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Universidade da Experiência

Ela existe, sim, com esse mesmo e apropriado nome.

Criada em Curitiba como um centro aberto, sem formalismos acadêmicos, por executivos e, principalmente, ex-executivos, para estimular as trocas e as discussões entre pessoas de diferentes áreas de especialidade e de níveis de experiência, visando o desenvolvimento de pessoas e organizações.

Já chamam a atenção algumas das frases soltas no site oficial (www.uexp.com.br), como "sem ética, sucesso não é nada", "o que nós, coletivamente, somos capazes de criar?", "Num sentido mais amplo e profundo, nós da Uexp, acreditamos que não há pessoas comuns e que resultados extraordinários surgem quando libertamos a genialidade que existe em cada uma delas".

Tem como essência "contribuir no desenvolvimento de uma nova geração de líderes, empreendedores e inovadores sociais, que buscam usar o talento e a energia propulsora em prol de trabalhos e negócios construtivos, movidos a um senso de propósito, metas e valores mais profundos".

Oferece alguns cursos de formação de futuros líderes, desenvolvimento de gestores, design de soluções e formação de facilitadores.

E uma das coisas muito interessantes é como se estrutura a chamada Rede de Valor da UExp: Convidados de Valor; Parceiros de Valor e Organizações de Valor.

No primeiro caso, são grandes profissionais dispostos a compartilhar seu conhecimento e experiência em encontros regulares promovidos pela universidade.

Já os parceiros de valor são consultores, professores e profissionais convocados para auxiliar nos processos de desenvolvimento oferecidos pelos cursos.

Por fim, as organizações de valor são entidades públicas, privadas e da sociedade civil que endossam as práticas da universidade, ao mesmo tempo em que a apoiam.

No nosso terreiro, o futebol, isso também já existia há tempo: a Universidade do Futebol.

Não foi fácil ter a visão de vanguarda para o mestre Medina; formar e manter um time de colunistas; promover a produção intelectual; estruturar TI e serviços correlatos; equipe de trabalho nos bastidores, que faz a roda girar muito bem, liderada pelo Tega.

Mas, principalmente, o mais difícil foi, sem dúvida, fazer crescer o projeto da Universidade do Futebol, antes confinado aos muros da "Cidade do Futebol", cuja credibilidade, hoje, é internacionalmente notada.

Espero que a resistência ainda presente no futebol, quando se fala de inovação, seja cada vez menor, como costuma ser no meio corporativo, e que esse esporte se utilize do altíssimo grau de conhecimento, sempre ao alcance dos profissionais em toda a plataforma da UdoF com as portas abertas ao desenvolvimento.

Muita gente de fora da órbita do futebol também pode transformar conhecimento em sabedoria.

Não à toa, palestras de grandes protagonistas desse esporte em empresas e corporações são muito concorridas.

Compartilhar experiências é um ótimo meio de desenvolvimento de pessoas e instituições.

Não será diferente no futebol. E, na Universidade do Futebol, essa postura não falta a ninguém.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br

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Combinação dos métodos de treino: necessidade ou dificuldade para planejá-los? – parte I

Caros leitores,

estamos em meio às festas de final de ano, porém, ainda assim, muitos dedicam algum tempo para a capacitação profissional. Neste concorrido mercado, qualquer aprendizagem que proporcione conhecimento geral ou específico da modalidade pode ser um diferencial tanto para criar treinos (e equipes) melhores que seus adversários, como para buscar vantagem competitiva, imprescindível, nas disputas por algumas vagas que surgem no início da temporada.

Desta forma, estudar, ler, pesquisar, praticar, discutir e refletir, devem ser ações constantes para conseguirmos a melhor atuação profissional possível.

Nesta tentativa, uma dúvida recorrente acomete inúmeros profissionais do futebol: qual(is) deve(m) ser o(s) método(s) utilizado(s) na preparação dos jogadores e equipe?

O método analítico divide o futebol em suas quatro vertentes e preconiza o treinamento de cada uma delas separadamente. Para melhorar a capacidade física, treinos físicos diversos são realizados. Desde os treinos ultrapassados, como treinamentos contínuos e intervalados aeróbios até aos mais atualizados, como os treinos de resistência de sprint e de potência. Já para a vertente técnica, a repetição dos gestos técnicos perfeitos é estimulada em treinos de finalização, cruzamentos, passes ou quaisquer outros fundamentos de acordo com o interesse da comissão técnica. Para o aprimoramento da parte tática do jogo, combinação de jogadas sem adversários são realizadas por repetidas vezes para que, no jogo, aconteçam conforme o que foi treinado.

Já no método integrado, existe a junção na mesma atividade de treino, de duas ou mais vertentes da modalidade com o objetivo de aperfeiçoá-las simultaneamente. Sendo assim, surgem os denominados treinos físico-técnicos, técnico-táticos, ou até, os físico-tático-técnicos. Como exemplo da primeira combinação, um circuito com bola em que após acelerações e coordenativos diversos o atleta realiza um gesto-técnico do jogo. Exemplificando um treino técnico-tático, o tradicional “futebol alemão” em que o treinador divide seu grupo em três equipes e enquanto uma equipe ataca o gol oficial, a outra deve passar o meio-campo com a bola dominada para garantir o direito de atacar (o gol oficial) e a última aguarda uma das definições anteriores para entrar no jogo.

Nestas atividades, os treinadores trabalham posse de bola, finalização, saída rápida, marcação, enfim, elementos técnico-táticos do futebol sem um controle mais aprofundado da carga de treino (que não é só física).

