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Última rodada de definições dos principais campeonatos Estaduais do país. Times grandes duelando contra alguns azarões. E, para variar, uma overdose de cobertura da imprensa em todo o país. O que poderia ser momento para a discussão de projetos e caminhos que o futebol têm tomado se transforma, invariavelmente, na antiga lenga-lenga que domina o noticiário esportivo desde os anos 50.
Término da rodada no Paulistão e, os principais canais por assinatura começam a uma massacrante cobertura das entrevistas coletivas após as partidas. Leão de um lado, Mano Menezes de outro, Vanderlei Luxemburgo e Muricy Ramalho acolá.
Muitas frases e poucos conteúdos. De quem responde e, em alguns casos, para não dizer na maioria, de quem pergunta, que não consegue fugir da obviedade.
“Leão, com o empate contra a Ponte Preta o Santos deu uma resposta aos críticos que diziam que o time reserva não conseguiria fazer frente ao adversário e atrapalharia o Corinthians?”
“Mano Menezes, o Santos acabou fazendo a parte dele. Talvez o Corinthians não tenha se preocupado demais com o resultado na Vila Belmiro que acabou esquecendo o que tinha de fazer em Bauru?”
“Muricy, agora é hora de pensar no confronto contra o Palmeiras. O resultado na fase de classificação serve de estímulo para a sua equipe provar que tem bola para ser campeã?”
“Luxemburgo, o mando de campo do jogo [das semifinais] é da Federação Paulista, que deverá fazer os dois jogos no Morumbi. Você acha que de fato é um estádio neutro?”
Invariavelmente essas foram as questões mais ouvidas e mais respondidas no início da noite do último domingo. No Rio Grande do Sul, o questionamento deve ter sido maior para a queda gremista diante do Juventude, com Celso Roth sendo pressionado pela “falha” no momento da decisão. Em Minas, os enfoques ficaram sobre o alívio cruzeirense de bater o Tupi e já evitar a semifinal contra o Galo, diferentemente do que ocorreu com Palmeiras e São Paulo.
O fato é que 30 minutos de televisão pós-jogo, atualmente, equivalem a uma sessão de tortura para quem espera alguma informação. São 30 minutos com aquele diz-que-diz improdutivo, com perguntas óbvias e respostas à altura.
E olha que hoje existem cinco canais por assinatura no país exclusivos de esporte!
Mais fácil era o tempo em que bastava ligar a TV na hora do Fantástico e esperar a narração do Léo Batista de todos os gols do Brasil, inclusive do quinto turno do returno do hexagonal decisivo triangular do Campeonato Pernambucano…
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Licença Tática
Hoje, não no tempo certo para pedir uma licença poética, pedirei uma licença tática. Falarei de futebol, mas não da tática em si. Hoje peço licença para escrever o que primeiro me vier à cabeça.
Então, aí vai.
“Confio no meu trabalho e sei que a coisa vai funcionar”. A frase é de Wanderley Luxemburgo quando o seu Palmeiras passava por um momento de maiores dificuldades no início do Campeonato Paulista 2008. A equipe palmeirense não vinha bem, as críticas começavam a ganhar espaço, mas lá estava o treinador brasileiro, firme, forte e convicto.
No futebol profissional, o medidor de desempenho que “audita” o trabalho de treinadores e comissões técnicas é o resultado do jogo. As vitórias e as derrotas, que são partes do pedaço do iceberg que está exposto fora d’água (a única parte do todo que as pessoas são capazes de ver), acabam sendo os elementos de maior peso no julgamento da competência dos “profissionais da bola”.
Não estarei jamais a defender que vitórias e derrotas não devam ser o termômetro mais importante na avaliação do trabalho de um treinador de futebol profissional. Jamais estarei também a acreditar que vitórias e derrotas sejam obras do acaso e que elas não estão atreladas a qualidade do trabalho.
É claro e óbvio que bons trabalhos levarão a grandes resultados. O fato é que no futebol existem dois problemas que estão inter-relacionados e que geram o que eu chamo de ciclo do fim da competência (que faz com que os resultados tenham dificuldade em aparecer).
O problema 1 é que no futebol muitas vezes não se dá o tempo necessário para que bons trabalhos possam ser feitos (ou pelo menos é esse o discurso recorrente). O problema 2 é que, como não se sabe por que se ganha e nem por que se perde, facilmente a convicção em um modelo ou caminho a ser seguido desmorona.
Quando isso acontece, busca-se rapidamente mudar de direção – e não sabendo onde se está e para onde se vai, a decisão leva a um recomeço. A cada novo recomeço, menos tempo para mostrar resultado. Como ele (o resultado) não vem, esgota-se o tempo; derrotas e desemprego à vista (e a competência é julgada).
