Pegou todos de surpresa na semana passada a “paralisação” do técnico Fábio Carille de “abastecer” o Corinthians com os seus trabalhos. É claro que apesar dos rumores, não se esperava que em questão de dias o treinador bicampeão paulista e atual campeão brasileiro deixasse o Timão. Como consequência, também repentina, Osmar Loss assumiu a equipe. E na loucura do calendário brasileiro, dois jogos em quatro dias. Duas derrotas corintianas.
Não dá para traçar qualquer paralelo e relação dessas derrotas com Osmar Loss. Ele não teve tempo para treinar. Para colocar qualquer ideia em prática. Concedeu a entrevista coletiva de apresentação na quarta-feira, na quinta encarou o Millonários e no domingo pegou o Sport. É bem verdade que emocionalmente nunca é bom perder em estreias. Ainda mais duas derrotas assim na sequência. Mas cabe ao torcedor corintiano entender não só esse contexto de fatos inesperados, como também visualizar que o Corinthians sem Cássio, Fágner, Ralf, René Júnior e Clayson fica fragilizado. Independentemente do treinador.
Osmar Loss é muito prestigiado por todos que trabalham com categoria de base no Brasil. Seu currículo vencedor impõe respeito. Ele teve uma formação sólida no Internacional e vê o técnico Guto Ferreira como uma referência.
As equipes de Loss sempre foram fortes e organizadas defensivamente, procurando um ataque mais vertical e direto, mas principalmente com um futebol muito intenso e vibrante nos quatro momentos do jogo (ataque, defesa, transição defensiva e transição ofensiva). Se pegarmos a grosso modo, não foge muito das características do Corinthians campeão de Carille.
É claro que o ambiente do futebol profissional é bem diferente do da base. Loss precisa entender isso de uma maneira muito rápida e responder positivamente já no próximo jogo. E se a torcida e a diretoria corintiana derem tranquilidade, a adaptação dele será mais fácil.
Mês: maio 2018
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Recentemente o Bayern de Munique anunciou a criação de uma subsidiária que fará o controle multimídia do conteúdo gerado por todos os produtos do clube, seja ele para a TV, rádio, redes sociais e mídia impressa. Tudo isso para aprimorar seu conhecimento digital mas, sobretudo, ter o controle de tudo que é gerado pela instituição.
Ao trabalhar neste sentido, o Bayern se projeta de maneira mais competitiva no mercado, em busca de manter e também ampliar o seu mercado consumidor. Ajuda no processo de internacionalização da marca e, a prazo, colabora em atrair novos investidores e patrocinadores. A televisão segue sendo importante, entretanto, há inúmeros outros meios, veículos derivados da TV que o clube tem mais autonomia para trabalhar. E tudo isso será transmitido com base na tradição, nos valores e histórico da instituição. Em outras palavras, a identidade do Bayern será divulgada, a cativar e atrair mais simpatizantes. Ademais, fornece um “know-how” que pode ser oferecido à indústria do esporte pelo mundo afora.
O conteúdo é vasto. Talvez infinito. A começar, uma organização esportiva (clube, liga, torneio, evento) possui história, palmarés, efemérides. Recintos esportivos memoráveis. Torcedores, simpatizantes e fãs. Um clube possui inúmeras categorias, quer seja a faixa etária e o gênero. Treinos, conferências de imprensa. Possui ídolos, que têm seus próprios ídolos. É bastante coisa que pode ser feita, trabalhada em diversas ocasiões, para os mais distintos públicos-alvo e em muitos idiomas.
Portanto, faz bem o Bayern e organizações esportivas com semelhante iniciativa, a de terem uma empresa que tenha o controle multimídia do conteúdo gerado pela organização. De novo aqui neste texto a frase usada na coluna anterior: “Se a Disney fosse um clube brasileiro, venderia o Mickey Mouse e não os seus desenhos animados”. Pois bem, é o controle do “desenho animado” que o Bayern está a fazer.
A imagem do esporte no último fim de semana foi o choro do goleiro Loris Karius, 24. Titular do Liverpool, o alemão cometeu duas falhas gritantes na decisão da Liga dos Campeões da Uefa e foi determinante para a derrota por 3 a 1 para o Real Madrid, que amealhou sua 13ª conquista na competição. O camisa 1 do time inglês pediu desculpas para os seus torcedores, mãos unidas e semblante emocionado. Desabou no gramado, chorou de forma acintosa e mostrou em poucos minutos o quanto é errado excluir de qualquer análise sobre o jogo o fato de todo atleta ser, antes de qualquer coisa, um ser humano.
“Não consegui dormir até agora. As cenas ainda estão correndo por minha cabeça de novo e de novo. Peço infinitas desculpas aos meus colegas de equipe, aos torcedores e a toda a comissão técnica. Sei que estraguei tudo com meus erros e decepcionei vocês”, escreveu Karius no domingo (27), um dia depois da decisão da Liga dos Campeões, em seus perfis oficiais em redes sociais.