E na última combinação, encontram-se os jogos reduzidos. Muitas vezes conduzidos pelos preparadores físicos, surgiram para trabalhar a parte física em forma de jogo. A melhoria da parte física, então, é o grande objetivo da sessão que passa a ter a bola para ser mais motivador e próximo do jogo de futebol (com seus elementos técnico-táticos). Um quadrado em que dois jogadores disputam a posse de bola por cerca de três minutos contra outros dois jogadores, podendo utilizar os apoios que estão em cada um dos lados do quadrado, é um exemplo de um jogo reduzido para a melhoria da resistência anaeróbia.

O método sistêmico não separa a sessão de treino nas vertentes do jogo. Então, toda e qualquer atividade é sempre física-técnica-tática-emocional. Logo, toda atividade é jogo. Para exemplificar, um jogo em 2/3 do campo em que duas equipes com nove jogadores cada se enfrentam em dois tempos de vinte minutos com as seguintes regras: atrás do meio campo cada jogador só pode dar dois toques e fazer passes somente para frente; no campo de ataque, cinco passes equivalem a 1 ponto, sendo que até a zona de risco não pode devolver o passe para o jogador anterior que o executou, caso contrário, zera-se a contagem; gol equivale a 3 pontos; cinco passes mais o gol equivalem a 7 pontos; só valerão gols com a equipe toda posicionada no campo de ataque e com o goleiro fora da área.

Neste jogo, busca-se atender demandas físicas-técnicas-táticas-emocionais específicas, que resultem em comportamentos individuais e coletivos relativos a uma maior inteligência de jogo.

Como o método sistêmico é o mais específico, pois mantém o jogo como essência da sua aplicação, defende-se uma ampla utilização do mesmo ao longo de um microciclo de treinamento. É comum pela comissão técnica, na maioria das vezes, recorrerem a outros métodos não pela real necessidade, mas sim pela dificuldade em elaborar exercícios complexos que, como afirma Rodrigo Leitão, sejam físicos-técnicos-táticos-mentais durante todo o tempo, o tempo todo.

Uma vez que o objetivo do portal nunca será trazer verdades absolutas e para colocarmos em prática um dos parágrafos iniciais do texto, que defende os estudos, as leituras, as pesquisas e as discussões, a primeira parte da coluna será finalizada propondo um ambiente de discussão: aguardarei em meu e-mail informações de treinadores e assistentes sobre quais são os métodos que utilizam para elaborar suas programações semanais e os porquês de se fazer de tal forma.

A ideia é termos um espaço para troca de informações e construção de conhecimento.

Desejo a todos um ótimo final de ano, boas festas, muitas alegrias e, é claro, bons estudos.

Abraços e até 2013!
 

Para interagir com o autor: eduardo@universidadedofutebol.com.br

 

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A CPI do Futebol

O ex-jogador de futebol e agora deputado federal Romário (PSB-RJ) pretende instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a gestão de Ricardo Teixeira à frente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), e, para tanto, o parlamentar conseguiu obter 184 assinaturas, 13 a mais do que o número mínimo necessário, para que o seu desejo possa ser realizado. Dessa forma, ele protocolou o requerimento na Mesa Diretora da Câmara para criação da CPI.

Entretanto, por uma questão regimental, a instalação da CPI ainda não está garantida, pois o regimento da Câmara só permite a realização de no máximo cinco CPIs ao mesmo tempo e há outros nove pedidos na fila na frente do requerimento apresentado por Romário.

A opção seria “furar a fila”, mas, seria necessário que o requerimento fosse aprovado por meio de projeto de resolução, no Plenário da Câmara.

O pedido do ex-jogador cita diversas reportagens, que apontam supostas irregularidades em um contrato de patrocínio de R$ 7 milhões da TAM com a CBF, no salário recebido por Ricardo Teixeira mesmo depois de deixar a presidência da entidade e no contrato assinado para a realização de um amistoso entre Brasil e Portugal, entre outras suspeitas.

Além disso, Romário pretende que o vice-presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, seja ouvido pela Câmara por conta do seu suposto envolvimento numa investigação da Polícia Federal e ainda reclamou de supostas irregularidades no processo de sucessão de Teixeira, que colocou José Maria Marin na presidência da CBF.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) é uma investigação conduzida pelo Poder Legislativo e transforma a própria o Poder em comissão para ouvir depoimentos e tomar informações diretamente.

O pedido de instauração de uma CPI no Congresso pode ser feito por um terço dos Senadores ou um terço dos Deputados Federais. Recolhidas as assinaturas mínimas necessárias, o pedido de abertura com a discriminação dos fatos a serem apurados é apresentado à mesa diretora, que o lê em plenário. Além disso, é preciso que os partidos que têm representatividade na Casa indiquem os membros para a comissão, oportunidade em que é realizada a sua instalação efetiva.

Insta destacar que a CPI somente pode investigar fato de relevância pública. No caso em comento, a Lei Pelé, em seu artigo 46-A, I, estabelece:

Art. 46-A. As ligas desportivas, as entidades de administração de desporto e as de prática desportiva envolvidas em qualquer competição de atletas profissionais, independentemente da forma jurídica adotada, ficam obrigadas a: (Incluído pela Lei nº 10.672, de 2003)

I – elaborar suas demonstrações financeiras, separadamente por atividade econômica, de modo distinto das atividades recreativas e sociais, nos termos da lei e de acordo com os padrões e critérios estabelecidos pelo Conselho Federal de Contabilidade, e, após terem sido submetidas a auditoria independente, providenciar sua publicação, até o último dia útil do mês de abril do ano subsequente, por período não inferior a 3 (três) meses, em sítio eletrônico próprio e da respectiva entidade de administração ou liga desportiva; (Redação dada pela Lei nº 12.395, de 2011).
 

