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Análise do Jogo: Brasil 2-0 Sérvia

https://vimeo.com/277646322

Confira a análise dos gols da partida (o vídeo acima contém imagens da emissora Mediaset e FIFA)

 
O último jogo da seleção brasileira na fase de grupos seguiu a tendência dos anteriores: defensivamente sofreu poucos sustos, neutralizando os pontos fortes do adversário e ofensivamente criou várias chances de gol (seja em ataque organizado, contra ataque e bola parada), frente à uma seleção que precisava vencer para ir às oitavas de final.
Não foi um jogo de domínio avassalador como contra a Costa Rica, de ataque contra defesa. No primeiro tempo houve uma leve vantagem na posse de bola a favor do Brasil (58%) e mais chances reais de gol para os brasileiros. No segundo tempo, a seleção sérvia cresceu e principalmente com jogadas de fundo e cruzamentos, encurralou o Brasil por cerca de 10 minutos, fazendo Alisson trabalhar pela primeira vez na Copa do Mundo.
A substituição de Tite, colocando Fernandinho no lugar de Paulinho aliado ao 2º gol de Thiago Silva, fez com que o panorama do jogo mudasse completamente, com a Sérvia perdendo força e capacidade para agredir um Brasil melhor postado e mais intenso defensivamente. Assim, após o 2º gol, o Brasil dominou completamente o adversário, não sofreu riscos e poderia ter marcado o terceiro gol.
Atacando as costas da Sérvia:
 

A seleção sérvia marcou posicionada no sistema 4-4-1-1, dando a Ljajic a tarefa de fechar as linhas de passe pelo meio (mantendo posicionamento por trás do centroavante) e, quando necessário, se somar ao Mitrovićpara fazer uma pressão mais adiantada num 4-4-2.
Embora tenha adiantado sua marcação para apertar a saída de bola do Brasil nos tiros de meta, o padrão de marcação foi um bloco médio, pressionando a seleção a partir de sua intermediária, com boa compactação, protegendo seu espaço entre-linhas, mas deixando espaços nas costas da defesa, artigo de luxo nesta Copa do Mundo para as grandes seleções.
Os espaços que deixava nas costas de sua linha defensiva passaram a ser um problema, especialmente quando os meias e atacantes não conseguiam exercer uma boa pressão no homem da bola e a linha de trás permanecia alta.
Diante deste cenário, o Brasil passou a lançar a bola neste espaço, com os atacantes movimentando, “fazendo o facão” e pedindo a bola no ponto futuro.
O primeiro gol do jogo aconteceu desta forma, mas poderia ter surgido em três ocasiões similares: duas com Paulinho e uma com Gabriel Jesus, conforme mostra o vídeo abaixo.

Para ler a análise na íntegra, clique aqui.

 

 
 

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Entre a FIFA e o mundo na Rússia

Bem-vindos ao fechamento do nosso especial Copa do Mundo” aqui no “Entre o Direito e o Esporte”. Nessa última coluna do mês de junho aqui na Universidade do Futebol vamos conversar sobre o que o torcedor pode e não pode fazer nos estádios da Copa do Mundo FIFA®de 2018 na Rússia. Ou seja, vamos dar uma olhada juntos no “Código de Conduta para os Estádios” lá do outro lado do mundo.
E, para deixar tudo em ordem antes de começar, já deixo aqui a linha do nosso dia de hoje: vamos começar com o que é e para que serve esse “Código de Conduta”; depois vamos ver o que os torcedores não podem levar ao estádio; e vamos dar uma olhada em algumas coisas que os torcedores não podem fazer nos estádios. A regra geral aqui vai ser sempre a mesma: o que o torcedor pode fazer em um estádio na Rússia.
Bora lá?
Afinal, o que é mais esse código? O “Código de Conduta para os Estádios” serve como um guia para o torcedor na Copa do Mundo FIFA®de 2018 na Rússia. Lá o torcedor vai achar seus direitos e suas obrigações– em inglês. E todo torcedor que vai ao estádio assistir a uma partida reconhece que leu (mesmo quando não leu), que entendeu (mesmo quando não entendeu), e que aceitou (mesmo quando não aceitou) as regras e condições que estão nesse código.
Em outras palavras, o torcedor tem que seguir e saber todo esse manual antes, durante e depois de um jogo de Copa do Mundo. E aí a gente vai achar um pouco de tudo. E nesse “um pouco de tudo” vamos começar pelo começo. Ou seja, como os torcedores entram em um estádio lá na Rússia.
O checklist do torcedor tem que incluir um jeito de ir para o estádio (se vai precisar de estacionamento lá ou não), uma hora para chegar no estádio, quais documentos precisa levar e o que não pode levar. O torcedor pode entrar no estádio até 3 horas antes do início da partida e no estacionamento do estádio até 4 horas antes da bola rolar. Até aí, tranquilo!
Uma vez lá, se parou no estacionamento precisa dos documentos do veículo (moto, carro, charrete…) e passar por revista pessoal e do veículo. Agora, se foi de transporte público ou a pé direto para o estádio, vai precisar passar pela revista pessoal também (e por outros “procedimentos de segurança necessários” – aqueles detectores de metal e por aí vai). De qualquer jeito, o torcedor precisar ter em mãos o seu ingresso e a sua Fan-ID.
Basicamente isso aqui:

Divulgação: FIFA e Fan-ID

 
Agora, é só ter isso e pronto? Quase lá, amigo! Nessa revista pessoal tem algumas coisas que o torcedor não pode levar para dentro dos estádios russos. A regra geral do que não pode levar é simples: “qualquer coisa que possa ofender ou coloque outra pessoa em perigo – torcedor ou não.
Beleza, na prática, o que o torcedor não pode levar lá para dentro do estádio? A lista é gigantesca (sério), então vou trazer alguns exemplos que vão do óbvio (como sinalizadores e drones) até o mais curioso (pau de selfie e bicicletas). Que tal? Aliás, e para facilitar, vou deixar em fotos de dentro desses estádios durante os jogos da Copa do Mundo FIFA®o que a gente não pode (aham) levar (piscadinha).
Os torcedores não podem levar “instrumentos musicais que produzam sons altos”
Divulgação: Flickr Lucas Figueiredo/CBF)

 
Os torcedores não podem levar “nenhum tipo de roupa ou acessório que cubra o rosto”
Divulgação: Instagram oficial da Copa do Mundo FIFA de 2018 na Rússia

Os torcedores não podem levar “materiais de protesto”
Divulgação: Associated Press via Indian Express

 
É nos estádios da Copa do Mundo FIFA®de 2018 na Rússia que a gente vê os efeitos desse “Código de Conduta”, onde um monte de coisa que faz parte do nosso dia a dia de futebol deixa de fazer parte (pelo menos de maneira “oficial”) do espetáculo. Faz parte do jogo um guia obrigatório para o torcedor, agora nem tudo que está lá deveria ficar fora desse espetáculo!
Ainda mais quando a gente vê em um mesmo lugar uma explosão de cores, línguas, e culturas diferentes que são a base do nosso futebol. Essa diversidade de todos num mesmo lugar em harmonia. Essa diversidade que é onde a gente aprende lições para trazer para casa depois. Essa diversidade de lições que dão bons exemplos a todos, como nesses dois jogos da primeira rodada dessa Copa do Mundo:
Divulgação: ChinaSmack via Says e TyC Sports via Daily Times

 
Essas “boas ações” que poderiam se tornar cotidiano no nosso futebol são exemplos do que o torcedor pode fazer durante o campeonato mundial organizado pela FIFA, que nem sentar no local demarcado no ingresso e não jogar objetos em campo, em outros torcedores, e no banco de reserva – coisas que não vemos por aqui, né?
Aliás, entre as “obrigações” do torcedor dentro dos estádios da Copa do Mundo FIFA®de 2018 na Rússia está a máxima confirmada pelas fotos da torcida do Japão e do Senegal: “tratar todos os torcedores e demais participantes do evento com respeito”, e não só as pessoas como as coisas (a mochila do amigo do lado, as cadeiras do estádio e a toalete).
Essa ideia de respeito e de harmonia dentro dessa diversidade que essa competição mundial traz para as nossas casas de quatro em quatro anos pode ser resumida com algumas fotos dessa Copa do Mundo que resumem esse “Código de Conduta para os Estádios” russos em 2018. E termino o nosso mês de julho com esses três últimos exemplos de respeito e harmonia dentro e fora de campo:
Divulgação: Fonte: Instagram oficial da Copa do Mundo FIFA de 2018 na Rússia

 
Divulgação: Galeria de fotos no site oficial da Copa do Mundo FIFA de 2018 na Rússia

 
Divulgação: Galeria de fotos no site oficial da Copa do Mundo FIFA de 2018 na Rússia

 
Espero que tenham gostado do nosso especial sobre a Copa do Mundo FIFA®de 2018 na Rússia no “Entre o Direito e o Esporte”! Fico por aqui hoje, e nos vemos na próxima sexta-feira para começar um novo mês, o mês das transferências no futebol. Combinado? Deixo meu convite para falarem comigo por aqui, pelo meu LinkedIn ou pelo meu Twitter. Até mais!
 