O primeiro erro de Karius aconteceu aos 6min do segundo tempo, quando o placar ainda não havia sido alterado. O goleiro tinha a bola dominada em suas mãos, mas errou a reposição e arremessou nos pés de Benzema. Com a meta vazia, o francês só precisou desviar para as redes. O Liverpool chegou a empatar – gol de Sadio Mané –, mas Bale fez o segundo do Real Madrid de bicicleta, sem chance para o camisa 1 rival. O drama do alemão aumentou a sete minutos do fim, quando o mesmo Bale chutou de longe – e no meio do gol. A bola passou entre as mãos de Karius e selou o placar.
Karius está longe de ser unanimidade no Liverpool. Contratado do Mainz 05 em 2016, ganhou a posição do belga Mignolet na segunda metade da temporada 2017/2018, mas viu a diretoria da equipe inglesa seguir em busca de outro goleiro. O brasileiro Alisson, atualmente na Roma, foi um dos nomes procurados.
Os erros diante do Real Madrid fizeram muito mais do que alimentar a desconfiança. Pela proporção e pelo momento decisivo, é provável que afetem de forma definitiva os próximos passos de Karius no futebol. A repercussão das falhas atinge níveis individuais (a posição, a continuidade no Liverpool e o futuro no futebol) e coletivos – o alemão prejudicou as aspirações de seus companheiros, que (também) lutaram muito para chegar à decisão, e também sepultou as esperanças dos torcedores. Nesse contexto, importante lembrar: os ingleses já eram azarões e ainda perderam no início da decisão o atacante Mohamed Salah, sua principal referência técnica.
A proporção dos erros de Karius é gigante em qualquer âmbito. O choro, contudo, não se deve apenas a isso. Na hora, no calor do jogo, é até difícil imaginar que o goleiro conseguiu contextualizar suas falhas. É mais fácil imaginar isso numa comparação com a reação de Guilherme Mantuan, 20, lateral direito do Corinthians. O camisa 2 escorregou ao dominar uma bola no último domingo (27), aos 47min do segundo tempo, e ofereceu ao atacante Rossi o segundo gol do Internacional. Os gaúchos venceram por 2 a 1.
Assim como Karius, Mantuan chorou muito. Ainda em campo, foi consolado por companheiros e até rivais. O jogo não era decisivo, e um revés fora de casa não chega a ser um absurdo em uma competição de pontos corridos. A falha pode ter custado um ponto ao Corinthians, mas é bem mais fácil esconder isso no todo do que lidar com os erros do goleiro do Liverpool.
Um exemplo diferente aconteceu no jogo do Botafogo no último domingo. Jefferson, ídolo e um dos mais experientes do elenco alvinegro, errou em uma saída de bola e proporcionou o primeiro gol do Vitória. Não chorou, não reagiu de forma efusiva. Minutos depois, deu um lançamento longo que originou o empate dos cariocas.
O que Jefferson ensina a Karius e Mantuan é que o esporte, mais do que praticamente todos os outros segmentos, oferece incontáveis chances de reação e de apagar os erros. Ninguém precisa se limitar a um lance ou a uma partida.
O que os dois ensinam a todos nós é que esse processo de reação não é nada simples. Como qualquer pessoa, jogadores podem se abalar com erros no ambiente profissional. Podem sofrer, podem ter milhares de inseguranças em decorrência disso. E se não lidarem com uma comunicação clara sobre processos, metas e expectativas, podem se apequenar a cada falha.
Erros fazem parte de qualquer ambiente profissional. Como lidar com eles é um desafio de comunicação para qualquer pessoa – e não apenas para os gestores de grupo. Karius e Mantuan, quando choraram, também emitiram um pedido de ajuda. Os companheiros que preferiram reagir com críticas e revolta não estão errados, mas esgarçaram – talvez definitivamente – uma relação de grupo que pode ser importante no futuro.
A adaptação do jogo ao aluno/praticante passa pela ideia de que as experiências de aprendizagem devem ser recompensadoras e produtivas. Obviamente que num jogo há sempre aquele que obtém maior sucesso em detrimento do outro, mas um ponto importante para uma aprendizagem produtiva é o claro entendimento do que se deve alcançar, seja ganhando ou perdendo.
Então, como tornamos possíveis insucessos ou derrotas, recompensadores? A ideia fundamental neste caso é fazer com que o aprendiz possa participar ativamente e muitas vezes das situações que envolvem o jogo, transformando a atividade em algo motivador e proporcionando uma grande densidade de ações e decisões. Além do que, pessoas altamente motivadas dedicam maior esforço à tarefa, são mais atentas durante as sessões de treino e estão mais dispostas a praticar por maiores períodos de tempo.
De modo a complementar, a ideia consiste em fazer cada vez melhor o que se pode fazer no jogo, ou seja, melhorar 1) a ocupação do espaço de jogo; 2) as ações tanto com a bola quanto sem a bola; 3) a interpretação do que ocorre no jogo e suas decisões; 4) e aumentar as possibilidades de intervenção.
