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Furacões

A bola já chegava redonda a Gérson. Ou a Rivellino. Se chegasse uma jaca, também não haveria problemas. Os dois gênios a dominariam com o talento que Deus deu a brasileiros como eles. Lá no meio-campo do Brasil tricampeão mundial de 1970, se Gérson a dominasse na intermediária, levantava a cabeça e procurava Jairzinho, com as turbinas aquecidas para se transformar no furacão daquela Copa.
 
Era fração de segundos. Tanto Gérson quanto Rivellino sabiam o que fazer. Tudo dependeria não só da técnica de lançamento de fazer inveja à Nasa. Mas, também, daquele foguete Jair: dependendo do jeito que ele mexia a cabeça, a senha estava dada para “Houston”: se fosse de um jeito que eles haviam combinado, a bola tinha de ser lançada à frente da zaga para que Jair ganhasse na corrida, como fez em gols contra a Tchecoslováquia e Peru; o outro modo era mandar a bola na dividida com a zaga, quase na linha do impedimento, que Jair partiria para a briga.
 
Deu certo. Como deu certo.
 
Mas poderão dar certo lances desse nível no jogo corrido de hoje? Claro: é só conseguir unir talentos como aqueles. Sim, eles ainda existem. Ou você não vê Ronaldinhos e Ronaldos, Kaká, Messi, Riquelme, Pato, Totti? Mas não basta apenas juntá-los, jogar a bola no gramado e dizer “divirtam-se e nos divirtam”. É preciso tempo. É preciso trampo. É preciso entrosamento.
 
Tempo que deve ser ainda maior para fazer times medianos de jogadores abaixo da média funcionarem além do que sabem e podem. O grande problema da bola que rola pelo Brasil é que não se tem tempo para formar grandes parcerias, grandes engrenagens, grandes equipes. Pintou um bom jogador, hasta la vista, baby, vai ganhar a vida dos netos na Europa.
 
Gérson, Rivellino e Jairzinho não faziam tudo aquilo de berço. Aprenderem no campo a se entender. Com o tempo. O Brasil-70 passou mais de quatro meses se preparando para a Copa. Em 2010, se somarmos todos os amistosos e competições, o treinador do Brasil na África do Sul não terá chegado àquele tempo todo. Muito menos àquela bola cheia – que, insisto, não se deveu apenas à qualidade técnica daquela seletíssima seleção.
 
Voltando ao campo dos mortais, fica ainda mais difícil dar liga quando se tem menos de três semanas para fazer uma pré-temporada decente. Como não se tratam os estaduais como eles deveriam HOJE ser organizados (são apenas meros torneios preparatórios), a pressão absurda atrapalha treinadores e jogadores (alguns já despreparados pela natureza e pelo mercado que sangra nossos clubes).
 
Desde 16 de janeiro (e no Paraná ainda antes), as equipes já começam a todo vapor. Ou só expelindo fumaça. Jogando duas vezes por semana, os treinadores mal têm tempo de preparar em treinos as equipes e as possíveis mudanças. Jogam treinando. E treinam mal. Jogam pior.
 
Quem escapa do início ruim de temporada é o Atlético Paranaense, 100% até o ponto final dessas linhas. É possível discutir a qualidade dos rivais (como tudo se discute nessa época do ano). Mas não há como deixar de elogiar equipe que mantém o padrão depois de 11 rodadas. Não por acaso, também por manter a mesma equipe que, com Ney Franco no comando técnico, conquistou 57% dos pontos no BR-07. O Atlético-08 é o modelo 2007. Se não chegaram grandes nomes, a manutenção da base acabou se transformando no diferencial da equipe. Quer dizer, no “igual” da equipe. Quanto mais repetida, quanto mais “manjada” (interna e externamente), mais resultados têm conseguido.
O Gérson, o Rivellino e o Jairzinho do Furacão Paranaense são o conhecimento de cada um do funcionamento do todo. Não há um craque no Atlético. Mas, todos juntos, por um bom tempo, podem virar a referência de um time.

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Cuidado com a crise

O gerenciamento de crise é uma das tarefas mais difíceis e ingratas dentro de um plano de comunicação de um clube. Derrota do time, balada do jogador, queda de treinador, seqüência de derrotas, rebaixamento… Praticamente durante todo o ano um clube tem de enfrentar pelo menos uma crise. E, quase sempre, são raros aqueles que estão de fato preparados para combater seus efeitos.
 
Neste começo de ano, o clube mais turbulento entre os 20 que disputarão a Série A do Brasileiro parece ser o Santos. A primeira crise veio logo que Emerson Leão assumiu o comando. Ele criticou as condições que foram deixadas por seu antecessor (e desafeto) Vanderlei Luxemburgo na sala de recuperação de atletas. O espaço, que era decantado pelos santistas como a nova menina dos olhos do clube, estava, segundo Leão, abandonado, com equipamentos em falta e que haviam sido levados pelos antigos comandantes.
 
Declaração polêmica, que acertava em cheio não apenas Luxemburgo, mas a própria diretoria do Santos. Diretoria que se calou e demorou a se pronunciar. Nos dias que sucederam a troca de farpas pela imprensa, muito se criticou, de todos os lados.
 
