visíveis na ponta do iceberg, é porque na sua “base” a estrutura já “foi para o espaço”; e quanto mais demorarmos para perceber isso mais difícil vai ficando o conserto (e mais derrotas vão acontecendo). Por isso, quem não sabe por que ganha, quando perde também fica sem saber; e aí…
Então respondam se hesitar:
1)    Os desequilíbrios táticos podem desencadear desequilíbrios físicos?
2)    Os desequilíbrios físicos podem desencadear desequilíbrios táticos?
3)    Se são indissociáveis o físico, o técnico, o tático e o mental, você seria capaz de responder “não” às perguntas anteriores?

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Renan para Presidente

Depois de um certo tempo escrevendo nesse espaço, cheguei a uma conclusão: tudo acontece na quarta-feira. É impressionante.
 
Eu já tava com a coluna engatilhada. Seria sobre o Corinthians, a MSI, a lavagem de dinheiro, a Fifa, o Brasil e a soberania do futebol. Um assunto interessantíssimo, pronto para ser dissecado. Afinal de contas, há muito já se conversa como o mundo do futebol é peculiar. Como o mundo do futebol obedece regras próprias. Como as pessoas não estão lá muito preocupadas com a ética ou com a moral quando a bola é o que está em jogo. E como os governos do mundo todo têm cada vez mais sucumbido a uma certa soberania da Fifa..
 
De certa forma, existem dois mundos hoje: o mundo real e o mundo da Fifa. No mundo real, acontecem as coisas de todo dia. No mundo da Fifa, acontecem as coisas do futebol. Quando os dois mundos se misturam, no momento em que as coisas do futebol incidem sobre o mundo real, ninguém sabe lá bem o que fazer, quem vai fiscalizar e quem vai policiar. Aí, a terra do real e do futebol acaba virando a terra de ninguém. E como a terra não tem dono e nem polícia, todo mundo faz o que quer. Daí uma das razões pelas quais se proliferam pelo mundo casos de péssimas práticas, lavagem de dinheiro, corrupção e tráfico de armas/drogas/pessoas, entre outros, envolvendo clubes de futebol.
 
É um ótimo tema para uma coluna. Gera rios de parágrafos e mares de caracteres.
 
A coluna estava na cabeça, pronta para ser digitada. Mas aí, nessas coisas que acontecem principalmente às quartas, tudo muda. Quase fechando o dia, fico sabendo que Senado Federal resolveu arquivar bois, amantes e empreiteiras na mesma gaveta.
 
Como, daí, iria eu falar alguma coisa do Corinthians, da MSI, da lavagem de dinheiro, da Fifa, do Brasil e da soberania do futebol? Que moral tenho eu para tal? Afinal, o que o Corinthians e a MSI fizeram de tão errado assim? A investigação da Polícia Federal não pode ser revista? Arquivada, talvez?
 
Nisso tudo, que eu prefiro nem ficar confabulando muito porque me dá dor de cabeça, três coisas são certas: 1) Eu não volto a tentar escrever uma coluna sobre corrupção e afins no mundo do futebol tão cedo, pelo menos não até eu conseguir resgatar a minha moral de cidadão que no momento se encontra grudada embaixo da sola do meu sapato; 2) Berezovsky deveria considerar seriamente em sair como candidato a senador no Brasil; e 3) Ficou claro que o jeito mais eficiente, rápido e seguro de tirar o Corinthians da atual situação em que se encontra é elegendo Renan Calheiros seu presidente.

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Desporto aprova hino e bandeira em competições

A Comissão de Turismo e Desporto aprovou o Projeto de Lei 1500/07, do deputado Deley (PSC-RJ), que torna obrigatória a execução dos hinos nacionais e o hasteamento das bandeiras dos países competidores em eventos esportivos de nível internacional no País.

"As competições ou eventos esportivos internacionais transcendem o caráter de mero evento ou espetáculo desportivo e entram no jogo das relações internacionais", afirmou o relator, deputado Pedro Chaves (PMDB-GO).