Doutro giro, assim dispõe o artigo 33, II do Estatuto do Torcedor:

 

Art. 33. Sem prejuízo do disposto nesta Lei, cada entidade de prática desportiva fará publicar documento que contemple as diretrizes básicas de seu relacionamento com os torcedores, disciplinando, obrigatoriamente: (Vigência)

II – mecanismos de transparência financeira da entidade, inclusive com disposições relativas à realização de auditorias independentes, observado o disposto no art. 46-A da Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998;
 

Portanto, a Legislação Brasileira inclui a transparência financeira das entidades do desporto como ponto relevante, razão pela qual, apesar de a CBF ser uma instituição privada, o Poder Público possui o direito de investigá-la, especialmente no momento em que se realizarão eventos desportivos relevantes financiados por dinheiro público.

Urge acrescer que para a Fifa e a Copa do Mundo, a transparência de sua filiada e organizadora do evento trará maios credibilidade ao evento, valorizando sua marca ante os patrocinadores.

Assim, espera-se que o requerimento do deputado Romário seja aprovado, inclusive como Resolução, a fim de que tenhamos uma análise das contas da CBF. Espera-se, ainda, que não haja qualquer problema nestas contas e que possamos dar ao mundo um grande exemplo de democracia, honestidade e civilidade.
 

Para interagir com o autor: gustavo@universidadedofutebol.com.br

 

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O atleta e a conquista da excelência pessoal – 5ª Parte, a confiança

Nesta coluna irei comentar sobre um dos elementos que penso ser extremamente importante na conquista da excelência: a confiança. Este é o quinto elemento da excelência e lembro que já falamos sobre a concentração, o comprometimento, o preparo mental e as visões e imagens positivas.

A confiança é um ingrediente especial para guiar a busca pela excelência. Ela cresce ou diminui dependendo da qualidade de seu preparo, da sua concentração e do quanto você acredita na sua capacidade. Na prática, sua confiança crescerá quando seu foco estiver centrado em confiar ou acreditar:

•Em seu próprio potencial;
•Em sua capacidade de superar obstáculos e alcançar seus objetivos;
•Em seu treinamento ou preparo mental;
•Em sua concentração;
•Em suas escolhas;
•No significado de sua missão;
•Naqueles com quem você trabalha.

Em geral, não começamos a busca pela excelência com total confiança em nós mesmos e em nossa capacidade de realizar o desejado. Esta é desenvolvida ao longo do tempo e obtendo prazer nas coisas que fazemos bem, reconhecendo nossas evoluções, aprendendo com nosso sucesso e com as nossas falhas, absorvendo a sabedoria de outros e descobrindo que a concentração nos liberta para realizar nosso melhor.

Quando você adquire a certeza em sua capacidade de realização e a concentração absoluta em seu desempenho, as portas do alto rendimento se abrem para você. É preciso ter muito cuidado com as distrações ou com os pensamentos negativos, pois eles fazem oscilar o seu desempenho e isso acontece não por uma falta de capacidade, mas sim pelo simples motivo das dúvidas interferirem diretamente na sua melhor concentração.

O único meio de elevar sua confiança é fortalecer sua concentração nas coisas certas a fazer. A confiança na concentração abre as portas para os níveis mais elevados de excelência e por sua vez os níveis mais altos de concentração abrem as portas para se ter uma maior confiança. Vejam algumas estratégias que podem ajudá-lo a fortalecer sua confiança:

•Lembre-se de que alguém acredita em você;
•Pense em aspectos positivos de sua capacidade;
•Pense em por que você pode alcançar seus objetivos;
•Escreva uma lista de razoes pelas quais você pode alcançar seus objetivos ou razoes para crer que você pode alcançá-los;
•Aja como que pode realizá-lo;
•Descubra as partes positivas de todas as suas experiências e desempenhos.

Ao ter a confiança e a concentração trabalhando juntas em seu benefício, a probabilidade de que você tenha um desempenho próximo ao seu potencial mais elevado aumenta consideravelmente. Esse dom surge quando você respeita a si mesmo, o seu melhor foco e liberta seu corpo e mente para suas realizações sem interferência. Fica o convite: conceda esse dom a você mesmo! Vale o sacrifício!

Vamos às reflexões sobre a confiança? Confira:

•Você acredita que pode conquistas seus sonhos e suas metas?
•Você busca razões para crer e se concentrar em por que você pode alcançar suas metas?
•Você conversa consigo mesmo de modo a se sentir com espírito positivo e confiante?
•Você confia em si mesmo, em seu preparo e em sua concentração?

Fechamos aqui o quinto elemento da jornada em direção a excelência: a confiança.

Até a próxima semana com o sexto elemento desta jornada!
 

Para interagir com o autor: gustavo.davila@universidadedofutebol.com.br

Leia mais:
O atleta e a conquista da excelência pessoal – a concentração
O atleta e a conquista da excelência pessoal – 2ª parte, o comprometimento
O atleta e a conquista da excelência pessoal – 3ª parte, o preparo mental
O atleta e a conquista da excelência pessoal – 4ª parte, visões e imagens positivas

 

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Novos tempos

Todo fechamento de ciclo, que pelos cálculos do nosso calendário cristão compreende o curso de 365 dias, enseja a mudança e a entrada de novos tempos, uma renovação de energias, novos planos e expectativa de dias melhores. Fazemos também uma retrospectiva daquilo que realizamos, acertamos e erramos, como forma de refletir sobre práticas e atitudes.