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Posturas e resultados definitivos em tempos de Copa

Normal os olhos do mundo se voltarem para o futebol em tempos de Copa do Mundo. É claro que vivo essa modalidade doze meses por ano, porque amo e trabalho com isso. Mas me interessa muito ouvir e tentar compreender, em períodos como agora, o olhar de quem não está tão inserido no jogo como eu.
E como já diria o filósofo antigo, o futebol imita a vida. Precisamos de heróis. Culpados. Guerreiros. Vilões. Seja fora ou dentro das quatro linhas. E me chama a atenção como grandes personagens do futebol estão indo do céu ao inferno em questão de minutos nessa Copa. Neymar, Messi, Cristiano Ronaldo, Tite, o VAR (sim, personificando aqui essa polêmica, mas necessária, situação) são colocados como deuses ou bandidos em um piscar de olhos. O meio termo passa longe. O bom senso nem se fale. O 8 ou 80 prevalece.
Como negar as virtudes futebolísticas de Neymar? Ele é o melhor de nossa geração. Desde os craques do penta em 2002 não tínhamos um jogador como ele. Mas seu comportamento é descabido e infantil em diversos momentos. Quando sente que é o ‘rei do pedaço’ como é na seleção e no PSG (mas não era no Barcelona) ele passa dos limites. Aqui, portanto, não tem em meu ponto de vista um ou ame ou odeie. Tem características. Algumas boas outras nem tanto: é um excelente jogador, que muitas vezes não tem controle emocional.
Messi não tem nenhum grande título com a seleção argentina. Ok. Isso é um fato. Uma constatação. Porém, em nada apaga o que ele fez com a camisa do Barcelona. É o maior jogador que vi jogar em meus 32 anos de vida. Mesmo não tendo grande destaque pela seleção do seu país. Valeria aqui um parenteses gigantesco de como a bagunça do futebol argentino como um todo induz a baixa performance de Messi, mas o ponto aqui deste texto é outro.
Para terminar, vamos falar de Cristiano Ronaldo. Aquele que para muitos é mascarado. Para outros, por outro lado, um exemplo de profissional dedicado.Suas habilidades técnicas e transformação como jogador durante os anos trazendo a tona suas melhores habilidades não entram muito na discussão popular. E sim enumeram quantas vezes ele olha para o telão para checar o penteado.
Entendo a sociedade atual. Muitas vezes percepção é tudo. Só que isso deturpa a realidade. Ou enaltece demais ou derruba vorazmente. Parar e observar com mais profundidade e entender contextos, circunstâncias e ambientes é fundamental. Mas não agora, né?! Afinal, Copa é só de 4 em 4 anos…
 

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Entre o jogo, os sonhos e a procura: uma breve apresentação