Ao país anfitrião, afirmou, cabe receber bem as delegações e não há, em sua opinião, maior demonstração de respeito do que a dedicada aos símbolos nacionais, como o hino e a bandeira.

O deputado destacou que a aprovação do projeto "sinaliza para as organizações esportivas internacionais que o país preocupa-se com os mais diferentes aspectos das competições, de forma a facilitar a realização de olimpíadas ou da Copa do Mundo de futebol no Brasil".

A proposta, que tramita em caráter conclusivo, será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

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O bom senso no jornalismo

O Palmeiras protagonizou no último dia 7 de setembro uma das melhores ações de marketing no ano, no evento de lançamento do terceiro uniforme do time de futebol. Uma foto posada do time com 1.500 pessoas, entre torcedores e convidados, em plena cadeira numerada descoberta do Palestra Itália, selou uma interessante estratégia de promoção da nova camisa.
 
Mais do que a “oportunidade única”, jargão que virou dogma no marketing esportivo, o fato curioso do evento acabou sendo uma batalha entre os torcedores e a imprensa que cobria o evento.
 
Com o sol na capital paulista a pino e a temperatura beirando os 30°C, o torcedor teve paciência de esperar os seus ídolos para tirar a foto durante mais de três horas. O evento estava programado para começar às 10h30, mas os atletas só chegariam às 13h para o registro da imagem.
 
Enquanto o tempo passava, os torcedores se distraiam com o que podia. O problema, porém, foi quando o time entrou em campo para uma foto oficial. Os repórteres, que mal haviam chegado ao estádio, se amontoaram após o registro e começaram a fazer perguntas aos principais astros do time.
 
Obviamente, Edmundo foi o mais requisitado. Enquanto todo o time já havia descido aos vestiários e se dirigia à numerada para a foto oficial, o “Animal” continuava a dar entrevistas, a falar sobre novo uniforme, renovação de contrato, chance de título, de classificação à Libertadores, etc.
 
Foi nesse momento que a paciência do torcedor se esgotou. O atraso de uma hora para a foto ser tirada foi canalizado na atuação dos jornalistas naqueles quase 15 minutos em que Edmundo ficou “preso” dando entrevistas à imprensa.
 
Foi a gota d’água para os impropérios começarem. Sobrou até mesmo para quem não tinha nada a ver com a história, que foi o animador da platéia durante o evento. Edmundo, em ótima jogada de marketing, foi solicito com os jornalistas até o momento em que percebeu que toda a tensão do estádio estava voltada a ele. Saiu da entrevista correndo, acenando aos torcedores, que deliravam e gritavam por seu ídolo.
 
Jogo de cena à parte, o profissional de imprensa muitas vezes não percebe que o bom senso poderia ajudá-lo, e muito, no exercício de seu trabalho. A imagem de um jornalista fiel a seus princípios, que não vê hora para a notícia acontecer, que perturba quem quer que seja e quando ele quiser, que sempre vê espaço para mais uma pergunta já virou lenda.
 
No passado, os filmes americanos adoravam mostrar uma imagem caricata do jornalista como uma espécie de pessoa de outro planeta. A essência pode até ser essa, de alguém que é curioso em excesso, que não vê entrave para uma pergunta que derrube o entrevistado, que está muito bem informado de tudo o que acontece.
 
Mas a boa educação e, principalmente, o bom senso, não precisam deixar de existir.

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O mito dos laterais que não "sobem" ao mesmo tempo e o balanço defensivo – A culpa é do 4-4-2 ou de quem disse isso?

Autores e pesquisadores que estudam e escrevem sobre algumas vertentes das ciências exatas e outros tantos cientistas do esporte apontam para um raciocínio didático bastante interessante sobre o jogo. Eles exploram a idéia de que existem jogos que podem ser caracterizados por “Estratégias Seqüenciais” e jogos caracterizados por “Estratégias Simultâneas”.
 