Para o futebol, assistimos a aplicação mínima de conceitos de gestão que culminaram com resultados esportivos importantes, como foi o caso do ano vivido pelo Corinthians. É verdade que nem tudo é perfeito, até porque as ciências humanas não são exatas.

Mesmo assim, o fato sinaliza que o caminho rumo à profissionalização é sem volta e, os que não a fazem, hão de ter resultados esparsos e momentos de penúria sistemática, como o vivenciado pelo Palmeiras em 2012.

É óbvio também que não podemos analisar a boa ou má gestão pela simples análise de títulos, conquistas ou rebaixamentos. Existem bons projetos, dentro do contexto e tamanho de cada clube, que merecem destaque, como a redenção de um Coritiba, que dentro de suas limitações vem conseguindo manter uma lógica de investimento na área técnica de maneira linear.

E os “novos tempos” para o futebol brasileiro começaram no mês de dezembro, com a inauguração de três grandes obras que hão de marcar uma nova forma de apresentar o espetáculo esportivo no país: a Arena do Grêmio em Porto Alegre, o Castelão em Fortaleza e o Mineirão em Belo Horizonte.

Historicamente e cientificamente o “lugar” para a prática do esporte é tido como elemento de transformação e ponto de referência cultural para a população em vistas ao lazer e consumo do entretenimento. 2013 reserva a comprovação deste componente que por tanto tempo esteve negligenciado em nossos estádios.
 

Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br

 

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Responsabilidade

O fim do ano é um período em que as pessoas costumam olhar para trás. A maioria dos clichês dessa época advém de análises e avaliações sobre o que aconteceu na temporada. Também por isso, é uma fase em que todo mundo fica mais emotivo. O próprio ritual de distribuir presentes no Natal é um exemplo do que eu estou falando.

Dar presentes é uma forma de demonstrar preocupação com os outros. Não existe época em que a solidariedade é mais valorizada do que o fim do ano.

Isso também acontece no esporte. Afinal, o fim do ano é o período dos jogos beneficentes, das campanhas de arrecadação e das ações sociais. Ah, se todo mundo tivesse em outros meses o ímpeto caridoso que aparece em dezembro!

Não sei se foi o espírito do Natal que levou o São Paulo a anunciar justamente agora um contrato com o zagueiro Breno. Revelado pelo clube, o defensor de 23 anos foi negociado com o Bayern de Munique em 2008. Contudo, nunca conseguiu se firmar no futebol alemão.

Breno disputou 21 partidas pelo Bayern de Munique, chegou a atuar deslocado para a lateral direita e conviveu com problemas físicos. Sem espaço em uma das principais equipes da Alemanha, o brasileiro foi emprestado ao Nuremberg em 2010.

A situação do brasileiro ficou ainda mais complicada em 2011. No dia 20 de setembro, a casa dele pegou fogo. Breno ficou levemente ferido, e depois foi indiciado por suspeita de ter causado o incêndio.

Em julho de 2012, o zagueiro foi condenado a três anos e nove meses de prisão por ter causado o incêndio. Parecia o fim da carreira de um atleta extremamente promissor e talentoso.

O São Paulo registrou o contrato de Breno no dia 20 de dezembro deste ano. Entretanto, isso ainda não representa um recomeço para o defensor, que sequer conseguiu deixar a prisão.

Contratar Breno é uma forma de prestar auxílio a um jovem que o São Paulo ajudou a formar. Um garoto que passou grande parte da vida em instalações do clube paulista e que foi negociado sem que estivesse totalmente pronto.

Antes de ser um acréscimo técnico ao elenco do São Paulo, a contratação de Breno é uma ação de responsabilidade. Se o defensor teve problemas emocionais e sofreu pelo comportamento fora de campo, o time que o formou tem grande participação nisso.

E por que estamos discutindo toda essa ação de responsabilidade social em um espaço dedicado a falar de comunicação? Porque o São Paulo criou para si um grande desafio no caso Breno. E um desafio que tem relação direta com o modelo de comunicação usado pelo clube.

Se Breno for tratado como um reforço, pode gerar expectativa e estará sujeito a frustrações. Esse pode não ser o melhor caminho para uma pessoa em recuperação de um grande trauma.

Breno precisa de carinho, e o clube também é responsável por isso. Ele deve ser tratado como um garoto de desempenho esportivo precoce, mas sem alicerces nas outras áreas humanas. Não deve ser visto como um herói, mas tampouco conviver com a pecha de criminoso.

Portanto, o São Paulo precisa saber comunicar o que está fazendo com Breno. Até para o próprio jogador. Dar ao caso o tratamento ideal é a única forma de não aumentar a dimensão das coisas, para o bem ou para o mal.


A comunicação em eventos esportivos

A Uefa percebeu há anos o real valor de sorteios de campeonatos. Antes de cerimônias para adulação ou festividades, esses eventos são oportunidades de aparição televisiva. São coisas feitas para a tela.

A ciência disso levou a Uefa a adotar um caminho. Os sorteios de competições europeias tornaram-se mais e mais profissionais, enxutos e claramente pensados para a TV.

Esse modelo facilitou a comercialização dos direitos de transmissão dos sorteios. As emissoras que exibem as competições europeias têm como bônus um evento atraente, bem montado e organizado.