No Palmeiras no Campeonato Paulista 2008 os bons resultados aparentemente começaram a não aparecer. Aí surgiram as críticas. Como Luxemburgo sabia onde estava e onde iria chegar, disse o que queria (foi chamado de prepotente) e apontou para onde seu “barco” iria, e quase como numa profecia disse que o Palmeiras brigaria pela classificação.
Profecia? Eu chamaria de planejamento.
Planejamento e convicção, aqui, de Luxemburgo. Mas poderia ser também de José Mourinho, Rafa Benitez, Parreira. O que cada um pensa sobre futebol, o quanto cada um conhece sobre o assunto, e qual modelo de jogo preferem certamente se difere e muito (muito mesmo!). Mas em comum está a grande confiança e convicção naquilo que fazem. Parecem inabaláveis; com uma zona de conforto gigante.
Zé Ramalho, o cantor brasileiro “voz de trovão” em uma de suas músicas versa: “Oh, eu não sei se eram os antigos que diziam, em seus papiros Papillon já me dizia; que nas torturas toda carne se trai; que normalmente, comumente, fatalmente, felizmente, displicentemente o nervo se contrai; com precisão (..).” (trecho da música Vila do Sossego)
Papillon é o nome do personagem de um filme (de mesmo nome) que é preso e condenado a prisão jurando inocência – jura que se desmantela na tortura. O “ambiente futebol” proporciona a vida dos táticos estrategistas treinadores, inúmeros e infindáveis momentos de “tortura”. A pressão pelo resultado, a administração pouco profissional e as derrotas levam a momentos de “auto-traição”, onde as convicções dão lugar as dúvidas, onde a razão tateia a loucura.
Óbvio, não basta confiar e ter convicções. É necessário que se tenha conhecimento (muito e cada vez mais). Mas aí está o segredo: o conhecimento pode ser uma das bases que solidificam as convicções, os nortes, os caminhos.
Heróis vitoriosos tornam-se em horas vilões fracassados. A linha do tempo é cruel e aqueles que se deslumbram com as vitórias e as ocorrências advindas delas acabam sofrendo de forma incomensurável nas derrotas.
No futebol, a vida é assim. Alguns ganham mais, alguns ganham menos e isso não é coincidência. Alguns precisam de mais tempo e outros parecem sempre estar no tempo certo.
Porque assim como na arte, no futebol e na vida “há pessoas que transformam o Sol numa simples mancha amarela. Mas há, também, aquelas que fazem de uma simples mancha amarela, o próprio Sol.” (Pablo Picasso)
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Três não é demais
Nem todo esquema com três na zaga é defensivo. Nem todo time com três na frente é eficiente ofensivamente. Muito menos todos os esquemas com três atrás são o tal “3-5-2” que costumamos simplificar. Isto é, usualmente rebaixamos ao simplismo barato.
O primeiro 3-5-2 (puro, puríssimo) é lavra da prancheta do treinador alemão Sepp Piontek, já na Euro-84. No México-86, ele aperfeiçoou a defesa a três e fez bonito até ser destronado e destroçado pelo espanhol Butragueño, na goleada por 5 a 1.
Apesar do tombo, o 3-5-2 (simplismo que esconde a versatilidade do esquema) fez fama e deitou na grama na Copa-90 (a pior de todas). Dezessete das 24 seleções (o Brasil lazarento, inclusive) atuaram com três na zaga. Ou até cinco.
A base lógica para adotar o esquema com três atrás era uma questão numérica: para que uma linha de quatro defensores se bastariam três para marcar dois atacantes rivais? A partir daí, um do meio foi recuado para a zaga, e os laterais avançaram como alas – muito mais jogadores de meio-campo do que defensores, nos primórdios, e em quase toda a Europa.
Muitas variações táticas e matemáticas foram feitas: os treinadores montaram times com apenas um volante e dois meias (o 3-3-2-2, a base dinamarquesa), dois volantes e um meia (o 3-4-1-2 bicampeão brasileiro pelo São Paulo), dois volantes e dois meias (o 3-4-2-1 pentacampeão mundial de Felipão), um volante, um meia, e três atacantes (o 3-3-1-3 do Ajax-95), um volante e três meias (o 3-3-3-1 de Marcelo Bielsa, na Argentina 1999-02), e outras menos usadas.
Mas, poucos, no Brasil, foram “puristas” como o original de Piontek. Aqueles que usaram meias ou atacantes como alas, e não apenas laterais avançados. Luxemburgo lembrou que, no Brasil, raras foram as equipes que atuaram assim: O Coritiba-01, de boa campanha com Ivo Wortmann, foi uma delas: o meia-atacante Juliano virou ala pela direita; o armador Fabinho foi convertido em ala pela esquerda. E o Coxa jogou muito.
O São Paulo do ano passado é outro belo exemplo: os meias Souza e Jorge Wagner transformaram-se em alas. E ajudaram a fazer uma defesa histórica, marcando e cercando mais do que sabiam.