Os jogos com estratégias seqüenciais são aqueles onde as ações dos jogadores ocorrem em seqüência e que, portanto, cada jogador tem consciência das ações anteriores dos outros jogadores (por exemplo jogo de Damas, Xadrez, etc). Os jogos com estratégias simultâneas são aqueles em que os jogadores agem ao mesmo tempo “desconhecendo” as ações dos demais; tentando deduzir e prever dentro de uma lógica as ações de um jogador baseando-se nas ações dos outros (por exemplo jogo de basquete, futsal, futebol, etc).
 
No caso do futebol, jogo de estratégia simultânea, o problema central está em antever estruturalmente, geometricamente e taticamente o conjunto de ações desencadeadas a partir da ação, por exemplo, do jogador que está com a bola, e buscar uma reorganização que permita dentro do imprevisível, possíveis previsíveis. Em outras palavras, partindo-se do raciocínio de que há uma linha lógica que orienta as movimentações ofensivas e defensivas de uma equipe, poder-se-ia buscar para cada ação-problema de um jogador, soluções rápidas compartilhadas coletivamente pela equipe sem que haja uma comunicação formal explícita.
 
Norteados por essa idéia, façamos uma reflexão sobre uma questão importante para o jogo de futebol. Estudiosos das ciências do desporto apontam para o fato de que, o que caracteriza se uma equipe está atacando ou defendendo é sua condição de estar com ou sem a posse da bola. Ou seja, se a equipe está de posse da bola, está atacando; se está sem a posse, está defendendo.
 
Certamente essa idéia já fora debatida em grande volume em muitas “Academias de Conhecimento” mundo a fora, e talvez esteja sendo tratada hoje como obviedade. Mas estou aqui para contestar tal idéia. Não por capricho ou falta do que escrever. A questão é que sob o ponto de vista científico (pedagógico) aplicado, se eu enquanto técnico de futebol convencer meus atletas de que todos (jogadores, estruturas e sub-sistemas) estão atacando quando a equipe está com a posse da bola, ou o contrário (se defendendo) quando está sem ela; tornarei ineficazes, inconsistentes e quase virtuais as transições ataque-defesa e defesa-ataque, bem como não possibilitarei a eles (meus atletas) um raciocínio inteligente sobre situações-problema que aparecerão no jogo.
 
Aí corremos o risco de solidificar paradigmas que deveriam ser quebrados – por exemplo: “quando se joga no 4-4-2 é importante que os laterais não “subam” ao mesmo tempo, se não a equipe fica exposta ao contra-ataque”. – Por quê? Quem foi que disse? O problema é a subida dos dois laterais ou da estrutura criada para se defender quando a equipe está com a posse da bola?
 
Senhores, o problema é da estrutura. E se é da estrutura não há motivos para insistir na não subida simultânea dos dois laterais.
 
Vamos tentar visualizar a “tese” que estou defendendo. Existe um conceito no futebol, também conhecido como “Balanço Defensivo”. Esse conceito reflete a estruturação geométrico-estratégica dentro do jogo que permite aos jogadores raciocinarem defensivamente quando estão atacando. Então enquanto um grupo de jogadores foca na construção ofensiva de uma jogada sem deixar de considerar a organização defensiva, outros jogadores da mesma equipe focam na organização defensiva sem deixar de considerar a estruturação da construção ofensiva.
 
Apresento a seguir alguns exemplos de estruturas de “balanço defensivo”, para tornar meus argumentos mais reflexivos. Na figura “A” apresento um conservador e freqüente balanço defensivo em losango estruturado pela equipe vermelha. Na figura “B” desenho um tipo de balanço defensivo menos usual e mais ousado; o balanço em diagonal defensiva. Na figura “C”, o balanço e “T” invertido e na figura “D” o balanço em “T” convencional (poderíamos explorar tantos outros, mas creio já ser possível construir as idéias a partir dos citados).
 
 
Cada um deles concebe um raciocínio defensivo quando uma equipe está de posse da bola. Então enquanto alguns jogadores “atacam” outros, da mesma equipe, “defendem”. Se voltarmos a questão do 4-4-2, e a subida dos laterais, notaríamos que, a questão não é quem sobe ou quem não sobe, quem ataca ou que defende. A questão é que ao se buscar o ataque uma equipe precisa se orientar defensivamente a partir de uma estrutura qualquer, onde jogadores, simultaneamente se orientam, alternando funções (com maior ou menor freqüência).
 