Essa crítica da imprensa é a prova da necessidade de ser ágil quando aparece uma crise no local de trabalho. A demora dos santistas em explicarem as insinuações de Leão deixou no ar aquele gosto de que o treinador não estava assim tão errado.
 
Hoje virou moda no site da CBF a publicação de notícias com o título: “equívocos da imprensa”. É uma espécie de resposta da máxima entidade do futebol nacional a notícias que não lhe sejam favoráveis e que tenham sido veiculadas em algum meio. Pode parecer uma atitude tola, muitas vezes é só picuinha contra um veículo ou um determinado jornalista. Mas é eficiente.
 
Desde 2001, quando viveu o caos de imagem por conta das CPIs e do péssimo desempenho da seleção dentro de campo, que a CBF tratou de dar “um tapa” na imagem. De inexistente, a assessoria de imprensa do time de futebol mais cobiçado do mundo passou a ser atuante, pró-ativa, fiscalizadora. A CBF deixou de ser um antro de obscuridade. Passou a publicar tudo conforme a lei mandava, deu mais informações sobre os campeonatos que organiza, começou a resgatar a história da seleção brasileira, trouxe dados importantes sobre os jogadores do passado e do presente.
 
Enfim, passou a se comunicar. Tanto com o jornalista quanto com o público. Ainda com muitas falhas, mas com uma premissa básica: a crise seria gerenciada assim que surgisse um problema na imprensa. Seja por meio do site, com um desmentido oficial, seja em telefonemas para jornalistas de Rodrigo Paiva, principal membro da equipe de assessoria de imprensa.
 
Hoje, a agilidade da CBF em falar com o público e também em atender à imprensa fez com que a imagem da entidade mudou. Não existem mais críticas feitas a torto e a direito, sem nenhuma resposta do outro lado. A seção “equívocos da imprensa” é hoje cada vez menos necessária, já que o jornalista passou a procurar a entidade antes de descer a crítica, de falar esperando o silêncio do outro lado.
 
No futebol, com a pressão por resultados exercendo enorme influência na tomada de decisões de todas as esferas internas de um clube, a comunicação tem de ser eficiente. Para gerenciar uma crise, é preciso agilidade, clareza nas respostas e paciência no trato com o jornalista. Do contrário, a credibilidade de uma instituição é colocada em xeque.
 

É só lembrar o caso do pivô de basquete Nenê Hilário, que recentemente detectou um câncer no testículo. Em vez de ir a público e desde o início falar sobre sua situação, Nenê enviou uma nota dizendo que tinha uma doença e iria tratá-la. Foi criado um grande mistério em torno do que seria o problema, levando a diversas especulações por parte da imprensa mundial. Nenê caiu no descrédito quando, depois de quase uma semana, foi finalmente revelar o que tinha. Não precisava ter passado por mais esse desgaste se tivesse tido uma comunicação efetiva desde o início. Mas o planejamento de comunicação já é tema para outra coluna…

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É possível formar Pelés? Implicações na tática de jogo

Apropriando-me de uma conhecida metáfora chamada “metáfora do balde” e dando certa personalizada nela, inicio o texto de hoje com a seguinte questão: seria possível transformar, através de um rico processo de ensino-aprendizagem, um jogador mediano nas categorias de base em um excepcional jogador de futebol?
 
Gardner, famoso pesquisador da Universidade de Harvard (conhecido por sua teoria sobre as inteligências múltiplas), certa vez disse que se um indivíduo nascesse sem grande potencial para desenvolvimento nas áreas do pensamento espacial e do raciocínio lógico, poderia treinar diariamente ao longo de anos (podendo se transformar em um bom jogador) que jamais se tornaria um Pelé. Justificou seu pensamento apontando que pessoas excepcionalmente talentosas já nasceriam com características e capacidades potenciais.
 
Pois bem, a metáfora do balde diz que todos nós seres humanos, quando nascemos, somos como um balde vazio pronto para ser preenchido (mas em vez de água, conhecimentos e saberes). Segundo ela (a metáfora), alguns de nós teríamos baldes maiores do que outros, e portanto mais capacidade de comportar aprendizados.
 
Pensamentos postos à mesa, é evidente que seduzidos pela beleza dos argumentos de Gardner e da “metáfora do balde” tendemos a concordar de pronto em “gênero, número e grau” com seus apontamentos. E aí, quando o foco é futebol, reforçamos a idéia de que as equipes precisam investir na captação de jogadores, detectando potenciais talentos para se conseguir novos grandes “craques” (Patos, Robinhos, Kakás, Ronaldinhos,…, Pelés!?).
 
O processo funciona quase como uma “garimpagem” em que grande parte da energia é voltada para o “encontrar a pepita de ouro”. Mas será que reforçar essa idéia é o melhor caminho? Será que o investimento na captação de atletas, procurando talentos no nosso gigante Brasil, apoiado na “metáfora do balde” ou das inteligências múltiplas de Gardner é a mais coerente de todas as idéias?
 