Publico estas breves linhas poucas horas antes que os artistas de ofício escrevam a verdadeira história do dia, razão pela qual me contenho. Primeiro, porque não acho que possa disputar com os fatos. Depois, porque não quero fazê-lo.
Mas posso contar uma história: há exatos vinte anos, o último jogo do Brasil na fase de grupos foi contra a Noruega, em Marselha. Aquele foi um dia que começou e terminou triste. O Brasil perdeu – o que é raríssimo na primeira fase. O gol da vitória norueguesa aconteceu em um pênalti aparentemente obsceno, não captado por nenhuma das dezesseis câmeras oficiais, em um tempo distante em que as câmeras eram apenas os olhos dos espectadores ausentes. Horas depois, descobriu-se que elas não veem o essencial.
No fim do jogo, ainda triste, desci para uma espécie de garagem que tínhamos em casa, onde eu me habituei a organizar meus próprios jogos e campeonatos, mesmo que estivesse sozinho. Ali, o resultado podia ser outro. Eu era o atacante e, no encontro entre a bola e a parede, podia ser o defensor: podia ser o Rivaldo ou o Schmeichel, podia ser o Boban ou o Desailly, podia ser o Bergkamp ou o Simeone, podia ser um dos irmãos Laudrup. Podia ser quem eu quisesse! Todos aqueles que vivem o futebol desde a mais tenra idade já se imaginaram em um outro corpo, em um outro lugar, no lugar dos nossos ídolos. O mundo do jogo, afinal, é bastante particular. É uma licença poética do real.
Pois foram exatamente o jogo e os sonhos que me conduziram vida adentro, nos jogos conceituais/contextuais da adolescência e da vida adulta, aos quais todos nós nos sujeitamos. Veja bem: o jogo de futebol é um microcosmo do universo. As leis que regem o cosmos também regem o jogo. A existência dessas leis não significa que podemos conhecê-las. Ao mesmo tempo, elas devem ser procuradas. Mas repare que procurá-las apenas no jogo não basta: é preciso sair do jogo para encontrá-lo!
Foram o jogo, os sonhos e a procura que, um dia, me levaram até à Cidade do Futebol, para onde, virtualmente, me mudei. Mais tarde, ela se tornaria Universidade, o campus oficial de um mundo em nada onírico, mas que fazia minha imaginação tilintar, pois ali o jogo deixou de ser o que era e passou a ser outra coisa. Foi pela Universidade do Futebol que eu, um jovem sonhador, conheci João Paulo Medina, Manuel Sergio, Alcides Scaglia, Rodrigo Azevedo Leitão, Eduardo Barros, conheci muita gente. Conheci as referências em que deveria me apoiar enquanto jogava pelos campos da vida. Ao contrário dos pequenos jogos da infância, agora não me bastava sonhar: era preciso cruzar a fronteira para o real. Afinal, é possível estar perto dos grandes, mesmo que não sejamos como eles.
É por isso que, quando recebi o convite para o espaço que aqui inauguro, me senti como aquela criança, que jogava bola alegremente na infância. A diferença é que, neste caso, me sinto na responsabilidade de continuar uma tradição.
Afinal, de tempos em tempos o futebol clama por novos olhares, pede para ser oxigenado. Como se houvesse jogos dentro do jogo. Neste momento, me parece que o jogo a ser jogado é o jogo do humano. Precisamos discutir sobre o significado da humanização do treino e do jogo, os recursos de que dispomos para fazê-la, os meios de operacionalizá-la dentro e para além do jogo. Antes de recorrermos à máquina, é necessário esgotar as possibilidades do humano.
É o debate que esperamos construir aqui. Juntos, como fazem as boas equipes. Aos poucos, no tempo certo. Em movimento, porque tudo flui e quem ontem sonhava jogar, hoje joga de verdade.
E joga sério. Como deve ser.
 

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Onda Verde (e amarela)

Escrevo esta coluna antes do jogo entre Brasil e Sérvia. Impossível saber o que vai acontecer. O desejo deste colunista é que a seleção brasileira vá até o fim e conquiste a taça. Até lá o caminho é longo e se torna mais difícil. Simultaneamente, a cobertura da Copa pelos veículos de comunicação é incansável e incessante, cada segundo é precioso em busca da atenção de milhões de torcedores. As mais diversas temáticas, análises, questões e levantamentos de polêmicas. Cobertura completa, a abranger todos os níveis dentro de um espectro entre o que há de mais negativo e o que há de mais positivo.

Vamos atentar ao lado positivo. Muito se fala do distanciamento da seleção com o torcedor. Percebe-se pela TV que está havendo uma boa interação – dentro dos padrões de segurança atualmente permitidos – do plantel com os brasileiros que estão na Rússia. Os cânticos originais e que celebram a história do ‘Escrete’. As recepções nos hotéis. O próprio “Canarinho Pistola”. A recente situação de ele ser barrado pelos seguranças de um hotel, em uma representação típica da de um comum torcedor brasileiro, contido por um agente da força pública a pedir para maneirar nas comemorações. Simbolicamente, o mascote da seleção de futebol é mais um “dos nossos”.