Scaglia et al (2013), ilustram bem esta ideia ao afirmar que:
“… estruturar o espaço num mini-campo de futebol é relativamente fácil para uma criança de 10 anos. Já um campo oficial requer muita habilidade dos jogadores que, transitando da iniciação à especialização, enfrentam o problema de dominar o espaço de um campo oficial de futebol”.
Ao mencionar que o espaço deve ser estruturado para o aprendiz, ou seja, o campo de jogo deve ser adaptado ao jovem futebolista e não o contrário, o autor acima vai de encontro a um pré-requisito muito importante para uma aprendizagem produtiva; isto é, transformar a atividade em algo mais desafiador, com objetivos realistas e perfeitamente atingíveis. Desta maneira torna-se mais possível conseguir executar as ações desejadas de forma adequada e eficiente.
Uma vez identificado que um aspecto estrutural do jogo (neste caso o espaço) interfere de forma relevante no que diz respeito à aprendizagem, devemos ter em conta que existem outros elementos estruturais que precisam da mesma atenção. Assim, quando nos referimos aos aspectos estruturais do jogo, estamos nos referindo aos elementos que definem a modalidade.
A partir daqui, devemos considerar dois tipos de estruturas e saber diferenciá-las:
– Estrutura formal ou lógica externa do jogo, constituída por uma série de características que tendem a ser comuns a todos os esportes coletivos (espaço de jogo, bola, baliza, tempo/duração do jogo, número de jogadores e suas regras).
– Estrutura funcional ou lógica interna do jogo, a qual também caracteriza os esportes coletivos e consiste em entender o jogo como resultado das interações entre jogadores de uma mesma equipe, com ou sem a bola, estando a equipe atacando ou defendendo, com a finalidade de atingir os objetivos propostos.
Isto nos leva a pensar em possíveis adaptações da estrutura formal para cada escalão. Uma ideia é a utilização de formatos de jogos de 3×3, 5×5 e 7×7, o que facilitaria o processo de aprendizagem já que todas as ações com bola ocorrem próximas aos jogadores e à baliza. Tal diminuição do espaço, somada à uma adequação do tamanho e peso da bola, além de se adaptarem às características do jovem futebolista, permitiria ao mesmo mover a bola com maior precisão, favoreceria a uma participação imediata e a uma melhor organização no espaço de jogo.
Parece compreensível que tais adequações somadas às do tamanho da baliza, do tempo/duração do jogo e das regras do jogo também se fazem necessárias, de maneira que estes aspectos não se convertam em um bloqueio ao desenvolvimento do jogo. Desta forma, estabelecer uma progressão adequada e adaptada na estrutura formal do jogo ajudaria no processo de aquisição de habilidades técnico-táticas que requer o jogo.
Tabela 1. Exemplo de progressão das adaptações na estrutura formal do jogo para cada escalão
Ao adequar os formatos de jogo para cada escalão, permite-se que a estrutura formal tenha uma influência muito positiva na estrutura funcional do jogo. Fundamentalmente, o jogo passa a apresentar um aumento significativo de intervenções e um conjunto de situações mais simples que vão ao encontro das motivações dos praticantes, às suas características e ao seu nível de desenvolvimento.
Sustentando esta ideia, estudos realizados por Pérez e Vives (1996) e Casáis, Dominguez e Lago (2011), verificaram que o número de intervenções é maior quanto menor seja o formato de jogo utilizado, de forma que o número de ações como fintas, desarmes, finalizações ao gol, passes e condução de bola em formatos de jogo de 5×5 apresentem uma média de intervenções por minuto quatro vezes maior quando comparado ao formato de 11×11.
Tabela 2. Quadro comparativo entre os formatos de futebol de 7 e futebol de 11
Aplicando a ideia de forma adequada, teríamos um aumento progressivo do campo de jogo e do número de jogadores de acordo com a idade e à medida que estes jogadores vão desenvolvendo suas capacidades no decorrer do processo de formação.
Seguindo a ideia, Ferreira (2013) cita que:
“Desta forma, os jovens futebolistas vão ter o jogo de futebol ajustado às suas características em termos de complexidade, fomentando o gosto pela prática e tornando o seu processo de formação mais estruturado, respeitando uma progressão pedagógica em termos de ensino na procura de um melhoramento a nível de jogo das crianças”.
Bibliografia
CASÁIS, L.; DOMÍNGUEZ, E.; LAGO, C. Fútbol base: el entrenamiento en categorías de formación. 2ed. MCsports, 2011.
FERREIRA, F. A transiçãod o futebol de 7 para o futebol de 11 de acordo com os princípios de jogo comuns. 2013. (Mestrado). Faculdade de Desporto, Universidade do Porto.
PÉREZ, L. A.; VIVES, E. V. La importância del fútbol 7 como passo prévio al fútbol 11. El entrenador Español, 70, 12-18, 1996.