Bom, começando por Gardner, creio que é de se destacar que ele trata “a inteligência” por “as inteligências”. Apoiando-me nas idéias do renomado professor João Batista Freire e do pesquisador Adonis Marcos Lisboa, aponto o fato de que o cientista de Harvard, mesmo admitindo que “as inteligências” geralmente funcionam em conjunto umas em relação às outras (porém, considerando que os processos psicológicos possam ter relativa independência entre si), as trata como circunscritas.
 
Se considerarmos a inteligência como a capacidade de resolver problemas, tratá-la como circunscrita (e no caso de Gardner, “circunscritas”) é frágil por não considerar a complexidade das situações-problema e as possibilidades de respostas desencadeadas por essa complexidade.
 
E aí reproduzo um escrito do pensador francês Edgar Morin de que “a pretensão de tratar a inteligência como objeto reduzível aos seus constituintes é pouco inteligente… A arte da inteligência é também saber escolher inteligentemente os meios inteligentes para tratar especificamente uma dada situação”.
 
Responder com boas soluções a dadas situações significa considerar que a inteligência é circunstancial, ou seja, ela se manifestará de forma específica de acordo com cada contexto (situação-problema).
 
Daí talvez a “metáfora do balde” precise ser repensada, porque não é possível conceber que o potencial de supostos “talentos” esteja no “tamanho dos seus baldes” (mas sim a que tempo são enchidos e com qual variedade de conteúdos isso acontece).
 
Então, em vez do raciocínio do que é natural ou do que é “aquisição condicionada de comportamento”, precisamos compreender que a inteligência é móvel, versátil, imprevisível e está vinculada às circunstâncias que desafiam sua manifestação.
 
Mas que relação tem isso com as questões táticas do jogo?
 
Pontualmente, poderia dizer que antes de mais nada é preciso observar a relação que se estabelece entre a cultura de captação de jogadores nas categorias de base, a “metáfora do balde” e a teoria das inteligências múltiplas.
 
Ao se acreditar que existem baldes maiores para serem enchidos e que existem talentos em potencial com algumas inteligências específicas “mais adiantadas”, haverá sempre uma busca constante a maior “pepita do garimpo”. Como a ênfase estará na garimpagem e não na “química” que transformaria os metais, sempre haverá (ainda que se lapide a pedra) pouca preocupação com o processo.
 
Em outras palavras, ao se preocupar com o tamanho do balde acaba-se por valorizar a quantidade do seu “volume cheio” em detrimento da qualidade e variedade do seu conteúdo.
 
E aí, em vez de jogadores versáteis, inteligentes, criativos, capazes de pensar sobre o jogo sem a tutela obrigatória do treinador, aptos quando profissionais a realizarem variações táticas que potencializem a performance individual e da equipe, teremos atletas com os “freios de mão puxados pelo sistema”.
 
Aí algumas dificuldades de comissões técnicas, representadas pela figura de treinadores limitados, ficam camufladas. Jogadores não estimulados a serem críticos, a não pensar e a não ler o jogo terão mais dificuldade de se “rebelar” (reclamar e cobrar) contra a incompetência dos seus “gerentes”.
 
Então, se é assim que fica mais fácil para quem comanda, é assim que está certo e deve continuar sendo (que vantagem teriam ao mudarem o processo?).
 
Ao se admitir que a inteligência é circunstancial, cria-se a possibilidade de olhar para os jogadores como homens com potencial para serem talentosos. A diferença é que nessa forma de olhar, investe-se na capacidade de encher o balde com variedade e qualidade de conteúdos (algo que depende bastante de quem o está enchendo) e não da crença de que existem tamanhos diferentes de baldes (algo que dependeria mais dos “potencias” do atleta).
 
O caso aqui não é negar que algumas pessoas sejam capazes de resolver melhor determinadas situações-problema do que outras. A questão é aqui é que não se deve atribuir tal “capacidade” ao talento potencial, mas sim ao tempo, à variedade e à qualidade do conteúdo que preencherá os “espaços do balde”.
 
Jamais teremos outro Pelé, é claro. É fato, ninguém jamais será igual a ninguém (ainda que se faça um clone, devemos considerar a complexidade da vida como algo inigualável!).
 
Freires, Morins, Piagets e Sérgios (do Manuel de Portugal) e outros tantos não mencionados nesse texto… Por acaso eles fazem GOL (perguntariam nossos representantes do senso comum boleirístico indignados com as reflexões desses pensadores)?
 
É aí que está.
 
Eles já fizeram, ganharam a partida, o jogo acabou e tem gente que ainda não percebeu.
 
E sinceramente, com relação ao balde; vamos chegar ao fim da vida e ele ainda não terá chegado a metade do seu volume…
 
EXTRA: Uma história que aconteceu em nosso futebol de base…
 
Em um jogo amistoso,
o treinador das categorias de base (de um time profissional) chama um de seus jogadores próximo à lateral do campo e pede para que ele organize a equipe para jogar em um 4-4-2 em linha (forma de jogar que vinha treinando, mas ainda não realizando em jogos – a partida estava 3 a 0 e aquele era um momento aparentemente propício para tal “exercício”).
 