“Canarinho Pistola”, o mascote da seleção brasileira. |Foto: Divulgação

 

Que bom que isso está acontecendo. Pena que só agora. Entretanto, há de se reforçar: que bom que está acontecendo! Há muita coisa com que não se concorda, há. Muita coisa que podia ser diferente, sim. Não se deve fechar os olhos a isso. No entanto, ao mesmo tempo, tem vários detalhes e exemplos que têm dado certo no que diz respeito à gestão da seleção brasileira (equipe) e no trabalho dela no âmbito do marketing e comunicação. Criticar sim. Torcer contra ou a favor, também sim. É direito de todos. É perceptível um certo esforço por parte da opinião pública em valorizar os pontos positivos do trabalho da equipe brasileira, e incentivar uma cultura de bom senso, espírito coletivo e otimismo, o que não é nada ruim! Obviamente, sem “fechar os olhos” para o que está errado. Está dentro deste bom senso saber quando posicionar-se em relação aos pontos negativos e também aos positivos.

Aos poucos percebo uma “onda verde e amarela” a ganhar corpo. E a coluna desta semana pode não fazer tanto sentido caso o Brasil perca para a Sérvia ou fique fora da Copa do Mundo. Que ao menos o movimento de bom senso, de cultura coletiva e associativista, positiva e otimista ganhe força dentro da sociedade brasileira.

Com tudo isso, assim como foi em 1958, que a atmosfera da seleção do Brasil possa servir de exemplo ao país, de trabalho executado com profissionalismo e excelência. Desta vez, de que todos juntos, se vai mais longe. Que isso aconteça agora, já no Mundial.

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Análise do Jogo: Brasil 2-0 Costa Rica

Confira a análise dos gols da partida (o vídeo acima contém imagens da emissora FS e FIFA).

 
A seleção brasileira conseguiu impor o seu futebol, dominando a Costa Rica praticamente o jogo todo. Jogou bem e não deixou o rival jogar. Teve volume, criou muitas chances e concedeu raríssimas (Alisson ainda não fez nenhuma defesa difícil na competição).
Como tem sido em quase todos os jogos das grandes seleções nesta Copa do Mundo, o jogo foi nervoso e dramático, gerando alto desgaste emocional. Os gols saíram após muita insistência, somente nos acréscimos do 2º tempo. Embora tenha feito por merecer abrir o placar muito antes, tamanho seu domínio em relação à Costa Rica, a seleção esbarrou numa grande atuação de Keylor Navas e na execução de um plano de jogo muito bem traçado pelo adversário.
Méritos para Oscar Ramirez que entendeu o funcionamento da equipe de Tite e soube neutralizar os pontos fortes do Brasil durante a maior parte do tempo.
Postura e Proposta da Costa Rica:
Diante de uma das melhores equipes do mundo, tanto coletiva como individualmente, a Costa Rica não quis se expor e jogou por uma bola (que teve e desperdiçou, logo aos 12 minutos).
Defendendo num bloco baixo muito compacto, em 5-4-1, deu campo e a bola para o Brasil. Com uma marcação zonal agressiva, sempre com superioridade numérica, coberturas e dobras de marcação, a seleção costarriquenha se aproveitou da pouca agressividade do Brasil em atacar espaços nas costas da sua última linha e acumulou jogadores de maneira muito organizada, negando os espaços à frente da área.

Para ler a análise na íntegra, clique aqui.

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Ocupação (racional!) do espaço de jogo

Sabemos que o domínio do espaço de jogo é algo muito complexo, principalmente aos mais jovens, e um dos principais problemas no processo de formação incide exatamente sobre o espaço que o jogador ocupa no campo no decorrer de um jogo. Inclusive, é muito comum observarmos nos escalões iniciais a tal da aglomeração junto a bola, o que reforça a ideia de que uma das principais funções do treinador/professor é fazer com que o jovem deixe de se preocupar somente com a bola e passe a ter atenção aos companheiros, aos adversários e ao espaço de jogo.
A ocupação do espaço representa uma das orientações fundamentais no processo formativo. Para auxiliar o jovem futebolista a atingir este domínio do espaço, é importante que o jogador tenha total conhecimento das linhas que demarcam o campo, bem como das zonas do campo (setores e corredores) que não possuem marcas reais, mas que servem como referência para uma distribuição coerente dos jogadores.
A linha que demarca o centro do campo nos permite visualizar a divisão do terreno de jogo em duas partes – meio campo defensivo e meio campo ofensivo. O restante da “divisão” do campo ocorre da seguinte maneira:
Três setores (setor defensivo, setor do meio-campo e setor ofensivo) no sentido transversal do campo.