SCAGLIA, A. J. et al. O ensino dos jogos esportivos coletivos: as competências essenciais e a lógica do jogo em meio ao processo organizacional sistêmico. Revista Movimento, v. 19, n. 4, p. 227-249, 2013.
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Entre o Direito e a sua chuteira
Bem-vindos a nossa última coluna de maio aqui no “Entre o Direito e o Esporte”. Hoje vamos fechar o nosso mês do “marketingdo futebol”. E depois de ver nessas semanas o que a gente acha “Entre o Direito e o Marketing do Futebol” e falar um pouco sobre o direito do autor e os sinais distintivos no esporte, nessa sexta-feira vamos conversar sobre as “criações e os segredos industriais” no futebol.
Para deixar tudo do jeito que a gente gosta e mais organizado, segue o mapa do dia: vamos começar com o que é o desenho industrial e como isso aparece na chuteira que a gente acha na loja; depois vamos ver o que é a patente e como isso faz uma chuteira nova aparecer na loja; e fechamos com o segredo industrial e como isso faz com que aquela chuteira daquela marca® que você gosta seja diferente daquela cópia quase igual que a gente não deveria comprar naquele lugar, sabe?
Bora lá, então?
Só de olhar de cara eu te pergunto: o que essa chuteira (que o Pierre-Emerick Aubameyang usou um tempo atrás) tem de diferente da que ele usa hoje? Fácil, a resposta mais simples é “todo esse design chique aí”. E esse é bem o nosso primeiro ponto do dia, o desenho industrial! Que é “todo esse design chique aí” ou, em outras palavras, a forma e o padrão gráfico dessa chuteira.
Essa “cara” da chuteira pode ser protegida quando registrada como “desenho industrial”. Essa “cara” é o “jeitão” da chuteira (como ela aparece para a gente). Essa “cara” tem uma forma (aspectos tridimensionais, como o tamanho) e o padrão gráfico (aspectos bidimensionais, como as cores).
A forma e o padrão gráfico deixam essa chuteira “única”, como essa cor meio amarela (ou laranja?), verde e preta em umas formas diferentes (o swoosh da Nike, as estrelinhas, a forma do raio, e por aí vai) no tipo (Hypervenon) criado pela gigante do Oregon nos Estados Unidos.
Isso dá o valor de mercado ($) dessa chuteira e facilita o trabalho da Nike na hora de fazer o marketing da chuteira e vender para quem joga bola no final de semana, por exemplo. Sem essa proteção, tudo isso seria bem mais difícil.
Agora você me diz “beleza, concordo. Só que não é só isso que faz diferença nesse trem aí, amigo!”. E eu vou concordar com você, e te agradecer por me lembrar disso! Essa chuteira também é diferente porque ela é feita de alguns materiais específicos colocados juntos de uma maneira determinada (tipo para construir um muro, sabe? Tijolo, cimento, tijolo).
E aí que está o ponto principal! Isso tudo depende de dois tipos de “criações industriais”: a patente de invenção (como os materiais específicos) e a patente de modelo de utilidade (a maneira determinada de colocar esses materiais específicos). E o jeito “mais fácil” de ver isso é olhar bem embaixo da chuteira, olhar as travas da chuteira.
Essas travas são feitas com um material específico que alguém criou para resolver um problema técnico (“como fazer uma trava boa”) das chuteiras de futebol (patente de invenção). Essas travas têm esse material específico colocado de uma maneira determinada para melhorar a função de cada trava (“como melhorar o jogo de quem usa a chuteira”) quando alguém usa lá no gramadão (patente de modelo de utilidade).
Essas patentes novas, criativas e que podem ser copiadas para todas as chuteiras, servem como um dos melhores “jeitos” para diferenciar a chuteira daquela marca® que você gosta, daquela outra que você sente que não te cai bem na hora de dar uma caneta. Sabe?
Agora, tudo isso parte de uma ideia só: para você proteger tudo isso, você precisar registrar cada uma dessas ideias. E registrar quer dizer que todo mundo vai saber o que você faz, com o que você faz e o jeito que você faz essa chuteira. E tem coisa que a gente não quer que todo mundo saiba, né?
Lembra aquela história da “fórmula da Coca-Cola”? Aquela história que quase ninguém sabe do que ela é feita. História que leva a ideia de “segredo industrial”. Isso quer dizer que a Coca-Cola não registrou com o que e o como ela faz o seu refrigerante, e o motivo é simples: se ninguém sabe o “que” e o “como”, não tem como copiar.
A mesma coisa pode acontecer no futebol e com as chuteiras. A Nike tem até um caso interessante sobre isso quando “processou” (lá nos Estados Unidos) três designersque saíram de lá e pularam o muro para a Adidas (que também tem um pé ali no Oregon). E “processou” justamente porque eles levaram alguns desses segredos para a rival, segredos que ainda eram conceitos e por isso não tinham sido registrados.
Esse know-how (o conhecimento técnico dos funcionários) é valioso e pode valer mais a pena deixar ali dentro de uma “porta fechada” do que registrado e numa redoma de vidro para todo mundo ver.