O diálogo:
 
– “Fulano”, organize a equipe para jogar no 4-4-2 em linha por zona pra mim. (o treinador)
 
– Professor, a gente não pode ficar mais um pouco no 3-5-2 marcando pressão? A marcação ta encaixando. Acho que dá para fazer mais gols. (o jogador)
 
– Beleza. Então mais dez minutos no 3-5-2. Daí eu aviso para mudar, ok? (o treinador)
 
– Ok… (o jogador)
 
No banco de reservas, o massagista faz uma cara de reprovação ao diálogo.
 
O jogo termina e a equipe vence por seis a um.
 
Quando voltam ao clube, cochichos e bochichos.
 
O boato: o treinador não tem comando. “Onde já se viu; deixar o atleta jogar do jeito que quer”?

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Mudar para quê?

Vanderlei Luxemburgo foi contratado com toda a pompa pelo Palmeiras no final do ano passado. Com direito a espaço para apresentação em meio a anúncios de nova arena e novo patrocinador, vitais para a saúde financeira alviverde.
 
Nove rodadas do Campeonato Paulista já se passaram e Luxemburgo ainda não mostrou o resultado imediato que se esperava dele. O time muito contratou (reforçou-se em posições carentes da temporada passada), mas pouco produziu até agora.
 
Mas a culpa é de quem?
 
Primeiro, de quem tenta achar um culpado. Depois, de quem insiste em passar a borracha e mudar tudo de um ano para outro esperando uma resposta imediata.
 
O Corinthians reformulou seu time, destroçado pelo rebaixamento. Contratou em demasia, dispensou também. Fez o certo, porque a prioridade é encontrar o pé a partir de maio, quando começa a Série B. Nem tão dura quanto foi no passado, mas que carrega o peso da obrigação da vitória ao aflito coração alvinegro.
 
O Palmeiras, já citado acima, tenta se encontrar após jogar fora toda a base otimamente armada por Caio Jr. e pouco aproveitada por Luxemburgo, como começa a ser cada vez mais de costume (incrível a insistência que ele tem em ressaltar as suas conquistas e dizer que os grupos foram montados sempre por ele).
 
Tanto é um costume que o Santos pegou, como bem disse Juca Kfouri, uma terra arrasada pelo Furacão Vanderlei, tão letal quanto um Katrina. Da base que existia, quem sobrou faz cara de que não gostou. E a pressão da tabela de classificação coloca o Peixe numa fria muito parecida com a do sombrio ano de 2001. E olha que é ano de Libertadores!
 
E o São Paulo? Pois é. Saíram Breno e Souza. Chegaram Joílson, Juninho, Fábio Santos, Carlos Alberto e Adriano. Peças para repor o time montado desde 2005. Ano em que foi campeão da Libertadores e do mundo. E que desde então é campeão ano sim, ano sim.
 
O São Paulo é o único que está próximo da zona de classificação no Paulista, mesmo jogando com a cabeça na Libertadores e esfacelado por convocações à seleção e contusões acidentais como a de Juninho. É o único dos quatro grandes que não tem obrigação de vencer. É o único que vence. E, também, o único que não muda tanto de um ano para outro. Por isso mesmo segue bem.
 
É só não inventar. E não ter ânsia para mudar.
 
Onde estaria o Palmeiras hoje com Caio Jr. à frente do time? Provavelmente mais à frente na tabela…
 

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A tática através da repetição

Dias desses um dos nossos grandes treinadores brasileiros disse que sua equipe necessitava realizar grande número de repetições a respeito de uma tarefa para que seus jogadores finalmente (realmente e definitivamente) pudessem compreender melhor o jogo, criando maior número de situações favoráveis e oportunas para a equipe durante as partidas.

Talvez o grande dilema dos treinadores nos esportes coletivos esteja fincado na dificuldade de, ao compreender com excelência o jogo (suas táticas, estratégias e dinâmicas), ser capaz de ensinar aos seus atletas e equipe como ler e entender o jogo (ou ao menos a sua maneira de enxergá-lo).

Alguma dificuldade sempre existirá quando o objetivo for ensinar. Maior ainda ela será, quando o objetivo for “ensinar a aprender” (mas isso é uma outra discussão). Porém especificamente no caso do futebol o maior de todos os problemas está fincado na incapacidade dos treinadores em gerenciarem sua principal missão: saber e conhecer como ensinar.

É óbvio que estamos partindo da premissa de que eles (os treinadores) tenham um bom entendimento sobre o jogo e seus conteúdos, e que portanto tenham o que ensinar aos seus atletas.

Taticamente, o jogo precisa ser quase que “sobrenaturalmente” dialogado o tempo todo entre os jogadores. A cada mudança na posição da bola, deste ou daquele adversário, a cada ação e distribuição geométrica da equipe, enfim a cada problema que surge nas dinâmicas do jogo é necessária uma resposta rápida, pontual e eficaz. E como estamos falando de futebol, é impossível que uma resposta “rápida, pontual e eficaz” seja dada individualmente de forma isolada.