Luxemburgo é taliban na matéria. Para ele, qualquer esquema com dois laterais nas alas significa um 5-3-2. Nem sempre. O Brasil de Felipão que o diga, com Cafu e Roberto Carlos espetados nas pontas. Era o melhor modo de usá-los (em 2002, os dois ainda tinham deficiências defensivas visíveis). Não era um sistema defensivo, como ainda querem acreditar. Como ainda insiste Luxemburgo.
O botafoguense Cuca é um dos que melhor sabem usar o esquema com três zagueiros. Ou (muito) melhor: com três atrás. Não necessariamente zagueiros. E, também, não necessariamente volantes recuados para a zaga. Como fez, por exemplo, com eficiência, Jair Picerni no Palmeiras da Série B, em 2003: os volantes Alceu (e depois Marcinho Guerreiro) faziam a função do zagueiro pela esquerda. Por vezes, saíam e compunham o meio-campo como volantes que são. Mas não eram.
No Botafogo, desde 2007, Cuca usa como o terceiro atrás um lateral-esquerdo. Na bela campanha do Brasileirão foi Luciano Almeida. Agora, em 2008, Triguinho é o zagueiro-lateral. Ou lateral-zagueiro. Mas não para sempre.
Como explica o próprio treinador: “Não preciso jogar sempre com três na zaga. Quando o adversário só tem um atacante, posso liberar o Triguinho como lateral para fazer o lado esquerdo com o Zé Carlos. Jogamos com dois zagueiros e dois laterais. Isso só é possível porque tenho atletas polivalentes como os dois. Mas quando enfrentamos equipes com dois na frente, um jogador de área mais fixo e o outro mais rápido, que se mexe bastante, prefiro atuar com três lá atrás. E não necessariamente três zagueiros”.
É mais uma evolução tática e técnica. Voltada para o ataque. E diferente do que constata Luxemburgo. O Botafogo joga com três atrás, três alas que eram laterais, e é um time muito melhor que a soma das individualidades.
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É bom, mas pode ser ruim
A Revista Veja dessa semana aponta para um fenômeno do ambiente brasileiro que já era perceptível há certo tempo: a escalada econômica das faixas mais baixas da população. Mais especificamente, a migração das classes D e E para a classe C, o que significa basicamente que uma considerável parte da população brasileira está saindo da linha da pobreza e passando para a classe média baixa. Isso faz parte possivelmente de um processo evolutivo conseqüente da política econômica mais racional e globalizada adotada a partir do início da década de 90 e que começa a apresentar maiores resultados agora, sendo o mais importante a redução da desigualdade econômica e a ampliação da classe média brasileira.
Para o futebol brasileiro, essa mudança de ambiente é essencial. Como eu já disse antes, o futebol moderno – assim como a maioria dos esportes atuais – é um produto direcionado para a classe média. Em países subdesenvolvidos que possuem um espaço muito grande entre as classes econômicas, o esporte acaba sendo bancado pelo Estado. Em países mais desenvolvidos, em que a classe média é a dominante, o esporte assume ares economicamente mais racionais e favorece a sua expansão e o seu próprio desenvolvimento.
Uma das grandes características da classe média, eu acho, é ter tempo e dinheiro para ser gasto com lazer. E esse tempo e esse dinheiro que sobram são os combustíveis essenciais que movem o futebol moderno. Ao criar um intenso interesse da classe média, você também fomenta o interesse das classes economicamente superiores, que você acaba conseguindo manipular através de variáveis de oferta e demanda baseada no dinheiro. Com isso, a relação de capital entre clube e público é estabelecida, o que tende a gerar maiores preocupações com o espetáculo em si, seja na estrutura das acomodações ou na manutenção dos principais atletas.
Eis que, porém – e como bem alerta a matéria da Veja, essa aparente bonança da classe média ainda não possui uma base muito bem estabelecida. Ela é essencialmente baseada na grande oferta de crédito do mercado. Muita gente, principalmente os mais pobres, tem a sua recente expansão econômica financiada por um dinheiro que de fato não possui. É esse dinheiro que tem permitido a aquisição de bens de consumo básicos, como carro, eletrodomésticos e afins. Caso essa estrutura de crédito atual não resulte em uma estrutura econômica positiva e mantenedora, o sistema pode entrar em colapso e eventualmente devolver todos os imigrantes para o local de qual vieram, tipo a Espanha. E na medida em que as pessoas tiverem menos dinheiro disponível, elas tenderão a cortar os investimentos menos essenciais, e sempre sobra pro lazer e pro passatempo. Sobra, no caso, para o futebol.
Conforme o futebol for se adequando para uma estrutura de maior liquidez, ele tende naturalmente a criar mecanismos que favoreçam as práticas de mercado. Entretanto, se essa estrutura for baseada unicamente em um sistema de crédito temporário, ela se esfacelará caso o ciclo de crescimento racional não se estabeleça e o crédito e a liquidez desapareçam do mercado. E os efeitos disso é melhor sequer imaginar.