Em outras palavras, se eu quero que os dois laterais subam ao mesmo tempo ocupando regiões de ataque, independente da plataforma de jogo (4-4-2, 4-3-3, ou qualquer outra) é necessário que se construa uma lógica para o “balanço defensivo” que estruture tal subida. E insisto, isso realmente independe da plataforma de jogo!
Então eu pergunto caros leitores: estamos preparados e dispostos a derrubar mitos ou estamos tão acostumados a nos acostumar que é mais cômodo acreditar neles? (Os laterais não sobem e a culpa é do 4-4-2).
 
Por isso vou terminar hoje com uma frase de uma conhecida música:
“Nos perderemos entre monstros da nossa própria criação”… portanto tomemos cuidado com os monstros que andamos criando; um dia eles nos engolem e aí…
Bom, aí irão nos restar apenas os mitos (e “as noites inteiras imaginado uma solução”)!

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Futebol desigual

O princípio mais básico e fundamental que rege a indústria do futebol diz que time que tem mais dinheiro, tem mais chance de ganhar títulos. É a partir dessa idéia que tudo posteriormente toma forma e faz as coisas ficarem do jeito que são. Afinal, todos os profissionais, seja lá qual a área, tendem a ter no dinheiro o motivo principal da sua evolução profissional. Em geral, o profissional que é melhor em sua função ganha mais dinheiro, e a empresa que paga mais em relação ao resto do mercado tem, em geral, os melhores profissionais.
 
Como clubes de futebol tendem a servir apenas como um catalisador do capital disponível dos seus torcedores, revertendo o montante em performance, clubes que possuem torcedores mais ricos e mais dispostos a gastar dinheiro acabam naturalmente sendo favoritos para ganhar qualquer competição.
 
Imaginando que não há nenhuma outra variável incidente que desestabilize essa cadeia, uma vez que se supõe que qualquer outro valor adicional se mantém na proporção da relação público/renda, a competitividade do futebol em campeonatos de longo prazo cai bastante.
 
Dessa forma, não é surpresa que o São Paulo esteja liderando o Campeonato Brasileiro. Também não é surpresa que ele tenha ganhado o campeonato passado, muito menos que venha a ganhar o próximo. Afinal, o clube é identificado com a parcela mais rica da população da cidade mais rica do país.
 
Não houvesse desvio de dinheiro, má-administração, dívidas e outras variáveis mais obscuras, os campeonatos brasileiros estariam nas mãos dos paulistas, invariavelmente.
 
O histórico dos campeonatos em pontos corridos, como tem que ser, oferecem subsídios para essa interpretação. Até agora, todos os campeões saíram da Região Sudeste, de longe a mais rica do país. A concentração de títulos, mais especificamente, está na mão dos clubes de São Paulo, de longe o estado mais rico da União.
 
Caso a perfeição administrativa do futebol brasileiro um dia seja alcançada, a competitividade e imprevisibilidade do campeonato nacional, certamente o seu maior atrativo, cairá por terra. O campeonato provavelmente ficará mais chato e previsível.
 
Coisas da vida. Se o futebol é um reflexo econômico da sua região, e se as regiões são extremamente desiguais, o futebol fica naturalmente desequilibrado.
 
Em um país desigual, o futebol também é desigual.

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Futebol, saúde, cultura e educação

Há uma visão do senso comum que toma o futebol e o esporte de uma forma geral, como sinônimo de saúde, cultura e educação. Visto superficialmente, não temos nada contra este pensamento.
 
Entretanto, precisamos entender que há diferentes dimensões da prática esportiva. O futebol, por exemplo, pode ser praticado como competição de alto rendimento, cujo objetivo primeiro é a conquista, a vitória. Ele pode também ser praticado como proposta educativa, no âmbito escolar e aí o objetivo é mais formativo. E, finalmente, podemos ver o futebol como forma de puro lazer, onde se deve buscar o equilíbrio físico e emocional, a saúde, a descontração e o divertimento. Nesta forma de lazer, o futebol pode também ser considerado como espetáculo, onde os interessados podem participar apenas como espectador, no estádio, à frente da TV ou ouvindo uma transmissão pelo rádio.
 