A ação de cada um no campo de jogo está ligada a ação de todos os outros, a todo tempo o tempo todo. Então qualquer intervenção aparentemente isolada de um atleta alterará a dinâmica de toda a sua equipe e conseqüentemente do adversário, de maneira sistêmica.

 Isso quer dizer que se em uma equipe todos os atletas não estiverem “sintonizados na mesma freqüência”, lendo o mesmo jogo, com ações que se completam em torno da mesma dinâmica, será quase impossível criar situações reais de gol (que não sejam anárquicas), de controle de jogo e de solidez defensiva (dentre tantas outras) que garantam uma equipe organizada e competitiva.

A grande questão aqui é: seria a repetição sistemática de uma seqüência de ações, com objetivo de automatizar dinâmicas, a melhor forma para “exercitar” a compreensão sobre o jogo, a criatividade e a capacidade de resolver situações-problema?

Certamente, muitos de nós (incluindo treinadores, especialistas, jogadores, dirigentes, etc.) acreditamos que o segredo da excelência está atrelado a repetição exaustiva de ações para que, sem que seja necessário “pensar”, o sujeito (o atleta) possa responder prontamente às necessidades apontadas pelo jogo.

Um dos maiores equívocos que cercam os defensores do “automatizar sim, pensar não” é de que ao se apropriar de um automatismo qualquer acaba-se por condicionar respostas sempre iguais (imaginado problemas sempre iguais). Aí, uma pequena alteração no problema, acaba através do “automatismo impensado” gerando respostas “ansiosamente” erradas.

Em outras palavras, condicionar uma equipe a responder sempre de mesmo jeito é o mesmo que considerar que os problemas serão sempre os mesmos.

O futebol é imprevisível e o número de situações que podem ocorrer são aleatoriamente infindáveis. Então é no mínimo improvável (para não dizer “burro”) acreditar que automatismos podem preparar para o jogo.

Ao invés de se buscar o “não pensar” dever-se-ia buscar o “pensar mais rápido possível”; ou seja, ao invés de soluções condicionadas, respostas dadas após percepção e análise do problema em altíssima velocidade.

A diferença básica e primordial entre automatizar e pensar rápido (fazendo uma analogia) é que o automatismo mecanizado configura ações típicas do meu programa de edição de textos, que sempre ao detectar uma palavra “estrangeira” no seu texto português, acredita (sem exceções) que ela tem a ortografia errada. Como está condicionado, programado para isso, “tem dificuldades” para entender quando deve considerar a palavra como parte do texto ou como erro de digitação.

Parece-me então que muitas vezes nosso talentosos jogadores são “programados” para o jogo, para exercer tarefas como as que realiza o meu programa de edição de textos.

Sei que intuitivamente alguns de nossos treinadores até acabam por exercer sua básica e primeira função com grandeza. Sei também que alguns poucos a exercem com conhecimento de causa e excelência. Mas por que não facilitar as coisas? Por que não otimizar o tão reclamado e necessitado tempo de treino, de forma mais útil e eficaz (através do conhecimento)?

Afinal de contas somos seres humanos que nos vangloriamos da nossa inteligência “superior” e nossa capacidade de pensar e planejar. Então porque não estimulamos nossos atletas e equipes a pensar, ao invés de tratá-los como computadores programáveis e descartáveis? (ou então, ao invés de pensar nisso tudo, podemos continuar afinados com o senso comum e a sua mais nova edição da “bíblia daqueles que tem preguiça de pensar”)

E POR FALAR EM SENSO COMUM:

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Nova polêmica no futebol carioca

De acordo com a mídia esportiva carioca, o Rio de Janeiro vive uma nova polêmica em seu futebol. Mais uma vez, a figura principal nesse caso é o folclórico dirigente do Vasco da Gama, Eurico Miranda.
 
Trata-se da questão envolvendo o jogador Conca, contratado pelo Fluminense para a temporada de 2008 e que, segundo Miranda, estaria atuando de forma irregular por não ter retornado à Argentina e, consequentemente, não ter renovado propriamente seu visto de trabalho.
 
Para situar o nosso leitor da Universidade do Futebol, é comum em casos de renovação de visto de trabalho na transferência de um atleta estrangeiro de um clube ao outro no Brasil, que o atleta retorne ao seu país nesse ínterim.
 
O tema envolvendo a concessão de visto de trabalho a jogadores de futebol estrangeiro no Brasil, que antes era tratado dentre os casos gerais de concessão de visto, foi regulamentado de forma específica pelo Conselho Nacional de Imigração do Ministério do Trabalho recentemente.
 
De acordo com a Resolução Normativa n 76, de 3 de maio de 2007, um dos requisitos para que o Ministério do Trabalho conceda o visto de trabalho ao atleta profissional de futebol é que haja o compromisso de repatriação do jogador chamado, bem como de seus dependentes, ao final de sua estada.
 
Pois bem. Após tal legislação, a questão passa a ser interpretativa. O que devemos considerar como “final da estada” do empregado, ou, nesse caso, do jogador? A estada poderia ser tanto cada um dos trabalhos no país, como também o período integral que ele aqui permanecer, após todas as transferências de clube para clube.
 