O futuro do futebol brasileiro depende mais do país do que dos dirigentes em si.
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Doença patológica
Uma coisa é reverenciar um possível futuro craque do futebol brasileiro, cada vez mais decisivo quando entra em campo e cada vez mais com cara de craque real, e não em potencial.
A outra é banalizar a informação.
Até agora, todas as estréias de Alexandre Pato foram memoráveis e dignas de nota. A começar em 2006, no Internacional, quando em seu primeiro toque na bola como profissional Pato colocou a redonda no fundo da rede palmeirense numa goleada vexatória do Inter sobre o Palmeiras. Para melhorar, em três jogos como atleta profissional, Pato já tinha no currículo um título mundial de clubes, feito que nenhum outro jogador alcançou na história.
Poucos meses depois, e Pato quebrou outro recorde. Foi para o Milan, em transação astronômica, para ficar apenas esperando completar 18 anos e poder, de fato, estrear pelo clube italiano. Antes, em amistoso, jogou e, para variar, marcou. Depois, para valer, entrou em campo e mais uma vez fez um gol na partida de estréia.
Na última quarta-feira, Pato seguiu a sina de estréias antológicas. Num lance de sorte e extrema competência, deu o ar da sua graça no sempre insosso amistoso entre Brasil e Suécia. Fez o gol da vitória no seu primeiro chute com a camisa brasileira. O único do jogo: tanto o chute, quanto o gol.
Pronto, era o que bastava!
Liderada por Galvão Bueno (!?!?), a imprensa começou a fazer um escarcéu de que a estréia de Pato na seleção era tão magnífica quanto os primeiros jogos de outros craques da nossa história, como Pelé, Zico, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho. Todos eles, no debute brasileiro, colocaram a bola na rede adversária.
Só que, para variar, a doença patológica contamina a maior parte da imprensa. O fenômeno Pato parece que turva a mente das pessoas. Ou pelo menos o bom senso delas.
Ok, Pato de fato parece cada vez mais fadado ao pleno sucesso ao longo da carreira recém-iniciada. Só que não dá para querer colocá-lo, em exigência e performance, no mesmo nível de excelência de consagrados jogadores do país.
Pato fez um gol pela seleção. O primeiro no seu primeiro jogo como profissional pelo time brasileiro. Mas não dá para jogar nas costas de Pato a responsabilidade de ser, para a equipe nacional, um atleta do calibre de Zico, Pelé e Rivaldo. Já exclui Ronaldinho Gaúcho da lista. Porque, até hoje, sua maior contribuição foi a conquista da Copa das Confederações, em 2005. Nada perto do que o cracaço de bola e tão ou mais reverenciado que Pato no início de carreira fez pelo Barcelona em 2006.
É preciso dar tempo para a maturação de Pato. Antes disso, é impossível credenciá-lo como um fenômeno da bola. Quem sabe a liderança brasileira na conquista dos Jogos Olímpicos, coisa que nenhum outro craque conseguiu, permita-nos dizer que Pato é divino.
Porque, até agora, ele fez apenas um gol em sua estréia pela seleção.
Coisa que, além de Pelé, Zico, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho, também o fizeram Anderson Polga, Cristóvão, Donizete Pantera, Leandro Machado, Zé do Carmo…
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Diversos autores, pesquisadores, especialistas e treinadores (especialmente os europeus) conceituam três tipos de ataques possíveis em uma partida de futebol:
1) O ataque posicional (ou posicionado);
2) O ataque rápido;
3) O contra-ataque.
O ataque posicional é um tipo de dinâmica ofensiva em que se busca primeiro melhor posicionamento e distribuição geométrica em campo – onde a posse de bola através dos passes horizontais (para o lado) acaba sendo parte importante da estratégia do jogo – para então, efetivamente construir situações que possibilitem chegar a meta adversária.
O ataque rápido se caracteriza pela progressão rápida no campo de jogo, rumo a meta adversária – onde os passes verticais são predominantes – quando a equipe adversária já atingiu organização defensiva (ou numérica ou geométrica).
O contra-ataque é um tipo de dinâmica ofensiva que se caracteriza pela imediata progressão a meta ofensiva a partir da interrupção do ataque adversário, quando ele não conseguiu ainda estabelecer equilíbrio defensivo.
Cada um desses ataques pode se transformar ao longo do seu percurso. Então um contra-ataque ou um ataque rápido podem se transformar em um ataque posicional, e esse, em um ataque rápido por exemplo.
O fato é que cada uma dessas dinâmicas ocorre em freqüência, de acordo com a lógica do jogo, mas podem, a partir dos treinamentos e do modelo de jogo adotado por uma equipe alterar-se sensivelmente.