Figura 1. Exemplificação dos setores do campo

 
Três corredores (corredor direito, corredor central e corredor esquerdo) no sentido longitudinal do campo.
Figura 2. Exemplificação dos corredores do campo

 
Percebemos então, que existe uma grande diferença entre jogar futebol e aprender a jogar futebol. Aqui evidenciamos a necessidade de compreender o jogo, de se ajustar ao que ocorre no centro de jogo mesmo estando distante e de perceber o que fazer em função de ter ou não a bola (fase ofensiva ou defensiva). Trata-se do ensino dos princípios de organização coletiva (Princípios Gerais, Princípios Específicos e Princípios Estruturais – ver tabela), ou seja, a parte previsível do jogo, aqueles comportamentos que tendem a ocorrer de forma predominante e que são treinados antecipadamente.
Neste sentido, a exercitação dos princípios específicos do modelo de jogo objetiva o modo como se pretende jogar. Trata-se do ponto de partida essencial e referencial, que estabelece linhas orientadoras e indica o caminho para a resolução das situações de jogo. Este aspecto é fundamental, pois é através dos princípios específicos do modelo de jogo que o treinador organiza os comportamentos da equipe e dos jogadores, promovendo uma forma de interagir e condicionando o modo como solucionarão os problemas do jogo. Por isso, compreende-se que devemos treinar os comportamentos que desejamos que ocorram de forma predominante em cada momento do jogo.
Para além disso, o desenvolvimento desse “modo de jogar” depende também da forma como os jogadores se posicionam no campo de jogo de acordo com a posição 1) da bola, 2) do adversário e 3) dos colegas de equipe. Estamos falando dos princípios estruturais, que servem de referência de posicionamento e configuração do jogo.
Tabela 1. Princípios de organização coletiva

 
Percebe-se então, que a finalidade dos princípios de jogo é dar sentido ao desenvolvimento do processo de ensino/treino, configurando-se como conteúdos centrais na busca de um padrão de comportamentos que evidencie a identidade da equipe.

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Entre a Mídia, o Marketing e a Copa do Mundo

Bem-vindos à nossa quarta coluna do nosso especial Copa do Mundo” aqui no “Entre o Direito e o Esporte” enquanto a gente espera, assiste ou comenta o segundo jogo da nossa seleção canarinho lá do outro lado do mundo – em São Petersburgo na Rússia! Hoje nós vamos conversar sobre o que a gente encontra entre a mídia, o marketing e a Copa do Mundo. Em outras palavras, hoje vamos ver porque o nosso canarinho fica cada vez mais pistola de não poder ir aos estádios com a nossa seleção!

(Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

 
Para deixar tudo organizado como a gente espera que a nossa seleção esteja em campo, já deixo aqui o nosso passo a passo dessa sexta-feira: vamos começar com o “Regulamento de Marketing e de Mídia” da FIFA e para o que isso aí serve; depois vamos dar uma olhada nos direitos de mídia e de marketing da FIFA e como isso aparece no dia a dia da nossa seleção canarinho; e terminamos essa sexta-feira conversando sobre tudo aquilo que acontece entre a “Copa do Mundo e a transmissão”.
Valeu? Começou!
E a primeira pergunta do dia, valendo um gol da seleção, é… sobre o que a gente vai conversar mesmo? A regra geral aqui é simples: tudo®na®Copa® do®Mundo®FIFA®é®da®FIFA®. E esse tudo é tudo mesmo, qualquer propriedade intelectual (que a gente já viu aqui o que é) que tenha a ver com a Copa do Mundo (FIFA®) é desse povo aí da Suíça que controla o futebol (FIFA®) no mundo – e, claro, todo o dinheiro que envolver isso tudo!
Em outras palavras, tudo o que é marca da competição é da FIFA®– e todo mundo tem que respeitar isso! Na prática, o que isso quer dizer? Isso quer dizer que a nossa seleção brasileira não pode chegar e simplesmente usar um “Copa do Mundo FIFA” do jeito que quiser (mesmo no uniforme de treino) e tem que cuidar para que ninguém por aqui use isso de um jeito “torto” (até mesmo em transmissão). Aliás… até aquele vendedor ambulante do centro da sua cidade (em tese) deveria ser fiscalizado pela Confederação Brasileira de Futebol, senão… isso mesmo, vai sofrer no “Tribunal da FIFA” (é, amigo, até a FIFA tem seu “tipo-STJD”).
Resumindo:na Copa do Mundo FIFA todas as marcas (e outras propriedades intelectuais) são da FIFA, e é a FIFA que pode “explorar” comercialmente ($) a competição e o que for relacionado (propriedade intelectual) à Copa do Mundo FIFA de 2018 na Rússia.
Agora, como que todos esses direitos da FIFA aparecem no dia adia da nossa seleção? Pois é, sabe aquelas fotos legais antes do primeiro jogo, a foto do time, o FIFA EA Sports®especial da Copa do Mundo… tudo isso vem daí! E a nossa delegação toda tem que cooperar nesse ponto! Tipo quando o Neymar tirou essa foto aqui:
(Foto: Getty Images)