O trabalho feito pela Uefa com os sorteios é muito semelhante ao que as ligas americanas desenvolvem, por exemplo, com as cerimônias de draft. O evento de escolha dos novos atletas também é minuciosamente pensado para o que as TVs querem exibir.

É por isso que chama tanta atenção o modelo adotado pela Conmebol. A entidade sul-americana realizou na última semana o sorteio dos grupos da Copa Libertadores de 2013. No evento, passou mais de uma hora fazendo homenagens sem sentido.

O sorteio foi arrastado, cheio de cenas descartáveis. Além disso, os dirigentes da Conmebol não são exatamente os melhores mestres de cerimônia. A comparação entre o evento sul-americano e o que a Uefa tinha realizado um dia antes mostra o abismo que existe no futebol dos dois continentes quanto a linguagem e comunicação.

Desejo a todos um Natal repleto de alegria, paz e união. Obrigado pela companhia!
 

Para interagir com o autor: guilherme.costa@universidadedofutebol.com.br

 

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Amanhã tem mais

O mundo não acabou em 21/12/2012.

O calendário maia estava errado. Ou o interpretaram errado.

O que de fato está previsto é que a Terra não passará de mais alguns milhões ou bilhões de anos de existência porque o Sol irá engoli-la.

Não estaremos mais aqui mesmo, então, que o último apague a luz.

Como muitos, havia uma ponta de esperança de que isso fosse acontecer, pois, assim, conforme o mantra das Organizações Tabajara, “Seus problemas terminaram”, não haveria a necessidade de cumprir com alguns compromissos já estabelecidos.

Nem se preocupar com quaisquer dívidas. Ou com promessas feitas pra outras pessoas ou, nas piores delas, as que são feitas pra si mesmo.

Isso numa referência negativa de se estar vivo.

Por outro lado, perderíamos o sabor gostoso de muitas (pequenas) coisas que nos dão fôlego para por em prática aquilo em que acreditamos, não importa o que escolhemos ou recebemos no dia-a-dia.

O Brasil passa por uma valiosa e significativa fase de desenvolvimento e crescimento econômico, cultural, social e, naturalmente, esportivo.

Como não se pode descolar o esporte do contexto social mais amplo, também é fato que as dores deste crescimento são sentidas, como em alguns exemplos.

O orçamento do Ministério do Esporte, em 2013, será recorde. Mais de R$ 3 bilhões.

Mas, na base do sistema esportivo, que é o esporte escolar, apenas 20% das escolas possuem aparelhamento e estrutura de quadras para a prática.

Além disso, os desvios de recursos já comprovados no Programa Segundo Tempo dificultam a gestão de credibilidade junto à cadeia de empresas e instituições que poderiam ampliar e qualificar o cenário, mas que ficam reticentes em investir e se associar às iniciativas esportivas.

Espera-se que as novas arenas que, em breve, acolherão os torcedores na Copa do Mundo e depois, sirvam de catalisadores para o desenvolvimento e estruturação do futebol nacional, com o fortalecimento dos clubes, no aumento de receita e no ciclo virtuoso que isso pode provocar.

Enquanto isso, pensa-se em destruir e realocar uma das melhores escolas do Brasil, a Friedenreich, no Rio de Janeiro, para que as obras do Novo Maracanã sejam finalizadas – quando isso deveria servir de exemplo para o mundo todo, ao se ter futebol e educação, lado a lado, transformando, positivamente, nosso país.

E o Prefeito de Belo Horizonte, também num péssimo exemplo de como não administrar a cidade, pleiteando a redução de investimentos em educação na cidade para aplicá-los em obras relativas à Copa 2014.

Em contrapartida, tenho tido frequentes solicitações de parceiros de longa data interessados em entender mais o Brasil esportivo para, ato contínuo, promover negócios aqui dentro – o que, antes, acontecia sempre em direção ao estrangeiro.

Achei que nem sequer precisaria ou saberia escrever e me preocupar com estes temas, como se entrasse numa eterna sexta-feira.

Enganei-me.

O que de fato está previsto, pela ciência, é que a Terra não passará de mais alguns milhões ou bilhões de anos de existência porque o Sol irá engoli-la.

Não estaremos mais aqui mesmo, nem os cientistas que o estudaram.

Então, que o último apague a luz quando isso acontecer.

Até lá, teremos muitas segundas-feiras pra tentar contribuir com alguma coisa que faça sentido na indústria esportiva do Brasil, transforme e desenvolva nosso Brasil.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br

 

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Entrevista Tática: Almir Dias, meio-campista do Novorizontino-SP

Após o final de uma temporada, as novas contratações para a reformulação do elenco devem ser feitas considerando diversos fatores. Um deles, sem dúvida, é o histórico do atleta e a sua intencionalidade de jogar em alto nível. Para isso, uma observação prévia deste atleta em ambiente de jogo pode trazer muitas respostas à diretoria e comissão técnica quanto à certeza da contratação.

E essa foi uma das características que favoreceram a contratação de Almir Dias, meia de 30 anos, que será o atleta mais velho do jovem elenco do Novorizontino que disputará a série A3 do Campeonato Paulista em 2013. Confira a entrevista com o jogador:

1-Quais os clubes que você jogou a partir dos 12 anos de idade? Além do clube, indique quantos anos tinha quando atuou por ele.