Bom, aqui chegamos ao fim do nosso mês de maio aqui na Universidade do Futebol – o mês de tudo o que a gente acha “Entre o Direito e o Marketing do Futebol”. E agora quando amanhã você for assistir a final da Champions League® já vai saber dizer como funciona toda aquela história do hino, do símbolo, e até daquele tipo novo de tecnologia de transmissão da partida no conforto do seu sofá. Né?
Fico por aqui hoje e nos vemos na próxima sexta-feira para começar um novo mês do nosso futebol aqui no “Entre o Direito e o Esporte”. O mês da Copa do Mundo! Combinado? Deixo meu convite para falarem comigo por aqui, pelo meu LinkedIn ou pelo meu Twitter. Bom final de semana para vocês, e vejo vocês no fechamento do mês de maio por aqui!
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A saída de Fábio Carille do Corinthians
Julgar a decisão de qualquer profissional de sair ou permanecer em um trabalho, é impossível. Cada ser humano carrega uma bagagem, uma história de vida e um modelo de mundo que nortearão suas tomadas de decisão.
Fábio Carille decidiu sair do Corinthians. Optou por encerrar sua trajetória de dez anos no Coringão. Preferiu ir para o Al Wehda, da Arábia Saudita. Respeito a decisão. Entendo a opção. E tento encontrar os argumentos que tomaram conta do diálogo interno dele em uma decisão tão complexa.
Primeiro, a questão financeira. Venhamos e convenhamos que nenhum clube da Arábia Saudita irá projetar Carille para a nata do futebol mundial. Mas o pagamento mensal em dólar será muito bom. O ex-técnico corintiano ainda não ficou rico no futebol. A chance é agora.
Depois penso no momento atual do Corinthians: atual campeão brasileiro e bi-campeão paulista. Carille apontado como o ‘cara’ dessas conquistas. Arriscar esses troféus buscando um bi do Brasileiro e mais uma Libertadores ou se resguardar pelas conquistas já realizadas? Ótima questão, já que há quem garanta que o atual presidente do Corinthians Andrés Sanchez não morre de amores por ele.
Em terceiro penso sobre o futuro promissor que Carille terá quando quiser sair da Arábia. Ele poderá escolher o clube que quiser para trabalhar. Todos os grandes do Brasil estarão o esperando de braços abertos. Ele voltará com outro status. Definitivamente, retornará como um técnico top. E isso independentemente de como forem seus resultados na Arábia.
Enfim, compreendo a lógica desses argumentos e imagino que todos são plausíveis e possam, de um jeito ou de outro, ter passado pela mente de Carille. Mas finalizo com minha maneira de ver e encarar o mundo: eu teria ficado no Corinthians. Não me importaria com os dólares. Buscaria ganhar tudo e mais um pouco com essa camisa. Para, na sequência, ambicionar seleção brasileira e/ou futebol europeu. Porém cada um é cada um.
Que Deus te abençoe, Carille.
*Créditos: BeanyMan Sports
“Arséne Wenger (então treinador do Arsenal)gosta de jogar futebol, de ter a posse da bola… É como uma orquestra, mas é uma música silenciosa. Eu gosto mais de heavy metal. Eu não posso treinar o Arsenal porque sou um cara diferente. Se você me olhar durante um jogo, eu comemoro quando pressionamos o adversário e a bola vai para fora. (…) Se o time do Barcelona (do Guardiola) fosse o primeiro que eu vi jogar quando tive quatro anos de idade… ganhando de 5 a 0, 6 a 0… eu teria jogado tênis. Desculpe, mas isso não é o suficiente para mim. Não é o meu esporte. Eu não gosto de ganhar com 80% de posse de bola.
Treinadores vão dizer que não é importante para o time deles correr mais e preferem fazer os jogos da maneira certa. Eu quero fazer jogos somente no jeito certo e correr 10 quilômetros a mais. Se você não precisa dar tudo e ainda ganha, o que seria isso? Você não gosta desse jogo? É como se fosse assim (Klopp boceja). Não é a estatística mais importante, mas eu adoro ler que corremos mais que o adversário. Você pode obter o respeito se fizer isso e você tem mais chance de ser bem sucedido”.
Poucas entrevistas definem tão bem um treinador e uma filosofia quanto esta que Jürgen Klopp concedeu, quando ainda era treinador do Borussia Dortmund, em 2013[1].
No Liverpool, Jürgen Klopp dirige jogadores que se encaixam e conseguem dar vida ao seu estilo de jogo heavy-metal: uma linha defensiva sólida e agressiva (Van Dijk, Lovren, Robertson e Arnold); um trio de meio-campistas de incansáveis trabalhadores (Milner, Wijnaldum e Henderson) e um ataque simplesmente avassalador composto por Salah, Firmino e Mané, que já entraram para a história da Liga dos Campeões por serem o trio de ataque mais goleador de sempre (29 gols até o momento). O Liverpool ainda conta com o melhor ataque da competição com 40 gols marcados (contra 30 do Real Madrid), sofrendo 13 (contra 15 do Real Madrid).