 
É claro que não é só isso, esse regulamento também fala um pouco dos tais dos “direitos específicos de mídia e de marketing” da FIFA – adivinha a regra geral aqui? Sim, é tudo da FIFA®. E isso aparece no dia a dia da nossa seleção de um monte de jeito, como nas duas entrevistas por dia que alguém do time tem que dar para a equipe de televisão da FIFA (sim, eso ecziste) e até na roupa que o meu xará Firmino aparece chegando no hotel em Sochi (repara que agora nem logo tem na roupa, só o escudo da CBF!). Tipo aqui:
(Foto: CBF)

 
Aliás, isso aparece até nos treinos da seleção! Sabia que tem regra específica sobre o que cada delegação pode gravar para análise técnica? Pois é! A “equipe do Tite” pode gravar vídeos da nossa seleção em treinos e jogos (desde que não use para fazer dinheiro com isso depois) e dos jogos das outras equipes. Isso, só dos jogos! Senão fica que nem nessa foto em que um time da FIFA fica de olho para “abater os espiões” (sério) (juro) (sem brincadeira):
(Foto: Tossiro Neto)

 
Resumindo:na Copa do Mundo FIFA a nossa seleção brasileira tem que seguir à risca o “Regulamento FIFA de Mídia e de Marketing” senão pode dar ruim. E seguir inclui: gravações para análise técnica da nossa seleção canarinho e dos outros times, o equipamento e uniforme da delegação para ir aos estádios para os jogos, e até posar para fotos – entre um monte de outras “obrigações”.
Beleza, agora você me diz que: “entendi, tudo o que acontece no jogo da FIFA é da FIFA e a FIFA diz o que cada um que participa pode, ou não, fazer. Certo?”. E é bem isso! E, no melhor estilo comercial de televisão, eu já te aviso que… “e mais!”.
A FIFA também controla a cobertura da Copa do Mundo (FIFA®), e até aí era de se esperar – vai! Só que o que esse “controla” quer dizer na prática?
Ponto número 01: só as marcas da FIFA ou afiliadas à FIFA (patrocinadores) podem aparecer nas áreas de controle (como os estádios). E é bem isso que deixa o nosso tão querido Canarinho Pistola ainda mais pistola! Como não é uma marca FIFA®, ele não pode aparecer nos estádios da Copa do Mundo (FIFA®) na Rússia em 2018! – a palavra aqui é “área livre”.
(Foto: Instagram da Copa do Mundo FIFA)

 
Ponto número 02, a FIFA controla quem pode transmitir a sua Copa do Mundo – e isso inclui as entrevistas no estádio, sabia? E inclui tanto que esse regulamento fala que em dia de competição o técnico tem que “soltar” a escalação assim que o time chegar no estádio, que os atletas têm que dar entrevista na saída para o intervalo e, também, que o técnico e o melhor em campo têmque participar da entrevista coletiva! #ufacansei
(Fonte: FIFA)

 
Resumindo: esse regulamento da FIFA aparece até nas transmissões. E aparece nas transmissões de dois jeitos principais: o primeiro é no look das áreas controladas pela FIFA, como os estádios. E o segundo é na cooperação entre seleções, como a brasileira, e a mídia licenciada pela FIFA para cobrir a Copa do Mundo – como a “obrigação” do técnico e do melhor jogador em campo participarem da coletiva de imprensa depois da partida.
Como a gente viu, a FIFA e seus regulamentos tem mais cobertura que o meio de campo da França com o N’golo Kanté e quando a gente fala de “mídia e marketing” essa força de vontade de controlar tudo o que acontece na Copa do Mundo (FIFA®) vai da transmissão da partida até ao Gatorade que a nossa seleção toma na beira do gramado.
E é bem por isso que nós-atletas, nós-equipe técnica, e nós-torcedores temos sempre que ficar de olho no que acontece em campo (ou na telinha) e como isso aparece fora dos gramados– já que muitas vezes o jogo é muito mais do que as quatro linhas que a gente vê nesses 90 minutos, né?
Fico por aqui hoje, e agradeço a presença de vocês aqui comigo no nosso especial sobre a Copa do Mundo FIFA®de 2018 na Rússia no “Entre o Direito e o Esporte”! Nos vemos na próxima sexta-feira para fechar o mês com o último tema de junho: o código de conduta do torcedor nos estádios durante os jogos lá na Rússia. Fechou? Deixo meu convite para falarem comigo por aqui, pelo meu LinkedIn ou pelo meu Twitter. E #vaiBrasil!
 