Três momentos indissociáveis caracterizam o jogo de futebol; o atacar, o defender e as transições (ataque-defesa e defesa-ataque). Tradicionalmente há um grupo de treinadores que revelam a todo tempo suas preocupações com o defender; alguns outros com o atacar, mas poucos com as transições.
José Mourinho e Arsene Wenger (livro José Mourinho Vencedor Nato; revista Soccer Coaching Dez/Jan 2008) apontam respectivamente que as “transições” são os momentos mais importantes e decisivos dos jogos de futebol, e que está nelas o poder do jogo.
Como é no poder para dominar o adversário e no ganhar o jogo (dentro das regras do jogo) que se estabelecem os objetivos de treinadores e equipes, façamos uma reflexão sobre as tais transições.
Conceitualmente temos dois tipos de transição no jogo de futebol (um grupo de pesquisadores defende a existência de quatro – mas isso é discussão para outro momento): a transição ofensiva e a transição defensiva.
A transição ofensiva é o momento (ou conjunto de momentos), a ponte inseparável e não fragmentável entre equilíbrio defensivo e equilíbrio ofensivo (entre o estar a defender e o estar a atacar). A transição defensiva é o momento que caracteriza a mudança do estar a atacar para o defender.
Em geral os gols no futebol ocorrem em grande parte a partir de jogadas estratégicas de bola parada ou de transições ofensivas eficientes.
Existem equipes, especialmente na Inglaterra que jogam com objetivo claro de fazer mais rápidas e funcionais suas transições ofensivas quando confrontadas as transições defensivas adversárias. Quando duas equipes com esse tipo de característica em seus modelos de jogo se enfrentam, a partida torna-se um competitivo confronto entre transições defensivas e ofensivas; e levam vantagem aquelas que as fazem mais rapidamente, em maior velocidade (e menor tempo).
Não se deve confundir tipos de ataque (rápido, posicional ou contra-ataque) com transição ofensiva, pois ela é a estratégia anterior a esses eventos (a tal ponto que alguns especialistas e pesquisadores também defendem que a transições ofensivas e defensivas se confundem, e se convergem em uma coisa só – assunto também para outro momento).
O fato porém que deve ser apreciado e receber grande importância, é o de que independente de quais conceitos se defenda, uma equipe de futebol precisa ter um modelo de jogo bem definido, e isso significa, de alguma forma considerar, respeitar, entender e agir conhecendo a lógica do jogo, os princípios de ação e os princípios do jogo.
Quando uma equipe tem em seu modelo de jogo características que lhe trazem vantagem ao confrontá-las com as do adversário, basta a ela executar com precisão aquilo que já lhe é peculiar. Quando o modelo encontra no adversário uma oposição espelhada, que se encaixe de forma equilibrada e não vantajosa para ambos, ou cria-se um “contra-sistema” para surpreender o oponente, minimizando suas potencialidades e amplificando seus defeitos, ou se aposta que a eficiência do próprio modelo será capaz em algum momento de levar vantagem.
No Brasil, não é coincidência que o treinador Wanderley Luxemburgo tenha obtido (e continue obtendo) êxito, na organização de equipes competitivas e vencedoras. Ainda que pese todo aparato extra campo, que o auxilia na composição de suas equipes, aponto aqui que dentro de campo o treinador tem um modelo de jogo bem definido, com estratégias que deixam suas equipes muito bem preparadas para diferentes circunstâncias do jogo.
Independente de estar mais ou menos direcionado a essa ou aquela variável da lógica do jogo, o treinador brasileiro tem bem estruturado a geometria e as dinâmicas que solidificam seu modelo de jogo.
É muito prazeroso apreciar a forte transição defensiva do Palmeiras (equipe que o treinador dirige no início de 2008). Perda da bola ou ações inimigas pelas laterais; intensa e forte marcação para interromper a progressão adversária. Oponente tentando a
vançar pelo meio; estrutura que fecha os espaços e induz o adversário a começar o jogo (recuar a bola). Goleiro adversário pronto para iniciar um contra-ataque; atacante que se posiciona para retardar a reposição de bola. O balanço defensivo no escanteio de ataque é uma questão de matemática? Lá vai o modelo de jogo do treinador mostrar que é também uma questão geométrica e não só de números.
vançar pelo meio; estrutura que fecha os espaços e induz o adversário a começar o jogo (recuar a bola). Goleiro adversário pronto para iniciar um contra-ataque; atacante que se posiciona para retardar a reposição de bola. O balanço defensivo no escanteio de ataque é uma questão de matemática? Lá vai o modelo de jogo do treinador mostrar que é também uma questão geométrica e não só de números.