Jogando um futebol agressivo, de poucas pausas, verticalidade e muitos gols, o Liverpool leva o caos aos seus adversários de diferentes maneiras, sendo capaz de estar nas zonas de finalização após trocar apenas 3 ou 4 passes.
Baseado numa posse de bola curta, busca agredir os espaços centrais e as costas da linha defensiva adversária no menor tempo possível, com ataques rápidos e diretos: tanto pelo chão, tanto com bolas longas, utilizando a velocidade do seu trio ofensivo, o preenchimento de espaços e a capacidade física do seu trio de meio campistas.
Mestre em contra-atacar após recuperar a bola estando organizado defensivamente, Klopp deixa mesmo sua marca nas transições defensivas – extremamente agressivas e sufocantes que visam recuperar a bola no menor tempo possível: o chamado gegenpressing.
Gegen, em alemão, significa “contra”. Em uma tradução livre, podemos definir como “contrapressing”, uma pressão ao contra-ataque adversário.
Quando o Liverpool perde a posse da bola, a intenção da equipe é, sempre que possível pressionar prontamente o portador da bola, no intuito de recuperá-la no menor tempo possível. Em caso da recuperação ocorrer, logo após a própria perda, teoricamente apanhará o adversário saindo em contra-ataque, ou seja, haverá espaços para contra-atacá-lo imediatamente. Em termos práticos, esta é a essência do Gegenpressing para Jürgen Klopp.
Por visualizar sempre o contra-ataque, a equipe de Klopp busca na organização defensiva uma maneira de potencializar o seu trio de ataque para este momento, fazendo com que, na medida do possível, eles não precisem voltar tanto para marcar, especialmente Salah.
Assim, há momentos em que conseguem ter solidez defensiva e um bom contra-ataque após roubar a bola. Porém, há momentos em que, por conta do papel que os extremos exercem, assumem alguns riscos e podem se expor defensivamente.
Outra arma do Liverpool são as bolas paradas, com destaque para o escanteio ofensivo, com bons cabeceadores e bons cobradores.
Após longos 11 anos de espera, e sem protagonismo no cenário europeu, o Liverpool voltará a disputar uma final de Liga dos Campeões. Isso por si só, já é um motivo de sobra para tentarmos entender como esta equipe joga.
Por isso, eu e Jorge Sáez[2], após analisarmos os jogos das quartas-de-final e semi-final, preparamos um material mais detalhado, com mais informações, fotos e vídeos que ilustram nossas percepções sobre os padrões de jogo da equipe treinada por Jürgen Klopp.
Clique aqui para ter acesso ao material completo.
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[2]Jorge Sáez: Mestrando na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (Portugal), com ênfase em Futebol Alto Rendimento.
[1]http://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/futebol-alemao/noticia/2013/11/klopp-diz-que-futebol-do-borussia-e-como-heavy-metal-e-critica-barcelona.html
É notório o investimento de clubes, ligas e federações para a criação de canais de comunicação para a divulgação dos seus produtos. Especificamente, na criação de canais de televisão e de emissoras de rádio próprias que geram conteúdo exclusivo, que os canais de televisão (aberta e por cabo) não possuem. Acessos privilegiados, entrevistas pontuais com convidados muitas vezes de difícil acesso. Quando permitido, narração e comentários bem parciais dos jogos. Algo inimaginável de se ver ou ouvir em emissoras de televisão e estações de rádio que estamos acostumados a assistir ou escutar.
Certa vez um comunicador brasileiro disse, em 2010: “Se a Disney fosse um clube brasileiro, venderia o Mickey Mouse e não os seus desenhos animados”. Oito anos depois, os “mickeys” seguem sendo vendidos, mas os “desenhos animados” estão sendo mais aproveitados. Ao acompanhar o canal a cabo do Real Madrid é possível ter a dimensão do que pode ser conseguido, desde engajamento e fidelização do torcedor até o retorno financeiro. A programação é vasta, vinte e quatro horas do dia e os jogos pelo canal transmitidos são anunciados da seguinte maneira: “os comentários do seu ídolo, sem o clubismo de quem não é dos nossos”. Oras, um chamariz importante para aquele que leva este fator (clubismo) em consideração. Qualquer clube da primeira divisão do futebol do Brasil é capaz de gerar – sem sombra de dúvidas – muito mais conteúdo.