A tendência é sempre pela flexibilização de normas que visem apenas burocratizar situações corriqueiras. Em outras palavras, em nossa opinião, a exigência de que, a cada transferência o jogador retorne ao seu país, para novo ingresso no Brasil, não faz sentido do ponto de vista prático (mesmo porque esse trânsito pode ser conduzido perfeitamente através de atividades consulares em conjunto com o CNIg).
 
Nos países integrantes do Mercosul, essa exigência teria ainda menos sentido.
 
A flexibilização aqui proposta já teve início por conta dos Jogos Panamericanos, em que o Ministério do Trabalho relativizou a concessão de vistos de trabalho e a sua renovação a atletas participantes daquela competição.
 
Retornando ao caso do argentino Conca, sabemos que a polêmica patrocinada por Eurico Miranda também tem outra motivação, uma vez que o Vasco alega ainda ter algumas pendências a resolver com relação à sua liberação.
 
De toda forma, a polêmica é simples de ser resolvida. Basta que seja verificado o visto de trabalho do jogador, para saber se as exigências impostas pelo Conselho Nacional de Imigração foram cumpridas pelo Fluminense (que podem variar conforme a situação específica do jogador).

A questão objetiva de que o jogador teria que retornar ao seu país, por si só, não é relevante, caso essa não tenha sido um dos requisitos impostos a ele pelas autoridades competentes.
 
Mas essa verificação caberia apenas a uma fiscalização por parte das autoridades brasileiras, tal qual deveria ser feita com todos os demais trabalhadores estrangeiros atuando no nosso Brasil.
 

Para interagir com o autor: megale@universidadedofutebol.com.br

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Tudo muda o tempo todo

Acho que eu já disse mais de uma vez aqui que a indústria do futebol como conhecemos poderia mudar. Disse isso com o caso do Charleroi, com a eleição do Platini, com o discurso do 6+5 do Blatter, com o manual de licenciamento da Uefa, com a proposta de compra do Liverpool pelos seus torcedores, e uma imensidão de outras vezes. Nenhuma delas, porém, deve ter tamanha importância no contexto da indústria do que o caso que eu vou te contar agora.
 
Ok, o 6+5 do Blatter foi aprovado pela Comissão de Futebol da Fifa e deve ter algumas repercussões positivas e negativas, mas ainda há de ser aprovado em outros níveis para começar a valer. O caso que já foi aprovado pelo CAS, o tribunal arbitral do esporte, e que deve causar uma revolução no mercado foi o Caso Webster, um caso que só pode ser comparado em importância com o Caso Bosman, que aconteceu mais de uma década atrás.
 
Resumidamente, o defensor escocês Andrew Neil Webster mudou de clube, do Hearts da Escócia para o Wigan da Inglaterra. O Hearts queria receber o valor da rescisão do contrato, que estava estipulada em 4,6 milhões de libras. O Wigan disse que não ia pagar a rescisão, coisa que o CAS deu razão ao clube, porque ano passado a Fifa resolveu fazer um carinho na Comissão Européia e aprovou um compromisso, conhecido como Regulamento 17, que dizia que um jogador pode se transferir de clube ao pagar o montante restante de salários quando faltarem dois anos para vencer o seu contrato, mediante a um aviso prévio de 15 dias no fim da temporada. Com isso, ao invés dos 4,6 milhões de libras, o Wigan vai pagar ao Hearts apenas 150 mil libras, um trigésimo do valor requisitado.
 
Com esse precedente, clubes perdem ainda mais poder de retenção do contrato de jogadores. A idéia por trás disso é adequar a condição trabalhista de um jogador de futebol à condição de um outro trabalhador comum. Segue, portanto, a tendência já demonstrada pelo caso Bosman de dar mais poder ao jogador do que ao clube, além – é claro – de minar ainda mais o mercado de transferências. Em uma projeção feita pelo jornal inglês The Independent, grandes estrelas do futebol inglês, como Cristiano Ronaldo e Cesc Fabregas, poderão se transferir em 2010 por apenas 12 milhões de libras, o mesmo valor pago pelo Middlesbrough por Afonso Alves.
 
Com a indústria do futebol dando uma importância cada vez maior para o mercado de transferências, é certo que essa medida vai mudar as coisas um tanto. Os salários dos principais jogadores devem ficar cada vez maiores, o valor de transferência potencialmente menor e os contratos sendo renovados com mais freqüência.
 
Com menores valores de transferência, menos investidores terão interesse em participar dos direitos econômicos de atletas, o que pode eventualmente minar uma potencial fonte de receita de clubes brasileiros. Com isso, clubes formadores devem ter seu percentual de receita reduzido, o que pode acabar com uma série de projetos que estão sendo desenvolvidos atualmente no Brasil.
 
Ainda é muito cedo para dizer ao certo quais serão as conseqüências do Caso Webster para a indústria do futebol brasileiro e mundial. Mas que vai mudar, agora vai.
 

Para interagir com o autor: oliver@universidadedofutebol.com.br

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Muda o canal!