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A mente de campeão de CR7

O ser humano se move basicamente em função de dois aspectos: ou fugir da dor ou buscar o prazer. Eu, você e toda a humanidade fazemos algo ou para se afastar do que nos incomoda ou para nos aproximar do que queremos muito. Trazendo para o futebol, no início de carreira, por exemplo, basicamente um jogador luta para se afastar de uma vida difícil que ele não quer mais ou para se aproximar de uma agenda gloriosa de conquistas.
Sabendo disso, você acha que Cristiano Ronaldo faz o que faz para se afastar da dor ou para se aproximar da glória? Está mais do que evidente que é a segunda opção! E aqui ressalto que não há certo ou errado. O movimento humano em torno de objetivos exige esforços e a motivação depende da história, crenças e modo de encarar a vida de cada um.
Cristiano Ronaldo já foi o melhor do mundo em cinco oportunidades. Com o Real Madri já ganhou todos os títulos possíveis. Com a seleção de Portugal já venceu uma Eurocopa. Se ele parasse hoje de ganhar ele já seria um dos atletas mais vitoriosos de todos os tempos. Mas ele quer mais. Quer deixar um legado ainda maior. Quer se superar. Continuar atuando em alto nível, em excelência na mais alta performance que um profissional pode estar.
O atacante português tem uma fome de vitórias que o coloca como um grande expoente de um ‘peak performer’. Esse conceito foi desenvolvido nos Estados Unidos, através do pesquisador Charles Garfield, que concluiu que pessoas que conseguem manter picos de performance por muito tempo possuem cinco aspectos marcantes: uma missão de vida motivadora, uma busca por resultados no momento presente, um mapa para como atingir o sucesso desejado, uma conexão diferenciada com pessoas e com o ambiente ao seu redor e uma capacidade acima da média de administrar suas próprias emoções e comportamentos.
Não é a toa que Cristiano faz o que faz. Ele é diferenciado. Sabe o que quer. Por isso não para de se destacar.
 

 

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Análise do Jogo: Brasil 1-1 Suíça

https://vimeo.com/275731829

Confira a análise dos gols da partida (o vídeo acima contém imagens da emissora Mediaset e FIFA).

 
A organização, competitividade e a boa qualidade do adversário, aliado à ansiedade e ao nervosismo gerado pela estreia e necessidade de vencer, fizeram com que a seleção não conseguisse repetir as últimas atuações e o padrão de jogo que estamos acostumados a ver na era Tite.
Não foi o jogo de largos períodos de posse de bola, do famoso “perde-pressiona” (uma consequência natural do aspecto anterior) que na maioria das vezes produz a rápida retomada da bola e a continuidade do ataque anterior, nem foi o jogo em que só o Brasil jogou e não deixou a Suíça jogar.
Ainda assim, a seleção mereceu a vitória. Defensivamente sofreu pouquíssimo e ofensivamente criou muitas chances de gol, tanto na bola parada (que voltou a funcionar), como com a bola rolando, mas falhou na hora de converter.
A equipe treinada por Tite alinhou no já esperado 1-4-3-3, com Philippe Coutinho iniciando no meio-campo ao invés de Fernandinho, deixando a seleção mais leve, imprevisível e criativa, dando mobilidade, 1×1 ofensivo e chegadas à área.
Diante de uma Suíça bem organizada defensivamente e postada no 1-4-4-1-1, o Brasil teve em Philippe Coutinho um homem chave no momento ofensivo.

A organização defensiva da seleção suíça no 1-4-4-1-1 permitiu que o inteligente meia-ofensivo Dzemaili fizesse a leitura das situações e mantivesse a ocupação do espaço central (tal como na imagem) ou alternasse entre um 5º jogador na linha do meio campo e um 2º jogador na linha da frente, conforme a necessidade

 

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