Isso no Brasil tem tomado forma e quem ganha com isso é o torcedor. Não é preciso ser um canal a cabo ou com uma assinatura ainda mais exclusiva. E nem que o clube tenha milhões de torcedores. Basta que as próprias redes sociais do clube produzam este conteúdo e inclusive transmitam os jogos. Na minha cidade natal (bem longe de ser populosa), o clube faz isso: transmite os jogos pela rede social com o áudio de uma rádio local. O resultado é excelente: comentários em tempo real, engajamento e alcance nunca outrora imaginados. Ademais aproxima o torcedor à transmissão da rádio e aos trabalhos do clube, uma vez que o comentário fica lá registrado. A exposição dos patrocinadores aumenta e, consequentemente, o vínculo destas marcas com o clube. Tudo isso dentro de um planejamento estratégico que o clube estabeleceu a longo prazo. Toda a decisão tomada tem como base os princípios deste plano. A raiz deste plano, por sua vez, nasce – desculpem-me a repetição de ideias – em um começo: o estabelecimento de uma missão, uma visão e valores.
Com tudo isso, ações como estas estão ao alcance de todos os clubes, independentemente do tamanho, palmarés ou massa associativa. É um investimento que pode ser alto, mas se é uma tendência mundial, é porque tem dado certo. A concorrência na indústria do futebol tem aumentado e a instituição não quer perder torcedores para os seus similares. Sobretudo para os clubes europeus, que já produzem conteúdo em português do Brasil justamente para chamar a atenção de crianças e jovens.
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Melhorar x Otimizar
Nós treinadores formativos no Brasil, atualmente, podemos ser vilões ou bons moços no desenvolvimento de jogadores e processos. Vilões se quisermos apenas nos promover, subir para o profissional, ganhar a qualquer custo, utilizando estratégias mirabolantes, negligenciando completamente a evolução individual dos jogadores e sua formação. Bons moços se pensarmos no jogador como uma estrutura individual e complexa, respeitando a natureza do jogo e as necessidades eventuais e contextuais que o jogador precisa passar, especialmente nas idades menores.
Rever nossos conceitos diariamente como treinadores é uma exercitação da paciência e sapiência. Tarefa que negligenciamos por vezes e desrespeitamos os estágios naturais e a ordem basilar das coisas no futebol. Na formação temos que entender esse dinamismo mais ainda.
O jogador de futebol que é a peça principal, não precisa ser apenas visto, atingido ou melhorado como um arqueiro, um alvo de arco e flecha ou um simples produto de venda. Deve ser concebido e otimizado por uma trajetória dinâmica, com velocidades distintas, que pode se reconhecer e ser reconhecido de uma forma particular com espaço para uma evolução complexa estrutural e se orientando pelo jogo e sua organização natural que é o grande instrumento formativo desse esporte.
Então devemos melhorar ou otimizar os jogadores?
Por mais que são sinônimos e pareçam a mesma coisa, há uma diferença interpretativa entre melhorar e otimizar. A compreensão do significado dessas palavras pode fazer uma grande diferença quando é utilizada no futebol e na formação de jovens jogadores. E a utilização da palavra melhorar tem uma conotação imponente. O seu uso não está errado, todos querem melhorar, mas o contexto em questão pode fazer uma grande diferença conceitual e processual ao perceber essa leve e sensível diferença entre ambas e sua operacionalização prática.
Na formação de jogadores parece-me que a palavra otimizar cai melhor. Criar processos atingindo o indivíduo (individual) e a equipe (grupos e coletivo) é o grande desafio. Ter certeza que as tarefas de treinamento terão intencionalidade, contexto e relacionamento com a singularidade do indivíduo, sua evolucação e a exigência do Jogo e do jogo facilita a progressão do jogador.
Então, otimizar desempenhos futuros, não é simplesmente realizar exercícios, criar regras gerais, regras de pontos ou fazer exercícios reduzidos o tempo todo. É entender que o indívíduo e a equipe precisam ser atingidos na mesma proporção e que os pequenos detalhes fazem a diferença, criando cenários que tenham riqueza e simplicidade ao mesmo tempo, sem tirar o caminho da liberdade e o descobrimento do jovem jogador. A escolha é nossa entre essas palavras e seus possíveis caminhos.
Abraços e até a próxima!
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Entre o Esporte e a Marca
Bem-vindos ao nosso “Entre o Direito e o Esporte”! Essa semana vamos continuar a nossa conversa sobre o que a gente acha “Entre o Direito e o Marketing do Futebol”. Essa semana nós vamos conversar sobre os sinais distintivos no futebol brasileiro. Essa semana a conversa aqui é sobre as marcas no nosso esporte.
E para deixar tudo mais tranquilo de seguir, segue o nosso mapa de hoje: a gente vai começar no que são esses tais de “sinais distintivos”, depois vamos parar na ideia de “marca registrada”, e terminamos a coluna dessa sexta-feira com algumas ideias diferentes sobre marca por aqui. A ideia é trazer o que a gente acha “Entre o Esporte e a Marca” e como o direito dá as caras no nosso futebol por aí.
Fechou?
Lembra que semana passada a gente conversou sobre o que a gente acha “Entre o Direito e o Futebol Arte”? Então, hoje está mais para a “arte no futebol”! Vamos começar conversando sobre o porquê desses tais de “sinais distintivos” serem importantes para o seu time – ah, hoje vamos seguir com um mesmo time, uma mesma torcida, e uma mesma Federação para manter a mesma linha, feito?