“O time não jogou bem”. “Não conseguimos fazer o que o treinador pediu”. “Faltou planejamento para a temporada”. “Cheguei para somar a uma grande equipe”. Se você acha que apenas o futebol brasileiro tem de conviver com esses jargões que falam tudo e não dizem nada, fique tranqüilo.
 
A praga das entrevistas evasivas não respeita nem mesmo os Estados Unidos, em que o desenvolvimento do esporte como negócio é tamanho que o país é tido como o exemplo a ser seguido no mundo todo.
 
Nos EUA, a gestão de carreira de atletas é tão evoluída a ponto de Hollywood usá-la como tema central em filmes. Mas, mesmo assim, quando a câmera acende e o microfone é ligado, tudo se parece tal como cá.
 
Estive na última semana numa viagem para Portland, cidade que abriga a sede da Nike, a toda-poderosa fabricante de material esportivo. Mais impressionante do que a enorme distância que separa o Brasil dessa cidade no estado de Oregon foi constatar a mesmice da cobertura esportiva na TV.
 
Sim, o astro do time de basquete diz o mesmo que o Finazzi depois do jogo do Corinthians. E o comentarista na TV fala as mesmas abobrinhas que o colega tupiniquim. O árbitro errou ou acertou, se aquela bola tivesse entrado, se no início da temporada o presidente do clube estivesse atento ao planejamento, se todos não fossem tão amadores…
 
Enfim, nada muda. A não ser a bola. Ela deixa de ser redonda e se torna oval.
 
Na semana do Superbowl, a superfinal do futebol americano, os jornais mal falam de outra coisa, a TV parece que não tem tempo de pensar em outro esporte…
 
E, tal como cá, a overdose de informação leva à bestificação coletiva. Nos EUA a mesa-redonda não é uma regra. Mas a fórmula “apresentador-comentarista”, tão decantada pela ESPN aqui no Brasil, parece ser a via de regra na terra do Tio Sam. Nem mesmo o calhamaço de estatísticas sobre atletas consegue fazer a discussão mais interessante.
 
Antes do Superbowl, a dúvida em todo o território americano era sobre Tom Brady. Será que o bonitão craque do New England Patriots e namorado da Gisele Bündchen, não necessariamente nessa ordem, estaria apto para disputar a decisão contra o surpreendente Giants e assegurar a inédita conquista invicta?
 
De fato ninguém sabia, mas todos se deliciavam em comentar sobre isso. Aliás, gostavam tanto que a decisão foi a mesma de todos os domingos à noite: desligar a televisão.
 

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br

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Ganhar o jogo ou jogar bem?

O que significa jogar bem?
 
Muitos de nós, acostumados com os “jargões do futebol” responderia que jogar bem significa “jogar bonito”, “dar espetáculo”.

Rotineiramente é possível que nos deparemos com discussões em torno do tema. Seja para defender o “futebol espetáculo”, seja para alardear que o importante é ganhar o jogo e não jogar bonito, é comum que tais discussões sirvam de “camuflagem” para direcionar ou justificar direções tomadas que levaram a esse ou a aquele resultado em um jogo.

Tradicionalmente tomamos como sinônimo o “BEM” do jogar, com o “ESPETÁCULO” do futebol.

Façamos algumas reflexões.

Toda vez que é enunciada a palavra jogo, é comum que nosso pensamento seja remetido aos “jogos” que são assim chamados, porque assim popularmente são conhecidos. Sem que nos aprofundemos no tema, destaco que existem na Ciência áreas que estudam o “Jogo” como elemento complexo de um “complexo sistema” – transcendendo aquilo que é comumente tido ou conhecido como jogo.

O jogo, por ser jogo, é imprevisível. Ele possui uma lógica interna que lhe diz respeito. Dominar a lógica do jogo é um passo adiante no caminho da compreensão das variáveis que o envolvem.

Porém, temos aí um grande paradoxo, que repercute diretamente nas táticas e estratégias empregadas em partidas de futebol. Se dominar a lógica do jogo significa conhecer e dominar mais (e melhor) as variáveis do jogo, então quanto mais próximo do domínio de sua lógica e de suas variáveis, mais “previsível” estaria se tornando o próprio jogo. Como ele (o jogo) é imprevisível, aproximar-se da previsibilidade representaria distanciar-se do jogo.

Se as coisas fossem exatamente assim, transferindo ao futebol, seria como, se dominar as variáveis do jogo garantisse sempre a vitória, de tal forma que os resultados das partidas fossem “previsíveis” ao seu início.

Obviamente, o futebol é um jogo de grande complexidade e enorme número de variáveis interferentes. Buscar entender e dominar a lógica neste caso significa tentar controlar o maior número de variáveis possível (e controlar o maior número de variáveis possível não significa garantir a vitória no jogo).

A imprevisibilidade está no jogo. Portanto buscar a previsibilidade deve ser uma forma de torná-lo menos imprevisível, e não mais previsível.

Como o jogo não vai deixar de ser jogo, haverá sempre algo imponderável que garanta sua identidade. Então, no paradoxo que fora apontado anteriormente o erro está em acreditar que o domínio das variáveis e lógica do jogo o tornará previsível. Dominar as variáveis e lógica do jogo significa compreender a imprevisibilidade como elemento inerente ao jogo.