Em um jogo do Campeonato Paulista de 2008 tivemos um exemplo interessante e simples sobre a idéia de uma estratégia dentro de um modelo de jogo bem definido que fora colocada à prova. A equipe do Palmeiras trouxe como opção de jogo a formação de um grande losango para seu balanço defensivo nos seus escanteios de ataque. O aparente problema surgiu quando a equipe adversária (o Paulista de Jundiaí) na mesma situação posicionou três jogadores nas linhas de ataque (para conduzir um possível contra-ataque) e um jogador na 2ª bola (na meia-lua).
Se por um lado, para a equipe do Paulista, o modelo sugeria uma possível vantagem em uma situação de contra-ataque, por outro para a equipe do Palmeiras sugeria uma possível vantagem na disputa pela bola dentro da grande área. As duas equipes acreditaram no seu modelo inicial de jogo até o 3º escanteio a favor do Palmeiras. Com uma estratégia melhor definida para seu modelo de jogo o Palmeiras manteve sua proposta inicial; o Paulista recuou um jogador para dentro da grande área.
Poderia talvez o treinador palmeirense recuar mais um jogador para fazer a “sobra” defensiva. E quase como em um jogo de xadrez ele teve a sua “sobra” sem necessitar alterar em nada sua proposta inicial (já que o seu adversário acabara por abrir mão da sua estrutura matriz).
Muitos “especialistas” acreditam que modelo de jogo, ataque, defesa, transições e outros tantos conceitos e variáveis presentes em um jogo de futebol são “perfumaria”, “enfeites”; são bonitos mas não marcam gol, nem ganham jogo. Outros, se afundam em sua ignorância e nem fazem idéia do sem número de conteúdos que podem estruturar um jogo.
Tanto um quanto o outro acabam por colaborar pouco para o desenvolvimento crítico de torcedores, dirigentes e novos “especialistas”.
Porém, é claro, muitas vezes é mais fácil elucubrar no mundo das coincidências e dos achismos do que conhecer a fundo aquilo se fala.
Então, como cantaria Zeca Baleiro, “quando o homem inventou a roda logo Deus inventou o freio, um dia, um feio inventou a moda, e toda roda amou o feio“…
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CAS – Decisão delicada
Caros amigos da Universidade do Futebol,
Recentemente a Corte Arbitral do Esporte – CAS, sediada em Lausanne, Suíça, proferiu decisão importante no mundo do futebol e que pode representar um importante precedente para discussões sobre a estabilidade no contrato de trabalho de jogadores profissionais de futebol.
Trata-se do Caso Webster vs. Midlothian. O jogador Andy Webster, que atuava no clube escocês Heart of Midlothian, decidiu rescindir antecipadamente o seu contrato de trabalho, infringindo as disposições dos Regulamentos da FIFA que trata sobre a estabilidade contratual mantida entre atleta e clube.
O caso foi parar no DRC (órgão interno da FIFA para dirimir conflitos dessa natureza). O DRC impôs penalidade ao atleta, como forma de inibir tal prática, com base, no valor de 625 mil libras esterlinas.
O jogador recorreu ao CAS (uma vez que os estatutos da FIFA expressamente elegem aquela Corte para dirimir pendências desportivas que extrapolem as vias administrativas).
O CAS veio a reverter a decisão do DRC e determinou a redução da pena para 150 mil libras. Essa pena corresponde exatamente aos valores pendentes de acordo com os termos do contrato de trabalho à época em vigor.
Apesar de aparentar uma certa lógica, a decisão do CAS pode representar um grande precedente para que jogadores (e também os clubes) rescindam seus contratos antecipadamente sem que seja respeitada a “estabilidade contratual”, que tanto preocupa a FIFA.
De fato, a estabilidade contratual é uma discussão de longa data, e que foi implementada justamente (e principalmente) para proteger o jogador contra clubes que simplesmente abandonavam atletas no curso de seus contratos caso o sucesso esperado não fosse alcançado.
A decisão alcançada por Andy Webster pode ser bastante positiva para ele em um primeiro momento (afinal, correspondeu a uma economia de quase 500 mil libras). Porém, ela poderá representar um “tiro no pé” de toda a classe de jogadores, que possivelmente perderão a tranqüilidade que hoje possuem durante a vigência de seus contratos.
Isso me faz lembrar a famosa jurisprudência de casos no Brasil relativos à Justiça do Trabalho. Determinados atletas conseguiram na Justiça a liberação de seus clubes que não pagavam em dia os direitos relativos ao direito de imagem (por equipararem tal direito ao salário).
Ocorre que, por conta dessa aparente vitória dos jogadores, toda a classe passou a carregar consigo um enorme passivo previdenciário referente aos valores recebidos pela cessão do uso de suas imagens aos clubes.
Em suma, entendemos que os atletas devem buscar seus direitos, como fez Andy Webster e tantos outros. Porém, isso deve ser feito com cautela e visão, para que “o feitiço não volte contra o feiticeiro”.