Dos 11 aos 18 anos – São Paulo Futebol Clube;
Dos 19 aos 21 anos – Portuguesa de Desportos, equipe que subi para o profissional;
22 anos – Rio Preto-SP;
23 anos – Catanduvense-SP;
24 anos – Guaratinguetá–SP;
25 anos – Gratkorne-AUS;
26 anos – Toledo-PR;
26 e 27 anos – Guarani-SP
28 anos – Noroeste-SP;
29 anos – Cianorte-PR e Botafogo-PB
30 anos – Olímpia-SP e Grêmio Novorizontino-SP

2-Para você, o que é um atleta inteligente?

Primeiramente é amar o que faz. Gostar do seu corpo e cuidar dele porque ele é o combustível para ter uma ótima carreira. Se policiar em saber o que pode, o que não pode e ser verdadeiramente profissional, tanto dentro, como fora de campo.

Ter um cuidado especial com a alimentação para que tenha uma carreira longa e duradoura, além de respeitar seus comandantes e dar o respeito para ser respeitado dentro do grupo!

3-O quanto o futebol de rua, o futsal ou o futebol de areia contribuiu para a sua formação até chegar ao profissional?

O futsal me deu dinâmica e evolui a minha parte técnica. Acredito que ele estimula o jogador a pensar rápido. Já o futebol de rua, com certeza me deu a malandragem que só o jogador brasileiro tem.

4-Em sua opinião, o que é indispensável numa equipe para vencer seu adversário?

Primeiramente ter um espírito de vencedor. Após isso, ter um plano de jogo definido e determinado, com disciplina tática, para ser feito na certeza de que já deu certo.

Determinação, foco, coragem, concentração, humildade, respeito e atitude, juntamente com o improviso do atleta dentro de campo são fundamentais.

5-Quais são os treinamentos que um atleta de futebol deve fazer para que alcance um alto nível competitivo?

O futebol evoluiu muito. Temos que trabalhar muito em conjunto, unindo a qualidade técnica e junto com ela a parte física. Hoje, se tem condição de fazer a parte física sem deixar a técnica de lado e, para isso acontecer, é preciso de bola e mais bola. Fazendo isso, acredito que o jogador fica em ritmo de competição o mais rápido possível.

6-Para ser um dos melhores jogadores da sua posição, quais devem ser as características de jogo tanto com bola, como sem bola?

Eu sou um meia armador e tenho em minha mente que tenho a obrigação de fazer meu time jogar. Dando velocidade na bola, fazendo o time ser rápido quando tem que ser e sabendo cadenciar quando tem que cadenciar, ao ficar com a posse de bola.

No clube em que jogo, tenho de ser o “rei” em assistências, até porque sou um meia armador.

Acho importante também finalizar de média distância e também entrar na área porque hoje é necessário ao meia moderno. É preciso também colocar sua qualidade individual e o improviso que todo grande meia tem que ter.

Sem a bola, ajudar na marcação, não que você vai ser um exímio marcador até porque não sou defensor, mas tem que vir compor o espaço, procurar marcar já no campo de ataque ou, no mínimo, matar a jogada por lá.

7-Quais são seus pontos fortes táticos, técnicos, físicos e psicológicos? Explique e, se possível, tente estabelecer uma relação entre eles.

Tático: Tenho o privilégio de dentro de campo ter uma leitura rápida do adversário e da partida e, com isso, me adéquo à forma do adversário jogar e vou procurar explorar o ponto fraco dele e também em relação a posicionar meus companheiros, pois tenho essa leitura.

Técnicos
: Visão de jogo, enfiadas de bola, bola longa, bola parada e chute de media distância.

Psicológico
: Eu não perco a cabeça jogando. Sou muito frio e me mantenho focado e concentrado os 90 minutos.

Físico
: Muita força na perna e acredito que uma boa explosão curta. Suporto os 90 minutos estando com ritmo de jogo. Um jogador precisa de tudo isso e esse conjunto é importante para que ele dê o melhor de si numa partida e ao longo da competição.

8-Pense no melhor treinador que você já teve! Por que ele foi o melhor?

Tive vários treinadores e onde passei fui vencedor, conseguindo acessos, títulos e sempre chegando na reta final das competições. Vou citar quatro:

Amauri Knevitz: porque sabe montar um time e extrair o melhor de cada jogador.

Luciano Dias: por saber ser comandante, disciplinador e principalmente vencedor.

Leston Junior: porque me fez sentir à vontade dentro de campo e me fez ter de volta a alegria de jogar futebol e fazer o melhor que eu posso.

Élio Sizenando: Estou o conhecendo agora, mas é um treinador que gosta do verdadeiro futebol jogado e faz isso sem medo de ser feliz. Isso faz com que o nosso futebol brasileiro seja resgatado. É um treinador novo e em sua primeira competição conquistou o acesso.

Tenho certeza que serei feliz porque a minha qualidade e forma de jogar se encaixam com a filosofia de trabalho dele e na forma que enxerga o futebol.

9-Você se lembra se algum treinador já lhe pediu para desempenhar alguma função que você nunca havia feito? Explique e comente as dificuldades.

Sim. Amauri Knevitz, no Noroeste-SP. Ele me colocou para jogar de terceiro volante e foi muito bom porque aprendi muito e pegava muito na bola porque a saída era sempre comigo e também chegava sempre de frente.

A dificuldade surgia porque tinha que jogar numa faixa de campo e chegar à frente e voltar rápido no meu setor. Com isso, como não era acostumado, sofri um pouco no começo tanto que saia em todos os segundos tempos porque não aguentava fisicamente. Depois que me acostumei, aí foi embora…

10-Qual a importância da preleção do treinador antes da partida?