E aí, volto à questão inicial desse texto: o que significa jogar bem?

Diferente do que comumente se aponta, o significado do “jogar bem” deveria estar associado ao domínio das variáveis do jogo. Em outras palavras, o bom jogador é aquele que compreende o jogo, interage bem com ele, e assim joga bem.

Jogar bem, não é jogar bonito (ainda que uma coisa não elimine a outra). Jogar bem é dominar e compreender bem a lógica e as variáveis do jogo; e no caso de uma equipe de futebol isso deve ser ampliado ao contexto da equipe e não somente do jogador de forma individual.

No futebol, ter domínio sobre a lógica do jogo transcende o “eu jogador” e mergulha no “nós jogadores-equipe”.

Então, nessa perspectiva sobre o jogar bem, o grande apontamento é que “jogar bem não garantirá a vitória no jogo, porém maximizará as chances para que isso aconteça”.

Portanto, a antena dos treinadores e especialistas do futebol deve estar ligada e atenta a isso. Com raras exceções, é comum treinos técnico-táticos-físicos que caminham na direção errada. Ao invés de se buscar diminuir a imprevisibilidade, busca-se tornar o jogo previsível. Ao invés de se preparar atletas para entender o jogo, busca-se “programar” homens-máquinas (tutelados como sempre e cerceados do direito-dever de pensar).

E aí meus amigos, o de sempre. Alguns vão continuar perdendo sem saber porque perdem, fazendo “gambiarras” na direção errada. Outros vão continuar ganhando também sem saber porque (e quando perderem não saberão o que fazer).

Certo mesmo é que todos vão ter que abrir os olhos para perceber que alguns poucos ganham sempre. E que continuar acreditando que isso é sorte, é o mesmo que ficar sentado na poltrona da sala contando as horas para “o mundo passar”.

DIAGNÓSTICO

E para aqueles que acreditam na sorte e precisam abrir o olho, abram rápido para o trabalho realizado nas categorias de base do Figueirense.

Observando a média distância a equipe sub-17 e de longe a equipe que disputou a Copa São Paulo Jr em 2008 não tenho dúvidas: o trabalho que lá vem sendo realizado é diferenciado. E não se trata aqui apenas de títulos (isso é conseqüência). Falo aqui de observações e condutas em jogos (de jogadores e comissão técnica), e de comportamentos e estratégias (enfim, planejamento!).

Parabéns ao Figueirense.

E para aqueles que estão começando a abrir os olhos: olho no SUB-17 deles…

Para interagir com o autor: rodrigo@universidadedofutebol.com.br

 
Leia também:
 

Entrevista com João Batista “Abelha”, superintendente técnico das categorias de base do Figueirense

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Fim da janela de transferências internacionais

Caros leitores,
 
Ontem encerrou mais uma janela de transferências de jogadores na Europa, e em vários outros países de outros continentes. Para o mercado brasileiro, náo foi uma janela muito movimentada.
 
Alguns nomes esperados, como o atacante Josiel, artilheiro do Campeonato Brasileiro, e Breno, zagueiro revelação da competição, deram adeus à nossa liga doméstica. Outras tantas promessas e nomes certos a serem transferidos, no entanto, permaneceram, tais como o meia Valdívia, do Palmeiras.
 
Na realidade, e como todos nós sabemos, a janela mais importante é a do meio do ano, em que os clubes europeus procuram reorganizar suas equipes findas as suas temporadas.
 
Do ponto de vista legal, ou, ao menos, regulatório, é importante mencionar que essa janela foi criada para proteger os clubes dos assédios a jogadores que clubes e empresários faziam ao longo das temporadas.
 
Impondo essas duas janelas por ano para cada federação nacional, a Fifa consegue evitar que times sejam prejudicados com transferências indesejadas e não planejadas.
 
Por outro lado, a contratação de jogadores não fica absolutamente impedida pelos clubes ao longo da temporada.

De acordo com os regulamentos da Fifa, jogadores livres (em outras palavras, jogadores que tiveram seus contratos de trabalho expirados e não renovados com seus clubes) podem ser contratados fora das janelas.
 
O mesmo acontece com aqueles jogadores que tiveram seus contratos rescindidos por acordo de ambas as partes durante o período da janela. Para esses casos, a Fifa considera tais atletas jogadores passíveis de assinarem contratos de trabalho durante a temporada.
 
A única precaução, para essas exceções, é que os clubes deverão observar os regulamentos das competições que disputam, de modo a ponderar uma contratação no curso da competição. Muitas vezes tais regulamentos vedam a inclusão de novos jogadores, ainda que permitida sua contratação pela Fifa.
 
Enfim, agora vamos acompanhar a evolução de nossos jogadores no exterior, e desejar sucesso a eles. Afinal de contas, somos os melhores do mundo e temos mostrado isso com o sucesso de nossos atletas.
 
E somos melhores do mundo também em carnaval.
 
Bom feriado a todos.
 

Para interagir com o autor: megale@universidadedofutebol.com.br