Bom, a regra geral aqui é: dinheiro (ou retorno financeiro, se preferir falar mais chique). Esses “sinais distintivos” são importantes para o seu time porque fazem a diferença no mercado. Imagina se o seu clube não tem uma “cara”! Como você, torcedor, vai saber que aquela camiseta, aquele chaveiro, ou aquela cachaça é do seu time?
A marca é a base de toda a indústria do esporte fora de campo – ainda mais quando o seu time vai jogar do outro lado da terra e todo mundo por lá conhece mesmo assim. A marca é um jeito do seu clube de se comunicar com todo torcedor. E a marca é uma necessidade hoje em dia!
Agora é que você me pergunta, “beleza… e cadê o direito nisso tudo?”. Fácil! A marca tem que ser registrada. Lembra aquele ® que vem perseguindo a gente aqui nas colunas faz umas semanas? Então, chegamos finalmente nele!
Imagina que o seu time tem um símbolo. Imagina que esse símbolo é único. Imagina que é tão único que representa só o seu time. Agora, pensa que você é o diretor de marketing do seu clube e tem esse símbolo único e representativo na mão. E mais, tem uma oferta de uma empresa de material esportivo para vestir o seu time! Animal, né?
Só que bem na hora que o representante dessa empresa chega no clube para negociar com você, surpresa! Um vendedor ambulante está bem na entrada vendendo “produtos não licenciados” com o símbolo do seu clube! A empresa ainda quer vestir o seu time, só que agora de graça – ainda mais porque descobriram que o seu time não registrou® a marca.
Essa marca tem que ser registrada para ficar protegida e ter mais valor numa hora como essa. Essa marca é a diferença entre deixar o seu time com mais dinheiro ou com menos dinheiro ao longo do tempo. Essa marca é o passado, o presente, e o futuro do seu time.
Agora… toda marca é igual nesse registro? Aí a resposta é um belo “não”! O Brasil (ou as leis brasileiras) reconhece alguns tipos de marca que são diferenciadas. Marcas que estão além das marcas registradas como quaisquer outras. Registro que pode até não ser necessário.
Imagina que depois de um tempo como diretor de marketingdo seu time você foi parar na Federação Estadual de Futebol do seu estado. Nessa Federação você cuida do comercial daquela competição de começo de ano, sabe? Isso, aquelecampeonato estadual que todo mundo ama e odeia ao mesmo tempo. Você fez um belo trabalho e criou uma marca própria para esse torneio com base em um regulamento da competição.
Essa marca vai ser usada por todos os clubes que fazem parte desse torneio. Os clubes têm que colocar essa marca no uniforme. E o regulamento da competição fala o jeito de colocar essa marca naquele uniforme do seu time. Essa marca tem que ser registrada, só que é considerada uma “marca coletiva”. Ela é diferente por isso!
Agora, não é a única “marca diferente”. Imagina que você cansou dessa vida “institucional” e resolveu seguir a sua paixão. Imagina que a sua paixão é ser da massa. E imagina que ser da massa aqui e agora é ser o presidente de uma torcida organizada. E como presidente da massa você “cuida da lojinha” – e dos produtos nela.
A organizada do seu time é tão famosa e existe faz tanto tempo que ninguém nem lembra quando o símbolo foi criado. Todo mundo conhece esse símbolo e tudo o que ele representa. Esse símbolo é tão famoso quanto o do seu clube. Aí essa marca é “notoriamente conhecida” e não precisa de registro – embora seja melhor registrar sempre.
Depois de toda essa sua carreira só falta uma última coisa, né? Isso, imagina agora que você é o presidente do seu clube – meus parabéns! Lembra aquele patrocínio legal que você estava de olho para o seu time? Finalmente eles vieram para a mesa e você está pronto para fechar. Uma marca tão grande quanto a do seu time.
E essa marca é tão grande que com um registro ela vira quase um “super trunfo”. Essa marca é protegida contra tudo e todos. Essa marca tem um registro “especial” e é conhecida como uma “marca de alto renome”. Esse é mais um tipo de registro que a gente tem por aqui no Brasil.
Beleza, você se aposentou com essa coroação. Qual foi a lição que você tirou de tudo isso? Ah, já sei! Não importa qual o tipo de registro da marca que você vê no seu dia a dia. O que importa é que essa marca exista, que essa marca seja registrada, e que essa marca seja protegida. Né?
Afinal, o nosso futebol hoje em dia depende do dinheiro. E é a marca do seu time que vai fazer a diferença no final do campeonato!
E chegamos ao fim dessa semana na Universidade do Futebol. E nos vemos na próxima sexta-feira para conversar sobre a criação industrial e o segredo industrial no nosso futebol aqui no “Entre o Direito e o Esporte”. Combinado? Deixo meu convite para falarem comigo por aqui, pelo meu LinkedIn ou pelo meu Twitter. Bom final de semana para vocês, e vejo vocês no fechamento do mês de maio por aqui!