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Dilema
Reparou que o Brasil anda jogando muito, muito, muito na Inglaterra? Claro que reparou. Todo mundo reparou. Afinal, a seleção joga muito, muito, muito na Inglaterra. Depois da Copa do Mundo de 2006, foram cinco jogos no país da rainha e mais um jogo na vizinha Irlanda. O que é bastante coisa.
Muita gente acaba reclamando, o que é perfeitamente compreensível. Afinal, se a seleção é brasileira, por que diabos ela não joga no Brasil?
Isso tem, pelo menos, umas três razões de ser:
Razão número um: a seleção brasileira é provavelmente o time com maior valor de mercado do planeta e todo lugar quer hospedar um jogo que envolva o selecionado nacional.
Razão número dois: a Inglaterra é o país que mais gasta com futebol, principalmente com ingressos. Portanto, qualquer jogo que envolva grandes marcas de futebol tende a trazer bastante público e apresentar bons resultados para a empresa que eventualmente organiza e promove determinada partida. Como era uma data Fifa e não tinha outros jogos para assistir, por que não ir a um jogo da seleção brasileira? O que mais você tem pra fazer numa quarta-feira a noite em Londres no frio? Tem cerveja no estádio? Pronto.
Razão número três: todo mundo tem falado da Espanha ultimamente, mas o fervo dos brasileiros é Londres mesmo. Tem brasileiro saindo pelo ladrão. Chega a impressionar. E brasileiro com dinheiro, diga-se. Quer dizer, ganhando em libra, pelo menos, o que já é um bom começo. Se bem que quem ganha em libra também gasta em libra, mas aí já é outra história.
No final das contas, fazer um jogo do Brasil na Inglaterra faz perfeito sentido econômico. Além disso, fica perto da Suécia e dos países em que a maioria dos jogadores da seleção reside. Tudo bem que fica longe dos torcedores nativos, mas também ninguém manda ter a seleção mais vitoriosa da história.
O que um cidadão brasileiro prefere: ver a seleção no estádio ou ver a seleção no estádio perto da sua casa?
Acho que todos sabemos muito, muito, muito bem a resposta.
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A mídia quer manter a história
“A mídia faz as pessoas se importarem, porque repete, repete, repete e repete a história. Fica batendo até a morte. A mídia quer manter a história”.
A frase acima é de Gay Talese, um dos maiores jornalistas da história dos Estados Unidos e do mundo. Nesta segunda-feira, Talese fala no jornal “Folha de São Paulo” sobre o escândalo sexual que derrubou o governador de Nova York. Ferrenho defensor do fim dos bordéis e das casas de prostituição, Eliot Spitzer foi desmascarado pela mídia e revelou-se um freqüentador assíduo de uma casa de prostituição comandada por uma brasileira.
Talese analisa, entre outras coisas, o comportamento da mídia em relação ao que era feito há 20 anos. Segundo ele, muita coisa mudou na imprensa. A começar pela noção do que é notícia. Quando questionado sobre o que via de notícia no caso de Spitzer, e se ele daria essa notícia, o jornalista saiu-se com essa.
“Não vou dizer que não publicaria, porque, se alguém mais publicar, você tem que publicar. Você não pode fingir que não viu, porque todo mundo sabe sobre isso, está na televisão, nos websites. Se você está no negócio de publicar jornais, tem que publicar o que é considerado notícia. É que hoje em dia tudo é notícia, o que não acontecia 30 anos atrás. É bom ou ruim? Eu não sei. O que acontece é que pelo menos força as pessoas a viverem em coerência com o que dizem”.
E o que isso tem a ver com o futebol?
Nada. E tudo. Assim como na vida dos políticos, o futebol é esmiuçado até o último final de cabelo pela mídia. O jogador foi ao banheiro, ele foi visto em suas férias numa clínica de repouso, ele foi visto fugindo da concentração, ele tossiu na cara do outro jogador com quem está brigado…
O futebol é hoje uma espécie de “Big Brother”. Não o personagem do livro “1984”, de George Orwell, mas o programa de TV. Todos querem dizer o que acontece com quem está envolvido no futebol. Ainda mais se esse alguém é conhecido do público em geral. O sucesso atrai, invariavelmente, a atenção e a overdose de cobertura da mídia.
Spitzer caiu nos Estados Unidos por pregar uma coisa e fazer outra na prática. No futebol, muitas vezes assistimos a carreiras destruídas exatamente por isso. A vida particular do atleta, teoricamente, não diz respeito a ninguém. Obviamente que lhe é permitido sair à noite, beber de vez em quando, sair com mulheres, homens e afins. O que não pode é o atleta ter seu rendimento em campo influenciado por causa do que é feito extra-campo.
É nesse momento que a mídia cairá matando, que fará de tudo para desmascarar aquele que não cumpre com o dever do bom ofício. Até lá, o atleta pode levar uma vida comum. Mas, se não o fizer, cairá no que prega Talese no início deste texto. A mídia bate na história até as pessoas se importarem com aquilo. E quando isso acontece, o caminho é irreversível.