Muito grande. Porque ali saímos da preleção sabendo o ponto forte, fraco, o que temos que fazer e explorar do adversário. Passa a confiança do trabalho da semana em prol do jogo. Nos motiva a en
trar em campo com olhos de águia, querendo a vitória a todo custo, mas bem organizado. Essas palavras vindas do comandante fortalecem o grupo porque ele é o líder e nos passa a confiança.

11-Quais são as diferenças de jogar em 4-4-2, 3-5-2, 4-3-3, ou quaisquer outros esquemas de jogo? Qual você prefere e por quê?

No 4-4-2 tradicional, saio muito aos lados do campo para marcar. No 3-5-2 com dois volantes, jogo só do meio para frente e com liberdade dos dois lados.

No 4-3-3, gosto muito porque tenho três opções de passe à minha frente e liberdade no meio para criar e chegar na área. Jogo boa parte centralizado, mas com liberdade, em momentos do jogo, de cair pelas pontas e estou sempre perto do gol.

12-Comente como joga, atualmente, sua equipe nas seguintes situações:

•Com a posse de bola;
•Assim que perde a posse de bola;
•Sem a posse de bola;
•Assim que recupera a posse de bola;
•Bolas paradas ofensivas e defensivas.

Com a posse: Jogamos com dinâmica, transição rápida, chegando ao campo de ataque e valorizando muito a posse com toques rápidos e sempre em direção ao gol.

Sem a posse de bola: Procurar marcar no campo de ataque e recuperar a bola o mais rápido possível. É um time bem compacto dentro de campo.
Assim que recuperar a bola: Fazer a bola chegar ao campo de ataque rápido e assim criar as jogadas e defini-las em gol.

Nas bolas paradas ofensivas, atacamos a bola entrando cada um no seu setor com muita força e nas defensivas marcamos por setor, agredindo a bola e não deixando o adversário nem encostar nela, com muita atenção no rebote, tanto para ganhar, quanto para puxar rápido o contra ataque.

13-O que você conversa dentro de campo com os demais jogadores, quando algo não está dando certo?

Procuro orientar a partir do que trabalhamos a semana e também da forma que li o jogo desde o apito do árbitro. Se algo está dando errado, tento motivá-los porque qualidade tem e naquele dia pode estar dando errado. Prefiro não criticar, pois posso afundar de vez o meu companheiro e eu preciso dele bem, concentrado e motivado para ter a certeza de que vai fazer a jogada certa.

Tenho que ser um líder e até por ter essa qualidade, os jogadores têm que ver em mim uma referência dentro de campo. Tenho que passar confiança.

14-Como você avalia seu desempenho após os jogos? Faz alguma reflexão para entender melhor os erros que cometeu? Espera a comissão técnica lhe dar um retorno?

Sou um jogador que me cobro muito. Às vezes, o time ganha e eu não faço uma partida que seja boa aos meus olhos, chego em casa e quem aguenta o meu mau humor são minha esposa e meus filhos. Logo eles já sabem que não estou legal. No mesmo dia, já penso o que fiz de certo e errado em cada lance e em cada jogada, tanto com a bola, quanto sem ela.

Na reapresentação do elenco, vejo a opinião da comissão e procuro extrair o máximo para não cometer mais os mesmos erros e ir crescendo jogo a jogo na competição.


15-Para você, quais são as principais diferenças entre o futebol brasileiro e o europeu? Por que existem estas diferenças?

Estamos atrás e os resultados dos últimos anos de nossa seleção mostram isso. A Europa evoluiu e nós paramos no tempo. Preocupamo-nos muito com força, tamanho, dinheiro e o futebol jogado de verdade, que enchia os olhos dos torcedores e que acontecia com a maior naturalidade, foi acabando.

16-Se você tivesse que dar um recado para qualquer integrante de uma comissão técnica, qual seria?

O meu recado é que eles devem cuidar de cada jogador com muito carinho, atenção, respeito e profissionalismo. Fazendo sempre o melhor e cobrando porque sabe da qualidade de cada jogador que tem em mãos e deve procurar extrair o “máximo do máximo” de cada um. Somente com jogadores e comissão juntos é que podemos ser vencedores e ficarmos gravados na história de um clube!

Para interagir com o autor: eduardo@universidadedofutebol.com.br

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O Mundial de Clubes deve evoluir

É da natureza do esporte a busca pela hegemonia. O melhor da rua, deseja se tornar o melhor do bairro, que por sua vez quer ser o melhor da cidade, após do Estado, do país, do continente e do mundo. No futebol não poderia ser diferente e por essa razão ano após ano a Libertadores e o Mundial de Clubes são a maior obsessão dos clubes brasileiros.

Na ausência de um campeonato de clubes verdadeiramente global, até 2004, era a realizada a Copa Intercontinental entre o melhor clube da América do Sul e o melhor da Europa e o vencedor se proclamava "campeão do mundo".

Em 2000, pela primeira vez a Fifa organizou um campeonato de clubes reunindo representante de todas as suas confederações. Infelizmente, por questões financeiras, a competição somente voltou a ser disputada em 2005.

O formato adotado na pela primeira competição é mais atrativo que o atual. Em 2000, além dos seis representantes continentais, participaram um representante dos donos da casa e o vencedor da última Copa Intercontinental. As equipes foram dividas em dois grupos de quatro, passando os dois primeiros à fase semifinal. Assim, o campeão disputou cinco partidas.

No formato atual, a competição conta com sete participantes, um de cada confederação e um do anfitrião. Os representantes de Conmebol e Uefa já iniciam a competição na fase semifinal, de forma que o representante da Oceania ou dos donos da casa fazem uma partida equivalente às oitavas de final.