Mas seja qual for o objetivo, é preciso que entendamos que o futebol não é bom ou benéfico para seus praticantes, por si só. Para que se atinja seus objetivos específicos é sempre necessário que haja uma intencionalidade, ou seja, uma intenção por trás das nossas ações.
 
Na verdade, a prática do futebol, profissional, escolar ou de lazer, depende de seus atores ou líderes que conduzem estas práticas, para que se garanta reais benefícios a todos. Explico: se esses praticantes são pessoas egocêntricas, reprimidas, violentas ou agressivas, é bem provável que estas características sejam reproduzidas e refletidas no jogo. 
 
Portanto, podemos concluir que o futebol pode, sim, ser um excelente instrumento de cultura, de educação e de saúde, mas para que isto ocorra em sua plenitude, é necessário que as pessoas envolvidas em sua prática e, principalmente, os treinadores, professores ou líderes comunitários que conduzem estas práticas, tenham estas boas intenções de forma clara e segura, fato que, infelizmente, nem sempre acontece.

Para interagir com o autor: medina@universidadedofutebol.com.br

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Choque sem Reis

A história coloca o clássico entre Palmeiras e São Paulo como sendo o jogo do Choque-Rei, envolvendo os dois mais poderosos clubes da capital paulista, times ligados à elite e aos imigrantes italianos.
 
A história atual coloca o clássico entre Palmeiras e São Paulo como sendo o jogo do Choque sem Reis, envolvendo os dois mais deprimentes clubes do país.
 
Neste ano, o que se viu até agora no clássico de maior potencial bélico do Brasil foi um show de presepadas e aulas de não-comportamento dos dois lados.
 
A começar pela entrada dura de Edmundo em Miranda no primeiro jogo, revidada por Alex Silva em diversos lances contra Valdívia no jogo do returno. Passando pela inexplicável polêmica com Richarlyson criada por José Cyrillo Jr. e pelas declarações imprudentes de Rogério Ceni na véspera do confronto derradeiro. E se encerrando na ridícula cena do goleiro reserva são-paulino Bosco após a justa vitória tricolor no clássico da última semana.
 
Palmeiras e São Paulo remontam, aos poucos, a rivalidade criada no início dos anos 40, com a perseguição dos dirigentes tricolores ao então Palestra Itália, que foi forçado a trocar de nome em 13 de setembro de 1942 para o atual Palmeiras.
 
O que falta explicar a dirigentes, jogadores e torcedores dos dois times é que o futebol, atualmente, não permite mais comportamentos como os observados em todo este ano por figuras importantes das duas equipes.
 
O futebol atingiu um grau de profissionalização que exige de jogador e dirigente um comportamento ético e racional. Não tem cabimento um atleta violentamente tirar outro de campo, ou então quase quebrar a perna do adversário numa disputa de bola. Não tem espaço para declarações polêmicas que incitam o adversário.
 
Da mesma forma, é impensável hoje um atleta querer simular ser atingido por um objeto com o único desejo de tentar punir o adversário com a perda do mando de campo. Ainda mais quando todas as câmeras de TV ainda estão ligadas e revelam a farsa num só instante.
 
O jogo Palmeiras e São Paulo do último dia 29 de agosto tinha tudo para ser um dos grandes clássicos do Campeonato Brasileiro de 2007 e talvez do Choque-Rei. Mas passará para a história como uma partida tão ridícula quanto aquela que, em 20 de setembro de 1942, não terminou porque os são-paulinos decidiram se retirar de campo, inconformados com uma decisão da arbitragem de dar pênalti ao recém-nomeado Palmeiras, então já vencedor do jogo por 3 a 1.
 
Nem na maternidade os recém-nascidos palmeirenses e são-paulinos seriam capazes de protagonizarem discussões como a de quarta-feira passada.

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br