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O 3-5-2: defensivo ou ofensivo?
Ainda que se resista em admitir, o 3-5-2 é hoje uma plataforma tática que permite dinâmicas de jogo bastante ofensivas. Muitos insistem em enxergá-lo como o “esquema dos três zagueiros” (e para quem tem dificuldades em entender ou admitir a complexidade como conceito, uma equipe que tem três zagueiros é mais “defensiva” do que uma com dois).
Apesar de óbvio para muitos treinadores em todo o mundo que o argumento não é verdadeiro, a ofensividade ou não de uma equipe é muitas vezes dada pela distribuição numérica didática dos jogadores em campo (a plataforma de jogo). Pouquíssimas vezes é levado em conta, dentre outras coisas, o número de jogadores com que uma equipe ataca quando está construindo suas ações ofensivas (ou ainda quantos jogadores ficam à frente da linha da bola em uma situação de ataque). É possível, por exemplo, uma equipe que joga no 4-3-3 (saudada pela “imprensa especializada” como ofensiva por levar a campo três atacantes) atacar efetivamente com quatro ou cinco jogadores e outra no 3-6-1 ter sempre sete jogadores participando diretamente das ações ofensivas.
Então, não se pode dar crédito a argumentação de que uma plataforma de jogo, que na estrutura da equipe contempla três zagueiros, é necessariamente “defensiva”. Mas como nem toda informação chega onde tem de chegar (difícil acreditar, em um mundo globalizado, que a informação tenha dificuldade de chegar a algum lugar), a ignorância gera “burrice” e a “burrice”, mais “burrice” – e no final solidificam-se os preconceitos e os mitos.
Talvez sejam os preconceitos e os mitos os grandes “dificultadores” do “enraizamento” do 3-5-2 em culturas futebolísticas, como por exemplo, as que estão presentes no Brasil (o país do 4-4-2).
Em sua proposta inicial, o 3-5-2 trazia como elemento inovador duas possibilidades que logo chamaram a atenção das equipes em alguns países europeus:
1 – ter cinco jogadores com características de meias na estrutura da equipe, podendo construir ou destruir jogadas;
2 – ter um jogador que pudesse “sobrar” aos zagueiros, prevenindo possíveis falhas do sistema defensivo.
Em sua formação básica, a idéia era possibilitar mais jogadores participando da criação das jogadas de ataque sem prejuízo para o sistema defensivo (e sem a necessidade de congestionar o meio-campo de jogo com um sem número de “volantes”). Logo, os alas ganharam vez em lugar dos originais meias e o 3-5-2 passou a ser um sistema com grande equilíbrio defensivo mesmo quando na sua formação encontrava-se apenas um “volante” (ao mesmo tempo em que garantia boas possibilidades ofensivas com a progressão simultânea dos dois alas e dos dois meias-armadores).
Hoje, para os adeptos da marcação individual, o 3-5-2 tem sido alternativa quase que constante no futebol que antes o rejeitava (o futebol brasileiro). Para os países que evoluíram da marcação individual para a zona ele tem perdido seu espaço (especialmente nos países em que a lógica norteadora para a marcação zonal está nas “linhas” horizontais imaginárias do campo de jogo).
Naqueles em que a lógica é dada pelas “faixas” verticais imaginárias do campo, ele ainda continua sendo alternativa.
O alto nível competitivo presente no futebol mundial requer cada vez mais equilíbrio defensivo e ofensivo, velocidade, e atenção especial as transições constantes presentes no jogo. Especialistas ainda hoje divergem quando a questão é a plataforma de jogo que garante a equipe cada um dos requisitos condizentes ao bom e competitivo futebol mundial.
Enquanto ainda para alguns o 4-3-3, o 4-4-2, o 3-5-2 ou qualquer outra representação numérica nada mais é do que isso (uma representação numérica didática estática), para outros é o “esqueleto” que gera maiores ou menores possibilidades de ações tático-estratégicas em um jogo. Enquanto para alguns as “linhas” nada mais são do que as marcas brancas que delimitam o campo de jogo, e as faixas nada mais do que projeções de uma mente sem nada mais para fazer, para outros são a possibilidade de mais uma vitória. Enquanto para alguns marcar individualmente ou em zona é uma questão de gosto, para outros é um norte balizador das ações no jogo.
E por fim, enquanto para os desavisados, ter quatro equipes inglesas entre as oito classificadas para as quartas-de-final da Champions League 07/08 é algum tipo de coincidência, para outros a explicação é a real aplicação de conceitos e princípios inerentes à lógica do jogo de futebol.
Você acredita em coincidências?
Para interagir com o colunista: rodrigo@univesidadedofutebol.com.br