A justificativa para tal formato é o calendário europeu e sul-americano que inviabilizaria às equipes destes continentes uma disputa com mais datas.

Não obstante isso, o Mundial de Clubes deve evoluir a fim de aumentar sua atratividade e seu valor no mercado publicitário. Uma ideia seria adotar um regulamento semelhante à primeira competição, permitindo a defesa do título ao atual campeão.

Uma alternativa interessante seria realizar uma competição com doze equipes, um representante de cada confederação (seis), um anfitrião, o atual campeão, os campeões das Supercopas da América do Sul e da Europa e mais dois entre as quatro confederações restantes, de acordo com o ranking da Fifa.

As doze equipes seriam divididas em quatro grupos de três, com os campeões de cada classificando-se às semifinais.

Tal formato traria participação de mais países, com a possibilidade grandes clássicos Brasil-Argentina, Itália-Espanha, Alemanha-Inglaterra, entre outros. Um verdadeiro deleite aos torcedores, aos consumidores e aos anunciantes.

Urge destacar que um maior rodízio de sedes, inclusive com a realização da competição nos grandes centros do futebol mundial, auxiliaria no engrandecimento da competição.

Dessa forma, deve a Fifa avaliar implementar uma evolução no formato da competição e na escolha de sedes a fim de valorizá-la esportiva e comercialmente.
 

Para interagir com o autor: gustavo@universidadedofutebol.com.br

 

 

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O atleta e a conquista da excelência pessoal – 4ª parte, visões e imagens positivas

Nesta semana irei comentar sobre o quarto elemento na busca de excelência profissional, as visões e imagens positivas. Relembrando a construção da jornada em busca de excelência, nós já falamos sobre a concentração, o comprometimento e o preparo mental.

As grandes realizações, as novas descobertas e os feitos aparentemente impossíveis começam com uma simples visão positiva do objetivo. As visões positivas daquilo que você quer realizar e as visões menores dos passos que você vai dar para chegar lá impulsionam a busca pela excelência. Precisamos compreender que as visões, sejam elas grandes ou pequenas, muitas vezes vivem em nossas mentes antes de se tornarem realidade. Parte do desafio contínuo da busca pela excelência é sustentar as visões positivas e uma perspectiva positiva ao longo dos vários estágios de sua jornada.

Suas visões ou imagens positivas dependem daquilo em que você se concentra e elas surgirão a partir do momento em que você se concentrar no uso do poder das visões, dos pensamentos positivos e da criação de imagens mentais para:

•Criar visões positivas de onde quer chegar com sua atuação e reconhecer o que você tem potencial para se tornar;
•Acelerar o aprendizado e a integração das habilidades técnicas, táticas, mentais e físicas;
•Criar imagens positivas dos passos que você precisa dar para chegar aonde deseja;
•Criar visões, imagens ou pensamentos positivos que lhe deem inspiração para prosseguir na busca de suas metas e de seus sonhos;
•Aprender com os seus melhores desempenhos e com as melhores partes dos seus desempenhos;
•Identificar objetivos diários claros e específicos para a melhoria contínua;
•Agir e reagir de modo positivo e decisivo;
•Fortalecer sua confiança;
•Melhorar a execução de suas habilidades.

Um dos principais benefícios de se ter uma grande visão positiva e visões menores de passo a passo é manter a concentração nos aspectos positivos e nas possibilidades, em vez de focalizar nos aspectos negativos. Suas chances de alcançar objetivos de alto nível e de viver prazerosamente são muito maiores quando você de concentra em pensamentos, imagens, visões e lições positivas.

Os grandes campeões não começam suas vidas ou buscas como grandes realizadores. Eles trabalham duramente com objetivo de tornar um hábito ver as coisas de modo positivo e imaginar-se executando as habilidades técnicas do jeito que gostariam. Na verdade, a maioria deles tem a habilidade de criação de imagens altamente desenvolvida, pois a usam diariamente para criar uma concentração positiva para a excelência. Eles recuperam memórias positivas, relembram a concentração e os sentimentos de seus melhores momentos vividos e criam visões positivas do futuro; além de usarem esses pensamentos para se preparar mentalmente para a prática esportiva de qualidade, com um desempenho superior.

Para melhorar o desempenho eles relembram cuidadosamente as coisas positivas de suas atuações anteriores e avaliam o que pode ser melhorado para que possam fazer os ajustes necessários. Alguns também utilizam as imagens positivas para relaxar e ou retomar o controle de sua concentração quando distraídos.

Os pensamentos positivos, combinados com imagens positivas e sentimentos positivos, podem ajudar a criar um equilíbrio mental e a concentração desejada para uma performance de alto rendimento. É necessário deixar que as visões positivas guiem as ações e consequentemente sua realidade de modo positivo.

Seguem algumas reflexões sobre as visões e imagens positivas:

•Você tem uma visão concreta de onde gostaria de chegar com seu desempenho, sua profissão ou sua vida?
•Você consegue manter essa visão clara em sua mente? Recorre a ela regularmente?
•Você pode se imaginar agindo exatamente do jeito que gostaria, realizando as coisas que quer realizar?
•Você se imagina realizando pequenas coisas diariamente e que te levarão aos seus objetivos?

Com estas reflexões concluímos o quarto elemento da excelência: as visões e imagens positivas. Aguardem os demais elementos e vamos juntos compreender a importância deles na conquista de excelência. Até lá!
 

Para interagir com o autor: gustavo.davila@universidadedofutebol.com.br